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terça-feira, 8 de março de 2016
Os seus pais te conhecem** A diferença entre impressões intuitivas e internalização de informações, corretas ou não. E a idealização da distância
Os seus pais te conhecem** A maioria dos pais conhecem pouco e mal os seus próprios filhos**
Talvez, o que parece acontecer é que eles nos conheçam ou tendam a nos conhecer apenas a nível intuitivo, como os animais não-humanos fazem para interpretar, entender o mundo, a partir de seus respectivos alcances perceptivos.
A intuição é a base de qualquer pensamento e ação, entre humanos e não-humanos. Palavras ou números não são necessários para que se possa acessar a intuição porque basta viver para fazê-lo.
A nível intuitivo, desde à infância, nós percebemos e produzimos impressões que de acordo com as nossas características bio-comportamentais vão ''dando liga'' até se tornarem parte de nossas respectivas bagagens existenciais, que levaremos (ou não) para o resto de nossos dias.
Quando usamos palavras e números, ordenados estruturados, a fim de explicarem a realidade de alguma situação ou fenômeno, deixamos de ter impressões intuitivas e passamos a ter o concreto de nossos símbolos associativos como certezas daquilo que nos chamou a atenção, que nos causou um impacto, muitas vezes, silencioso e notado, internalizado sem mesmo querer. Primeiro as impressões intuitivas, depois a reflexão com base no uso de símbolos associativos (palavras e números). Palavras e números ordenam os nossos pensamentos de maneira que podemos pensar na realidade como um emaranhado ordenado, convergente, sucessivo e lógico de eventos. Ainda que não acredite que as nossas invenções simbólicas sejam decisivas nesta tarefa, elas ajudam bastante enquanto instrumentos eficientes nesta árdua e necessária tarefa.
Os nossos pais sabem mais sobre nós do que eles e nós mesmos gostaríamos. Mas como eles não costumam ter consciência, isto é, o reflexo, a iluminação destas impressões via estruturação lógico-racional/categorização de nossas características, então, ao invés de deterem um conhecimento claro como o dia sobre os seus filhos, mais se parecerá com uma rua bucólica, escurecida pela luz da Lua, e iluminada por postes de beleza neoclássica, com pontos de luminosidade num breu predominante.
Poderíamos organizar impressões intuitivas se não ''tivéssemos'' desenvolvido os símbolos associativos para valor conceitual e para valor quantitativo.
Também podemos comparar o esboço de um desenho com o seu acabamento respectivamente para impressões intuitivas e conhecimento refletivo/lapidado.
Eles sabem mais do que pensam que sabem, mas idealizar a cria é sempre melhor do que vê-la mais de perto. Idealização, para o bem ou para o mal, é sempre uma maneira vaga e resumida de se perceber conclusivamente algum fenômeno.
A distância é fértil para a idealização, de longe, tudo é mais fácil, resumido e ainda pode ser irrealisticamente belo. De perto, a realidade se revela com as suas formas mais verdadeiras. Os nossos pais querem nos manter como os seus filhos idealizados e por isso que muitas vezes, não nos conhecerão e esta neblina pode durar por toda uma vida.
Idealistas estão sempre errados, não necessariamente por causa da idealização, mas porque este tipo de pensamento tende a atrair pessoas que não tendem a ser intelectualmente precisas. Eles estão sempre errados porque estão sempre distantes dos seus objetos de adoração, exatamente como fazem os fãs e sua histeria habitual e/ou característica.
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