Minha lista de blogs

Mostrando postagens com marcador crueldade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crueldade. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

O desprezo da "direita" pela carnificina contra o povo palestino é o seu padrão mais previsível

Não que exista um lado sempre certo da história, de preferência à esquerda, como parecem pensar muitos dos ditos progressistas. Muito longe disso. Mas também é fato que, ter o "dedo podre" para escolher o "lado errado', tem sido um hábito muito recorrente da direita. E se existe um "lado" certo, ele está sempre virado para onde apontam os fatos. Por exemplo, a carnificina sistemática que tem sido praticada contra o povo palestino pelo estado de Israel, em que boa parte da "direita" ocidental foi cooptada para apoiar seus carrascos (sem falar de boa parte do Establishment). Mas não apenas cooptada, porque pessoas que se identificam como conservadoras realmente tendem a apoiar grupos que consideram mais fortes ao invés de se colocarem ao lado dos grupos mais fracos dentro de um contexto de conflitos. E não importa se são nazistas "arianos" ou judeus "untermenschen", contanto que sejam identificados como "poderosos" e ideologicamente alinhados, e essa tendência é muito provável que se confirmará. 

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Mais pensamentos pecaminosos

 A crueldade, geralmente, é uma combinação entre covardia e injustiça 


Existem dois tipos de covardes, aquele que sempre foge das situações e aquele que sempre confronta com violência quem é menos forte que ele ou o faz de maneira desonesta, por exemplo, em bando 

No entanto, é o primeiro tipo que costuma ser mais moralmente condenado 

Já o outro seria o mais conceitualmente covarde, se a prudência é relativa aos contextos pessoal e circunstancial e, portanto, nem sempre é sinônimo de covardia, enquanto que, agir de maneira violenta com quem é mais fraco ou fazê-lo em bando contra apenas uma pessoa é sempre covarde

Aquele "vagabundo" que não trabalha, ainda não é diretamente explorado pela "sociedade capitalista", mais ou menos como o ladrão que rouba ladrão

A opinião mais racional é, frequentemente, a mais impopular 

A racionalidade é mais como uma habilidade de auto controle sobre a vontade ou a necessidade de interpretar fatos de acordo com os próprios sentimentos, isto é, um controle sobre a própria auto projeção 

A maneira mais direta de analisar a inteligência de um indivíduo é buscando saber o quão racional ele é ou está. Já a aplicação de uma bateria de testes cognitivos é uma maneira bem mais indireta, porque, enquanto todo altamente racional é muito inteligente, em termos racionais, existe uma maior diversidade de desempenho intelectual no mundo real quanto aos que pontuam mais alto em testes de QI 

O indivíduo altamente racional também é o mais autoconsciente e, portanto, o mais realista, aquele que menos filtra a realidade objetiva 

Contradições de direita 

1. 

" 'Bullying' reforça o caráter" 

Mesma pessoa, indignada 

"Vejam aquela pessoa branca sendo espancada por um homem negro sem qualquer razão aparente" 

2. 

"Nunca disse que o capitalismo é perfeito"

Mesma pessoa 

Geralmente incapaz de criticar o capitalismo, de perceber suas incongruências

"Não importam as eras, a nostalgia é sempre o mesmo sentimento subjetivo de que o passado vivido era melhor que o presente vigente"

Não mesmo, até pelas grandes irregularidades que tem caracterizado o fluxo da história humana. Por exemplo, uma pessoa que viveu plenamente sua juventude nos anos 20 do século XX, especialmente se foi nos EUA ou na Europa Ocidental, e viu a crise de 29 e a ascensão do nazifascismo, com certeza teve mais razão para sentir nostalgia sobre essa época do que outra que viveu toda sua vida sem passar por grandes turbulências sociais. Tal como hoje em dia, no ano de 2024 em que escrevo esse pensamento, as gerações mais velhas e mesmo os jovens que nasceram nas últimas duas décadas do século XX, têm razões mais lógicas para lamentar pelo tempo presente, muito mais turbulento, do que quem viveu toda sua vida sem ter a experiência de qualquer declínio civilizacional 

