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quinta-feira, 30 de junho de 2022

O problema da reciclagem

 A acumulação e o descarte do lixo que produzimos tem contaminado solos e poluído o meio ambiente a níveis progressivamente alarmantes. Então, para combater esse grande problema, muitos têm apontado para a reciclagem como a melhor solução, porque assim, o lixo pode ser reaproveitado ao invés de ser jogado diretamente na natureza. No entanto, essa é uma medida muito paliativa, porque o problema principal ainda não é o descarte de lixo, mas a superprodução de mercadorias que resulta em sua acumulação e descarte, diga-se, cada vez maiores.  


Eu nem sou contra a reciclagem, mas focar apenas nela, sem buscar combater o problema desde a sua raiz, capitalista, é basicamente o mesmo que jogar baldes de água acreditando que irão apagar um incêndio. Pois para realmente começarmos a combatê-lo, nós precisamos, primeiro de tudo, apontar para os fatores que mais têm contribuído para o mesmo e são três: a ideologia do consumismo, como resultado de massiva propaganda ou, lavagem cerebral, que incentiva a aquisição compulsiva de bens materiais associando-a à felicidade pessoal; a obsolescência programada, o ato infame de produzir utensílios de curta durabilidade, apenas para que continuemos comprando incessantemente e a super diversificação e produção de mercadorias, especialmente as que não têm valor essencial, em boa parte causadas pelo segundo fator e que são o resultado da desregulação do mercado, tudo para favorecer o lucro individual sobre o bem estar coletivo e a preservação do meio ambiente. 

Não, não pense que você precisa dessa quantidade exagerada de produtos diferentes para viver ou ter qualidade de vida. E, sim, nossos padrões de consumo têm influência direta na poluição do meio ambiente. No entanto, são a obsolescência programada, a super produção e a diversificação de mercadorias que, mesmo sem lavagem cerebral, nos forçam a consumir além do que deveríamos, afinal, quando certo produto estraga precisamos substituí-lo por outro que cumpra com a sua função, isso se não for possível consertá-lo, que pode demorar ou sair até mais caro. E, por também ser difícil não cair na tentação de comprar bobeirinhas industrializadas sem nenhum valor nutricional ou com valor de utilidade discutível. Por isso que não adianta apenas reciclar ou incentivar ao consumo ecologicamente consciente quando se está preso dentro de uma armadilha viciante e maliciosa, se o ideal seria, primeiro, conseguir sair dela, que seria acabando com a obsolescência programada e com a super produção e diversificação de mercadorias, enfim, de chamar os bombeiros para apagar o incêndio.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

(De novo) sobre moralidade e sua objetividade

 A moralidade não é apenas relativa, porque não é apenas um conjunto de crenças, práticas e comportamentos seguidos dentro de um espaço ou tempo específicos, mas também o quão realmente alinhados à verdade e/ou à justiça estão. 


Por exemplo, uma comunidade que, baseada em sua "religião" ou cultura, determina que suas mulheres não podem exercer as mesmas profissões que seus homens, inclusive algumas muito importantes, tal como a de governante, por serem consideradas incapazes ou inferiores aos mesmos. E uma outra em que as mulheres têm esse direito garantido, por não serem consideradas menos capazes. Nesta comparação, a segunda comunidade está mais moralmente certa do que a primeira, porque, a priori, capacidades individuais não são absolutamente determinadas pelo sexo da pessoa. Por isso que, não há razão para proibir as mulheres de poderem exercer os mesmos cargos que os homens, desde que sejam competentes, obviamente. 

A moralidade também é o nível de compreensão factual e consequencial, refletida como crenças e práticas, a partir do quão imprescindíveis, necessárias ou facultativas à sobrevivência estão. 

Por exemplo, a escravidão. Neste caso, é importante saber se não existe nenhuma outra alternativa ou se, para subjugar uma população, é sempre preciso maltratá-la. Pois não é difícil perceber que, a partir de uma abordagem mais racional, é perfeitamente possível atender esse objetivo, de subjugá-la, sem que seja necessário tratá-la da pior maneira possível, que pode ser muito mais vantajoso fazer o oposto, transformando-a em uma aliada, bem alimentada e conformada, no sentido de se estar genuinamente satisfeita com a autoridade do grupo dominante, do que alimentar o seu ódio, predispondo-a à vontade de se revoltar. Como conclusão, além de não ser a melhor abordagem, a escravidão também se baseia em uma série de mentiras, até para que possa ser "justificada", tal como a de que todos os indivíduos de uma raça X, por serem absolutamente inferiores, devem ser tratados "de acordo" com a sua suposta condição de inferioridade absoluta. Por isso, é conclusivo que o nível de moralidade da escravidão, especialmente em um contexto humano, seja um dos mais baixos, se não é imprescindível, necessário ou inevitável, quer seja para a organização e o controle social e/ou para sobrevivência, nem tampouco racional.

Escravizar, em seu sentido mais puro, de maltratar para controlar, não é justificável ou inevitável nem mesmo no lido com as outras espécies de animais e pelas mesmas razões, ainda mais se tratando de espécies domesticadas, e se não há razão para tentar estabelecer tais relações, de maior proximidade, com espécies muito selvagens.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Sobre racionalidade, crueldade e veganismo

 Exemplos: "bullying" e escravidão


Se eu perseguir uma pessoa, tratando-a de maneira hostil e agressiva; pelo simples prazer de maltratá-la; sem que ela represente uma ameaça pra mim ou sem ser por justa causa, como autodefesa, isso significa que eu estou agindo de maneira irracional, porque não estou: refletindo minha ação, analisando a situação e seus elementos/ tentando entender meus sentimentos e os da pessoa que eu estou atacando e pensando se existem alternativas melhores de abordagem. Pois a prática de "bullying", sem que exista uma boa razão para adotá-la, é o equivalente a abrir o guarda-chuva em um dia parcialmente nublado ou dar vários tiros em uma rosa no jardim acreditando que possa oferecer algum perigo imediato. É um despropósito, um excesso, que só pode ser causado por uma impulsividade instintiva, pertencente à mesma categoria de comportamento que o estupro. Por isso que não é apenas coincidência que crianças, adolescentes e adultos imaturos estejam mais propensos a praticá-lo. 

A escravidão é outro exemplo de crueldade irracional, por não ser imprescindível ou necessária, por existirem outras opções, mesmo se com o objetivo de subjugar um povo, se isso pode ser feito de maneiras até diametralmente opostas à sua brutalidade característica e com igual ou maior potencial de "sucesso". Por exemplo, conquistando esse povo através de simpatia e empatia: preservando seus direitos mais básicos, oferecendo-lhe meios de sustento dignos... enfim, transformando-o em um aliado e, assim, diminuindo significativamente o risco de que se revolte contra a sua autoridade, se não há razão para escravizar ou maltratar os que já se encontram em uma posição subalterna, 
 além de lhes causar uma alta taxa de mortalidade, isto é, justamente os que estão sustentando a sociedade. A escravidão não é apenas desnecessária, mas também contraprodutiva e estúpida. E, além disso, a escravidão, assim como qualquer outra prática de crueldade, se baseia no desprezo à verdade da igualdade essencial de todos os seres humanos//vivos, condenados ao mesmo destino final. 

