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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O papel da perspectiva existencial para a criatividade



A Perspectiva existencial é a arquitetura do existir, que se faz por meio da sobreposição de bio-variáveis em conluio com o meio de vivência e/ou fatores ambientais únicos (macro, decisivos e/ou estruturais). 

As bio-variáveis se sobrepõem hierarquicamente umas às outras como castelos/arquiteturas de prioridades existenciais/transcendentais, produzindo modos de atuação que tendem a ser lógicos/recíprocos à essas "necessidades vitais". 

A maioria das pessoas tendem a apresentar mais similaridades de operacionalidade entre si do que diferenças e esta realidade caminhará para produzir as tão odiadas massas ou coletividades. 

Das minorias que exibem os modos mais singulares nós vamos ter os criativos e quanto maior ou mais constante for a influência da criatividade no comportamento/ato de existir, mais únicas serão as suas perspectivas existenciais. Escusado será dizer que não basta estar singularmente localizado dentro do ambiente evolutivamente compartilhado para ser muito criativo, mas principalmente, que esta situação seja acompanhada por predicados que possam incrementar a autopercepção de singularidade, como uma maior inteligência intrapessoal


Talvez a própria criatividade já possa ser pré-concebida enquanto uma arquitetura bio-existencial "e' cognitiva incomum que resulte em intuições novas e de qualidade, a base primordialmente conceitual deste fenômeno.

Metaforicamente falando é como se  a maioria das pessoas estivessem em posições ou localizações discretamente distintas entre si, enquanto que os tipos mais singulares pudessem ser encontrados em localizações completamente discrepantes, via perspectiva existencial


Localizações distintas produzem campos de visualização ou perspectivas distintas e quanto mais singular, mais interessante, novo e potencialmente útil será.... e novamente, se for acompanhado pela ''bio-aparelhagem'' necessária. Não basta ''ter'' ou ''estar'', também é preciso ''ser''.

Os mais similares interpretam a realidade de forma potencialmente parecida e a cultura aparece como uma maneira de reuni-los sob bandeiras transcendentais homogêneas, que melhor lhes apetecem. 

Os mais criativos são, primeiramente, como aves raras e a possibilidade que o fenômeno das massas possa afeta-los será potencialmente pequena se o ápice da criatividade e especialmente da personalidade criativa nada mais será do que o extremo senso de individualidade (não confundir com individualismo). 


O verdadeiro gênio criativo ou auto-criativo é a anti matéria do conformista coletivista

Somos movidos por intuições. Os nossos cérebros operam de maneira intuitiva, distribuindo funções por meio de um falso-ponto cego ou aleatoriedade relativa. É por isso que muitas vezes (na maioria das vezes) agimos de maneira instintiva e emocional. Muitas vezes seremos muito mais reativos do que reflexivos, isto é, de estudarmos as nossas próprias reações. O que difere uma epifania criativa de um cotidiano normal de operacionalidade cerebral ou "convergente", é a sua novidade e não necessariamente a sua natureza intrínseca ou orgânica. 


O gênio criativo, "alienado" dentro de seu casulo singular de percepções, dará grande prioridade a sua maneira única de entender o mundo, produzindo novas ideias e/ou associações, enquanto que os neurotipicos recuperarão as suas internalizações e/ou memórias de maneira intuitiva, porque afinal de contas, poucos tem o hábito de pensar sobre os próprios pensamentos e muito daqueles que o fazem ainda se dará via intuição. Não sabemos como que nossos pensamentos chegam tão rápidos até nós. (isso se existirem gagos mentais...) Recuperamos internalizações para atuar no mundo a todo momento, isto é, usamos nossos crescentes arcabolsos perceptivos, filtrados por nossas respectivas formas ou bio-variáveis (bio-arquitetura).

O criativo é aquele que, ao invés de apenas recuperar lembranças, também produzirá nova matéria prima para que mais lembranças e/ou conhecimentos possam ser coletivamente internalizados e aproveitados dentro dos ambientes humanos, mas primeiramente por eles mesmos.

O gago pensa sobre a própria fluência e em como que ela poderá ser expressada, pensa em sua operacionalidade mecanica ou técnica. 


"Eu vou falar assim " eu quero comprar uma barra de chocolate" "

Ele ensaia como que irá falar na débil tentativa de prevenir que gagueje, pois acredita que o modo de pensar humano nao tende a ser puramente reativo

O criativo pensa em ideias que nunca foram pensadas. O neurotípico pensa em ideias que foram compartilhadas, apesar de ter alguma disposição individual e invariavelmente fraca para produzir novas ideias. 

Da mesma maneira que pensamos sem ter ideia de como o fazemos, que se dá intuitivamente, o mesmo acontece com a criatividade. E na minha opinião o fator chave que explica o porquê dos criativos e especialmente os mais geniais, se diferenciarem em relação aos tipos neurotipicos não será apenas por causa de seus estilos cognitivos, que podem ser demonstrados por seus cérebros, mas também por causa de suas perspectivas existenciais singulares, que também explicam as motivações (interesses) intrínsecas ou prioridades evolutivas/existenciais/transcendentais incomuns.

Resumindo, o gênio criativo é como um superdotado (ou um  ''muito' inteligente) mas existencialmente direcionado para prioridades incomuns, que serão ricas em novas percepções e muito mais detalhistas quanto às nuances da realidade (consciencia estética) do que em relação aos zumbidos repetitivos das colmeias humanas.

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