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sábado, 29 de janeiro de 2022

Proposto de um novo (e decisivo) transtorno mental...

 O que são ilusões ou delírios?? 


Segundo a psiquiatria, são pensamentos ou crenças sem fundamento com a realidade que são tomados como fatos. No entanto, a mesma não considera como tal pensamentos ou crenças que extrapolem a esfera pessoal do indivíduo. Por exemplo, acreditar em "fake news"; desenvolver preconceitos ou fanatismos sobre pessoas, grupos ou ideologias; ou mesmo acreditar na muito improvável existência de deus/eternidade. Pois esses são todos exemplos de crenças irracionais porque se consistem em distorções ou falsificações de certa realidade. 

Uma possível razão para que a psiquiatria não os considere como delirantes e, portanto, como possíveis sintomas de um transtorno é que, se o fizesse, acabaria tendo que tratar todos os seres humanos como pacientes que sofrem de delírios, geralmente mais específicos, de naturezas ideológica, científica, moral ou política... Incluindo você e eu, sim, porque todos nós, em maior ou menor grau, acabamos, em algum momento em nossas vidas ou permanentemente, enfiando na cabeça crenças infundadas e que são difíceis de serem removidas. No entanto, eu acho que, se desse esse passo, mesmo diante do grande desafio de colocar a humanidade inteira no divã e de entrar em conflito com organizações historicamente poderosas, estaria ampliando a compreensão sobre o nosso real nível de racionalidade, provavelmente bem mais baixo do que se pensa... 
 
Pois além de ser irrealista não considerar como delirantes todos os pensamentos ou crenças infundados que são considerados factuais, também é estigmatizante porque passa uma ideia equivocada de que apenas uma minoria dos seres humanos que os têm com frequência ou que a maioria é "normal", no sentido de ser plenamente racional.

Como resultado, o foco da prática psiquiátrica tem sido direcionado para a adaptação do indivíduo à sociedade em que vive (considerado o principal parâmetro de sanidade mental) e não para sua capacidade racional, de pensar e julgar com justiça ou pela verdade. 

Por isso, insisto que devemos repensar essa maneira de abordar a saúde mental. E, como contribuição, decidi propor por um novo transtorno que, tal como já comentei, afetaria toda população humana, em maior ou menor grau e que seria uma prova de que nenhum de nós é totalmente são. 

Ei-lo: Transtorno de Personalidade Irracional

Bem, esse transtorno consiste numa incapacidade crônica do indivíduo de discernir suas crenças pessoais, incluindo as que são infundadas ou delirantes, de fatos ou verdades objetivas. E, se não bastassem os delírios, esse estado inebriante ainda o influencia a tomar decisões com base neles, aumentando muito o risco de que suas ações tenham consequências negativas para ele e/ou para os outros. Ele se assemelha ao aspecto delirante dos transtornos psicóticos, como a esquizofrenia, mas com a diferença de que os delírios, neste caso, tendem a causar ao indivíduo uma sensação constante de bem estar, de, por exemplo, pensar que está mais certo que os outros, mesmo não sendo verdade; um tipo de delírio de grandeza, não diretamente uma crença de superioridade sobre si mesmo, mas associado a um posicionamento moral, científico, político ou ideológico. Portanto, a personalidade irracional é uma espécie de psicose mais sutil e, consequentemente, muito mais difícil de ser detectada e combatida.  

Então, eu acho que só podemos concluir que, ter pensamentos delirantes é uma tendência extremamente comum aos seres humanos e, se a grande maioria apresenta delírios ou crenças infundadas que não consegue superar, por lógica, também deveria ser diagnosticada.

Em relação ao tratamento deste transtorno, infelizmente, não existe nenhum, oficialmente estabelecido, se ainda não há sequer uma conscientização sobre a sua veracidade. Pelo menos, existem técnicas, inventadas por filósofos, que buscam ensinar como pensar criticamente, detectar e evitar falácias, que poderiam ser percebidas como intervenções cognitivas. Mas nada próximo de considerá-lo como uma condição psiquiátrica, sem falar que, todo profissional sério que trabalha na área da saúde mental, deveria considerar tratar a si mesmos, de analisar quanto anda suas capacidades racionais, antes de pensarem em fazê-lo com os outros...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Por que o capitalismo é uma espécie de parasitismo social?

 (E também para qualquer outro sistema econômico ou regime social similar...)


Existe uma relação entre contribuição e acumulação individual, de quanto que um indivíduo contribui e recebe da comunidade ou sociedade em que vive. Pois dentro de uma dinâmica tipicamente capitalista, o trabalhador comum tem contribuído muito mais para a sociedade do que recebido em troca ou recompensado por sua contribuição. Em grande contraste, um indivíduo rico tem recebido ou retirado muito mais do que contribuído à sociedade em que habita. Claro que eu estou falando de termos proporcionais e individuais...


Mas o que isso significa? 


Que os mais ricos, em média, têm literalmente usado as sociedades em que vivem, para o próprio enriquecimento. 


