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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Uma hipótese a partir das correlações encontradas entre mês ou estação de nascimento e tendências psicológicas

Existem alguns estudos interessantes que têm encontrado correlações positivas, porém, relativamente modestas, entre o mês ou a estação de nascimento e certas tendências psicológicas: de que aqueles que nascem no período do inverno, especialmente no fim do inverno e início da primavera, pelo menos no hemisfério norte, estariam em maior risco de desenvolver transtornos mentais, especialmente a esquizofrenia. E a explicação mais comum seria de que as mulheres grávidas que concebem nesse período estariam mais expostas a infecções virais, e que, em uma eventual infecção, seus filhos poderiam apresentar efeitos de longo prazo, mais tarde na vida, incluindo transtornos mentais. Outro possível fator seria a indução do tempo frio a uma deficiência em vitamina D que contribuiria para complicar o desenvolvimento normal das gestações. A correlação entre prematuridade (ou baixo peso ao nascer) e esquizofrenia (e psicopatologia, de maneira geral) também tem sido percebida. Talvez, um desenvolvimento normal do cérebro que é abruptamente interrompido por fatores externos também pode ser um gatilho de longo prazo para a expressão de um transtorno mental. Ou pode ser que o fator genético e, portanto, hereditário, explique boa parte dos transtornos de natureza psiquiátrica, se, primeiro, um casal cujos dois componentes apresentam o mesmo transtorno, estão em maior risco de passá-lo aos seus descendentes naturais do que um casal com apenas um portador, e especialmente no caso de não haver qualquer sinal explícito de transtorno mental entre um par de humanos biologicamente aptos a procriarem entre si ou que já o tenham feito. Pois é justamente essa última possibilidade que me parece a mais provável por talvez ser a menos extraordinária. Primeiro, porque relacionamentos assortativos, em que há um interesse mútuo e ativo de enlace por percepção de similaridades fenotípicas, geralmente uma combinação de biotipo, personalidade e circunstâncias sociais, aumentam a probabilidade de que indivíduos de sexos opostos com os mesmos riscos de saúde, incluindo os psiquiátricos, se envolvam em uma relação e que se frutifique em descendência natural. Segundo que, o mecanismo proposto para explicar a correlação entre nascer no inverno (frio, do hemisfério norte) e desenvolver certos transtornos mentais, precisa de uma comprovação empírica e não é o do meu conhecimento que ela exista até à data em que escrevo esse texto, digo uma comprovação em humanos. Terceiro que, a maioria dos indivíduos que nascem no período do inverno não se tornam esquizofrênicos, ainda que seria interessante ver se existe uma maior proporção de indivíduos que nascem nesse período (especialmente em regiões de clima temperado) e que, se não chegam a se tornar esquizofrênicos, apresentam outros transtornos psiquiátricos, ou pelo menos uma maior expressão de traços de personalidade e cognição associados. Quarto que, indivíduos humanos dotados de perfis de personalidade diferentes (que são padrões predominantemente estáveis de comportamento) tendem a apresentar hábitos diferentes, provavelmente também de acasalamento. Ainda mais diretamente relacionado com essa correlação entre mês ou estação de nascimento e tendências psicológicas, uma das diferenças de comportamento ou personalidade que pode explicá-la é a de preferência climática em que, aqueles que gostam mais do tempo frio (ou que não apresentam esse tipo de preferência), se sentem mais motivados nesse período do ano, até mesmo para fazer sexo//procriar (ou não apresentam diferenças de motivação ao longo do ano), e o padrão oposto para aqueles que preferem o tempo quente. Por exemplo, indivíduos mais emocionalmente instáveis que tendem a se sentir mais "deprimidos" ou menos motivados no tempo frio, ainda mais em ambientes em que o inverno é rigoroso, inclusive para manter relações sexuais, e o padrão oposto para o período mais quente do ano. E já que a gravidez humana dura, em média, nove meses, uma gestação que foi iniciada no verão ou na primavera, fechará o seu ciclo no outono ou no inverno. Então o que talvez tenhamos como elemento mais importante nessa situação é a influência do tipo de personalidade e que expressa vários aspectos biológicos: hormonais, mentais, genéticos... , e não necessariamente o do meio agindo diretamente no organismo humano, ainda que o influencie de maneira indireta, pelo comportamento.

Ok, mas então como explicar esse padrão em regiões de clima tropical e equatorial, se esses climas se caracterizam por variações menos significativas de temperatura??

Pois mesmo se acontece uma menor variação térmica nessas regiões, o fator subjacente é o mesmo, de que existem diferenças de traços mentais entre os seres humanos que resultam em diferenças de hábitos, além do fato de que esses traços mentais não serem apenas abstrações, por também expressarem aspectos mais orgânicos e variavelmente hereditários do corpo. Então, mesmo se esse padrão não se confirma em todas as regiões, sua possível ausência de universalidade correlativa não invalida a sua comprovação de correlação específica. Mas, talvez, essa correlação não passe de uma "confusão genética" (ou genetic confounding, da expressão original em inglês), em que uma correlação que acusa uma causalidade ambiental para determinada tendência de comportamento, na verdade, tem como fatores subjacentes, primários e mais influentes, as características biológicas, como os traços de personalidade e que também são transmitidos de pais para filhos. E, antes de finalizar esse texto, me pergunto se o risco de parto prematuro (ou mesmo de aborto espontâneo) também pode ser uma predisposição intrínseca e variavelmente hereditária, não apenas um incidente completamente aleatório, isto é, que não apresenta a mesma probabilidade de acontecer com qualquer mulher grávida?? Eu sei que existem estudos mostrando diferenças desse risco entre grupos étnicos ou raciais (durante uma pesquisa rápida sobre esse tópico, encontrei estudos mostrando que, de fato, existe uma comprovação indireta de influência genética em relação a esse risco)...

Fontes: 

Season of birth in schizophrenia: a maternal-fetal chronobiological hypothesis




Heritability of Schizophrenia and Schizophrenia Spectrum Based on the Nationwide Danish Twin Register


Family history is a predictor of current preterm birth


The Role of Genetics in Preterm Birth


Levels of the stress hormone cortisol are higher in women who give birth in the autumn and winter than those who give birth in the spring or summer, finds a new study by researchers at Cardiff University.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Um exemplo que explica mais precisamente a hierarquia de influências do comportamento humano

Por que a criminalidade tende a ser menor em cidade pequenas??

Maior a cidade, maior a tendência de apresentar altos índices de criminalidade. E o mesmo padrão coincidente, só que na direção oposta, para as cidade pequenas. Mesmo em países mais violentos, como o Brasil. 

Então, quais são os fatores por trás deste fenômeno?? 

Muitos acusarão o meio como o fator principal. Dirão que, nas cidades grandes, têm mais gente, e só esse fator já aumenta o risco de que ocorram conflitos humanos que resultam em atos violentos. Também dirão que as desigualdades sociais são maiores e isso leva algumas ou muitas pessoas, especialmente as mais pobres, a invejarem as que têm mais dinheiro que elas, aumentando o risco de se enveredarem em atividades criminosas. E que esses dois primeiros fatores também atiçam o ímpeto de competição, especialmente entre os homens, aumentando o risco de que se envolvam em atividades criminosas ou em atos violentos. Eles também poderiam citar outros fatores do meio, mais específicos, tal como o maior acesso às drogas psicotrópicas, para afirmar que, o que geralmente falta em cidades pequenas e excede nas grandes, é suficiente para explicar porque existe essa tendência predominante de diferenças estatísticas de criminalidade. E mais, porque não estão errados, se, de fato, é totalmente factível que esses fatores do meio tenham uma influência no comportamento humano. No entanto, essas mesmas pessoas entram em um estado absoluto de negação quando concluem que apenas o meio que explica como nos comportamos, porque, por mais que exista uma certa lógica em não concluir com antecedência sobre os fatores biológicos ou genéticos, se ainda não foram totalmente identificados e compreendidos pela ciência, é uma questão racionalmente pragmática deduzir, de maneira confiante, que esses fatores são tão ou mais influentes e que, descartá-los, tal como fazem esses "circunstancialistas", é, no mínimo, imprudente. Pois se ainda não temos um quadro completo com evidências diretas sobre a influência genética ou biológica no comportamento humano, já é possível perceber um acúmulo de evidências indiretas, pela observação de padrões, que a ratificam, por exemplo, pela percepção de estabilidade e previsibilidade, a médio e longo prazo, de traços de personalidade e de inteligência. Então, se é verdade que ambientes urbanos densamente povoados apresentam um risco ampliado para o comportamento violento, também é verdade que indivíduos com disposições comportamentais diferentes são impactados de maneiras diferentes nos mesmos ambientes ou quando são expostos aos mesmos estímulos e pressões, se não é a maioria dos seres humanos nesses espaços que se tornam violentos ou aptos à práticas de crimes, nem mesmo nas periferias das cidades grandes. Portanto, não é apenas o meio que influencia o comportamento humano, mas também nossas próprias características mentais, que apresentamos, que são mais inatas ou intrínsecas, e não apenas reflexos da influência do meio sobre nós. Novamente, é uma dedução que pode ser feita, justamente por serem mais estáveis e previsíveis a médio e longo prazo, de serem, em média, menos influenciadas por intervenções sociais ou por se expressarem de maneira relativamente independente a pressões e estímulos (nossos comportamentos não são absolutamente lógicos, no sentido de recíprocos, ao que acontece ao nosso redor ou que interage conosco), havendo, muito provavelmente, coincidência ou confluência entre traços mentais e fatores de interação do meio, quando existe uma resposta recíproca, e não que "fator x fez emergir, do nada, uma expressão comportamental em certo indivíduo". 