Portanto, já podemos concluir que, crueldade e racionalidade tendem a ser opostos. Mas, isso ainda não significa que, então, seja o mesmo que bondade ou altruísmo por também ser possível e até comum de se praticá-los a partir de impulsividade emotiva ou ignorância. No entanto, quanto maior a ponderação, sinônimo de racionalidade, mais detalhes, nuances e alternativas de abordagem emergirão à mente, resultando em uma maior moderação no comportamento. Por isso que, apesar de não serem a mesma coisa, uma maior capacidade racional tende a resultar em uma maior empatia...

O paradoxo racional do veganismo 

O veganismo é uma prática indiscutível de compaixão, por pregar pela abstenção do consumo de "produtos" de origem animal em prol do bem estar das espécies que têm sido exploradas por nós, seres humanos, para nos servirem. Pois é possível dizer que o tratamento geralmente cruel que temos dado a esses animais é análogo à escravidão de outros seres humanos, partindo dos mesmos argumentos, de desproporcionalidade do ato e de alienação sobre a verdade de sermos todos iguais, em essência. No entanto, essa situação é mais complexa que os exemplos acima, já que a maioria dos seres humanos têm se adaptado a uma dieta onívora, desde os primórdios de nossa espécie. Pois se "bullying" e escravidão não são imprescindíveis à sobrevivência individual ou coletiva, o mesmo não pode ser igualmente dito sobre a domesticação de espécies animais visando seu "valor nutritivo". 

Eis aí um paradoxo, por ser racional tentar minimizar o sofrimento desses animais a partir de uma análise imparcial dos fatos envolvidos, por exemplo, de que eles, assim como nós, também são sencientes, porque sentem prazer, dor, alegria, tristeza; e por sermos essencialmente iguais, ao contrário da falácia especista que exagera as nossas diferenças em relação às outras espécies. Mas por também ser racional se preocupar com a própria saúde, e uma dieta deficiente em proteína pode acarretar problemas a médio e longo prazo. Porém, se a maioria dos veganos toma suplementos que ajudam a equilibrar suas dietas, talvez o veganismo seja totalmente viável (na verdade, partindo da ideia de que o veganismo não é necessariamente uma abstenção, mas uma redução máxima do consumo de produtos de origem animal, então, parece ser bem mais acessível do que se pensa).  

No meu caso, eu decidi minimizar o máximo que consigo o  consumo de alimentos de origem animal. Por isso acabei adotando o pescetarianismo. 

Como conclusão, o veganismo é primariamente muito racional, mas também é  potencialmente irracional, porque pode colocar em risco a saúde do indivíduo que o pratica. O ideal, portanto, seria não aderir totalmente ao mesmo, tal como eu faço, ou buscar por compensações que diminuam esses riscos, como muitos veganos têm feito.   

Sobre a ilusão da independência individual

 Ninguém é totalmente independente, quer seja da sociedade, de indivíduos ou grupos específicos. Nem mesmo um "lobo solitário" que mora no meio da floresta pode realmente se considerar como tal, já que ele depende dos animais que caça, das plantas e frutas que colhe e come, da disponibilidade de água doce, de ter um lugar para se abrigar ou morar, do clima da região em que se encontra... 


Pois se nem esse tipo é totalmente independente, quiçá um indivíduo que depende, de múltiplas maneiras, dos serviços de uma sociedade complexa para sobreviver...

Essa ideia é mais uma ilusão muito popular, derivada da ideologia do individualismo. Mas, literalmente falando, percebe-se que não existe autonomia individual absoluta.

Sobre o escritor

 O que move o escritor a escrever é o sentimento de posse em relação aos seus pensamentos, textos e ideias, e também a vaidade de registrá-los mesmo se for para o próprio deleite.

O que muitos pensam que é o mais racional e o que realmente é

 O que muitos pensam que é o mais racional 


Que todas as opiniões pessoais são válidas mesmo se estiverem erradas. 

O que realmente é o mais racional 

Que é preciso que ocorram debates, mas que as opiniões mais sensatas, ponderadas, que são baseadas em fatos, evidências ou pensamento lógico, prevaleçam. 

Exemplo: o debate sobre a abordagem e o manejo dos recursos naturais ou da natureza, em que um grupo defende pela exploração predatória do meio ambiente visando lucros e outro grupo defende por um manejo sustentável sem ter como prioridade o lucro pessoal, sendo que, quem vai lucrar mais é uma minoria de sujeitos ricos e inescrupulosos.

Então, qual opinião aqui que é mais racional e que, portanto, deveria prevalecer??? 

Está claro que é o manejo sustentável dos recursos naturais, porque não é racional depredar ou destruir o meio ambiente de onde tiramos todos os recursos que precisamos para sustentar as sociedades humanas para enriquecer sujeitos que só pensam em si mesmos, sem falar das vidas das espécies que serão perdidas por causa dessa crueldade.

A liberdade de expressão e o livre diálogo de ideias e pensamentos são medidas racionais desde que prevaleça uma pluralidade de posicionamentos baseados na razão. 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Sobre o que racionalidade e empatia mais têm em comum

 Se eu deduzo como você está se sentindo com base no que eu estou pensando ou sentindo sobre você, então, eu não estou sendo empático contigo. Já se eu decido me colocar em sua perspectiva e buscar entender a verdade da sua subjetividade de maneira objetiva, então, estarei sendo empático. 


O mesmo acontece se eu abordar um tópico de maneira racional, porque isso significa que estou buscando entender sua perspectiva, por ele mesmo, do que de acordo com a minha impressão sobre o tópico. 

Uma diferença básica entre empatia e racionalidade é que enquanto a primeira se limita às interações entre indivíduos ou sujeitos, a racionalidade pode abranger todas as áreas, inclusive à da empatia.

Sobre racionalidade instrumental e epistêmica

 Estabelecer objetivos e ser bem sucedido em alcançá-los, mesmos os mais triviais, tal como amarrar os cadarços dos sapatos, é um conceito primário de inteligência, e que não é exatamente o mesmo que ser racional.


A racionalidade é uma vontade e uma capacidade, única à espécie humana, de nortear crenças e comportamentos com base em conhecimentos, ponderação e/ou sensatez. Por isso que não existe uma racionalidade instrumental dissociada da epistêmica.

Sobre altos impostos e a verdadeira liberdade econômica

 O maior problema dos impostos não é pagar mais. É não haver retorno equivalente ou superior ao que é pago através de serviços públicos de qualidade, geralmente resultado de corrupção generalizada nesse setor. Na verdade, quando há esse retorno, é como se não tivesse pago muitos impostos porque eles voltam como benefícios. 


Outro problema com a carga tributária, particularmente em países como o Brasil, além do retorno deficiente em serviços públicos de qualidade que não vale o seu tamanho, também é sua maior tributação em produtos alimentícios, fazendo com que os mais pobres, e muitos da classe média, paguem mais impostos, proporcionalmente, em relação aos das classes mais abastadas. 

Desta maneira, não tem como promover a verdadeira liberdade econômica para "todos', que não consiste apenas na possibilidade de empreender, mas também de receber um salário digno, inclusive para ter essa possibilidade, de não ser explorado ou humilhado por "patrões" e, então, de conseguir equilibrar trabalho com lazer, até podendo priorizar o lazer no cotidiano pessoal.