É basicamente assim: a relação entre contribuição e acumulação individual do trabalhador não é apenas desproporcional para a contribuição como também tem tido um saldo negativo quanto à sua acumulação, já que o seu salário, geralmente baixo, não tem sido suficiente nem para cobrir ou acompanhar o aumento (artificialmente inflado) do custo de vida. Já essa relação para o mais rico é diametralmente oposta, porque a sua acumulação individual, para proveito próprio, aquilo que ele tira da sociedade, excede de maneira significativa à sua contribuição. Por isso, ele tende a estar sempre com o saldo muito positivo, com sobras, inclusive para ostentar pela compra ou aquisição compulsiva por produtos de luxo...


Agora, me diga no que isso se parece???

A complexidade de uma verdade muito inconveniente às esquerdas

 Existem diferenças médias de comportamento e de "inteligência' (raciocínio abstrato) entre as raças e etnias humanas. Diferenças que não podem ser eliminadas apenas por intervenções sociais por serem de natureza predominantemente biológica.


Judeus ashkenazim, brancos de origem 

 europeia e nordeste asiáticos (japoneses, chineses e coreanos) são, em média, mais "inteligentes' que indianos, negros de origem africana, índios americanos, sudeste asiáticos, ciganos, maoris e aborígenes. Ou pelo menos atualmente. Eles também apresentam diferenças estatísticas de tipos de personalidade. 


Não!!! 


Ao falar desta verdade, eu não estou pretendendo justificar o racismo ou os crimes do colonialismo europeu; fazer apologia à supremacia branca ou ao nazismo; ou sugerir que devemos abandonar a luta por igualdade social. 


Eu estou defendendo que precisamos amadurecer filosoficamente, aprendendo a lidar com a verdade, seja ela qual for, mesmo se parecer repugnante para nós.


No entanto, em contraste à minha proposta, a maioria dos que se definem como de esquerda negam com veemência essa verdade, pois preferem acreditar que as diferenças socioeconômicas e de desempenho intelectual entre os grupos raciais humanos são causadas exclusivamente por fatores ambientais, notoriamente o racismo estrutural e o capitalismo (não que eu despreze os seus papéis importantes, só não os considero os únicos fatores). 


De qualquer maneira, eu estou falando de médias coletivas porque existem indivíduos de grupos considerados menos inteligentes que são mais inteligentes (qualitativa e/ou quantitativamente) que a maioria dos indivíduos de grupos mais inteligentes. Por exemplo, usando a nacionalidade como comparação, temos brasileiros que são mais inteligentes (dependendo dos critérios usados) que a maioria dos britânicos, mesmo que o nosso povo seja, em média, menos inteligente que os "súditos da rainha". 


Percebam a complexidade do tema... 


Já em relação à inteligência, eu nem estou entrando em detalhes sobre a sua diversidade de tipos: capacidades verbal, espacial, aritmética... nível de criatividade, racionalidade, inteligência emocional... 


Outro fator muito importante, que precisa ser sempre ressaltado, é que traços raciais não causam essas diferenças. Portanto, não é exatamente sobre diferenças raciais que estamos falando, mas de personalidade e inteligência associadas a fenótipos raciais. Afinal, traços físicos, como o tamanho do nariz ou a cor da pele, não nos faz mais inteligentes ou agressivos. Nem mesmo quando há uma aparente causalidade, por exemplo, ter um nariz diferente e sentir vergonha dele. Porque, para que ocorra essa reação, parece ser preciso que, primeiro, exista uma predisposição para a timidez, pois não são todos aqueles com uma mesma característica física que reagem igualmente a partir dela. 


Correlação não é causalidade. 


A correlação é um conjunto de variáveis que compartilham ou coabitam um mesmo contexto. Esse é o caso dos traços raciais, psicológicos e cognitivos, porque estão dentro do mesmo contexto evolutivo, seletivo e adaptativo.


Apesar disso, por estarem dentro de um mesmo contexto biológico, esses traços podem e são transmitidos geneticamente, em conjunto, mesmo que não estejam se causando. Por exemplo, se os japoneses são, em média, mais inteligentes, então, eles estão mais propensos a transmitir aos seus filhos, quando os têm, suas maiores capacidades, particularmente naquelas em que tendem a se destacar (espaciais e aritméticas). 


O racismo não é uma verdade inconveniente, mas uma mentira conveniente, especialmente para os mais racistas, porque se baseia nas crenças falaciosas da supremacia ABSOLUTA de um grupo sobre outros e que traços raciais causam comportamentos. Essas duas afirmações são centrais para uma definição mais essencial de racismo. 


Agora, o fato de um grupo ser ou estar, em média, mais inteligente que outro, não significa que o grupo menos inteligente não seja inteligente, porque estamos falando de médias comparativas e não sobre desempenho objetivo do grupo (e de indivíduos do grupo), quer seja no âmbito cultural, social ou adaptativo e sem nunca desprezar a influência de fatores ambientais: políticos e históricos (vide as Coreias do Norte ou pseudo-comunista e do Sul ou capitalista-selvagem).  Outro fato é que as diferenças não existem apenas entre grupos, mas também dentro dos mesmos, dependendo de como os definimos. Por exemplo, se pegarmos os brancos de origem europeia, encontraremos povos, em média, mais inteligentes, como os alemães, especialmente os que não têm origem imigrante recente*, e outros menos, como os Irlandeses viajantes ou Pavee, um grupo étnico com feições tipicamente britânicas (pele muito branca, predomínio de olhos claros...), que apresenta similaridades culturais e intelectuais com os ciganos, como o semi nomadismo, a endogamia e a baixa capacidade cognitiva. 