Como conclusão, a explicação mais adequada para esse fenômeno social, mas que também é comportamental, psicológico, cognitivo, genético... é de que, indivíduos com os níveis notadamente mais altos de disposição para se engajarem em comportamentos violentos, egoístas ou impulsivos, se sentem mais estimulados a praticá-los em ambientes urbanos densamente povoados do que em ambientes menos povoados, também por todos os fatores citados acima, que servem como gatilhos ou catalisadores de tendências e não como fontes primárias de onde se originam. Pois se apenas o meio que tivesse um papel preponderante de influência, sempre haveria uma grande uniformização do comportamento em resposta ao mesmo: determinado meio, pressão ou estímulo, provavelmente por causa da variação de disposição de características mentais (mais intrínsecas). 



Últimas dúvidas adicionais

Essas diferenças de criminalidade também são uma questão de migração seletiva?? De mutação?? E de proporção estatística?? 

1- 

Cidades pequenas atraem ou retém mais indivíduos com temperamento mais dócil, enquanto que as cidades grandes tendem a atrair mais tipos impulsivos, gananciosos e egoístas?? 

Essa é uma pergunta muito importante, pois faz sentido que ambientes diferentes tendam a atrair ou reter tipos diferentes de seres humanos. Não que esse fator explique totalmente essa diferença estatística de criminalidade, mas que possa servir como um adendo que possa explicar em partes esse fenômeno social. 

2- 

Populações maiores estão mais suscetíveis a apresentarem valores mais altos de diversidade genética, por estarem mais suscetíveis à mutações que ocorrem mais naturalmente entre elas do que em populações pequenas, incluindo mutações relacionadas a transtornos mentais, de personalidade...

3- 

5% de psicopatas em uma cidade de 15 mil habitantes (750) não é o mesmo que 5% de psicopatas em uma cidade com 2 milhões (100 mil), certo?? 

Portanto, ter uma grande população aumenta a proporção absoluta de indivíduos com transtornos mentais de natureza moral, como a psicopatia, e então aumenta a probabilidade de que se envolvam em atos violentos ou criminosos. Isso, sem levar em conta possíveis diferenças estatísticas de incidência de psicopatia entre as cidades pequenas e as grandes (o fator da migração seletiva).

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Um exemplo hipotético de como muitas pessoas não entendem a relação entre cultura e comportamento humano

 E se todas as regras da cultura japonesa (incluindo até mesmo o aprendizado do idioma) começassem a ser impostas aos brasileiros que estão nascendo agora, desde os seus primeiros anos de vida???


Eles se tornariam "culturalmente japoneses"?? 

Dependendo de quais brasileiros estamos falando, é provável que haveria uma mudança cultural variável. E, de maneira geral, também é provável que ocorreriam mudanças não-significativas. Portanto, sim, o meio influencia o comportamento humano. Mas essa influência não é absoluta e nem predominante. Primeiro que, para que haja uma reação de aderência à certa pressão social ou do meio, é sempre preciso que exista uma predisposição, de modo que, é seguro afirmar que nenhum comportamento é possível sem uma possibilidade ou potencial (biológico) subjacente. Segundo que, a geração de brasileiros que fosse submetida a essa experimento é pouco provável que passaria a replicar os comportamentos típicos dos japoneses, ou da cultura original, se tratando de duas populações distintas, cognitiva e psicologicamente. Então, mesmo se as bases culturais fossem as mesmas, as características médias e mais intrínsecas das duas populações contribuiriam para alterar o resultado final, no sentido de que os brasileiros "culturalmente niponizados" não se tornariam cópias exatas dos nipônicos originais e, ainda se tratando de populações tão distintas, outro tipo de cultura, mais intermediária, mas também mais possivelmente próxima à cultura brasileira do que à japonesa, surgiria... Mas não é isso que muitas pessoas pensam, já que acreditam justamente no determinismo da cultura ou do meio (um terraplanismo do comportamento) e não da biologia, de que, se certa população receber certa educação, ela, em sua maioria, se comportará plenamente de acordo, acreditando que as diferenças entre um japonês médio e um brasileiro médio são apenas culturais e não que sejam reflexos de suas disposições comportamentais mais intrínsecas e também que, da mesma maneira que brasileiros podem ser plenamente educados como japoneses, o oposto também seria possível, um outro tipo de terraplanismo do comportamento, da plasticidade adaptativa indefinida ou infinita do ser humano, como se os nossos limites psicológicos e cognitivos fossem completamente alteráveis ou superáveis.

sábado, 24 de maio de 2025

Sobre o terraplanismo do comportamento

O terraplanismo virou sinônimo informal para pseudociências em redes sociais nos últimos anos.Também pudera, por ser uma das pseudociências mais óbvias, uma falsificação absurda de fatos científicos atualmente muito básicos, como o formato do planeta Terra, se tornou alvo fácil para o deboche, especialmente entre os que se pensam como mais entendidos em ciências. Por isso que eu também resolvi adotá-lo para me referir a uma série de pseudo conhecimentos, mas sobre o comportamento humano, que têm se tornado hegemônicos no governo, na mídia e na academia, e que, por ironia do destino, tendem a ser erroneamente ratificados como conhecimentos legítimos por muitos dos que adoram caçoar dos terraplanistas originais... Também me acostumei a chamar esses terraplanismos de "pseudociências do bem" (ideologicamente enviesadas à "esquerda" no espectro político-ideológico). Então, sem mais demora, vamos a eles: 


1. De que o comportamento humano é produto apenas das circunstâncias do meio ou de que somos meros reagentes, com pouca vontade própria 

Uma espécie de "circunstancialismo" negacionista porque despreza a importância da biologia ou natureza do indivíduo humano em relação ao seu próprio comportamento, que tem como provável inspiração, a crença na tábula rasa, de que nascemos tal como folhas de papel em branco e que nossas características mentais são moldadas apenas pelas experiências de vida. Como se os nossos traços mentais também não fossem,em média, herdados dos nossos progenitores, tal como acontece com os traços "físicos". Aliás, os nossos comportamentos psicológicos e cognitivos são expressões predominantemente estáveis da morfologia e constituição dos nossos cérebros, bem como de outros aspectos orgânicos mais intimamente relacionados, como os hormônios, em interação com o meio. Também são "físicos". E isso nos leva ao segundo terraplanismo do comportamento...

2. De que o comportamento humano é exclusivamente mental, no sentido suposto de ser metafísico ou alheio a "padrões físicos"

Como se a mente e, apenas ou especialmente a mente humana, apresentasse uma natureza radicalmente diferente do resto do corpo, como se também não fosse física e química, mas uma espécie de abstração que transcende tais "limitações"... Eu já denominei esse tipo de pensamento, que pode ser considerado um pensamento falacioso, de semanticalismo, em que se apregoa uma significância exagerada à palavra em relação ao elemento ou fenômeno que simboliza, ainda mais quando se trata de um termo mais imaginário do que real ou que não apresenta uma evidência confirmada. Quanto a esse tipo de terraplanismo que nega a natureza físico-química da mente, eu poderia chamá-lo de "mentalismo", uma ênfase absolutamente excessiva na "mente" a ponto de tratá-la como uma realidade por si mesma e não como o mais provável de ser: uma expressão derivada. 