Os mais autoconscientes são os mais conscientemente contraditórios 

Uma intolerância extrema à divergências de opinião pode ser porque se acha que está mais certo sobre tudo pelo que se interessa ou porque realmente se está 

Dica: na maioria das vezes é o achismo da primeira opção

Também pode ser reflexo de uma grande insegurança (não-declarada) sobre a própria opinião ou sobre o nível de compreensão que tem sobre ela e associado a um desejo de preservá-la a todo custo

Uma das expressões mais típicas de irracionalidade é o etnocentrismo ou o nacionalismo extremo e/ou acrítico, mais uma clássica manifestação de anti-intelectualismo, de suspensão do pensamento lógico-racional em prol de uma doutrinação ideológica 

Ex ateus existem, tal como os ex religiosos. Mas também existem variações individuais de descrença e crença religiosa, sendo que, é possível pensar se a maioria dos ex ateus não eram dos mais convictos e a mesma lógica para os ex religiosos, de que não eram dos mais religiosos ou crentes. Eu já comentei que, aqueles que passam a se identificar como ateus ou agnósticos principalmente por motivação moral/emocional estão mais propensos a retornar à religião do que aqueles que o fazem por motivação intelectual. Pois em relação aos religiosos, eu acredito que o padrão seja o oposto, se o nível de intensidade de convicção religiosa é mediado pela ilógica emotiva da crença baseada na fé, que só é plenamente possível pela suspensão do pensamento lógico 

Os que mais clamam por justiça social também tendem a ser os mais desajustados, cultural ou socialmente, que também tendem a ser mais geneticamente mutantes que os mais ajustados. Também é por isso que tendem a adotar ideologias excessivamente irrealistas, paradoxalmente baseados no próprio realismo pessoal de desajuste, no realismo histórico de injustiças normalizadas, mas também no irrealismo de quererem alterar a realidade e, então, as sociedades para que reflitam suas naturezas minoritárias e/ou mais disfuncionais

Lógica controversa

Money dominates the world. "Jews' dominates the money. Jews dominate the world (??)

A maioria dos seres humanos são socialmente conformistas, por parecer que evoluíram, tal como indivíduos nominais de toda espécie social, como as formigas, para obedecerem a um comando hierárquico superior e contribuírem com a comunidade em que residem de acordo com as suas características físico-comportamentais. Porque, basicamente, toda organização social humana funciona como um organismo e os indivíduos que a constituem como células dos seus sistemas internos. Então, é possível dizer que existem tipos especializados, que alguns tipos são mais como células brancas, que detectam invasores externos ao organismo (grupos de imigrantes potencialmente problemáticos??) bem como células "doentes' ou "defeituosas', e outros que são como as hemácias (que ajudam a reparar os danos no organismo).

Eu ainda penso que, extremos políticos podem ser metaforicamente associados a estados patológicos. Por exemplo, a extrema direita, quando no poder, pode agir como uma doença autoimune, que ataca o próprio organismo, a partir de uma defesa desproporcional às células saudáveis, além do risco ampliado de atacar outros organismos. Já a esquerda no poder, pode agir também como uma doença que enfraquece o sistema imunológico, tal como a AIDS, fazendo com que as células menos saudáveis e elementos invasores se multipliquem...

Em termos de tipos, alguns seres humanos seriam mais como células do cérebro, como os neurônios, outros mais como células especializadas de outros sistemas, como o digestivo e o excretor. E, para representar os mais racionais e mais naturalmente inconformistas a contextos disfuncionais ou aquém de uma organização social plenamente equilibrada, eu penso nos neurônios localizados em áreas especializadas em autoconsciência, autoconhecimento, percepção objetiva do mundo e nos genes-espelho, relacionados à empatia


Com imigração em massa, disgenia, hegemonia de ideologias que negam diferenças intrínsecas de intelecto e comportamento e anti meritocracia, "progressistas" estúpidos estão tornando a possibilidade de uso de práticas eugênicas não apenas viáveis como necessárias

Aliás, também estão justificando a possibilidade da volta de ditaduras de direita no ocidente