Aliás, o conceito mais usado de liberdade econômica é muito ideologicamente enviesado já que, além de determiná-la de maneira unidimensional, apenas como liberdade para empreender, pressupõe que só é possível com mínima interferência do governo ou estado que, idealmente, em uma sociedade democrática, deveria representar os interesses da sociedade. 

Em relação ao diálogo entre um ateu e um religioso...

 ... não é uma questão de opinião pessoal para o ateu do tipo ''eu não acredito que exista'', assim como é para o religioso, mas que "não existe qualquer evidência, nem mesmo antecedentes lógicos que corroborem para a possibilidade de existência de deus/metafísica/ vida eterna".

terça-feira, 14 de junho de 2022

Novamente sobre a verdadeira religião

 A ''religião' não é exclusiva à espécie humana.


Suas raízes são anteriores à nossa espécie e, portanto, universais a todas as outras: o autocentrismo, que é este sentimento ou sensação de ser o centro da realidade ou, pelo menos da própria realidade. Porque toda 'religião" tem uma narrativa antropocêntrica, se é uma narrativa baseada em uma interpretação humana da realidade.  

A partir deste raciocínio, eu poderia dizer que as formigas também têm suas próprias "crenças religiosas"...

O autocentrismo é a essência de todas as "religiões" humanas, mas não em seu sentido mais original, de buscar e refletir sobre as verdades mais importantes ou derradeiras: do indivíduo sobre si mesmo, sua origem, seu destino, sua razão de ser e sobre a própria existência.

Porque toda cultura/religião tem feito as mesmas perguntas universais, mas buscando ou fabricando respostas paroquiais.

Pois é possível concluir que a astronomia, área da ciência que naturalmente seguiu esse caminho, é a que hoje mais tem feito para expandir nossa compreensão existencial.

Pseudo-paradoxalmente, a verdadeira religião leva ao ateísmo, porque não busca construir uma doutrina de mentiras, mas de verdades e a descrença na existência de divindades/metafísica/eternidade é uma das mais, se não a mais importante.

Mas, ao contrário da ciência/astronomia, a verdadeira religião, que é o cerne da filosofia, não se trata apenas de descobrir ou expandir a compreensão objetiva, mas também de vivê-la no cotidiano. Se não é apenas saber que o universo é enorme e que somos comparativamente microscópicos, porque também busca nos incutir humildade a partir desta verdade, de sermos tão insignificantes, e solidariedade, por sermos tão iguais em nossa insignificância

Sobre a verdadeira liberdade econômica

 1. Não é apenas a liberdade de empreender, mas também de receber um salário digno associado a um custo de vida baixo ou razoável e ter direitos trabalhistas garantidos e respeitados.


2. Só é possível para ''todos'' com uma maior igualdade social ou de condições e uma maior regulação do mercado pelo estado.

domingo, 12 de junho de 2022

Sobre consanguíneos e agregados ideológicos // idealistas e partidários

 Existem indivíduos que aderem a grupos ou ideologias principalmente por identificação pessoal. Eles podem ser chamados de "consanguíneos" a esses grupos ou ideologias aos quais se associam. Por exemplo, os que têm um transtorno de personalidade anti social e que aderiram ao bolsonarismo desde a sua meteórica ascensão nas eleições de 2018.


Existem também aqueles que aderem, temporária ou superficialmente, ignorantes do quê ou de quem estão apoiando, geralmente para apoiar os que se colocam como oponentes ao partido ou ideologia que desgostam. Por exemplo, as massas de brasileiros que votaram no Bolsonaro nas eleições de 2018 para presidente por terem desenvolvido uma animosidade extrema ao PT e que, depois, com o transcorrer do seu mandato, foram abrindo os olhos para o que parecia óbvio, incompetência e falta de caráter do sujeito e de seus capangas. Estas eu chamo de "agregados", equivalentes aos que se casam com os nossos parentes de sangue e se tornam os nossos por razões civis. 

Eu destaquei o caso da extrema direita por ser o mais problemático já que consiste em uma explícita instrumentalização política de práticas de crueldade e que tem sido relativamente bem sucedida em se popularizar principalmente ao enfatizar os equívocos (crassos) e incoerências dos seus oponentes. 

Portanto, novamente, tem aqueles que são como se fossem "da família" e tem aqueles que são agregados. 

Os consanguíneos se identificam conscientemente com certo grupo, a nível cognitivo, sabendo no que se consiste e/ou porque se identificam com os seus valores. Já aqueles que se encontram na condição de agregados se associam a um grupo a nível emotivo, mais ignorantes sobre o que isso se consiste ou o que/quem estão defendendo, em que o pensamento crítico sobre os mesmos é suspenso por tempo indeterminado, resultando em uma espécie de delírio, que pode acabar rápido, demorar bastante ou mesmo nunca cessar.

Idealistas e partidários 

Também existem outros dois tipos, que podem ser mais para agregados ou consanguíneos, dentro desta dinâmica de atração ou repulsa a grupos e ideologias: os idealistas e os partidários. 

Os partidários são aqueles que se vinculam a partidos políticos ou organizações similares, mais por razões pragmáticas, geralmente em busca de vantagens pessoais, mas que também podem fazê-lo por acreditar mais no partido (em sua eficiência ou força) do que nas ideologias que o mesmo se baseia. Já os idealistas são aqueles que se associam a grupos por razões mais puramente ideológicas, por identificação com seus valores. Eles sempre se identificam prioritariamente com a ideologia, sem precisar prestar lealdade ao partido, tal como o partidário faz. 

Ainda sobre o problema de estender o termo "sem religião" para sincretistas religiosos

Seria o mesmo dizer que uma pessoa de raça mista "não tem raça". Mas não ter raça ou etnia "definida' não é o mesmo que "não ter raça" (que nesse caso seria impossível). Nessa metáfora ou comparação, uma pessoa que participa de mais de uma congregação religiosa seria equivalente a uma pessoa mestiça. Reiterando que, "não ter religião" literalmente significa não ter (qualquer) crença religiosa. 

Sobre essencialismo e filosofia

 A filosofia é a busca pela sabedoria que não é apenas a busca pelo conhecimento, mas também do melhor julgamento ou compreensão que se pode ter. Isso significa que não basta saber ou conhecer muito pois se pode julgar mal. Se também é possível saber pouco e julgar bem. Um exemplo extremo e improvável mas explicativo: não basta ter um grande conhecimento em climatologia, mas acreditar que ficar embaixo de árvores protege contra a queda de raios. Isso significa que, na busca por uma melhor compreensão, é preciso priorizar pelo que é mais importante ou essencial à qualquer domínio da realidade ou conhecimento, inclusive e especialmente da realidade em si. Por isso que o essencialismo é elementar à filosofia, isto é, para uma prática filosófica ideal.


O problema do termo "sem religião"

 ''Jovens 'sem religião' superam católicos e evangélicos em SP e Rio''


Esse é o título de uma reportagem da BBC Brasil


''"Eu não tenho religião, sempre fui totalmente pura a isso. Eu acredito em tudo, primeiramente em Jesus, o único Deus todo poderoso. Também acredito em entidades, que me ajudaram muito e sempre que puderem vão me ajudar... Acredito em energias, no universo...'