Sim, sim, "fisicalismo", de longe, a hipótese mais sensata sobre o que seria a mente humana, basicamente o que foi dito nesse ponto, e que é a mais aceita pela ciência. Mais uma discussão inútil levantada e sustentada pela filosofia, ou por essa "filosofia" sem filtro de qualidade, em que teorias divorciadas de uma colaboração mínima e necessária com o pensamento científico continuam a ser consideradas no campo das discussões intelectualmente pertinentes, mesmo se não apresentam qualquer evidência (ou pista indireta) de que sejam factíveis. 

3. De que o comportamento humano é invariavelmente lógico 

Uma espécie de ênfase excessiva no  caráter lógico do comportamento humano, mais no sentido de ação e reação recíprocas, tal como pelo exemplo de que, se um indivíduo tiver uma criação desprovida de carinho e compreensão durante seus anos formativos, ele inevitavelmente se tornará um adulto de caráter dúbio. No entanto, a personalidade é um fator muito relevante nessa dinâmica, que torna essa ideia de reação diretamente recíproca ou "lógica", menos evidente. E como os traços de personalidade, além de serem padrões reativos, também tendem a ser mais estáveis ou variavelmente independentes do que acontece ao redor do indivíduo humano... Outro exemplo é a ideia de que as condições do meio unilateralmente propiciam a certos comportamentos, tal como no caso de se estar em uma situação de pobreza e cometer crimes, até como uma justificativa para o cometimento de ações do tipo, e que ainda costuma vir com a solução genérica do combate às desigualdades sociais, como se apenas o meio que fosse causal em relação a esse ou àquele comportamento e como se toda ação humana fosse reciprocamente lógica, aqui, em que a pobreza ou negligência social justificaria a prática de crimes. E mesmo que sempre exista uma interação óbvia e constante entre meio e ser humano, o que determina nossos comportamentos, no sentido de "dar a resposta final", somos "nós mesmos" ou o que apresentamos de personalidade, inteligência... de como temos reagido, interpretado e concluído de nossas experiências. Novamente, um apelo à minha defesa "heterodoxa" de validação do determinismo biológico como uma verdade absoluta, bem diferente do que, especialmente, os tais terraplanistas do comportamento, tendem a se posicionar...

Pois um dos equívocos técnicos mais básicos que têm sido cometidos à exaustão na área da psicologia, e que contribuem para o surgimento desses terraplanismos, é o de confusão entre correlação e causalidade, por exemplo, da correlação positiva entre tipo de criação recebido e capacidade de discernimento moral, em que muitos pesquisadores acadêmicos têm chegado à conclusão de que o tipo de criação é um fator causal ao desenvolvimento do caráter de um indivíduo humano, ao invés de pensar na possibilidade menos generalista e, portanto, menos extraordinária, de que pais tendem a gerar filhos que herdam deles traços de personalidade parecidos, ocorrendo essa concordância estatística mais robusta, primariamente se baseando em um dos fatos mais básicos da biologia, não apenas da humana, a hereditariedade, e não apenas dos "traços físicos", já que o tipo de criação também reflete traços de personalidade de um indivíduo, nesse caso, os pais, em interação com o seu meio familiar. Então, em palavras mais fáceis, temos: pais mais intrinsecamente amorosos mais propensos a ter filhos mais amorosos ou empáticos (ainda que essa regra não pareça ser significativa, até pela natureza relativamente aleatória dos padrões de hereditariedade de traços entre seres humanos. De qualquer maneira, essa tendência de concordância de traços de personalidade e inteligência entre pais e seus filhos biológicos é maior do que a de discordância, por isso, de haver uma correlação mais positiva do que negativa). 


4. De que o comportamento humano é produto exclusivo da criação ou educação 

Uma espécie de "criacionismo comportamental" em que se credita tudo do comportamento humano à criação que se recebe durante os anos formativos, novamente, negando o fato de que já praticamente nascemos com predisposições psicológicas e cognitivas (que também podem ser denominadas de padrões) que herdamos dos nossos progenitores (mais em um sentido combinatório do que diretamente transmitido) e que, inclusive, começamos a expressá-las desde os primeiros anos de vida. Um exemplo de hipótese que foi levantada com base nessa pseudociência é a da "mãe refrigeradora", para explicar o autismo. 

4.1 De que o comportamento humano é produto exclusivo da cultura 

Uma variação negacionista da influência da biologia no comportamento humano do que já foi mostrado acima, só que focando na crença de que é a cultura, o fator mais importante de influência. Mas a cultura, em média, reflete características psicológicas e cognitivas da população que a expressa, inclusive a tendência comum de conformidade social, se tratando de uma espécie altamente social, como a nossa. A cultura não veio primeiro ou do nada. E mesmo no caso de ditaduras absolutas, tal como o da Coreia do Norte, em que se percebe uma imposição mais direta de uma cultura sobre uma população, a segunda sempre acaba se adaptando, também por conformidade, ainda que, nesse exemplo, trata-se de uma cultura mais tradicional que mudou pouco de antes da revolução socialista, cujas mudanças mais notórias foram a introdução de um culto de personalidade dos líderes e o aumento significativo da restrição de liberdades individuais e/ou democráticas. Mas mesmo no caso de mudanças culturais (de comportamento ou costumes) ou intergeracionais mais significativas, como as que têm acontecido no mundo ocidental, primeiro que, não poderiam acontecer sem que houvesse uma possibilidade biológica para isso, com base naquela lógica muito básica de que, não é possível um indivíduo se tornar algo que não está disponível como uma possibilidade em seu rol de plasticidade comportamental, tal como no exemplo de um indivíduo com capacidades cognitivas modestas que, em um cenário normal de trajetória de vida, não pode se tornar superdotado (em um sentido mais academicamente tradicional) apenas por esforço ou dedicação nesse objetivo. Portanto, essas mudanças não podem estar ou não estão totalmente divorciadas da biologia. Segundo que, não são todos de uma geração que reagem parecido com o seu meio cultural, vide a existência de indivíduos explicitamente opostos às tendências de comportamento de sua geração. Terceiro que, também é importante notar a existência de uma parcela da população que adere apenas superficialmente à cultura vigente, por conformidade, mas mais no sentido de pressão social para, pelo menos, não se posicionar contrariamente aos postulados determinados como a ordem do dia, de se conformar pelo silêncio.  Resumidamente falando, seres humanos diferentes tendem a reagir de maneiras diferentes às mesmas pressões do meio cultural. Sim, especialmente em comparação às outras espécies, somos muito generalistas. Mas isso não significa que nossa plasticidade comportamental seja indefinida ou infinita...

Então, essa crença de que somos mais generalistas do que realmente somos nos leva ao quinto terraplanismo...


5. De que o comportamento humano é muito plástico ou adaptativo, também no sentido de indefinido/sem limitações absolutas 

Como se os nossos limites emocionais e cognitivos fossem sempre e apenas uma questão de bloqueio mental e que, com uma intervenção adequada, fosse possível superá-los. Por exemplo, a hipótese de que seria uma ansiedade específica que explica dificuldades para aprender matemática e não que possam ser reflexos de características do próprio perfil cognitivo do indivíduo, algo mais intrínseco, e que, portanto, não podem ser absolutamente alteradas. 

Isso nos leva aos exemplos de terraplanismos do comportamento de algumas disciplinas específicas:

Da educação 

Parte da crença de que todo estudante que não apresenta deficiências intelectuais evidentes apresenta um potencial parecido ou idêntico de desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e que, o que mais os diferencia quanto ao desempenho acadêmico, é o esforço empregado nos estudos mais as condições do meio (o quão favoráveis ou desfavoráveis estão). Também é aplicado ao comportamento ou às diferenças de personalidade, em que são atribuídas aos mesmos fatores: culturais, de criação, ou do meio, e nunca à própria natureza (biologia ou "genética") do estudante.