Para, talvez, a maioria das pessoas, discursos generalistas ou coletivistas são muito mais fáceis de serem internalizados do que discursos com mais nuances, detalhes e perspectivas porque podem até se contradizer, aparentemente, mas não sustentam narrativas maniqueístas 

A seleção natural é mais sobre maximizar a sobrevivência do que a fertilidade, se é a primeira o seu objetivo final e a segunda um meio. Mas geralmente a fertilidade equivale à sobrevivência de uma espécie a nível coletivo, meio e fim indistinguíveis

O que todo autodeclarado progressista de esquerda deveria aprender

Que ninguém é obrigado a gostar de nada

Ninguém é obrigado a gostar do que ele gosta

Ninguém é obrigado a tolerar a presença do outro se não for por consentimento mútuo e se tiver poder de escolha

Enfim, de aprender o básico do convívio

Uma pessoa relativista: a arte, assim como o gosto pessoal, é relativa e subjetiva. 

Uma pessoa "de esquerda" e relativista: "a arte, assim como gosto pessoal, é relativa e subjetiva, mas... (Eu acho que) aquele filme é (objetivamente) excelente..." "Eu não entendo por que tem pessoas que não conseguem gostar desse ou daquele filme..."

Um relativista é idêntico a um absolutista. Ambos reduzem a complexidade de contextos culturais a tudo ou nada

Acadêmicos versus cientistas

Nem todo cientista é um acadêmico. Nem todo acadêmico é um cientista 

Acadêmico é aquele que, a priori, trabalha dentro de uma universidade, geralmente como professor 

Cientista é aquele que idealmente se dedica à ciência, à sistematização do pensamento lógico-racional em teoria e em sua prática, geralmente dentro de uma universidade. Mas também pode fazê-lo fora, por si mesmo 
Na verdade, tem muito acadêmico que, além de não ser um legítimo cientista, se comporta como um legítimo pseudocientista 

Maior o recorte demográfico, mais escassa é a frequência de pessoas boas

Pessoas boas existem mais como indivíduos do que como grupos 

Uma definição estrutural e básica para o transtorno mental é uma instabilidade estável, que é o oposto, mas ainda igual à própria vida, que se expressa como uma estabilidade instável 

Uma das maiores injustiças sociais é a diferença de acesso à estabilidade financeira entre indivíduos de classes sociais distintas, causada principalmente pela diferença de ajuda familiar, por exemplo, pelo pagamento da mensalidade de universidade particular, em contraste à ausência e eficácia dessa mesma ajuda por causa da penúria característica e intergeracional de muitos das classes menos privilegiadas. 

Mas, com o roubo do protagonismo da luta de classes pela de identidades dentro da hierarquia de prioridades das ditas esquerdas, o foco no classismo estrutural foi desviado para o racismo estrutural, supostamente intacto e mais importante...

O progressista típico acredita que abstrações, como "sociedade" ou "racismo estrutural", influenciam diretamente o comportamento das pessoas, isto é, ele inverte a ordem dos fatores em que, aqui, faz muita diferença, se é o mesmo que colocar a carroça na frente dos bois, afinal, as pessoas se comportam primariamente de acordo com as suas tendências psicológicas e cognitivas. Sim, o contexto influencia. E sim, mas o contexto não determina

Eu já comentei que a moralidade não é apenas humana, por também apresentar uma natureza universal, como sinônimo de imprescindibilidade a partir dos contextos adaptativo e evolutivo de indivíduos de uma espécie. Mas a moralidade também é uma ficção humana, por ser uma palavra abstrata, se a própria palavra já é, por si mesma, uma abstração, uma simbolização individualizada de elementos, fenômenos, derivações e ficções...

