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terça-feira, 24 de maio de 2022

O debate sobre QI como exemplo de estupidez da polarização ideológica

 Dois grupos que se dizem totalmente antagônicos entre si, protagonizam entre e para si um debate importante, sobre a inteligência humana, suas diferenças e influências, e mais especificamente sobre QI. Um grupo, mais à esquerda, diz que QI não mede nada acerca da inteligência humana. Outro grupo, mais à direita, diz o completo oposto, que QI é praticamente sinônimo de inteligência. 


8 ou 80. 

Nada ou tudo. 

Sem nuances...  

E eu poderia aplicar essa mesma lógica irracional para a maioria dos outros tópicos de disputa entre esses grupos. 

Três níveis de racionalidade via política

 Basicamente o quão enfurnado na polarização ideológica você se encontra?? 


Nível 1: o mais irracional 

Você não é capaz de analisar fatos por si mesmo, pois é ou está muito dependente das narrativas dos seus grupos ideológicos de aderência. Portanto, você também é incapaz de considerar pontos razoáveis dos grupos que se colocam como antagonistas aos seus, sem que os seus "produtores de conteúdo e opinião" o tenham feito. 

Você, como conclusão, está excepcionalmente parcial, partidário, tendencioso...

Nível 2: racional ou irracional intermediário 

Você reconhece que os seus grupos ideológicos de aderência não estão certos sobre tudo ou que aqueles que são opostos aos seus não estão errados sobre tudo. Por isso, você tenta ser mais imparcial e autocrítico. Você é até bem intencionado, mas não é muito bem sucedido ou acaba estacionando no "meio do caminho", sendo mais irregular no que se propôs a ser ou fazer, reconsiderando certos pontos, só que preservando algumas 'opiniões" favoritas, mais difíceis de serem substituídas ou reformadas.

Nível: o mais racional

Você aprende a analisar e julgar qualquer tópico que for do seu interesse da maneira mais imparcial e objetiva que consegue prover. Com isso, consegue construir um mapa mais preciso sobre quem ou qual grupo que está mais certo e sobre qual questão, porque quando você pensa sobre um tópico, você não pega como referência posicionamentos ou opiniões dos grupos em disputa na polarização, porque só pensa sobre o que parece ser mais lógico, justo, verdadeiro, independente de quem está defendendo.  

Você, então, se tornou numa pessoa excepcionalmente imparcial, justa e precisa ao fato

Comentando sobre a minha frase: "Analisar inteligência por testes de QI é como estimar a altura pelo peso"

 Ou o peso pela altura, aqui, sem usar aquela analogia que eu fiz entre inteligência/altura e racionalidade/peso.


Vamos lá.

Duas pessoas com o mesmo peso necessariamente não têm que ter a mesma altura e também é verdadeiro para duas pessoas com a mesma altura em relação aos seus pesos. Porque uma pode pesar 50 quilos e medir 1,50 cm e a outra que tem o mesmo peso, pode medir 1,70 ou 1,80 cm. Pois se no primeiro caso parece que há plena correspondência entre as medidas, no segundo, existe um possível desequilíbrio em curso.

Traduzindo essa analogia ao QI e à inteligência temos que, um indivíduo com altas pontuações nos aspectos quantitativos que os testes analisam superficialmente, pode não se destacar no mesmo nível nos aspectos qualitativos, nomeadamente: capacidades criativa, racional e/ou emocional. E não é nada incomum existirem esses perfis. 

Isso significa que, pode-se pontuar em torno dos "140 pontos" em um teste de QI, mas se sair muito mal nos ou em alguns dos aspectos qualitativos, fazendo toda a diferença na "conta final". Já um outro indivíduo pode obter a mesma pontuação e se sair muito bem nos aspectos qualitativos.

Mesmas médias de QI, mas níveis diferentes de inteligência.

Sem falar nas diferenças de perfis se apenas comparando os aspectos quantitativos (verbal, matemático, espacial...)