Existem outras expressões de terraplanismos do comportamento na área da educação, mais especificamente em disciplinas como história e geografia, em que existe um domínio de narrativas do mesmo tipo, só que aplicadas em contextos sociais e históricos, tal como de que as principais ou únicas razões para as diferenças de desenvolvimento social e econômico entre as nações são as suas trajetórias históricas e culturais, desprezando completamente fatores biológicos, como a inteligência e o temperamento médios de suas populações. 


Da psicologia 

Pode ser considerado como o terraplanismo original do comportamento, por se relacionar com o conhecimento que lida diretamente com o comportamento humano. E como já foi comentado, se baseia em uma espécie de analfabetismo científico disfarçado de ciências humanas, por exemplo, por estar sempre propondo hipóteses que confundem correlação com causalidade em relação aos fatores que influenciam os nossos comportamentos, sempre apontando para os fatores ambientais ou do meio como os mais influentes, delegando à biologia um papel irrelevante. 

Da biologia 

Nesta disciplina, o negacionismo da influência predominante da própria biologia no comportamento humano, mostra-se mais sofisticado, justamente por se tratar da própria biologia, especialmente com a ascensão da epigenética, um ramo derivado da genética provavelmente válido em termos científicos, mas que tem sido usado para confrontar e invalidar a importância da própria genética no comportamento e no desenvolvimento humano e não para somar conhecimentos. Daí, como é o costume de uma típica pseudociência, pobre em multidisciplinaridade, atribui-se tudo de um fenômeno ou situação, no caso, o comportamento, a uma mesma causa, a "epigenética" ou "influências supostamente independentes, paralelas e/ou externas à variação e à determinação genética", enquanto que uma análise mais cientificamente adequada considera todos os fatores envolvidos e busca construir uma hierarquia dos fatores mais influentes aos menos influentes (que, nesse caso, seria a biologia como mais influente que o meio na determinação do comportamento humano, um fato ratificado pela percepção de padrões que corroboram positivamente para essa conclusão, tal como pelo fracasso predominante de intervenções pedagógicas na promoção de uma melhoria substancial do desempenho acadêmico dos estudantes). 


Da criminologia 

A mesma inversão de relação entre causa e efeito, só que dentro de um contexto judicial, em que o sujeito humano é colocado em uma posição mais secundária de importância em relação ao seu próprio comportamento e que, em uma situação de prática de crimes, predominam as crenças de que fatores do meio, e não a índole, que a explica (o primeiro terraplanismo), e também na completa regeneração moral de qualquer um que cometa crimes (o terceiro, o quarto e o quinto)...

Também existem algumas ideologias ideologicamente aparentadas e radicais, como o abolicionismo penal, que pregam pelo fim das penitenciárias, isto é, com base nesses terraplanismos, além de outras fontes filosófica e cientificamente duvidosas...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Sobre a "solução final" e "politicamente incorreta" para o problema da violência

Para entender o problema da violência cometida por seres humanos, especialmente a violência irracional, primeiro é necessário entender o comportamento humano: como funciona, quais fatores o influenciam... Entender de fato, no sentido mais científico possível, com base no melhor que o pensamento e a prática científica podem oferecer. Porque adotar narrativas que supostamente o explicam, incluindo a violência, só por coadunarem com crenças ou sentimentos pessoais, parece ser muito mais comum, não apenas entre não-especialistas, mas mesmo entre aqueles que se pensam como tal, só porque se formaram em áreas relacionadas, mas demonstram mais ignorância que conhecimento, justamente por desprezarem as evidências legitimamente científicas sobre os tópicos de suas áreas de especialização; por terem se limitado às pseudociências politicamente corretas que se tornaram predominantes em suas áreas no último meio século. 

Então, primeiramente, falemos um pouco sobre comportamento humano, que podemos observar a olho nu, seus padrões ou correlações interseccionais, que não são apenas paralelismos entre fatores que compartilham um mesmo contexto de influências. Pois é exatamente esse, o primeiro ponto, de que o comportamento humano é relativamente previsível, por podermos traçar perfis comportamentais, de indivíduos, mas também de grupos e subgrupos, em relação aos seus traços de personalidade e inteligência. Por exemplo, sabemos que uma pessoa é mais tímida justamente porque percebemos nela uma constância de comportamentos característicos da timidez. O segundo ponto é o de podermos observar, além dos padrões de comportamento humano que resultam em perfis cognitivos e de personalidade, que eles também são mais estáveis ou difíceis de serem significativamente alterados, ainda que também apresentem uma limitada plasticidade adaptativa. Isto é, exatamente por serem mais estáveis que também são previsíveis. Mesmo quando se percebe uma instabilidade crônica, tal como no caso de transtornos de humor, como o transtorno bipolar e o de personalidade limítrofe, ainda expressam padrões de "instabilidades estáveis" ou de ondulação previsível. O terceiro ponto é o de ser comum encontrarmos uma similaridade aparentemente coincidente de tendências de comportamento entre parentes de sangue mais próximos, especialmente entre pais e filhos, e irmãos; que também podemos notar variavelmente essa similaridade entre indivíduos de mesmos grupos definidos por raça ou etnia, cultura, classe social, QI, tipo de inteligência, sexo, orientação sexual... Que podemos perceber, por exemplo, que filhos adotados não tendem a se parecer com os seus pais adotivos em temperamento e inteligência, e sim com os seus pais biológicos, ainda mais se apresentam procedências sociais distintas, e mesmo quando são criados desde muito cedo pelos seus pais de adoção, longe de suas famílias biológicas. O quarto ponto é o de podermos perceber que o comportamento humano é mais intrínseca do que extrinsecamente orientado, pela própria percepção de ser mais estável e previsível e por se manifestar de maneira mais coerente aos traços de personalidade e inteligência do indivíduo do que apenas de maneira reciprocamente reagente às circunstâncias externas. O quinto ponto é o de podermos concordar que não nascemos como "folhas de papel em branco", sem cérebros pré-formados (ainda não totalmente desenvolvidos) e dotados com constituições específicas, se tendências de comportamentos já começam a aparecer desde os primeiros anos de vida, e que muito provavelmente as herdamos dos nossos progenitores, ainda que, mais como uma recombinação de suas características, bem como de seus parentes mais próximos (irmãos ...), do que como uma herança direta e linear, com base no terceiro ponto de similaridade primariamente coincidente e também pela lógica básica de que não herdamos dos nossos progenitores apenas características físicas. E, por fim, é até possível chegarmos à conclusão de que todos esses pontos corroboram para a hipótese contrária àquela que se tornou predominante, principalmente nas ciências humanas, de sermos produtos praticamente absolutos dos meios em que vivemos, se liderada pela sociologia ou de maneira mais sofisticada pela epigenética (se é para isso que esse ramo emergente parece estar servindo, para ser usado como uma suposta evidência científica de que o meio é mais importante que a biologia na determinação do desenvolvimento e do comportamento humanos e, então, como reforço para narrativas ideologicamente enviesadas e políticas públicas, baseadas nas mesmas, que visam supostamente combater os problemas sociais). 

Pronto. Se podemos concordar com tudo o que foi dito acima sobre o comportamento da nossa espécie, também podemos fazê-lo de maneira mais específica, por exemplo, em relação ao comportamento violento: de ser previsível, de acordo com padrões mais estáveis de comportamentos e correlações com determinados grupos; mais intrínseco e, portanto, mais dependente da vontade e do nível de autocontrole, e outras qualidades, de um indivíduo, do que primária e exclusivamente das circunstâncias em que se encontra; de ser mais hereditário e, consequentemente, mais expressivo/em certos grupos e segmentos familiares do que em outros... Um exemplo significativo quanto ao papel mais proeminente da biologia sobre o comportamento humano e específico à predisposições antissociais é a diferença de frequência de comportamento violento entre homens e mulheres, padrão universal porque se repete em todos os países, independente de suas características socioeconômicas ou culturais, e expressa diferenças hormonais significativas entre os sexos. Mas também é importante termos em mente que existem classes de indivíduos quanto à propensão ao comportamento violento, agressivo ou cruel (assim como em relação a outros tipos de comportamentos): desde aqueles que estão menos propensos, passando por aqueles em que existe uma propensão variável, que pode ser dependente do contexto, até àqueles em que essa tendência está mais aflorada, sem a necessidade de um contexto primariamente lógico que o justifique.