* Interessante mostrar que, por exemplo, imigrantes vietnamitas e seus descendentes na Alemanha

tendem a ter desempenho superior se comparados com os alemães de outras origens, alemães étnicos inclusive, mas  principalmente que os de origem italiana (que são majoritariamente do sul da Itália) e turca. Claro que a maioria dos sociólogos apontarão apenas para os fatores ambientais como causas para essas disparidades... 


Também é preciso ressaltar que tem havido grandes ondulações civilizacionais entre povos e culturas humanas, de "grupos' que apresentaram realizações memoráveis (aqui, desprezando ações estúpidas ou cruéis) durante um certo período do seu passado e que, hoje em dia, estão em uma situação oposta. E também os que estão "melhor' hoje em dia do que antes. Essas variações estão relacionadas com eventos históricos, políticos e mudanças nos perfis das populações, e nada impede que continuem acontecendo.


Enfim, negar uma verdade inconveniente não fará com que desapareça, além de não ser possível trabalhar com mentiras e esperar por  resultados que correspondam perfeitamente aos objetivos desejados. Por isso, não adianta pedir por mais igualdade social se se despreza completamente a existência de desigualdades ou diferenças quantitativas e qualitativas de natureza biológica (também de outras categorias, como a de sexo). Propor resoluções de problemas com base em mentiras costuma causar mais problemas do que diminuir ou eliminar os existentes.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Você é ou se considera uma pessoa altamente racional?

 Elaine Aron é uma psicóloga estadunidense e autora do termo "Pessoa Altamente Sensível", que se refere a um indivíduo dotado de alta sensibilidade de processamento sensorial, condição estimada para estar presente em até 20% da população, pelo menos nos EUA.


Inspirado nisso, resolvi, eu mesmo, cunhar um termo similar que, pra minha surpresa, parece que ainda não havia sido pensado, o de "Pessoa ou Indivíduo Altamente Racional", que é aquele que mais desenvolve suas capacidades intelectuais, no sentido de análise, julgamento e clareza de raciocínio; que se torna mais consistente no uso do pensamento lógico, priorizando por fatos/verdades, evidências ou aquilo que faz sentido do que crer em algo apenas porque promove o bem estar pessoal, aprendendo a estar sempre criticando suas próprias crenças e de atualizá-las. Esse indivíduo, portanto, apresenta grandes capacidades de análise e reflexão, de autoconhecimento e senso de justiça. 


Aqui, estou considerando como racionalidade a capacidade de pensar com lógica e não a de maximizar vantagens individuais ou coletivas, ainda que, por sua via, seja um resultado possível.


Correlações 


As pessoas altamente racionais são mais propensas a serem altamente sensíveis (consciência mais atenta ao mundo exterior), introvertidas (por causa da relação entre introversão e introspecção), autoconscientes, idealistas (percepção e resolução de problemas), superdotadas e filosoficamente maduras ou "hiperrealistas". No entanto, também existem correlações "negativas' à condição. São elas: uma maior dificuldade de socialização, irritabilidade, insensibilidade involuntária, antagonismo excessivo, super empatia, desajuste social e melancolia. 


A dificuldade de socialização, a irritabilidade e o antagonismo excessivo são reações lógicas à sua percepção de irracionalidade predominante nas sociedades, bem como na maioria dos seres humanos com os quais ele interage ao longo da vida.


A insensibilidade involuntária é causada pela própria tendência do altamente racional de priorizar dizer a verdade, objetiva (honestidade) e subjetiva (sinceridade), do que "mentir para agradar". Apesar disso, não significa que ele não seja empático, pelo contrário, porque graças à sua excelente capacidade de análise, síntese e memória de longo prazo, ele tende a desenvolver uma super empatia, de se colocar nas perspectivas de todos os que estão envolvidos dentro do contexto em destaque, ajudando-o a compreender a situação, até para que possa abordá-la da melhor maneira possível. Só que pode ter o efeito paradoxal e, até desagradável, de se expressar como um corretor impulsivo de contradições e falácias alheias, mesmo durante conversas triviais.


O desajuste social é um grande risco ao altamente racional, justamente por ser o mais propenso a se tornar profundamente consciente sobre o predomínio dos problemas causados pela irracionalidade humana, e isso também o tornar mais desanimado e cínico de se adaptar na sociedade, que pode chegar à  conclusão (realista?) de ser uma farsa ou mentira do que diz ser. Novamente, acontece esse choque entre o seu ideal racional e a realidade, geralmente muito aquém desse ideal. Pois os poucos países que podem ser considerados mais racionais, mas de maneira muito superficial, têm sido os escandinavos (já  o Brasil seria o oposto). 

 

A melancolia é uma reação comum ou esperada do altamente racional por causa do seu profundo realismo, sobretudo em relação à vida.


A dificuldade de socialização, em partes, é o resultado de sua natureza mais introvertida ou introspectiva e, também, seletiva. Se, a priori, gostar de estar sozinho, com os próprios pensamentos, não é intrinsecamente ruim. O problema é quando esse desejo resulta em um isolamento progressivo do convívio alheio.