Assim Mariana Oliveira Viana, de 21 anos e moradora do Rio de Janeiro, definiu em uma rede social suas crenças.''

E esse é um trecho logo no início da reportagem que mostra que tem havido um aumento considerável de brasileiros das novas gerações que, oficialmente, não declaram afiliação religiosa. Mas o exemplo de Mariana é representativo da maioria desse grupo, se segundo o censo de 2010, dos 15,3 milhões de brasileiros "sem religião", apenas 615 mil (4%) se declararam como ateus e 124 mil como agnósticos (0,8%).

Pois eu sempre achei que fossem termos intercambiáveis, mas parece que, pelo menos segundo o IBGE, é possível "não ter religião" e ainda acreditar em deus... Só que essa maneira de definir, com base na afiliação e não na crença religiosa, é confusa e, por isso, talvez fosse melhor se o "sem religião" voltasse a ser sinônimo de ateu ou agnóstico, porque "não ter 'religião'" (de acordo com que tem sido denominada) literalmente significa não ter uma crença religiosa. Portanto, ao invés de "sem religião", esse grupo deveria ser denominado de "religioso moderado/sincretista", "crente variavelmente praticante" ou "religioso/crente sem afiliação definida" e ainda fazer uma divisão quanto àqueles que são "religiosos não-praticantes".

Essa é uma maneira mais lógica de buscar entender esses grupos, suas correlações ou tendências: psicológicas, cognitivas, culturais, morais... 

Diferenças e semelhanças entre psicopatas e sociopatas

 1. Um é neuroatípico e o outro não


Diferente do sociopata, o psicopata é incapaz de sentir certas emoções, especialmente remorso, vergonha, compaixão e tristeza.

O que os faz muito parecidos é o fato de serem excepcionalmente egoístas e, portanto, potencialmente cruéis.

Por uma comparação mais informal, o sociopata equivale ao "nerd" neurotípico e o psicopata ao autista.

1.1 O sociopata pode ter empatia e até compaixão pelos outros

O sociopata tende a ter uma empatia muito desregulada, podendo odiar ou amar profundamente. Já o psicopata não consegue sentir empatia, especialmente a emotiva. Ele até consegue expressar simpatia, mas não de sentí-la de fato. 

2. Um é mais comum que o outro 

Enquanto psicopatas diagnosticados devem variar de 1 a 5% da população, sociopatas parecem ser muito mais comuns. 

Apenas pense na quantidade de pessoas que se declaram de extrema direita e que concordam com todos os "valores" que são defendidos por este lado do espectro político-ideológico, conscientes do que significam, como o racismo (autêntico), a exploração econômica, especialmente dos mais pobres, e a destruição do meio ambiente por lucros?? 

Só aqui, no Brasil, tem até um terço da população que, mesmo diante de todas as evidências sobre a falta de caráter do seu "mito" Bolsonaro e corrupção em seu "governo", continuam firmes e fortes apoiando-o, ainda que não sejam todas sociopatas. 

Mas podem haver mais deles, até porque não faria sentido vermos tanto ser humano cronicamente egoísta, mentiroso, sádico ou indiferente ao sofrimento alheio e isso não se refletir nas estatísticas demográficas. Sem falar que, por ser um espectro de traços, é possível que existam muitos que estão acima da média em sociopatia, mas não o suficiente para serem categorizados como tal. 

Então, de quanto que devemos estar falando?? De 10,20 a até 40% da população??

3. Eles estão desproporcionalmente presentes no topo e nas bases das sociedades humanas 

Geralmente, são os "anti sociais" mais espertos e/ou que são herdeiros de fortunas, que abundam nos extratos sociais mais "altos", na política, no mundo dos negócios e do entretenimento...

Pois não é coincidência vivermos em sociedades tão problemáticas... 

Mas eles também abundam nas camadas sociais mais humildes, já que a maioria dos autores de crimes urbanos são homens de classe trabalhadora.

4. É relativamente mais fácil detectar um sociopata do que um psicopata 

Porque o sociopata é mais emocionalmente reativo e narcisista enquanto o psicopata tende a copiar comportamentos que os outros consideram aceitáveis, atuando como um verdadeiro camaleão social.

5. São transtornos praticamente inatos* , variam de toxicidade, mas também são influenciados pelo meio

São ambos biologicamente determinados no sentido de que, por causa dessa estereotípia de comportamentos sádicos ou egoístas percebida ao longo de suas vidas, é razoável pressupor que praticamente nasceram com essas predisposições "anti sociais". Porém, o determinismo biológico não impede que o meio possa influenciar e, de fato, isso acontece, especialmente no caso de sociopatas e psicopatas menos irracionais, que apresentam uma maior capacidade de autocontrole e autorreflexão, se comparados com os mais impulsivos. 

Um provável exemplo de como o meio pode exacerbar ou inibir tendências anti sociais é a diferença dos índices de criminalidade nas cidades grandes em relação às pequenas, talvez porque em ambientes densamente povoados a competição por status ou poder seja muito maior, atiçando principalmente os indivíduos de má índole. Mas também parece notório o papel determinante da biologia no comportamento humano já que a maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades não se tornam explicitamente violentas por viverem nesses ambientes, nem mesmo nas periferias,  e sem falar dos indivíduos "anti sociais" que habitam cidades pequenas. 

* Também podem ser adquiridos após uma lesão séria na cabeça.

terça-feira, 7 de junho de 2022

O que é e o que não é um apelo à ''falácia do escocês''?? Com exemplos: conservadorismo, filosofia e religião

 "Douglas declarou que os escoceses não colocam açúcar no mingau. Adam disse que é escocês e coloca açúcar no mingau. Então, Douglas, furioso, disse que ele não é um escocês verdadeiro"


Douglas está errado porque, na verdade, não colocar açúcar no mingau não é uma condição absoluta para se ser um escocês.

Um outro exemplo de falácia do escocês

"Segundo um famoso filósofo inglês, o conservadorismo verdadeiro prega e pratica a empatia e não o egoísmo"  

Mas de acordo com a prática histórica e atual do conservadorismo, tem sido o exato oposto.
 
Pois seria o mesmo que dizer que a verdadeira consequência da chuva é secar e não molhar.

O que não é:

''O verdadeiro filósofo nunca pode negar uma verdade''

Se a filosofia é a busca pela sabedoria, então é condicional que alguém que se diz filósofo sempre busque pela verdade, mesmo se lhe for, ou aos outros, inconveniente.

''A verdadeira religião é sobre as verdades existenciais''

Se todas as religiões buscam e acreditam ter encontrado as respostas sobre a origem do universo ou da existência, o sentido da vida, etc..

Agora, se todas religiões têm fabricado essas respostas, então, seria o mesmo se todos os médicos, que se comprometeram a cuidar da saúde alheia, aprendessem técnicas que, na verdade, comprometessem a saúde e mesmo assim as considerassem como totalmente adequadas. Portanto, não há falácia aqui se é condicional à religião buscar por essas verdades, mesmo que todas as religiões já inventadas pelo ser humano tenham se desviado desse propósito.  