Nunca houve a necessidade de substituição de estilos musicais antigos pelos novos. Uma das razões para essa substituição e consequente perda de riqueza cultural tem sido as transformações econômicas, ainda mais a partir da hegemonia do capitalismo, sistema baseado no lucro ou a curto prazo

A cultura popular brasileira foi completamente obliterada pela cultura popular capitalista 

Ser bissexual não é como ser ambidestro, igualmente canhoto e destro, mas como ser ambivertido, extrovertido e introvertido, mais dependente do contexto e mais fluido em sua expressão


A imaturidade do passado era crer que existia um pai todo poderoso olhando por todos os seres humanos

A imaturidade do presente é acreditar que não existem limites nem deveres, apenas potenciais e direitos 

Para ser bem franco, e vindo de um homo(bi)ssexual, a homossexualidade é uma desordem hormonal, só que branda, não necessariamente uma doença. E também é por isso que a sociedade humana deveria tolerá-la, até certo ponto, incentivando comportamentos saudáveis e isso não inclui a promiscuidade, também por causa da imperfeição intrínseca da vida .

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Lições do filme "Midsommar" sobre doutrinação e cultura

 Pequeno texto recheado de "spoilers"


O filme de terror Midsommar, do diretor Ari Aster, um dos mais aclamados de 2019, buscou mostrar que é possível um filme do gênero causar medo à luz do dia, sem ter a escuridão da noite como elemento catalisador. Sua história se centraliza na situação delicada da protagonista, Dani, que acabou de perder de forma trágica seus pais e sua irmã, e acaba sendo convidada, sem querer, para uma viagem à Suécia com o namorado e amigos dele, vacilante de continuar seu relacionamento com ela. Mas, ao invés da capital, Estocolmo, eles seguem em direção a uma comunidade alternativa no interior do país em que, durante uma de suas cerimônias mais importantes, demonstra tratar-se de um culto macabro que pratica sacrifícios humanos, incluindo visitantes. 

Mas o mais interessante do filme, para mim, é que mostra como funciona um culto, especialmente pelo uso de chantagem emocional: de rituais de socialização que visam reforçar o elo coletivo e o recrutamento de pessoas em situação de vulnerabilidade, por exemplo, as que se encontram em um estado de solidão ou tristeza profunda, como a protagonista. O filme também mostra como o fanatismo ideológico, induzido por técnicas constantes de condicionamento social, dessensibilizam indivíduos, especialmente os mais suscetíveis, manipulando-os a aceitar práticas cruéis como "parte da cultura". 

Também é revelador a cena final em que, um dos jovens membros da comunidade, condicionado a se sacrificar com outros homens dentro de uma igreja de madeira, especialmente construída para ser queimada junto com os escolhidos para morrer, desperta de seu transe e começa a gritar de desespero quando as chamas passam a queimar o seu corpo. Pois essa cena em particular se refere ao despertar, vezes tardio, de indivíduos ideologicamente doutrinados. 

Então, a conclusão que eu cheguei após assistir esse filme é que aquela comunidade fictícia não representa apenas cultos praticados em comunidades isoladas e pequenas, mas também qualquer cultura ou ideologia humanas, atuais e extintas, porque todas apresentam características idênticas aos cultos, principalmente a doutrinação por mitos, ou por pensamento mágico, e a normalização cultural ou dessensibilização de práticas de crueldade...

sábado, 3 de dezembro de 2022

49% dos brasileiros votaram em um sujeito, então presidente, que definitivamente...

 ... não se importava e não se importa se morrerem/morrermos de covid.


A covid-19 já ceifou mais de 600 mil vidas brasileiras, sem contar as vítimas que provavelmente morreram em consequência da infecção pelo novo coronavirus, mas não fizeram o teste de detecção para acabarem nas estatísticas oficiais.

Não, não foi uma gripezinha, porque a grande maioria dos que morreram por covid não teriam morrido por gripe.

Durante o auge da pandemia, sem vacina nem nada, o nosso ex querido presidente fez de tudo para relaxar as medidas de proteção para combater o alastramento e as mortes por esse vírus, atrasando a compra de vacinas, desincentivando o uso de máscaras e o afastamento social. 

Não pense que ele não sabia que o vírus estava matando adoidado. Ele sabia! O fato é que ele não se importava e não se importa se morrermos, nós, nossos parentes, amigos, por causa de um vírus ou por qualquer outra causa que possa ser prevenida. 