Irritabilidade, insensibilidade involuntária, antagonismo excessivo e super empatia, reações comuns que tendem a afastar os outros do convívio com o altamente racional, podem ser controladas. Inclusive, o seu grande poder de análise pode ajudá-lo a rever suas condutas e melhorar, por exemplo, evitando ser sempre franco e a querer "ensinar" os outros o que considera certo, e que tende a ser mesmo o mais certo ou ideal. 


Quanto à melancolia, se é impossível deixar de senti-la a partir da verdadeira maturidade filosófica, de consciência sobre a finitude, a fragilidade e a igualdade da vida, sobre quem realmente somos e o que realmente importa, pelo menos é possível administrá-la e com a própria racionalidade, por exemplo, também buscando pelo lado doce da vida, para equilibrar. 


Cultural ou ideologicamente falando, as pessoas altamente racionais são muito prováveis de serem:


- Progressistas (mais para a social-democracia), mas nunca rigidamente ideológicas, pois sempre buscam considerar os pontos mais adequados (ou racionais), independente do grupo que os defende; 


-- Particularmente críticas ao sistema capitalista, bem como à qualquer outra ideologia que também apresenta contradições morais, falácias e/ou que se baseia em crenças infundadas;


-- Ateus ou agnósticos (se as crenças religiosas são exemplos clássicos de irracionalidade);


- A favor da preservação do meio ambiente;


- Do respeito aos direitos humanos: individuais, das mulheres, de minorias e aos animais (pode ser que muitos altamente racionais se tornem veganos/vegetarianos ou reducionistas éticos);


-- Enfim, contra preconceitos, especialmente os irracionais ou sem justa causa...


São quantos?


Ao contrário dos altamente sensíveis, eu acredito que a proporção de seres humanos que são altamente racionais seja bem mais baixo do que essa média de 20%, que tem sido estipulada para o primeiro grupo, se eu pensei nesse termo para me referir aos mais racionais de todos, portanto, possivelmente uma pequena minoria.


É uma condição geneticamente determinada??


Se todas as nossas características cognitivas e psicológicas apresentam carga genética ou biológica, então, o mesmo para a capacidade racional e os seus níveis mais altos. Claro que ter um potencial não significa que se irá alcançá-lo, ainda que, por ser um nível muito expressivo, a elevada racionalidade pode ser o destino para quem parece ter nascido com seu potencial.  


É um tipo de personalidade??


Não necessariamente, por ser um conjunto de habilidades (analítica, reflexiva, de autoconhecimento...) que tem como principal finalidade promover a compreensão sobre qualquer tópico, especialmente dos mais importantes, ainda que alguns tipos de personalidade sejam muito mais comuns do que outros nesta população.


Como se avalia o nível mais alto de racionalidade?


Se, por esse conceito conciso que tenho usado, todo aquele que apresenta ou que acumula um grande predomínio de crenças sustentadas por fatos, evidências ou padrões lógicos, e que esteja sempre usando suas capacidades analíticas e de julgamento, inclusive sobre si mesmo, ao invés de confiar cegamente em sua intuição, é provável de ser uma pessoa ou indivíduo altamente racional.


Estereótipos 


O altamente racional é o mais adaptado 


A racionalidade, assim como a inteligência emocional, é uma característica muito positiva que ajuda o ser humano a compreender e a lidar com a realidade da melhor maneira possível. Apesar disso, a alta capacidade racional pode ou tende a aumentar o seu nível de desajuste nas sociedades humanas, até mesmo por causa da irracionalidade predominante nas mesmas, desde os primórdios da civilização. Como resultado, tal como acontece para a inteligência emocional, a racionalidade parece que é mais adaptativa em níveis moderados.


Ele é um excelente planejador  


Não são todos os indivíduos altamente racionais que são excelentes planejadores, primeiro porque o conceito de racionalidade é a capacidade, tanto cognitiva quanto psicológica, de priorizar e lidar com a verdade objetiva, não necessariamente de organização pessoal. Isso significa que, indivíduos que não são altamente irracionais, inclusive os que são o oposto, também podem ser muito organizados. Segundo que, a capacidade de se organizar também está relacionada com o nível de adaptação social do indivíduo, que depende de vários fatores, muitos que estão além do seu próprio controle. 


Ele é superdotado


Não são todas as pessoas altamente racionais que são "superdotadas", mesmo que a alta capacidade racional possa ser considerada uma forma de superdotação e que exista uma provável correlação positiva com ser academicamente inteligente. Porque a racionalidade é uma característica qualitativa e não quantitativa da inteligência humana, que é mais sobre constância de acertos; de precisão factual, de julgamento e acúmulo de crenças ou opiniões baseadas em fatos, do que de conhecimentos técnicos. 


Ele não é emotivo


É verdade que, sem compreensão e controle das próprias emoções, é bem provável que nos tornemos mais preconceituosos e/ou fanáticos. Mas por serem nossos canais de reação e julgamento subjetivo a contextos, indivíduos, ideias e pensamentos, elas têm grande importância para a racionalidade, especialmente quando são acessadas de maneira adequada. Portanto, não é a falta de emoção ou a insensibilidade que nos faz mais racionais, mas o seu uso mais coerente. 


