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quarta-feira, 16 de março de 2016

Intelectualmente inteligentes versus cognitivamente inteligentes



Outsiders versus alfas

ou 'neuróticos' brilhantes versus trabalhadores eficientes


Eu já comentei diversas vezes no velho e neste blogue sobre esta dicotomia que a meu ver tem sido pouco explorada pela psicologia ou pela filosofia. As diferenças entre aqueles que são mais intelectualmente dotados daqueles que são mais cognitivamente inteligentes parece se consistir em uma realidade latente e com reverberações bastante pronunciadas em nossas vidas porque afinal de contas, a maior parte das pessoas dependem daqueles que são colocados em posições de poder bem como de suas decisões. Os respectivos ápices dos dois tipos seriam o gênio filosófico e o gênio científico-''utilitário'. E eu interpretei de bom tom usar a minha classificação hierárquica de sociotipos, trabalhadores, manipuladores e observadores.

O intelectualmente talentoso é um pensador primordialmente holístico que sempre parte da imagem maior, se questionando sobre tudo aquilo que é forçado a crer e que dizem se consistir na verdade. O intelectualmente inteligente é um potencial criador de novas sociedades, ideologias ou ''religiões'' ( em outras palavras, também temos o céu e o inferno como produto-potencial para este grupo).

O cognitivamente talentoso, por sua vez, é um pensador técnico-específico que parte de suas micro-perspectivas perceptivas e/ou cognitivas e  geralmente não perpassará as fronteiras das verdades artificiais que 'é'' condicionado a acreditar, isto é, internalizará com grande naturalidade todas as meias verdades ou factoides, assim como também muitos fatos óbvios. E os mais intelectualmente capacitados deste grupo tenderão a entender o lado de seus pseudo-algozes dicotômicos que eu propus, mas terão fraca resistência psicológica e motivação intrínseca (que muito comumente terá fatores adicionais extrínsecos ou ambientais) para seguir pelo caminho filosófico, quase sempre mais árduo, solitário e complexo.

O filme Família Addams 2, que está ilustrando este texto, é um exemplo muito interessante de embate entre esses dois tipos, em que nós temos Wednesday Addams ( Christina Ricci) como uma jovem neuroticamente brilhante e do outro lado a loirinha burguesa Amanda Buckman (Mercedes McNab), representando a trabalhadora eficiente que pertence às ''elites'' (de mierda, ;) ).

O filme também nos mostra o embate de dois mundos quase que completamente opostos em que nós temos a moralidade forçada e artificial da ''burguesia tecnicamente inteligente'' versus o existencialismo fatalisticamente filosófico dos ''outsiders'' brilhantes e de lambuja, ainda mostrará que para o segundo grupo, haverão correlações significativas com uma diversidade de comportamentos moralmente reprováveis e com problemas de saúde como a alergia do personagem judeu que se apaixona por Wednesday ou a própria psicopatia da garota.

Em relação à triarquia dos sociotipos, os cognitivamente inteligentes se encaixariam especialmente no grupo de manipuladores-trabalhadores enquanto que os outsiders, especificamente aqueles que foram representados no filme, seriam de manipuladores-observadores.

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