A diferença entre conivência, indiferença e impotência

 É comum de se apontar para o comportamento colaborativo da maioria do povo alemão ao regime nazista, na década de 1930, como uma evidência de que todos nós estamos igualmente vulneráveis a, pelo menos, nos conformar com governos ou indivíduos mal intencionados. No entanto, olhando mais de perto, podemos perceber que, pessoas diferentes, em situações diferentes, tendem a ter comportamentos diferentes mesmo se, por uma perspectiva mais panorâmica possa parecer que estejam se comportando de maneira parecida. Pois desprezando indivíduos que, dentro da Alemanha, se opuseram com excepcional valentia ao nazismo e que foram vítimas desproporcionais de sua crueldade, e também aqueles que foram colaboradores ativos, chegando a atuar como autores pessoais de crimes contra dissidentes, mesmo a maioria dos alemães que atuaram como colaboradores passivos, existiram diferenças de postura que precisam ser comentadas, e que costumam acontecer em qualquer contexto similar. São elas, a conivência, a indiferença e a impotência. 


A primeira consiste no apoio a algo, no caso, ao regime nazista, quer seja por relativa ignorância ou por conhecimento do que está defendendo. Foram muitos os alemães que apoiaram a máfia hitlerista e nem por isso eles são totalmente perdoáveis ou moralmente justificáveis, já que mesmo no caso de uma "lavagem cerebral", o indivíduo nunca é convencido por uma narrativa sem que concorde com ela em alguma coisa, inclusive com alguns de seus aspectos mais controversos. 

A segunda consiste em se estar indiferente ao que está acontecendo e, portanto, muito mais propenso a seguir o fluxo do que de ir contra a maré. Mas estar conivente ou indiferente não são posturas muito distintas, ainda mais em um contexto hegemônico de crueldade. Pois alguém que está conivente, porém por ignorância predominante, é um pouco mais perdoável, porque a indiferença também tende a significar uma maior compreensão do que está acontecendo ou de se não importar com o que acontece, enquanto que o ignorante ou alienado pode estar bem intencionado.

A terceira é a mais interessante porque é provável que muitos daqueles que detectam um governo cruel e se opõem a ele acabam caindo nessa categoria de postura, de se perceberem impotentes, especialmente quando calculam perdas e ganhos e concluem que, além de estarem muito mais sujeitos a perder do que a ganhar, suas ações individuais de oposição explícita é pouco provável que terão grande repercussão ou influência concreta, "optando" por essa posição que tende a ser externamente cômoda, mas internamente muito incômoda. 

É muito fácil para nós, vivendo em sociedades variável  a parcialmente democráticas, acusar de covardia ou conivência todos aqueles que vivem em ditaduras e que aparentam se conformar com as mesmas. Só que, se estivéssemos na mesma situação, a maioria acabaria se vendo numa posição de impotência e forçada a se conformar, mesmo que isso não seja o mesmo que apoiar ou colaborar ativamente. 

Alguns possíveis fatos sobre gente ruim

 1. Elas podem ser diversas


Apesar de existirem tendências para certos traços de personalidade, elas podem ser introvertidas ou extrovertidas, criativas ou convencionais, inseguras ou confiantes, espertas ou tolas, "normais" ou excêntricas... 

O que mais as caracteriza é uma capacidade limitada de ter empatia pelos outros que costuma resultar em uma grande frequência de comportamentos egoístas e/ou cruéis.

2. Elas não são as únicas que podem ser ruins... 

... porque a maioria das pessoas já praticaram, praticarão ou pelo menos apoiarão algum ato cruel. 

2.1 Pessoas de boa índole também podem ser cruéis

Mas geralmente ignorantes das consequências dos seus atos, mesmo se estão bem intencionadas.

3. Elas praticamente nascem predispostas a serem mais egoístas//cruéis

Não importa se crescem em um lar acolhedor ou abusivo, porque parece que já nascem com má índole, demonstrando-a de maneira sistemática ao longo de suas vidas.   

3.1. São mais propensas a virem de famílias abusivas 

Porque tendem a ter parentes, incluindo seus pais, portadores de transtornos mentais, especialmente a própria personalidade anti social. 

4. A maioria delas não se arrepende dos seus atos cruéis 

Pelo contrário, até sentem satisfação ou orgulho em praticá-los.

Mas ou então, tem uma minoria que se arrepende. 

5. Elas não são mais racionais

Se ser cruel, por instinto ou sadismo, sem ter uma razão que realmente justifique; de não ser capaz de analisar as próprias ações e suas consequências, é irracional. 

6. Elas costumam passar despercebidas ou serem socialmente aceitas 

Especialmente em uma sociedade capitalista, em que a regra é ser egoísta, materialista,  individualista e, portanto, indiferente às questões sociais//existenciais.

E também porque não são todas elas que praticam crimes explícitos. Mas mesmo as que não são explicitamente violentas ainda se comportam de maneira desagradável ou tóxica com quem está mais próximo. Elas também podem, depois de um bom tempo aparentando "normalidade", começar a se comportar de maneira declaradamente cruel, por exemplo, quando são cooptadas por algum governo ou grupo mal intencionado e percebem que isso pode ser pessoalmente vantajoso, tal como aconteceu com vários cidadãos alemães durante o regime nazista.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Ainda sobre política e personalidade anti social

 Parece que a direita conservadora e/ou capitalista tende a atrair mais sociopatas: anti sociais sinceros, enquanto que as esquerdas tendem a atrair mais psicopatas, anti sociais discretos. Porque a direita tende a defender por políticas explicitamente cruéis enquanto a esquerda tende a defender pelo oposto. Por isso, costumam atrair tipos diferentes de indivíduos anti sociais, se um psicopata é mais astuto em disfarçar seus verdadeiros sentimentos ou intenções do que um sociopata, então, é logicamente esperado que seja mais bem sucedido em sua infiltração nas esquerdas. 

"Religião" (primo pobre) e "ideologia" (primo rico)

 A "religião" tende a ser a ideologia dos mais pobres, dos menos educados, dos mais simples, dos pensadores mais concretos.


Já certas "ideologias", nomeadamente o "esquerdismo", tende a ser a religião dos mais educados, dos mais sofisticados, dos pensadores mais abstratos. 

O poder//dinheiro não corrompe por si mesmo...

 ...mas revela o quão empático e sábio/ racional, ou o oposto, um indivíduo pode ser.

sábado, 4 de junho de 2022

Sobre idolatria e domesticação

 O que aqueles indivíduos que estão celebrando o jubileu da "rainha" Elizabeth e os que admiram o oligarca bilionário Elon Musk têm em comum??


Com perdão aos nossos melhores amigos, mas eles tendem a ser tão domesticados quanto os cachorros, afinal, a relação que estabelecem com seus ídolos é muito similar à relação de um cão e o seu "dono"; tratando-os como se fossem criaturas divinas, dignas de absoluta admiração. 

Pois se não bastasse essa idolatria fanática por "famílias reais", oligarcas e/ou "celebridades", eles também estão legitimando moralmente seus privilégios exorbitantes, como se os merecessem.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Não, o povo brasileiro não é mais empático e nem simpático

Empatia é o ato de se colocar em perspectivas alheias, com o objetivo de compreendê-las. 