Finalmente, a partir dos pontos levantados, pode-se chegar a uma série de medidas sobre como combater a criminalidade, desde a sua raiz. São elas:

- Pela observação de comportamentos, identificação precoce e acompanhamento primário dos indivíduos que apresentam alta frequência de comportamentos irracionalmente antissociais;

- Se como medida preventiva, após a identificação e o acompanhamento, possível isolamento social, especialmente para os que são corretamente diagnosticados como portadores de transtornos de personalidade antissocial e identificados como um risco à sociedade

-- Se como medida remediativa, a detenção potencialmente permanente de todo indivíduo que comete crimes, especialmente os que são considerados hediondos, que são cometidos sem um contexto complexo que possa abrir brecha para algum tipo de justificativa lógica e/ou racional;

- Posterior esterilização desses indivíduos, partindo dos pontos acima, visando à redução exponencial da frequência fenotípica de indivíduos que apresentam uma constância de comportamentos irracionalmente antissociais e, que por sua vez, reflete suas próprias características mentais mais intrínsecas: cerebrais, hormonais... Também partindo do fato de que não existe tratamento ou cura para essa classe de transtornos mentais;

- Aprimoramento da identificação e do acompanhamento desses indivíduos desde o período da infância, com a possibilidade de começar a retirá-los do convívio social e cercear seus direitos antes que se tornem adultos, mas sem necessariamente tratá-los com crueldade compulsória, compreendendo que apresentam déficits em autocontrole, inteligência emocional e racionalidade. 

Apenas o encarceramento de todos os que cometem crimes ou se envolvem em atividades ilegais, ainda que eficiente quanto à redução da criminalidade, não será suficiente a longo prazo, se existe o risco de haver um aumento da frequência fenotípica de indivíduos com tendências antissociais, caso não forem impossibilitados de gerar descendentes, como acontece com muitos presos, que apresentam taxas de fecundidade mais altas que da população fora das penitenciárias, mantendo o ciclo e a vantagem reprodutiva desse grupo altamente problemático. 

Por fim, os principais fatores que, na minha opinião, dificultam ou problematizam que essas medidas possam ser integralmente tomadas em uma sociedade "democrática':

- O domínio relativo: estrutural e ideológico, das pseudociências "do bem", enviesadas à esquerda, que bloqueiam ou dificultam qualquer tomada de ação no sentido de política pública que, de fato, combata o problema da criminalidade com objetividade e eficiência, mas sem que extrapole para o cometimento indiscriminado de abusos que seria um contrassenso de combater crimes praticando-os;

- O problema da legalização histórica de práticas antissociais por grupos de "elite" ou que se encontram em uma situação de empoderamento sobre outros grupos, tal como a exploração econômica de trabalhadores, com carga horária exaustiva, abuso psicológico e salários baixos... Pois a adoção das medidas recomendadas apenas com criminosos de classe baixa se consiste categoricamente em uma higienização social que favorece e até amplia o poder de certos indivíduos e grupos de "elite" que também prejudicam e muito o tecido social, por exemplo, pelo seu domínio na política, em que tendem a impor medidas que favorecem seus interesses pessoais em detrimento do bem estar da própria sociedade, de maneira geral. 

- O uso dessas medidas como substitutas das que buscam combater outros problemas sociais de grande relevância, particularmente as desigualdades sociais, a precarização do trabalho e a corrupção política... E não duvide se isso acontecer, porque, infelizmente, os únicos que estão mais interessados em aplicá-las são geralmente políticos à direita, se os de esquerda tendem a ser avessos às mesmas, por considerá-las desumanas ou até mesmo ineficientes e pseudocientíficas (que, com certeza, não são). Então, já que os primeiros, em sua maioria, não se interessam em combater desigualdades sociais, precarização do trabalho e corrupção política, lhes seria suficiente mandarem encarcerar criminosos das bases da hierarquia social, isto é, aplicando a higienização social alertada no segundo contraponto....

Esses contrapontos geram um grande impasse para uma aplicação seguramente justa dessas medidas, as únicas que podem realmente combater de frente todas as modalidades de criminalidade e de todos os níveis sociais, dos meliantes de colarinho azul aos de colarinho branco. Ainda assim, o encarceramento em massa dos envolvidos com o crime organizado, como o tráfico de drogas, e outras práticas criminosas explicitamente violentas ou ilícitas, já alivia bastante quanto aos índices de criminalidade, tal como aconteceu em El Salvador, pequeno país centroamericano que conseguiu reduzi-los, dos mais altos para um dos mais baixos do mundo, pelo bom senso de ter começado a prender qualquer um que estava envolvido com o crime organizado (desprezando aqui excessos que possam estar sendo cometidos, especialmente a prisão de inocentes que foram associados injustamente às gangues). Mas, até quando esse encarceramento em massa conseguirá conter a criminalidade, é algo para se pensar, afinal, os detidos eventualmente sairão da prisão e voltarão a circular no meio social... Por isso que é necessário enfrentar esse problema por todos os ângulos possíveis, de fazê-lo com base na verdadeira prática científica, buscando compreender do que se trata (comportamento, violência... origens, tendências, características e possibilidades realistas de enfrentamento), tendo como base a realidade e não apenas um suposto "bom mocismo" acadêmico, divorciado do rigor da imparcialidade científica, mas sem desprezar que também se trata de indivíduos humanos, muitos que demonstram, ao longo de suas vidas, uma incapacidade crônica de autocontrole e autoconsciência, de também levar em conta esse aspecto da deficiência crônica de agência ou vontade racionalmente dirigida que esses indivíduos apresentam. Por fim, também de não se esquecer do aspecto moral quanto à prática da justiça em situações de crimes violentos: de penalizar conforme o grau de violência, de levar em conta o nível de complexidade contextual em que o crime acontece, as características dos indivíduos envolvidos...  De aperfeiçoar a prática da justiça, o máximo possível. 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Um exemplo real e documentado de influência ambiental predominante em seres humanos

 A relação entre usar óculos de grau//miopia e viver na cidade


Atualmente, existe uma prevalência de pessoas que usam óculos nos países do Extremo Oriente. Mas, antes da urbanização e industrialização desses países, a maioria dos seus habitantes morava na zona rural e não usava óculos. Então, esse é um exemplo claro de influência do meio em seres humanos, mas sempre a partir da presença ou percepção de uma predisposição biológica, nesse caso, de uma vulnerabilidade para a degeneração ocular, geralmente parcial e estável, tal como a miopia, e a necessidade de existirem determinadas condições do meio que funcionem como fatores de gatilho: de viver em uma cidade com eletricidade e, portanto, ficar mais tempo acordado durante a noite, forçando a vista; de se expor a um grande volume de informações visuais ao morar num local com muita gente, etc... Outro provável fator é o racial e/ou étnico já que esse fenômeno tem sido observado, especialmente nesse nível, em algumas e não em todas as populações humanas. 

Percebam que, para que fatores ambientais sejam mais importantes que fatores genéticos ou biológicos (mas não ou nunca absolutamente, se a biologia é basal ao organismo) há de se ter como resultado um predomínio de indivíduos influenciados pelos mesmos. 

domingo, 26 de fevereiro de 2023

"A biologia não tem maior influência no comportamento humano do que o meio"

 Afirmação tipicamente endossada por sociólogos e/ou cientistas sociais atualmente. 



Mas a biologia é basal a qualquer organismo, porque tudo o que é biológico é orgânico. Portanto, não importa o quão influentes possam ser as forças externas ao ser, porque as influências internas ou intrínsecas, isto é, do seu próprio "meio biológico" estarão, por osmose, sempre presentes, justamente por essas razões tão óbvias. 

