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sábado, 26 de março de 2016

A saudade




Não é nem boa nem ruim
É estranha porque também não é neutra
Talvez seja uma mistura de todas as sensações 
É um borrão bem reluzente, bem nítido,
Não se sabe bem o que é, mas se sente com uma força profunda, que vem da alma, da essência,
Causa emoções que não podem ser encontradas num dicionário,
Não se mata a saudade 
Pois o seu alimento é o de ser lembrada
A saudade não é morfina
Não é anestesia
Pois inspira a dor de alegrias
De impressões serenas que se foram
Que morreram rapidamente 
Bateram asas e pegaram fogo como uma fênix
Mas não voltaram à vida 
A consciência da passagem do tempo 
A mansidão do passado 
Que foi euforia no presente 
Foi quente ou ácido
Agora é adocicado, leve, ensolarado
A saudade é a imaginação de um mundo dourado 
De poder dominar o tempo 
Mas na realidade nós é que somos os dominados
A saudade é a esperança 
Que o paradoxo da vida pode fazer sentido 
Que cada momento é um ombro amigo 
Que precisa ser amado, querido 
A saudade é o colo da mãe existência 
Quentinho, aconchegante, que nos faz sorrir e chorar neste relento

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