Simpatia é o ato de sentir afeição, ter respeito ou educação pelos outros.

Quanto mais empático é o indivíduo, maior a tendência para ser simpático.

A simpatia facilita a ter empatia que, por sua vez, facilita a ter compaixão. 

Porém, é comum que se confunda simpatia com extroversão ou sociabilidade. Pode ser porque uma pessoa extrovertida precisa ser simpática mais vezes por interagir mais com os outros. Mas quantidade não é o mesmo que qualidade e, neste caso, nem com regularidade, já que, da mesma maneira que uma maior frequência de interações aumenta a necessidade ou chance de ser simpático, o mesmo acontece com o risco de ser antipático. Uma pessoa mais introvertida também pode ser mais simpática, se ela for mais frequentemente educada ou afetuosa em suas interações mesmo que interaja menos. Inclusive, me parece que os mais tímidos, que tendem a ser de introvertidos, além de serem mais empáticos que a média, também são mais simpáticos: afetuosos, respeitosos, educados...

Justamente por causa dessas diferenças que, os povos mais extrovertidos do mundo, tal como o brasileiro, não são, a priori, mais empáticos e nem simpáticos, ainda que possam aparentar uma maior simpatia por causa da extroversão. 

"Podemos' ser, em média, mais alegres/extrovertidos, mas definitivamente não parece que "somos' mais honestos, solidários, educados e/ou afetuosos que a maioria dos outros povos. 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

O caso Genivaldo e por que a empatia não é universalmente "ensinável"?

 Genilvado de Jesus Santos foi parado por policiais porque estava andando de moto e sem capacete. Ele ficou nervoso e não obedeceu à ordem de colocar as mãos na cabeça. Seu sobrinho avisou aos policiais que ele tomava remédios controlados. Ele teve os pés amarrados, foi preso dentro do porta-malas do carro da polícia e asfixiado com spray de pimenta e gás lacrimogêneo. 


Eu sei que, cometer esse ato bárbaro, ainda mais se foi por motivação torpe, não pode ter sido cometido por pessoas com o básico do discernimento moral. Então, eu poderia concluir que esses policiais que o assassinaram devem ser, no mínimo, de sociopatas: de indivíduos sádicos, com uma capacidade limitada de ter empatia pelo outro.

Existem alguns estudos mostrando que, em várias profissões, há uma desproporção de psicopatas e sociopatas e que, uma delas é a de policial, também por causa do empoderamento intrínseco à função de "agente da segurança pública" que acaba atraindo esses tipos.

No entanto, nas ciências humanas parece quase consenso que o principal problema da violência policial é a institucionalização de práticas excessivamente violentas, especialmente contra indivíduos da classe trabalhadora. Pois se é lógico que o incentivo à truculência na polícia aumenta a sua frequência, também é lógico que indivíduos de má índole estarão mais propensos a praticá-la e com maior gravidade... 

Por isso, não adianta apenas "ensinar" policiais a serem menos brutos, se o mais importante seria, primeiro, punir com rigor, expulsar ou não selecionar sujeitos em que se perceba uma tendência ao comportamento desproporcionalmente violento para trabalhar ou que trabalham nessa área, claro, uma medida muito mais difícil de ser colocada em prática mediante o seu potencial de mudança estrutural, porém menos superficial do que limitar-se a culpar instituições e defender pelo investimento em "programas educativos". 

Só cortando o mal pela raiz para que casos inaceitáveis como o de Genivaldo nunca mais aconteçam. 

Esclarecendo que não estou afirmando que preparar policiais para lidar com situações como essa seja inútil, mas que será muito mais difícil educar aqueles que mostram-se cronicamente incapazes de aprender sobre empatia e compaixão. Por isso, não vale esse risco de deixar a população civil nas mãos de um número invulgarmente alto de sujeitos que, na verdade, deveriam estar presos ou isolados do convívio social. 

O que muitos veterinários e mercenários de guerra têm em comum??

 (Isso serve para praticamente todas as profissões que se encontram dentro de um contexto de hegemonia capitalista)


Eles têm em comum o fato de trabalharem por dinheiro e não também pelo prazer de prestar serviços à população, pela satisfação de fazer aquilo que mais gostam, no caso dos veterinários, cuidar da saúde dos animais não-humanos. Pois parece que são minoria os profissionais desta área que priorizam cuidar e salvar vidas do que lucrar com os atendimentos, se seus preços costumam ser bem salgados e não costumam abrir exceções aos tutores ou "donos" de animais que não têm condições de pagá-los.

Se é verdade que, para um profissional novo na área, seguindo a lógica implacável e monolítica do capitalismo, primeiro é preciso lucrar para depois ter mais liberdade no trabalho, inclusive de poder dispensar a maximização dos seus lucros, essa desculpa relativamente aceitável não serve mais quando ele já está consolidado no "mercado da saúde". Mas mesmo os que começaram a pouco tempo, ainda poderiam abrir exceções ao atendimento pelo dinheiro. Poderiam. Porém, como eu já comentei em outros textos, o capitalismo, com suas regras individualistas e materialistas, exacerba o egoísmo na maioria das pessoas, em algumas mais e em outras menos. Especialmente em relação à uma profissão tão nobre, essa contradição de agir como um mercenário, se torna ainda mais latente. 

A principal desculpa do "esquerdo-burguês"

 Um dos maiores astros da Hollywood de outrora, o ator britânico Richard Burton, também se declarava como socialista ou, de esquerda, "apesar' de ter acumulado muito dinheiro ao longo de sua vida. Então, teve uma vez que, ao ser perguntado sobre essa aparente contradição, ele se justificou dizendo que não é igual à maioria dos mais ricos, porque não explora os outros...


Ok, mas mesmo não sendo um explorador, essa desculpa não é suficiente para justificar a situação que se encontra um típico "esquerdo-burguês", um indivíduo que se define defensor de valores progressistas, como a justiça social, e que, além de ostentar um padrão de vida muito confortável, pouco ou nada faz na prática aquilo que diz defender em seus discursos. Por ser o mesmo que ver uma pessoa sendo maltratada pelos outros e não fazer nada para ajudá-la.

Por isso que, para aquele que se define ou se posiciona como defensor da justiça social/existencial e é detentor de privilégios socioeconômicos, também é muito recomendável que busque compensá-los, por exemplo, ajudando instituições de caridade, ONGs, indivíduos, se não estará se comportando de maneira muito parecida com a de um burguês capitalista; se é hipócrita dizer que "apoia" a luta pela justiça social, mas estar indiferente às injustiças que acontecem ao seu redor e ainda com algum poder para combatê-las. 

Reducionismo ou essencialismo? E por que o essencialismo é tão necessário à filosofia?