Ele não se importa com a gente. 

Em nenhum momento, ele sequer pediu desculpas por todo estrago que articulou, que seria o mínimo. Em nenhum momento, ele sinceramente lamentou pelas vítimas ou se sensibilizou com seus parentes e amigos, porque sujeitos assim costumam ter orgulho do mal que causam. 

Mas 49% dos brasileiros, cidadãos de bens, votaram nele mesmo depois de tudo isso. Incluindo pessoas que perderam entes e amigos queridos para a covid...

Dizem que a culpa não foi dele... bem, se você é presidente, percebe que tem um "'gado" fanático que faz tudo o que você mandar e os manda ou os deixa alastrar esse vírus, você não teve nenhuma culpa, não é?? 

Nosso serial killer incentivou à morte de milhares e que poderia ter sido muito mais, sabendo exatamente o que estava fazendo. Mas ele quase saiu vitorioso. Foi por pouco que o assassino em série foi reeleito... 

Não, não estou exagerando. Apenas usando os termos mais realistas para descrevê-lo e a lamentável situação de viver num país em que metade da população tem falhas graves de discernimento moral, uma das mais relevantes que é a capacidade de detectar sujeitos sem escrúpulos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Basicamente, a relativização cultural//moral justifica práticas cruéis

Enfatizando o que já falei em outros textos...


A partir da narrativa de relativização cultural justifica-se, por exemplo: a proibição da transfusão de sangue entre testemunhas de Jeová, que coloca em risco de morte membros desta seita que mais precisam disso; a retirada dos clitóris de meninas africanas em algumas comunidades muçulmanas, para que não sintam prazer durante o ato sexual; a escravidão; os "sacrifícios" humanos; os rituais cruéis de abates de animais não-humanos, como o Kosher e o Hallal...

Essas "práticas" são criminosas ou cruéis também por serem completamente desnecessárias, extremas, insensatas e injustas, justificadas por mentiras ou falácias: "Deus não permite a transfusão"; "mulheres não podem sentir prazer no ato sexual"; "grupo X, por ser absolutamente inferior, deve ser escravizado"...

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Sobre a complexidade da pauta antiespecista

 Um relato pessoal 



Em 2008, eu fui oficialmente apresentado à internet e, desde então, foi amor e vício à primeira vista. Criei meu perfil no Orkut, naquela época, dominante nas redes sociais brasileiras, começando a "curtir" páginas que iam de acordo com o que pensava, incluindo as de protesto. Algumas delas eram contra a crueldade com animais, particularmente o que acontece de maneira relativa no extremo oriente, o consumo de carne de cachorros e gatos que, desde há muito tempo, se transformaram nos maiores "mascotes" da humanidade.

Não que essa prática seja comum, até porque não teria como um bilhão de chineses consumirem esse tipo de carne todo ano.* O fato é que acontece e, até por causa das dimensões demográficas, especialmente as da China, estamos falando de milhares de cachorros e gatos que, anualmente, são mortos e consumidos. Não bastasse isso, também está normalizado naquelas terras, bem como no oriente médio, outras práticas extremamente cruéis: comer animais vivos; caçar baleias... e existem até dois "método de abate" chamados Kosher e Hallal, respectivamente típicos das "religiões" judaica e islâmica (consiste em ferir o animal não-humano, deixando-o sangrar até à morte. Dizem que é um "ritual sagrado")...

*... Mas nada impede, infelizmente, que se torne uma prática comum. É o que pode começar a acontecer na Coreia do Norte.

Não que nós, ocidentais, sejamos muito mais cuidadosos no tratamento que damos aos animais, mas pelo menos tendemos a poupar as espécies que estão mais íntimas ao nosso convívio. 