(E novamente o meu argumento heterodoxo a favor do determinismo biológico... )

Sem falar que, o que sempre determina os limites de adaptação, resiliência ou desenvolvimento de um organismo é sua biologia. Pois se um organismo sofre alterações por influência de certos fatores ambientais ou do meio, isso acontece principalmente por já apresentar uma vulnerabilidade ou suscetibilidade orgânica percebida a partir desse evento. Afinal, um ser humano pode machucar o braço, mas não pode desenvolver asas, assim como uma criança pode apresentar um desenvolvimento cognitivo bem acima da média, resultado de um potencial intrínseco percebido, e uma outra apresentar um desenvolvimento típico, igualmente por causa de um potencial intrínseco.

terça-feira, 17 de maio de 2022

"Ninguém nasce ruim" , "qualquer um pode se tornar um serial killer"

 1. "Ninguém nasce ruim"


 De fato, ninguém nasce ruim e nem bom, se não podemos perceber tendências morais em recém-nascidos apenas com base em seus comportamentos.

No entanto, se uma pessoa apresenta uma constância de comportamentos "anti sociais",e especialmente se começa a apresentá-los ainda na infância, então, é provável que ela tenha predisposições psicológicas, de nascença para os mesmos, como se "tivesse nascido (predestinada a ser) ruim".

2. "Qualquer um pode se tornar um serial killer"

Seria como dizer que todo mundo corre o mesmo risco de escorregar de um precipício e se acidentar ou morrer. Mas não é todo mundo que vai com frequência a um lugar com precipício e nem que se arrisca quando está lá. Pois, se mesmo uma situação que, por infortúnio, pode acometer qualquer um de nós, não apresenta igual probabilidade para todos, quiçá a de se tornar um serial killer que, além de, geralmente, depender de circunstâncias ambientais específicas, também se relaciona com predisposições comportamentais.

Essa afirmação pode ser que tenha sido baseada na existência de serial killers que não aparentavam/aparentam ser psicopatas ou sociopatas e, sendo assim, qualquer um pode se tornar um "monstro".

Mas, se isso fosse verdade, o número de serial killers seria muito maior, se são muitas as pessoas, solitárias ou não, que sofrem "bullying", injustiças... e, nem por isso, saem por aí matando avulso.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Mais uma metáfora visando explicar o comportamento: espectro de cores

Vamos imaginar que temos um espectro que vai do vermelho até o azul para representar, metaforicamente, a nossa propensão para cometer crimes hediondos. Mais pra vermelho você está, maior o risco de cometê-los. Mais para azul, menor. E, no meio desse espectro, essa propensão será mais influenciada por outros fatores. Portanto, mais azul, mais pacífico. Mesmo em situações muito desfavoráveis, a sua chance de cometer crimes hediondos é extremamente baixa. No entanto, se a sua cor for um azul arroxeado, então, não será praticamente nula. Já se a sua cor for violeta, o seu risco de cometer crimes hediondos será mediado de maneira mais significativa por fatores que estão além da natureza de seu caráter. Percebam que no meio do espectro de comportamentos, parece haver uma maior diversidade de respostas possíveis de acordo as circunstâncias que envolvem o indivíduo.  Para certos ou, talvez, para todos os tipos de comportamentos, existe uma variação individual de previsibilidade de resposta de acordo com o nível de estabilidade dos padrões percebidos. Variação individual, que pode ser de categorizada em subgrupos. 

Genético ou intrinsecamente estável??

Ainda que a proporção genética ou biológica dos nossos comportamentos seja cientificamente válida ou viável, estou preferindo por um conceito que define o nível de flexibilidade dos mesmos de maneira mais precisa e abrangente, por isso que o "intrinsecamente estável" me parece mais adequado, não necessariamente para substituir a perspectiva genética e sim para estabelecer mais um ponto de perspectiva comparativa e descritiva em relação a esse assunto. 

Se não sabemos o quão genético pode ser a propensão individual à agressividade e ao sadismo, podemos, ao menos, perceber, por observação, o nível de estabilidade ou robustez dos seus padrões, Inclusive numa diversidade de circunstâncias. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Como sempre parece óbvio de se dizer mas vamos lá: aspectos físicos das raças...

... : tem como função principal a adaptação física ao ambiente e correlacionadamente falando, também ao modo de vida adotado para a sobrevivência. 

É o modo de vida que tenderá a resultar nos aspectos psico-cognitivos [mister óbvio], claro, sem a presença da idealidade universal, razão ou sabedoria...

Aspectos físicos: adaptação ao ambiente [físico]

Aspectos psico-cognitivos: adaptação ao modo de vida adotado para se adaptar ao ambiente , e tudo o que nele está contido, por exemplo, meios para encontrar comida e/ou para evitar predadores, capacidade para cooperar e/ou competir socialmente...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Comportamento normativamente masculino = grande insegurança E reatividade imunológica

A personalidade (e em combinação com a cognição) como uma extensão das reações do sistema imunológico.

Por que o homem discrimina mais?? Ou é menos agradável do que a mulher?? 

Estamos a TODO momento lutando por nossas próprias sobrevivências. E portanto a todo momento os nossos sistemas imunológicos estão avaliando a realidade circundante, calculando pós e contras e induzindo reações ou respostas cognitivas e emocionais. Essas reações constantes até às mais agudas refletem parte inexoravelmente importante de nossas personalidades bem como também de suas razões ou propósito. 

A própria inteligência em um sentido incompletamente psico-cognitivo ou centralmente cognitivo pode ser considerada, talvez, como uma extensão altamente sofisticada do sistema imunológico. Portanto eu estou propondo talvez de maneira

desgostosamente não-original que, personalidade e cognição, e/ou os comportamentos que se originam delas, se consistem, em palavras curtas, na extensão do próprio sistema imunológico se a sobrevivência é um dos aspectos fundacionais que sustentam e mantém a própria vida, e parece óbvio pelo menos para mim, por agora, de se pensar, que uma das bases para o comportamento seja justamente a resposta "auto-imune" já que respondemos aos padrões por nós mesmos, por nossos próprios maquinários biológicos. 

Portanto em média ou normativamente falando, os homens parecem ser mais propensos a comportamentos histriônicos [ou reações histriônicas] incluindo aí a discriminação por tenderem a apresentar sistemas imunológicos ao mesmo tempo mais fracos OU inconstantes se comparados com os das mulheres e também por serem forçados (como produtos de processos seletivos anteriores genético-culturais) a se exporem à uma maior miríade de riscos do que as mulheres, reforçando uma possível tendência ao hiperbolismo reativo ''autoimune'. Esses dois fatores podem ser contribuidores para a redução da empatia interpessoal receptiva entre os homens tanto no sentido de frequência quanto no sentido de competição interna, isto é, o homem médio sendo menos receptivamente empático [comportamentos mais suaves especialmente no lido social], menos homens excepcionalmente-receptivamente empáticos e tendo como resultado em um aumento da competição masculina, com muitas das mais óbvias ou gritantes consequências como por exemplo as guerras.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Processo e produto evolutivo .... e uma deixa sobre introversão-ambiversão-extroversão

Processo [mentalidade sexualmente seletiva = social/extrovertida ... tendo como finalidade a seleção pela 'beleza', bruta ou mais estética] 

Produto [simetria estética ou beleza = pessoas mais ''bonitas'']


Introversão = tendência para menor atração física**

Se é verdade que os introvertidos, e especialmente os mais introvertidos, sejam em média, menos atraentes que os ambivertidos e extrovertidos, eu não sei, eu estou pensando por agora que sim. Faz sentido que as pessoas mais atraentes tendam a ser também as mais populares e que, a partir de suas auto-impressões, quando não rastreiam qualquer 'defeito' saliente em si mesmas, também tendam a se tornar socialmente confiantes e/ou extrovertidas. No mais, partindo de um cenário hipotético em que foi comprovado essa correlação e talvez causalidade parcial, então o que isso poderia significar*

Que os mais introvertidos, em média, assim o são porque, ao perceberem os seus defeitos físicos ou menor atratividade [de maneira geral], passam a operar de maneira mais vigilante ou deliberada do que socialmente intuitiva/e confiante**

 Isto é, não é que eles SELECIONEM MAIS, mas que, justamente por perceberem uma menor quantidade de ''escolhas'' [cônjuges; colegas//amigos], passam a SELECIONAR MENOS. Eles não são mais seletivos necessariamente porque primam pela qualidade [super exigentes], mas porque ao perceberem justamente uma menor qualidade em si mesmos [auto percepção conclusiva exagerada ou não], ''se tornam' mais inseguros na hora de buscar por relacionamentos. E no final, muitos acabarão se deparando também com uma escassez qualitativa [de acordo com as suas pré-e-pós-concepções] de maneira geral.