Você pode estar comentando sobre um evento que aconteceu em sua vida e acabar reduzindo demais os seus detalhes, inclusive aqueles que são centrais à coerência dessa história, tornando-a difícil de ser compreendida... e você pode resumir, mas destacando o que é mais importante ou essencial, isto é, preservando os detalhes centrais. O essencialismo é inevitavelmente reducionista, porém, à essência, ao que é mais básico, relevante, determinante e geralmente primário. Por exemplo, o fato de, antes de sermos seres culturais, sermos seres biológicos com predisposições comportamentais que não são resultados de (auto-)condicionamentos à cultura em que se está inserido ou submetido. O essencialismo, portanto, é caracteristicamente baseado, no mínimo, naquilo que parece lógico ou coerente, a partir de uma perspectiva essencial. Por isso que é muito importante à prática mais adequada da filosofia. 

 Há de se ressaltar que o essencialismo não coloca qualquer obstáculo a análise, julgamento ou acúmulo de detalhes não-essenciais de uma realidade percebida, contanto que a essência seja priorizada. Novamente, o exemplo do comportamento em que estruturas posteriores ou resultantes de predisposições, tal como certas instituições sociais, também podem ser consideradas como fatores de influência ao mesmo. Mas, talvez, também seja necessário dividir o essencialismo entre o científico ou factual-materialista e o filosófico ou factual-abstrato/existencialista, do comportamento humano e suas origens biológicas: genes, bactérias, vírus; neurônios, organização cerebral; hormônios... ou suas origens comportamentais: predisposições, tendências, limitações... 

Já o reducionismo pode ser não-essencialista e, nesse caso, geralmente acontece, não apenas um menor acúmulo de detalhes, mas também a centralização de uma relação de causa e efeito, por exemplo, aos detalhes da periferia de uma realidade como se fossem (de) sua essência ou núcleo. Tal como no caso de se considerar o condicionamento cultural como a causa principal do comportamento humano, desprezando sua raiz psicológica, cognitiva ou (pré)disposição, como se a cultura tivesse surgido de si mesma.

Por que transformações radicais de personalidade ou inteligência são menos prováveis de serem verdade?

Vou pegar um exemplo fictício bem conhecido aqui no Brasil e na América Latina: Maria do Bairro. 


Maria do Bairro é uma novela mexicana dos anos 90 do século XX, de grande sucesso, que fala da história, baseada na famosa peça de teatro "Pigmalião" de George Bernard Shaw, de uma moça pobre, humilde e de bom coração que trabalha como catadora (marginal, segundo Soraya Montenegro) e que, depois de ser apadrinhada por um ricaço, aos poucos aprende a se tornar uma mulher refinada e inteligente. Portanto, segundo essa novela, a classe social tem um efeito causal ao nível de educação e inteligência de uma pessoa. Só que, na verdade, não é bem assim porque nada impede que uma pessoa pobre possa ser ou se tornar culta e educada... E sim, elas existem...

Então, para fazer justiça com os dramalhões mexicanos, tem a novela A Usurpadora, em que a personagem Paulina nunca precisou "aprender" a ser educada e "inteligente" mesmo vindo de condição humilde. Pois ela é um exemplo mais realista porque mostra que a classe social, sozinha, não  é capaz de alterar, de maneira radical, a personalidade e/ou a inteligência de uma pessoa, que ela pode muito bem "ter nascido" ou "desenvolvido" por conta própria, independente de sua posição na sociedade, uma maior polidez ou elegância em seu comportar, e também uma maior capacidade intelectual. 

Na verdade, essa é uma visão classista, preconceituosa em relação aos mais pobres/explorados. 

A inteligência também é sobre ou principalmente sobre perceber e não apenas sobre aprender

 Talvez repetitivo, mas sempre relevante


Se eu lhe passar um livro sobre terra plana e pedir que "apreenda" as informações ali contidas, preferencialmente as mais importantes, e você for capaz de memorizá-las, eu poderia concluir que você é inteligente. Se, então, eu lhe disser que o conteúdo desse livro reflete uma verdade incontestável e você concordar sem críticas ou contestações, enfim, de não PERCEBER que se trata de uma mentira, eu posso concluir, corretamente, que você não é tão inteligente tal como eu pensava, porque está demonstrando ter debilidades em sua capacidade racional. 

Eu também posso te pedir para estudar, no sentido de aprender, que é no sentido de memorizar um conteúdo específico. Então, você tenta, se esforça, mas não consegue aprender. A partir disso, eu poderia concluir que você não é muito inteligente. No entanto, talvez, quem não está PERCEBENDO direito sou eu, já que você não é como qualquer um, ninguém é, que pode não ser inteligente nessa matéria ou nesse conteúdo específico, porque ninguém tem facilidade para aprender tudo.

Você percebeu, pelo seu autoconhecimento, que não consegue aprender além dos seus limites. Portanto, quem está certo é você, porque o nível de aprendizado depende do potencial percebido e alcançado. 

Percebam que a percepção é determinante ao aprendizado, tanto para aprender quanto para saber quando não se pode ir além do que consegue aprender. 

Em suma, a capacidade de analisar e julgar o nível de veracidade de conteúdos, bem como a própria capacidade de aprender sobre eles, é tão ou mais importante que de absorvê-los. 

A filosofia precisa ser primariamente essencialista e não relativista

 Dizer que a verdade é relativa ou subjetiva é como dizer que a água é molhada. É uma obviedade redundante. Porém é preciso compreender que a verdade também é objetiva e que uma perspectiva não cancela a possibilidade das outras se estamos falando de diferentes perspectivas e não de uma única dimensão. Pois a filosofia, especialmente a "moderna", parece que tem abraçado o relativismo crítico-analítico, acreditando que a verdade não pode ser objetiva ou que exista uma dicotomia entre essas perspectivas: a de si mesmo ou subjetiva, a de si em relação a um outro sujeito-objeto de comparação, ou relativa, e também a perspectiva do próprio objeto*, ou objetiva. E se a realidade se divide por perspectivas, além dessas, também existe a perspectiva da ou pela essência, não apenas de si por si mesmo, de si em relação à um outro sujeito-objeto ou de um outro sujeito-objeto, mas o que está além e universal a todos esses ângulos de comparação e é por ela que a filosofia precisa se basear. 


* objeto que, inclusive, pode ser a si mesmo, mas analisado de maneira objetiva ou imparcial, ao invés de ser baseado no que sente sobre si ou subjetivamente. Por exemplo, de eu me sentir mais atraente e de como que, por uma comparação objetiva e relativa, os outros, métodos e indivíduos me qualificam, mesmo se há certa correspondência entre a minha auto-impressão e as dos outros, sem necessariamente ter que haver uma exclusão definitiva de uma delas.

Sobre uma diferença entre a verdadeira religião//filosofia e a ciência

 Se a ciência busca pela verdade, a verdadeira religião, que é o núcleo da verdadeira filosofia, também busca a verdade, especificamente as existenciais ou absolutas, que são as mais derradeiras.


Mas a filosofia e, então, a verdadeira religião, não são apenas sobre descobrir que o universo é imenso ou que é improvável a existência de deus/vida eterna, tal como busca a ciência, mas também de aplicar essas verdades no cotidiano, de vivê-las e, portanto, de moralizá-las, atualizando//guiando nossas condutas com o outro e com nós mesmos. É de entendermos o quão pequenos e frágeis nós somos diante dessa imensidão e de que somos essencialmente iguais (não apenas os seres humanos) por sermos finitos, incentivando a humildade, o respeito, a solidariedade, a enfatizar no que mais importa na vida, quando nos tornamos cientes de sua efemeridade e igualdade essencial. 