Pois, quando fui exposto a essa contradição, de continuar comendo outros tipos de carne enquanto acusava orientais de comer cachorro e gato, eu comecei a pensar seriamente em me tornar vegetariano. Pois foram alguns anos até, mais ou menos o ano de 2015, que consegui parar de comer carne, incluindo peixe, porém, mantendo o consumo de derivados do leite. Mas, lá para meados de 2018, não consegui mais dizer não a bolinhos de bacalhau, voltando a comer "frutos do mar". Desde então, tinha mudado o meu "status" moral-alimentício de "vegetariano ovo-lácteo" para "peixetariano". Quanto à minha saúde, não havia notado grandes mudanças, se desde 2015 estava sem comer carne de boi, vaca, porco e frango. 

Então, neste ano de 2022, eu comecei a perceber um declínio na minha saúde com dores de garganta e resfriados frequentes. Justamente no meu mês de aniversário, agosto, eu o passei doente, com a garganta muito dolorida e tosse. O fechei com febre e mal estar, começando setembro com diarreia e fortes dores de barriga, causadas por uma provável intoxicação alimentar, e ainda tive reação alérgica a um remédio contra dor, Buscopan, que quase me causou um choque anafilático (provavelmente associado a uma combinação de abuso de remédios no mesmo dia e baixa imunidade). Pois mesmo que nada disso tenha acontecido por causa da dieta que estava seguindo, eu decidi voltar a consumir carne. Porque, como já havia comentado, eu não tenho exatamente uma saúde de ferro. Outro problema é que, quem começa uma dieta como essa, seja lá por quais razões, precisa se informar bem para conseguir encontrar fontes de alimento que substituam pelo menos uma boa parte da proteína animal que deixará de ser consumida. E eu não sou essa pessoa organizada. Eu fui direto na mudança de dieta por razões morais, como a maioria faz, sem ter acionado o meu paraquedas, isto é, sem ter buscado compreender os prós e contra e compensar de maneira satisfatória.

Mas isso não muda em nada o que penso sobre a pauta antiespecista. Na verdade, confirma aquilo que já sabia, que não é apenas uma questão de parar de comer carne, porque não é e nunca foi tão simples assim. Aliás, essa é uma das pautas mais complexas e, portanto, mais difíceis de serem plenamente implementadas, porque se, por um lado, está muito certa sobre combater todo tipo de crueldade contra animais não-humanos, por outro, ainda não é tão fácil mudar a dieta humana, depois de milhares de anos de co-evolução biológica e cultural. De qualquer maneira, eu continuarei defendendo pelo melhor tratamento possível, inclusive para os animais que são criados para alimentar a humanidade, ajudando com o que estiver ao meu alcance; e continuarei totalmente contrário à certas "práticas culturais", do "abate Hallall" ou "Kosher" ao consumo de carnes de cachorros e gatos, até mesmo pelo status histórico e co-evolutivo dos mesmos com os humanos. Aceitar a complexidade dessa pauta é o primeiro passo. Reconhecer quando não consegue mais sustentar um modo de vida, adotado por razões morais, mas sem desistir de continuar apoiando pela melhoria do tratamento que é dado às outras espécies, além da nossa, é outro passo importante se também for o seu caso. 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Algumas verdades para os que acreditam em um mundo de perdedores e vencedores

 1. Em essência, somos todos iguais


Se vamos todos morrer um dia e é improvável que viveremos para sempre, então, qualquer vitória ou sucesso individual será inevitavelmente em vão. Por isso que ninguém é absolutamente superior ou inferior ao outro, porque independente se somos vencedores ou não, todos seremos "perdedores" na morte.

2. Se você é bem sucedido, não conseguiu sozinho

Contatos, privilégios e/ou a sorte de estar no lugar e no momento certos... são muitas as variáveis que influenciam nossas trajetórias de vida. Pois o indivíduo que se pensa como um vencedor tende a acreditar que o "mérito" foi todo dele, ao invés de aceitar que jamais teria conseguido alcançar seu "sucesso" sem a ajuda dos outros/das circunstâncias. 

3. Os que são considerados como perdedores, geralmente, são vítimas ou injustiçados 

Chamá-los deste jeito é ignorante, cruel e falacioso. Chamar uma pessoa em situação de pobreza ou que tem transtorno mental de perdedor é o mesmo que caçoar de alguém que está em uma situação de vitimização ou vulnerabilidade e que, em sã consciência, jamais gostaria de estar sofrendo com esses infortúnios em suas vidas.