Eles é mais calmo ou equilibrado


O mesmo erro, de considerar a racionalidade um tipo ou traço de personalidade, é cometido em relação ao estereótipo de que os indivíduos altamente racionais são mais calmos ou equilibrados. Pois, como fervorosos defensores da verdade e, portanto, da justiça, faz sentido que acabem se tornando mais reativos, especialmente a partir dos constantes confrontos com aqueles que se apegam à ilusão; que defendem mentiras perigosas que podem ou prejudicam outros indivíduos (humanos e não-humanos);que sempre se comportam de maneira irracional. Eles ainda podem ser mais calmos do que a média, mas não que sejam completamente indiferentes ao que acontece ao seu redor e no mundo.


Ele é o mais pacífico 


Em sociedades dominadas por uma maioria de indivíduos psicopáticos e, portanto, baseada em parasitismo social e/ou opressão ideológica, não há razão racional para baixar a guarda e se tornar absolutamente pacífico, porque também pode significar que se está conforme ao que acontece de errado ou... irracional.


Perceba que, para o mais racional, o contexto é muito importante.


Ele não pode ter transtornos mentais


Pois, uma grande sensibilidade, cognitiva e emotiva, em interação com ambientes sociais hostis pode ou tende a resultar em efeitos psicossomáticos, como a timidez, por exemplo. Se qualquer grande sensibilidade que apresentamos está relacionada com um maior risco de desenvolver algum tipo de transtorno. No mais, o altamente racional é o mais intelectualmente saudável, não o mais mentalmente. Também parece lógico que o mais racional tende a lidar melhor, mesmo numa situação pessoal de desenvolver um transtorno, por causa de sua própria racionalidade, com o constante auxílio da inteligência emocional.  


Quanto aos altamente irracionais 


Os indivíduos mais irracionais são fortemente propensos a confiar em suas próprias intuições de maneira indiscriminada, provavelmente por também apresentarem déficit em autoconhecimento. Como resultado, estão em grande risco de construir mapas mais caricatos da realidade e se comportar de maneira irracional.


Eles são muito mais comuns que os altamente racionais, inclusive, boa parte das estruturas ideológicas e culturais humanas estão constituídas por ideologias predominantemente irracionais, que têm a mentira ou o engano como matéria prima... 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A única pauta de justiça social que interessa à extrema direita

 ???


Imagine um mundo alternativo em que, segundo algumas previsões, a raça negra pode entrar em extinção até o final deste século, se nada mudar em relação ao seu cenário atual: de taxas de fecundidade muito baixas, envelhecimento demográfico progressivo, imigração em massa para os países em que são maioria, e altos índices de miscigenação racial, lembrando de sua genética recessiva; que a maioria dos governos dos países em que habitam introduziram políticas que incentivam a vinda de imigrantes, a maioria de outras raças; que boa parte da mídia e do sistema educacional também parece estar mancomunada com esse propósito, pela inculcação do negacionismo anticientífico da existência e relevância das raças humanas, das diferenças médias e intrínsecas entre elas e dos sujeitos de nossa espécie; de lavagem cerebral que promove a miscigenação e demoniza qualquer tentativa de autopreservação racial, especialmente dos "negros'', e a "culpa negra", como se apenas "eles" que fossem culpados por todos os males da humanidade; que fazem tudo isso supostamente para combater o racismo (argumento moral) e o envelhecimento da população (argumento econômico)...


A que conclusão você chegaria?? 


Que provavelmente está havendo uma tentativa de genocídio, né?? 


Eu estou pensando que, se você for um típico progressista, você irá concordar que se trata de uma tentativa de genocídio, especialmente se estivermos falando de negros... aliás, na realidade, você provavelmente acredita que esteja acontecendo um genocídio, financiado pelo Estado (no Brasil, nos EUA...), contra populações negras que vivem em áreas periféricas*...


* Só que a maioria dos crimes ou atos de violência contra indivíduos negros é praticada por outros indivíduos negros, geralmente homens heterossexuais (não estou desprezando a violência desproporcional da polícia contra os mais pobres, geralmente negros e pardos), e o termo genocídio não parece cabível aqui se não há redução demográfica e risco de extinção.  


Mas, agora, quero que volte para o mundo real, em que estamos, e apenas substitua raça negra por branca.


Então, você mudaria de opinião?? 


Passaria a negar que tudo isso esteja acontecendo mesmo diante desses fatos??


Será mesmo que todos os brancos, especialmente os de classe trabalhadora, devem ser sacrificados para "curar o racismo" do mundo??

 

Afinal, são justamente eles que têm recebido o grosso da imigração em seus bairros de periferia, nos países de "primeiro mundo", não os mais ricos.


Mas não parece que estão sendo injustiçados??

Que estão sendo usados como bodes expiatórios para livrar as "elites" (burguesas, monárquicas e eclesiásticas), a maior parte da culpa pelos males que já causaram e que continuam a causar?? 


(Já que são as "elites" que detêm o poder e, portanto, que mandam)


Se é verdade que os europeus e sua diáspora têm sido responsáveis por muitos crimes, da escravidão africana e ameríndia à destruição do meio ambiente, eles não são os únicos que têm praticado crueldades desde os primórdios de nossa espécie, e sem estar querendo justificá-los ou desculpá-los. Porque também temos que nos preocupar com as generalizações, se não são todos os caucasianos europeus que são coniventes, indiferentes ou protagonistas nessas merdas. O problema, portanto, não é de incutir culpa "neles", mas apenas neles, além de fazê-lo sem a complexidade que esse tópico exige.