Por que pouco se fala sobre os "privilégios' asiático e judeu??

 No Brasil, judeus compõem uma pequena parcela da população. Mas estão muito desproporcionais entre os mais ricos, poderosos e/ou influentes do país. Esse fenômeno não é apenas brasileiro. 


Aqui também tem uma minoria de descendentes de leste asiáticos, principalmente japoneses, que estão desproporcionalmente representados em ambientes e posições de elite. Esse tem sido um padrão comum dessas populações em suas diásporas, especialmente nas Américas.

Eu também poderia citar os descendentes de sírio-libaneses, em sua maioria de cristãos. 

E, por acaso tem algum outro progressista, além de mim, que é capaz de falar abertamente dos privilégios desses grupos no nosso e em outros países??? 

Nos EUA, há uma reclamação relativamente correta de que existe uma desproporção de brancos na indústria do entretenimento, especialmente em Hollywood. Mas, por razões que podem variar, de hipocrisia a ignorância, dependendo de quem está repetindo essa narrativa, pouco se fala sobre a enorme desproporção e influência de judeus em Hollywood, inclusive na promoção de si mesmos e de outros brancos, e da exclusão relativa de asiáticos, latinos, índios nativos, indianos e negros.

Também nos EUA, em média, asiáticos, se do extremo oriente ou do subcontinente indiano, atualmente, apresentam um padrão de vida superior ao da maioria branca...

Mas só se fala em ''privilégio branco'', como se apenas ''os brancos'' que fossem ''mais privilegiados'', aliás, desprezando que até a maioria deles não é, especialmente os de classe média baixa e trabalhadora...

Ultra ricos (que podem ser brancos, judeus, negros, asiáticos...), é que são os mais privilegiados e deveríamos estar falando, criticamente, mais deles.

Por que investimentos massivos na educação não irão, sozinhos, tirar o Brasil do subdesenvolvimento??

 Existem muitos fatores que contribuem para o desenvolvimento de um país: disponibilidade de recursos naturais, localização geográfica privilegiada, tamanho da população e do território, clima, relevo, história... Mas um dos fatores mais importantes e, infelizmente, também um dos mais polemizados, é o fator humano, que é a ''qualidade'' de sua população. Pois um país como o Japão, por exemplo, jamais teria conseguido se tornar uma das maiores potências do mundo se sua população também não fosse mais naturalmente disciplinada, ordeira e tecnicamente inteligente. O mesmo pode ser dito, mas em um sentido menos agradável, sobre países como o Brasil, porque, além dos fatores histórico e político responsáveis pelo seu subdesenvolvimento, sua população, em média, menos inteligente, disciplinada e ordeira que as populações da maioria dos países desenvolvidos, incluindo o Japão, também contribui para mantê-lo nesta situação. Por isso que, não basta apenas investir massivamente na educação, esperando que, as próximas gerações de brasileiros, incluindo os de sua "adorada" elite, se tornarão mais inteligentes e honestas, e, então, elevarão o país a um nível de "primeiro mundo", se é improvável que, por essa via, lhes ocorrerá uma grande melhoria em sua qualidade coletiva. Mas isso não significa que o Brasil não deva investir na educação: capacitando professores, construindo novas escolas e reformando as existentes, valorizando a profissão para torná-la mais atraente no mercado de trabalho, reformando o sistema de ensino... porque por mais que o Brasil não tenha o mesmo potencial humano que dos países mais ricos, é importante capacitar e organizar nossa mão de obra o máximo possível, de fazer o melhor com o que temos. E também é fundamental que a sociedade passe por transformações positivas, no caso do Brasil, que seu tortuoso processo de tentar se tornar uma social-democracia seja aprofundado e consolidado, se este é o melhor modelo socioeconômico já inventado pelo ser humano, até hoje, o único que pode desenvolver um país enfatizando o lado social e não apenas o econômico.

Mas para que alcance esse objetivo, o estado brasileiro deve se tornar menos burocrático e menos corrupto, criando mecanismos que identifiquem e excluam sujeitos mal intencionados de poderem exercer cargos, ainda mais os de maior importância, isto é, de combater a corrupção desde a sua raiz.

Ou, pelo menos, de puni-los de maneira exemplar, mas sempre penso que é muito melhor prevenir do que (tentar) remediar.

Potencial humano ameaçado??

No Brasil, não bastasse sua população não ser das mais naturalmente inteligentes, também vivencia, talvez a mais de duas décadas, um padrão disgênico em que, indivíduos com maior escolaridade, em média, mais inteligentes, têm tido menos filhos se comparados com aqueles que têm apenas ensino fundamental e que, a médio e longo prazo, é provável de resultar numa diminuição do seu "capital humano", sobrecarregando o estado com indivíduos menos capazes e aumentando a escassez dos que apresentam um maior potencial de qualificação técnica e contribuição social, sem falar da emigração de muitos deles para o estrangeiro, fugindo da criminalidade, da corrupção e da falta de investimento ou apoio à educação e, portanto, à ciência, áreas de atuação de boa parcela da "elite cognitiva". Por isso é necessário estancar essa sangria oferecendo muitas vantagens para que permaneçam no país, não apenas no sentido profissional, mas também socioeconômico, até para que, os que queiram constituir família por meios naturais tenham total possibilidade de fazê-lo. Já quanto aos "menos inteligentes', geralmente de classe trabalhadora, há de se incentivá-los à prática do planejamento familiar, e perceba que não estou sugerindo que sejam completamente impossibilitados de ter filhos, mas que busquem ter um número razoável, preferencialmente de um a dois, valendo até oferecer-lhes vantagens financeiras para atender esse objetivo, desde o pagamento gratuito da esterilização até ao oferecimento de uma casa própria.

Enfim, garantir uma boa qualidade de vida para todas as classes sociais, mas buscando por um equilíbrio favorável nas camadas cognitivas.

Claro que também seria muito interessante se, indivíduos com personalidade anti social fossem identificados cedo e, dependendo da intensidade de sua desordem, no mínimo, ter suas liberdades individuais cerceadas, incluindo a de constituir família.

Sim!!!

Isso é uma forma de eugenia, mas um tipo mais ponderado, moderado...

Não!!!

Não tem outro jeito para o Brasil (e não apenas para nós).

Este, por incrível que possa parecer, é o jeito mais realisticamente "humanitário" para, de fato, começarmos a lidar com os problemas crônicos de um país como o nosso.

Uma alternativa menos explicitamente eugênica seria pela atração de um grande número de estrangeiros altamente capacitados.

Isso que eu não estou me aprofundando sobre os problemas do sistema tradicional de ensino, dominante por aqui, e a necessidade de que seus métodos seletivos e avaliativos, sejam reformados, que eu já comentei em outros textos, de um modelo centralizado na avaliação comparativa e superficial de estudantes para um modelo mais personalizado, que os avalie individual e profundamente, enfatizando no que eles conseguem ou têm aprendido e não em suas dificuldades, enfim, aceitando que os seres humanos são psicológica e cognitivamente diversos,e passando a lidar com essa realidade da melhor maneira possível, se organizando de maneira a tornar essa diversidade uma força.