4. Todo "vencedor" pode se tornar um "perdedor" e vice-versa 

O mundo dá voltas e você, que se considera um vencedor, pode acabar em uma situação oposta. Por isso que é recomendável evitar essa mentalidade, até para não cair em contradição ou hipocrisia acaso o jogo virar para o seu lado.

5. Se você pensa que é um vencedor, você pode ter baixa autoestima 

Porque o mais autoconfiante não precisa se comparar ao outro para se sentir melhor consigo mesmo.

6. Conceitos de sucesso e fracasso podem ser muito complexos quando analisados contextualmente

Eu já comentei sobre isso, usando o meu exemplo, já que, com base nos valores atualmente dominantes da ideologia/propaganda capitalista, eu seria um perdedor, por (ainda) não ter emprego e/ou ser financeiramente dependente dos meus pais. Mas se a analisarmos de maneira mais profunda e realista, concluiremos que eu também posso me considerar, por agora, como um vencedor, só que no sentido de sobrevivente, porque até hoje não sofri com a exploração econômica que acomete a maioria das pessoas via parasitismo estrutural capitalista. 

6.1 Também podem ser muito complexos, mesmo se analisados objetivamente 

Um exemplo clássico é do "artista" medíocre, de mercado, que conquistou fama e fortuna versus um artista de fato, talentoso e dedicado à sua arte, que é muito menos famoso que o primeiro. Um faz mais sucesso que o outro, mas está claro que não é por causa de seu talento/qualidade intrínseca ou merecidamente, mas por ser mais lucrativo para a indústria do entretenimento. 

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Sobre racionalidade, crueldade e veganismo

 Exemplos: "bullying" e escravidão


Se eu perseguir uma pessoa, tratando-a de maneira hostil e agressiva; pelo simples prazer de maltratá-la; sem que ela represente uma ameaça pra mim ou sem ser por justa causa, como autodefesa, isso significa que eu estou agindo de maneira irracional, porque não estou: refletindo minha ação, analisando a situação e seus elementos/ tentando entender meus sentimentos e os da pessoa que eu estou atacando e pensando se existem alternativas melhores de abordagem. Pois a prática de "bullying", sem que exista uma boa razão para adotá-la, é o equivalente a abrir o guarda-chuva em um dia parcialmente nublado ou dar vários tiros em uma rosa no jardim acreditando que possa oferecer algum perigo imediato. É um despropósito, um excesso, que só pode ser causado por uma impulsividade instintiva, pertencente à mesma categoria de comportamento que o estupro. Por isso que não é apenas coincidência que crianças, adolescentes e adultos imaturos estejam mais propensos a praticá-lo. 

A escravidão é outro exemplo de crueldade irracional, por não ser imprescindível ou necessária, por existirem outras opções, mesmo se com o objetivo de subjugar um povo, se isso pode ser feito de maneiras até diametralmente opostas à sua brutalidade característica e com igual ou maior potencial de "sucesso". Por exemplo, conquistando esse povo através de simpatia e empatia: preservando seus direitos mais básicos, oferecendo-lhe meios de sustento dignos... enfim, transformando-o em um aliado e, assim, diminuindo significativamente o risco de que se revolte contra a sua autoridade, se não há razão para escravizar ou maltratar os que já se encontram em uma posição subalterna, 
 além de lhes causar uma alta taxa de mortalidade, isto é, justamente os que estão sustentando a sociedade. A escravidão não é apenas desnecessária, mas também contraprodutiva e estúpida. E, além disso, a escravidão, assim como qualquer outra prática de crueldade, se baseia no desprezo à verdade da igualdade essencial de todos os seres humanos//vivos, condenados ao mesmo destino final. 