OU também que, como produtos de processos ou forças seletivas que não foram relacionadas com a seleção sexual [direta], de maneira considerativa, expressam tanto a forma quanto a expressão que caracterizam as suas próprias forças seletivas subjacentes. Claro, apenas algumas exceções de introvertidos totalmente normais em comportamento e com ótima aparência, e essa possibilidade de causalidade universal cai por terra [assim como também o extrovertido com aparência estética bem abaixo da média].

O que quero dizer com isso*

Eu quero dizer que, como produtos de processos seletivos anteriores, os introvertidos tenderão a apresentar tanto as características psicológicas/potenciais de comportamento, quanto as características físicas/estéticas atreladas. Este parece ser o caso dos leste asiáticos que apresentam tanto uma menor atratividade física [em média] a partir de critérios universais de comparação, quanto uma maior introversão, ainda que predominantemente ambivertida, como é a regra para a maioria das populações humanas. 

Portanto, é SEMPRE a auto-impressão [especialmente se for factual] quanto a uma menor atratividade que causa a introversão*

 Sabemos que não, porque abundam casos de 'feios'' auto-confiantes, aquilo que denominei de ''narcisismo intra-pessoal'' ou ''puro'', em que a pessoa [geralmente um homem] é extremamente [auto]-confiante independente do nível de sua aparência ''ou' atratividade física/sexual. 

No entanto é muito provável que exista uma co-ocorrência de baixa atratividade física, e também de desordens psíquicas, com a introversão, especialmente em sociedades onde o epicentro seletivo tem sido a extroversão, mas mesmo em sociedades onde a introversão é mais comum, como no Japão, porque os introvertidos tendem a ser produtos seletivos de um cenário evolutivo, em que tem sido co-selecionado uma menor atratividade física [não necessariamente ''feiura''] COM traços típicos de personalidade desta expressão. E possivelmente também porque a sua natureza mais perceptiva, mais detalhista, tende a ser por si mesma, mais propensa a resultar em alguns tipos [ou a maioria dos tipos] de desordens mentais//fenótipos extremos da condição ou em combinação desarmoniosa com outras expressões.

Acho que poderia sim ser possível de co-selecionar por grande atratividade física e introversão e que resultaria, é muito provável, em uma população com uma maior frequência desses traços em co-relação. 

Aí neste caso eu pensei nos termos: processo e produto evolutivo, tal como já os apresentei acima. 

O processo evolutivo ou seletivo é basicamente a mentalidade, a busca por uma finalidade especificamente atrelada à proposta [a si mesma]. É o caso da mentalidade da seleção sexual, em que se busca pela beleza para o acasalamento [quer seja uma beleza completa ou subjetiva/parcial OU ainda do tipo ''sexualmente crua'', como tentei explicar neste texto]. 

O produto é aquilo que o processo evolutivo/seletivo almeja [e tendo nós como os seus agentes subconscientes] e também aquilo que o processo evolutivo terminou por produzir.

 Esta é a diferença entre aquele homem que é fortemente atraído por mulheres mais ''bonitas', e aquele homem que já é mais bonito. [ou não...]

Aquele que busca por uma finalidade de expressão e aquele que é essa finalidade...

A seleção sexual ou processo seletivo [sexual] visa ou tem como finalidade uma maior simetria estética/saúde. 

O produto seletivo/evolutivo se consiste justamente na realização do seu processo.

Também podemos dizer que, em um cenário mais natural, inevitavelmente, a extroversão acabará correlacionando mais com a atratividade física, afinal, uma boa aparência tende a incutir ''emoções positivas'' nas pessoas justamente por transmitir maior saúde e isso tende a ter implicações sociais como uma maior dominância. 

O introvertido pode ser, em média, menos atraente que o extrovertido [sem levar em conta fatores subjetivos como uma maior preocupação com a aparência, isto é, baseando-se em uma análise bruta], mas isso não significa necessariamente que, este fator será o principal responsável por sua maior introversão, AINDA que, seja esperado que terá um papel para amplificá-la, dependendo da qualidade das interações a longo prazo. 

Em um ambiente 'natural'' e social/humano, os mais fisicamente atraentes serão mais propensos a serem de extrovertidos e os introvertidos serão mais propensos a serem menos atraentes, ESPECIALMENTE no caso da ''beleza bruta'', que eu tentei explicar no link que deixei disponível mais acima.

Por que a introversão tem se correlacionado com uma menor atratividade física**

Se este for mesmo o caso, bem, temos os leste asiáticos e uma maior tendência introvertida, a minha explicação favorita é a de que a introversão [principalmente a ambiversão introvertida], especialmente a humana, é uma das características derivadas daquilo que tenho denominado de seleção antropomórfica, dentro dos ambientes mais ''civilizados'', e que muito provavelmente consiste também ou especialmente em um produto psico-cognitivo comum em ambientes muito complicados. Percebam que os introvertidos tendem a predominar OU a serem mais comuns nas nações de clima mais frio, e especialmente entre as populações pré-civilizadas!!







Ou não. 

domingo, 12 de novembro de 2017

Novamente para entender o conceito de inteligência é preciso primeiramente entender o conceito de comportamento já que a mesma consiste em um produto consideravelmente recorrente ou resultante do mesmo

Primeiro: o que é o comportamento?

O comportamento é a expressão (movimento) geralmente estereotípica/esperada ou aleatória de um agente [ou coletivamente falando], biológico, físico ou químico.

Segundo: o que é o auto-comportamento?

A expressão ativa ou voluntária, que parte do agente e/ou que não é apenas causada por terceiros, isto é, que não é apenas [física/quimicamente] reativa. Todos os seres vivos apresentam como aspecto central de suas existências o auto-comportamento, seja ele explicitamente evidente ou que se centraliza mais na sua sustentação, do que em seu deslocamento ou locomoção (exemplo planta).

Terceiro: o que tem levado o auto-comportamento a resultar na inteligência??

Todos os seres vivos, desde os primórdios da vida, e mesmo de uma logicamente possível proto ou pré-vida, precisam se adaptar aos ambientes em que estão, do contrário não encontrarão meios sustentáveis para continuarem a existir enquanto indivíduos e a se perpetuarem mantendo as suas coletividades, isto é, extraindo as suas fontes de energia e mantendo os seus ciclos de vida particulares. A adaptação, mesmo para a forma mais primitiva ou simples de vida, tem se dado portanto com base no espelhamento perfeccionista de suas formas e expressões sobre os seus ambientes de sobrevivência, entendendo-os organicamente, espelhando-os e tendo como finalidade o perpétuo estabelecimento de uma relação vantajosa para si. Adaptar é espelhar o ambiente e modificar o corpo tendo-o como referência primordial. Poder-se-ia dizer que, quando um ser vivo adapta-se a certo ambiente ele passa a entende-lo já que parte do mesmo será refletido em suas próprias adaptações corporais. Esta capacidade tem evoluído em direção à redução maximizada da intimidade desta relação, ser e ambiente, desembocando na inteligência humana. Primeiro o auto- comportamento tem centralizado diretamente na relação ser e ambiente, e ao longo da evolução tem se deslocado mais para o ser, mais especificamente em relação à parte do seu corpo que tem como função as suas faculdades intelectuais ou comportamentalmente mais decisivas, e tendo como resultado o aparecimento e sofisticação da autoconsciência. O nível de percepção dos seres mais primitivos sobre o ambiente em que estão, parece fazer com que se confundam com o mesmo, como se vissem a si mesmos como extensão do ambiente em que se adaptam, por terem autoconsciências mais fracas ou menos sofisticadas, do que por exemplo, a dos seres humanos. Portanto a capacidade ou necessidade de sobreviver via espelhamento do organismo ou ser sobre o seu ambiente, inevitavelmente falando, o tem tornado inteligente pelo menos a partir de um conceito mais amplo e simples//primário porém essencial do termo. 

Quarto: o que é a inteligência?

Como dito acima a inteligência é o auto comportamento, voluntário ou do ser, que se espelha ao ambiente e especialmente, na maioria das espécies não humanas, absorve o conhecimento de parte do mesmo, para si próprio, via adaptações fisiológicas (biológicas/psicológicas ou sensitivas), enquanto que nas espécies mais cognitivamente avançadas como a humana, este processo de transferência do entendimento do ambiente tem se dado centralmente no cérebro e/ou sistemas atrelados, poupando parcialmente o resto do corpo ou centralizando as adaptações mais no sistema nervoso especialmente o central. 