Pois será que devo lembrar que "raça não define caráter"?? 


Sem falar que, individualmente falando, somos responsáveis apenas pelos atos que praticamos (ainda que também exista "culpa coletiva e histórica"). Isso significa que, nenhum branco vivo tem culpa pessoal pela escravidão africana, que acabou há mais de um século atrás. Só se a tiver praticando de maneira literal (desprezando que continuam a acontecer formas análogas de escravidão dentro da África e praticadas por negros contra negros). 


Talvez isso esteja acontecendo via capitalismo. Mas, indivíduos de todas as raças têm sido vitimados por essa escravidão moderna, inclusive muitos brancos. Sem falar da existência de "patrões" abusivos de outras raças. Pois se o critério para explorar fosse especialmente a raça, não faria sentido que brancos também fossem explorados. 


Em relação às baixas taxas de fecundidade, existem algumas pesquisas mostrando que a maioria dos casais (heterossexuais), ao menos nos países da União Europeia, gostaria de ter uma média de dois filhos. Porque, em todo mundo desenvolvido (e também nos países em desenvolvimento), o alto custo de vida nos meios urbanos é um dos principais fatores que têm inibido esses casais a ter o número de filhos de suas preferências. 


Alguns poderiam argumentar que estaria acontecendo uma coincidência de fatores, já que outras populações também têm apresentado taxas de fecundidade muito baixas e consequente envelhecimento, mas sem a inculcação de auto-ódio e doutrinação, via mídia, do multiculturalismo e da miscigenação racial. Pois mesmo se apenas o alto custo de vida, causado pelas lambanças das elites burguesas, fosse suficiente para provocar essa queda vertiginosa do crescimento demográfico, desde os anos 70, continua evidente que existe uma doutrinação de "culpa branca" e "cura" dessa culpa pela mistura racial e/ou adesão ao multiculturalismo, pela maior parte dos meios de comunicação ocidentais. 


Pra mim está claro que essa provável tentativa de genocídio da raça branca é mais uma pauta da justiça social, tal como a antirracista, a ecológica, a antiespecista, a feminista e a LGBT. Aliás, seria parte da pauta antirracista...


No entanto, para uma provável maioria de progressistas, não passa de uma teoria de conspiração inventada pela extrema direita ocidental para justificar a perpetuação da supremacia branca. Mas mesmo que a extrema direita, de fato, tenha esse objetivo, não significa que o genocídio branco não esteja acontecendo. Só não é imediatamente percebido porque tem acontecido de maneira lenta, sem banho de sangue, por enquanto, desprezando o aumento da violência racialmente motivada em regiões específicas, como a África do Sul...


Interessante pensar que, justamente aqueles que mais desprezam a justiça social são os mais consternados com esse possível genocídio em curso. Mas, faz sentido já que são, em sua maioria, de brancos conservadores...


E que muitos daqueles que mais prezam por justiça social, pelo menos nominalmente, estejam desprezando completamente essa situação, inclusive se colocando ao lado dos que estão, conscientes ou não, empurrando o genocídio branco. 


Que a raça tem sido um símbolo usado para a prática de opressão, isso é inquestionável. Mas o ponto crítico aqui é a própria ocorrência da opressão, que pode ser justificada por qualquer outro símbolo. Portanto, o que mais importa não é se são brancos oprimindo negros mas que existam grupos ou indivíduos oprimindo outros. E se fossem negros oprimindo brancos, de maneira indiscriminada, acho que muitos progressistas apoiariam...  


Na minha opinião, se as esquerdas reconhecessem e adotassem como pauta de justiça social essa tentativa de genocídio da raça branca, que elas mesmas incentivam, eu aposto que isso poderia ser um grande avanço na desarticulação política das forças ultraconservadoras.


Mais uma vez o meu lamento de sempre... de, se a esquerda apenas buscasse ser coerente com o que mais defende, generalizando o seu faro por justiça social, enfim, fizesse o básico...

domingo, 9 de janeiro de 2022

"A espécie humana é a única que é racional"

 Se ser racional é o mesmo que estar sempre buscando pela verdade (objetiva) ou por fatos, então, não, não é possível concordar com essa afirmação mediante a grande proporção de seres humanos que apresentam uma capacidade limitada para ser sempre ou o mais racional que se pode ser. Ainda assim, somos a única espécie que apresenta esse potencial de racionalidade, graças à nossa capacidade variável de raciocínio ou julgamento complexo-reflexivo, que muitos chamam de "livre arbítrio". Portanto, em termos gerais ou coletivos, caímos numa perspectiva entre ser e não ser racional, no sentido de irracional, e mais para não ser, de modo que, somos a única espécie deste planeta que consegue ser irracional, por apresentar potencial para ser racional e, em média, falhar em alcançá-lo. E, como eu já comentei, as outras espécies não podem ser consideradas irracionais justamente por não apresentarem esse mesmo potencial de racionalidade, se seria o mesmo que dizer que o ser humano é deficiente para voar sendo que esta habilidade não nos é fisicamente possível, nem mesmo para as espécies que têm constituições semelhantes às aviárias mas (também) não evoluíram para voar. 