Portanto, já podemos concluir que, crueldade e racionalidade tendem a ser opostos. Mas, isso ainda não significa que, então, seja o mesmo que bondade ou altruísmo por também ser possível e até comum de se praticá-los a partir de impulsividade emotiva ou ignorância. No entanto, quanto maior a ponderação, sinônimo de racionalidade, mais detalhes, nuances e alternativas de abordagem emergirão à mente, resultando em uma maior moderação no comportamento. Por isso que, apesar de não serem a mesma coisa, uma maior capacidade racional tende a resultar em uma maior empatia...

O paradoxo racional do veganismo 

O veganismo é uma prática indiscutível de compaixão, por pregar pela abstenção do consumo de "produtos" de origem animal em prol do bem estar das espécies que têm sido exploradas por nós, seres humanos, para nos servirem. Pois é possível dizer que o tratamento geralmente cruel que temos dado a esses animais é análogo à escravidão de outros seres humanos, partindo dos mesmos argumentos, de desproporcionalidade do ato e de alienação sobre a verdade de sermos todos iguais, em essência. No entanto, essa situação é mais complexa que os exemplos acima, já que a maioria dos seres humanos têm se adaptado a uma dieta onívora, desde os primórdios de nossa espécie. Pois se "bullying" e escravidão não são imprescindíveis à sobrevivência individual ou coletiva, o mesmo não pode ser igualmente dito sobre a domesticação de espécies animais visando seu "valor nutritivo". 

Eis aí um paradoxo, por ser racional tentar minimizar o sofrimento desses animais a partir de uma análise imparcial dos fatos envolvidos, por exemplo, de que eles, assim como nós, também são sencientes, porque sentem prazer, dor, alegria, tristeza; e por sermos essencialmente iguais, ao contrário da falácia especista que exagera as nossas diferenças em relação às outras espécies. Mas por também ser racional se preocupar com a própria saúde, e uma dieta deficiente em proteína pode acarretar problemas a médio e longo prazo. Porém, se a maioria dos veganos toma suplementos que ajudam a equilibrar suas dietas, talvez o veganismo seja totalmente viável (na verdade, partindo da ideia de que o veganismo não é necessariamente uma abstenção, mas uma redução máxima do consumo de produtos de origem animal, então, parece ser bem mais acessível do que se pensa).  

No meu caso, eu decidi minimizar o máximo que consigo o  consumo de alimentos de origem animal. Por isso acabei adotando o pescetarianismo. 

Como conclusão, o veganismo é primariamente muito racional, mas também é  potencialmente irracional, porque pode colocar em risco a saúde do indivíduo que o pratica. O ideal, portanto, seria não aderir totalmente ao mesmo, tal como eu faço, ou buscar por compensações que diminuam esses riscos, como muitos veganos têm feito.   

terça-feira, 17 de maio de 2022

"Ninguém nasce ruim" , "qualquer um pode se tornar um serial killer"

 1. "Ninguém nasce ruim"


 De fato, ninguém nasce ruim e nem bom, se não podemos perceber tendências morais em recém-nascidos apenas com base em seus comportamentos.

No entanto, se uma pessoa apresenta uma constância de comportamentos "anti sociais",e especialmente se começa a apresentá-los ainda na infância, então, é provável que ela tenha predisposições psicológicas, de nascença para os mesmos, como se "tivesse nascido (predestinada a ser) ruim".

2. "Qualquer um pode se tornar um serial killer"

Seria como dizer que todo mundo corre o mesmo risco de escorregar de um precipício e se acidentar ou morrer. Mas não é todo mundo que vai com frequência a um lugar com precipício e nem que se arrisca quando está lá. Pois, se mesmo uma situação que, por infortúnio, pode acometer qualquer um de nós, não apresenta igual probabilidade para todos, quiçá a de se tornar um serial killer que, além de, geralmente, depender de circunstâncias ambientais específicas, também se relaciona com predisposições comportamentais.

Essa afirmação pode ser que tenha sido baseada na existência de serial killers que não aparentavam/aparentam ser psicopatas ou sociopatas e, sendo assim, qualquer um pode se tornar um "monstro".

Mas, se isso fosse verdade, o número de serial killers seria muito maior, se são muitas as pessoas, solitárias ou não, que sofrem "bullying", injustiças... e, nem por isso, saem por aí matando avulso.