Quinto: como que tem se desdobrado?

Tem se desdobrado de acordo com o nível de diversificação das espécies e de diversidade dos ambientes em que tem se adaptado, mantendo os seus aspectos mais centrais, obviamente, mas mesclando a sua estrutura às necessidades de cada tipo de dinâmica.

Sexto: o que é inteligência humana?

Consiste na evolução da inteligência da vida em que os seus aspectos mais intrínsecos tem sido mais selecionados e sofisticados do que necessariamente uma adaptação conjunta do corpo e da mente, a regra nas demais espécies. Este provável processo de centralização da seleção, no cérebro/sistemas perceptivos, do que conjuntamente com o corpo, tem contribuído subsequentemente no maior desenvolvimento [mais assimétrico] dessas áreas. Então ao invés de adaptar todo o corpo a um ambiente, seleciona mais pelo aumento quantitativo e qualitativo dos órgãos mais diretamente atrelados com o raciocínio, aumentando o poder perceptivo e de retenção dessas percepções e como maneira de compensar a relativa redução do fitness (força ou destreza) do organismo mas também podendo maximizar o poder de prevenção, compreensão factual e ação efetiva/inteligente, tendo como fundamental intuito sanar as necessidades mais imperiosas, que para qualquer espécie é a sua sobrevivência e a sua continuidade pelo cenário da existência. Todas as espécies não humanas são consistentemente mais paliativas do que preventivas. A espécie humana é a que mais tem investido na estratégia de prevenção entendendo ou buscando entender o ambiente antes ou durante a sua interação com o mesmo. 

Sétimo: como que tem se desdobrado?

Principiado a partir da inteligência em suas múltiplas especializações/metamorfoses entre as demais formas de vida, a humanidade tem sido a primeira delas em que a capacidade perceptiva//sensorial tem adquirido feições mais holísticas do que hiper-especializadas, talvez por causa desta possível maior centralização da adaptação/inteligência no cérebro e correlacionados, do que ser fundamentalmente equilibrado com o resto do corpo. Possivelmente o sistema sensorial muito mais equilibrado, se comparado com o das outras espécies, tenha tido ou tenha um papel primordial para a inteligência humana, alargando os nossos alcances perceptivos, e até mesmo, além de nossas próprias esferas-de-sobrevivência.

O aumento da autoconsciência parece que inevitavelmente resultará no aumento da racionalidade especialmente se for de modo equilibrado entre a percepção cognitiva/dos padrões e a percepção emocional/julgamento estético dos padrões, visando o equilíbrio, a essência de qualquer fato, de toda a realidade. E talvez, se possível, ter sempre a sabedoria como ponto de partida e e de chegada, que talvez eu possa inclusive denominar de ciência existencialista ou hiper-realista, tal como a sua representante [idealmente], a filosofia, deve ser.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Hipótese: as pessoas tendem a analisar o comportamento geral das populações/coletividades identitárias com base ou a partir de suas próprias vivências, logo...

... por exemplo, os homossexuais, serão mais propensos a analisar ou a principiar [e infelizmente, também a finalizar] as suas observações e conclusões sobre o comportamento humano por meio de suas interações, muitas das quais que serão em sua maioria com iguais, isto é, com aqueles da ''comunidade' LGBT, e como resultado, tenderão a avaliar de modo invariavelmente sub-correto ao generalizar o comportamento médio dos homossexuais, masculinos e femininos, de si mesmos, especialmente os de sua classe social, como se representassem a totalidade ou a maioria das tendências comportamentais dos outros grupos. 

Pessoas parecidas ou muito similares em fenótipo tendem a se atraírem. E aqueles que são menos perceptivos ou de alguma maneira mais instintivos, socialmente/domesticado ou subsistentemente/''natural'', tenderão a sobreporem as suas vivências pessoais sobre as demais, sempre principiando e finalizando sobre as mesmas.

Interessante pensar que os conservadores/direitistas tenderão a ser melhores nesta análise do que os esquerdistas justamente por serem menos exóticos ou minoritários que os segundos, como, com certeza, eu já devo ter comentado... 

domingo, 29 de outubro de 2017

Inteligência é teleológica parte 2

A inteligência comportamental = para a sobrevivência, é teleológica porque todo comportamento bem sucedido de curto e de longo prazo são em si mesmos/e não necessariamente de modo ideal/ equilibrados, ou buscam por equilíbrios/fatos comportamentais, ideais ou não.

A inteligência analítica = se antecipa à realidade buscando compreende-la. E todo e qualquer fato, que analisamos, que compreendemos ou que apenas lidamos, ao menos as suas partes mais essenciais (e mesmo quando a compreensão é periférica), tem como natureza fundamental o equilíbrio, porque nada neste mundo existe sem que seja/esteja equilibrado, geralmente ideal em si mesmo, mas não universalmente falando.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Comportamento = inteligência = criatividade//sabedoria

A criatividade é a maximização do uso da inteligência direcionada para uma finalidade específica enquanto que a sabedoria é a maximização do uso da inteligência para uma finalidade macro-ou-hiper- existencial/evolutiva.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Nível de preparo ou reação dos quatro temperamentos

Em um texto recente eu especulei sobre o papel de cada estilo de temperamento não apenas em relação àqueles que exibem alta expressividade de um traço mas também de uma maneira geral ou universalmente individual, já que todo mundo é, para mais ou para menos, colérico, fleumático, melancólico e sanguíneo.  

Agora, ainda nessa vibe, especulo quanto ao grau de preparo de ação e de reação a partir da inércia comportamental, de cada temperamento.

Fleumático: estabilidade emocional, ou o menos reativo. Menos "distante" da inércia comportamental.

Melancólico/sanguíneo: moderada a variavelmente reativo[s]. 

- Melancólico: segundo "menos distante" da inércia comportamental.

- Sanguíneo: terceiro "menos distante" ou o segundo mais "distante" da "inércia' comportamental. 

Colérico: o mais reativo. Hiperativo. Impulsivo.  Mais distante da "inércia' comportamental. 



Mas se o fleumático é o mais trabalhador então por que estaria mais perto da inércia comportamental ?? 



- Por ser um dos tipos mais comuns é muito provável que as combinações de fleumáticos com outros sejam também mais comuns.

- O fleumático mais comum é o menos propenso tanto para a ação impulsiva, do colérico, quanto para a ideação impulsiva, característica do melancólico. 

E o sanguíneo seria a sua versão mais quente ou extrovertida, no entanto ainda mais impulsivamente ativo, e caracteristicamente menos ideativo.  

No mais também há de se diferenciar ação espontânea/impulsiva de ação imposta. 

Agir por conta própria, com base no próprio impulso, mais comum em coléricos, do que no caso do fleumático que, por causa de sua natureza bem mais passiva, é muito mais propenso a agir, a partir do "impulso/ou ordenamento alheio".


Então aqueles que já são mais mental ou comportamentalmente ativos, como os melancólicos, os coléricos/e os sanguíneos, também são/serão menos propensos a atender ''ordens de outrem'', enquanto que o menos impulsivo, ideacional e comportamentalmente [e o mais mentalmente estável], o fleumático, é o mais propenso a obedecer ordens ou ações impostas. 

O melancólico apesar de ser o segundo mais próximo da ''inércia comportamental'', 'pensa demais'. Logo tenderá a questionar mais os ordenamentos ou as ações impostas mas também porque agirá mais por impulso do que o fleumático;

O sanguíneo é o segundo mais propenso a agir a partir de ordenamentos alheios, nomeadamente no caso do seu trabalho, e justamente por ser mais comportamentalmente impulsivo [do que o fleumático; ele também é o segundo mais emocionalmente estável], do tipo que trabalha durante a semana para ''curtir o fim de semana''. O fleumático é o mais propenso a descansar em seus momentos de lazer do que de buscar por socializações festivas tal como o sanguíneo;

O colérico, por ''agir demais por impulso'' é o menos propenso a ''obedecer ordens'' ou ''acatar ordens alheias'' ou mesmo, de se acostumar com a condição de subalterno.