"A filosofia se tornou obsoleta; foi substituída pela ciência"

Depende do que você considera como filosofia. Se você acha que se resume a citar nomes e obras de filósofos, especialmente os gregos, de falar mais sobre teoria do que prática, de fazer mais perguntas do que respondê-las, de inventar novos termos com importância variavelmente limitada, ou de escrever textos indecifráveis, então, sim, a filosofia está ficando ou já se tornou obsoleta.


Mas a filosofia, além de ser a mãe da ciência, também permanece influente e relevante ao seu lado, atuando como a sua própria consciência, especialista no lido das questões morais, como as desigualdades sociais, que estão presentes em toda discussão humana. Se a sabedoria que busca e zela não é apenas a do conhecimento, no sentido de saber, mas também no de julgar, de fazer o melhor julgamento possível a partir da verdade.


Pois não pense que cientistas conseguiriam plenamente substituir filósofos para lidar com questões morais, se é perceptível que a mente requisitada pela ciência, mais detalhista, não é a mesma que está mais apta para atender às necessidades práticas da filosofia (uma mente mais holística). 


Por exemplo, o debate sobre o aquecimento global, em que a sua argumentação tem base totalmente filosófica: desde a crítica ao papel central do sistema capitalista na destruição massificada do meio ambiente; da necessidade de se preservar a biodiversidade, visando construir uma relação sustentável com a natureza, até ao existencialismo de se expandir o ciclo de empatia às demais espécies, cabendo à ciência a produção de dados matemáticos sobre o aquecimento global, de tecnologias e estratégias de manejo sustentáveis e de cenários possíveis sobre o que pode acontecer. 

Mais um exemplo de raciocínio torpe de "conservadores"

 "As pessoas que adoram ter animais de estimação estão carentes ou os usam como substitutos dos filhos que não têm"


Eu tenho a impressão de que as pessoas que preferem tê-los como companhia, eu, por exemplo, estão carentes sim, mas de seres humanos realmente empáticos... por isso que buscam nos seus ''mascotes'' o que não encontram na maioria dos humanos que conhecem. Mas também penso que, mesmo se a humanidade suprisse essa necessidade, ainda valeria a pena conviver com essas criaturas, por serem experiências únicas e intensas de lealdade e carinho, em boa parte das "parcerias".


Pois enquanto é verdade que existem muitos casais heterossexuais sem filhos que têm animais de estimação, me parece que a maioria dos casais com filhos também os têm.  


"As pessoas "preferem' ter animais (não-humanos) de estimação do que filhos porque são egoístas" ... 


Bergoglio, Francisco.


Não bastasse se negar a "abençoar" uniões homo-afetivas por considerá-las pecado, o "papa" argentino soltou mais essa pérola, desta vez destilando o seu veneno àqueles que 'preferem" ter animais de estimação do que filhos, acusando-os de egoísmo...


Mas será que "preferem"?? 


Primeiro que, não existe uma relação causal entre não ter filhos e ter animais de estimação, como eu comentei acima. Segundo que, além dos casais heterossexuais que têm animais de estimação e não têm filhos porque não querem, também existem aqueles que também têm animais e que até gostariam de ter filhos, mas, por razões financeiras (custo de vida alto nos centros urbanos, salários baixos, empregos instáveis, inexistência de auxílio-maternidade, dificuldade para comprar uma casa própria, enfim, as maravilhas do capitalismo) acabam atrasando ou abdicando desse desejo. 


Por egoísmo?? 


Os casais que não querem ter filhos e têm animais de estimação admitem que não têm vocação para constituir famílias biológicas. Melhor assim do que serem pais ausentes ou abusivos, como a maioria dos pais mais "conservadores"... 


Já os casais sem filhos que têm animais de estimação, mas que gostariam de ter filhos, se sentem intimidados por suas dificuldades financeiras e, então, decidem abdicar ou atrasar a cegonha. 


Nos dois casos, eu não detectei egoísmo.


Já aqueles casais que têm filhos apenas porque queriam ser pais, mesmo sem ter condições financeiras ou psicológicas para cuidar deles, são os mais egoístas, porque só estão pensando em si mesmos. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Possíveis mitos populares sobre a inteligência emocional

 Possíveis...


1. É o mesmo que adaptação social 

São vários os fatores que contribuem para a adaptação social de um indivíduo. A inteligência emocional é apenas um deles, que pode ser decisivo ou não. Outros fatores muito relevantes são: o cognitivo, o econômico, o circunstancial (o racial, o político)...

A maioria dos indivíduos mais bem sucedidos não são os mais emocionalmente inteligentes. Inclusive, parece muito conveniente para a elite burguesa acreditar que seu "sucesso" se deva, supostamente, à sua inteligência emocional superior. Até parece com uma narrativa de "meritocracia" para justificar seus privilégios injustos...

2. É o mesmo que extroversão 

Extroversão é uma motivação intrínseca para interagir socialmente. Não é o mesmo que inteligência emocional. Já a introversão é uma forte preferência para estar sozinho ou ser mais seletivo nas relações sociais. Não é o mesmo que ser emocionalmente deficiente. Introvertidos e extrovertidos têm forças e fraquezas emocionais distintas. Em média, extrovertidos são mais simpáticos e autoconfiantes, mas também mais propensos a agir de maneira cruel, irresponsável e/ou irracional. Os introvertidos, por sua vez, têm maior dificuldade para interagir, especialmente com extrovertidos, mas, em compensação tendem a ser mais humildes e educados com os outros. De qualquer maneira, a maioria dos mais emocionalmente inteligentes deve ser de ambivertidos.

O contexto importa...

O ideal seria focar a análise nas capacidades emocionais do indivíduo do que nos seus níveis de adaptação social, porque existem aqueles que já apresentam grande compatibilidade de personalidade com os ambientes em que cresceram e/ou vivem, e que pode ser confundida com uma maior inteligência emocional.

3. É o mesmo que ser altruísta 

Ainda que a empatia seja um elemento básico da inteligência emocional, ela também é instrumental para a detecção de indivíduos tóxicos, situações perigosas e/ou para a autodefesa.

4. Não pode ser avaliada de maneira objetiva 

A inteligência emocional, assim como a própria inteligência, é uma capacidade de perceber, compreender e adaptar-se à perspectivas ou realidades, só que de natureza emotiva.

Por exemplo, um indivíduo que está praticando "bullying" falha em compreender que está agindo por impulso, isto é, o seu próprio estado emotivo, mesmo que negue, e também o estado de quem ele está maltratando. Por ser um ato de extremo egocentrismo, o indivíduo que o pratica não é plenamente capaz de perceber o impacto negativo que está causando ao outro, que só seria possível pela empatia, de se colocar em sua perspectiva ou realidade.

Nesse sentido, a inteligência emocional é similar aos comportamentos lógicos que praticamos no cotidiano, por exemplo, quando começa a chover forte, com queda de raios, relâmpagos e trovões, e procuramos por um abrigo para não ficarmos no meio da chuva, enfim, de identificar a realidade de certa situação e, a priori, buscar agir de acordo ou da melhor maneira possível. Pois nos momentos de interação interpessoal também precisamos identificar as realidades (contextual, individuais) com as quais estamos lidando, incluindo as nossas, em nossos comportamentos, e agir a partir dessas percepções. Se faz sentido buscar por refúgio para não se expor à chuva, não faz nenhum sentido atacar alguém sem causa realmente justificável (reagir reciprocamente à provocações; depois de sofrer ameaças contundentes ou perceber um indivíduo agindo de maneira cruel com outros), além de fazê-lo de maneira impulsiva, sem controle de si mesmo. Seria como procurar refúgio por causa de um céu nublado. Ainda se poderia apelar para o caráter "recreativo" do "bullying" para o abusador. Mas seria exatamente o mesmo que justificar o estupro, por também ser um ato em que não há consentimento de umas partes envolvidas. Independente disso, a principal finalidade da inteligência humana é a busca pela verdade objetiva e, portanto, da compreensão, não o prazer sádico.

5. É o mesmo que saúde mental 

Ter um transtorno mental não impede que se consiga desenvolver uma boa inteligência emocional, apesar dos desafios extras que esse cenário acarreta, e que ainda pode ser paradoxalmente vantajoso, dependendo da severidade do caso, porque impele ao indivíduo afetado uma maior vigilância sobre si mesmo.

5.1 Promove um grande bem estar subjetivo 

A inteligência emocional, em níveis moderados, é um dos fatores que ajudam a promover o bem estar subjetivo. No entanto, em seus níveis mais desenvolvidos, o aumento da empatia e da sensibilidade resulta numa maior absorção do sofrimento alheio, diminuindo essa sensação de bem estar, ainda que continue a ser um fator de proteção contra transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade. 

É por isso que os mais emocionalmente inteligentes tendem a preferir pela esquerda no espectro político-ideológico, isto é, a defender por pautas progressistas ou ser a favor da justiça social.

5.2 É o mesmo que ser muito controlado e calmo

Ainda mais em ambientes, situações e/ou com indivíduos moralmente problemáticos, os mais emocionalmente inteligentes tendem a acumular uma maior carga de estresse ao longo do tempo, com a diferença de serem mais hábeis em lidar com esse ônus.

Apenas imagine se você fosse muito inteligente em matemática e estivesse cercado de pessoas que estão sempre cometendo erros crassos do conhecimento que você mais sabe e preza?? Como que você acabaria ficando a longo prazo?? 

O contexto, novamente, importa.

5.3 É o mesmo que ser infalível nas relações sociais

O mais emocionalmente inteligente não é aquele que nunca comete erros de conduta mas o que está sempre aprendendo com eles. A inteligência emocional não é um traço ou um tipo de personalidade mas uma capacidade de compreendê-la e aprender a lidar com ela.

6. Não tem relação com a inteligência cognitiva  

Tem grande influência no autoconhecimento, que também tem grande impacto na capacidade do indivíduo de compreender a realidade e de executar tarefas. Pois aquele com baixa inteligência emocional tende a distorcer suas capacidades, geralmente acreditando que sabe mais do que realmente sabe ou é capaz de saber, extrapolando seu engano em suas abordagens intelectuais. Como resultado, ele está mais propenso a teimar especialmente quanto aos seus raciocínios falaciosos e às suas crenças moralmente contraditórias. 

Concluindo: a inteligência emocional não é exatamente o mesmo que inteligência social...

Nem muito Paulina Martins e nem muito Paola Bracho!!