Pois imagine se fosse possível estimar as capacidades racional, emocional e criativa, igual se faz com o QI??

Então, ao invés de um indivíduo ter uma média de "140" pontos, por exemplo, sua média seria menor por causa das baixas pontuações nos aspectos qualitativos que, sim, também podem ser objetivamente analisados, comparados e até "medidos", se é possível observar níveis de criatividade individual, por meio do senso de humor, pela quantidade de ideias e pensamentos interessantes que uma pessoa pode gerar; pela capacidade de pensar e julgar com imparcialidade ou justiça, assim como de compreender a si mesmo, as próprias emoções e as dos outros, e se adaptar às situações sociais ou interpessoais da melhor maneira possível, a que conseguir.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Uma validação pseudo-paradoxal do determinismo biológico

 A epigenética não prova a ideologia da tabula rasa (ou igualitarismo)...



Durante alguns meses do rigoroso inverno europeu de 1944-45, invasores nazistas cortaram todo suprimento de comida de 4,5 milhões de pessoas, nas regiões ainda ocupadas do território neerlandês, resultando em uma crise de fome coletiva que matou aproximadamente 20 mil pessoas por desnutrição severa. Então, décadas depois, suas consequências continuaram a ser sentidas na geração dos filhos de mulheres que estavam grávidas naquele período crítico da história dos Países Baixos, porque foi percebido que apresentavam uma maior incidência de doenças metabólicas, como o diabetes e a obesidade, problemas cardiovasculares, esquizofrenia... do que em relação ao restante da população do mesmo país.

Pois parece notório observar que, condições extremas, de acordo com o que é considerado extremo para cada espécie, costumam causar efeitos extremos nos organismos dos seres vivos. No entanto, também é necessário que esses organismos não estejam adaptados a suportar tais condições, tal como no caso dos seres humanos. Portanto, não é apenas o ambiente que os influencia, porque eles respondem e interagem de acordo com as suas próprias naturezas (seus limites e potenciais adaptativos).

Em relação ao famoso exemplo acima, muito usado como demonstração de efeitos epigenéticos transgeracionais, ele não prova que o meio é mais importante que a biologia, mesmo que muitos tenham chegado a essa conclusão. Na verdade, prova que é a biologia que determina as reações comportamentais e/ou orgânicas dos seres vivos às diferentes condições ambientais nas quais se encontram, sempre ela que dá a resposta final. Por isso que, se o organismo humano fosse plenamente adaptado à uma situação de penúria alimentar, não sofreria com maiores repercussões se fosse submetido à mesma.

Afinal, o que torna algumas espécies mais adaptadas à condições extremas, como algumas bactérias, e outras não?? 

Principalmente as suas biologias.

Nada justifica os ultra ricos. Mais uma, como sempre, sobre a idiocracia do capitalismo

 Mesmo se existissem/existem grandes fortunas que não foram forjadas pela exploração do trabalho alheio; se por grandes obras artísticas ou realizações culturais. 


Porque, racionalmente falando, nada justifica a ganância, a avareza, a luxúria, o classismo; o egoísmo e o materialismo exagerados...

Se a grande maioria desses sujeitos não acumula tanto dinheiro pensando no bem comum, para ajudar os outros ou causas importantes, mas para esbanja-lo, maximizar o próprio conforto, construir dinastias e/ou aumentar sua influência na política, geralmente para garantir seus privilégios injustos.

Pois ao justificar suas fortunas, com base em algum critério vago de mérito, se está, implicitamente, justificando os salários muito mais baixos da maior parte da população, como se merecessem. 

Ninguém realmente merece ser ultra rico, por mais talentoso, sábio ou criativo. E 'ninguém" merece receber tão pouco. 
Professores não merecem receber muito menos que advogados ou médicos. Na verdade, as diferenças entre o menor e o maior salário, por profissão, não deveriam ser tão superlativas. 

O ideal seria que, independente da ocupação, com o salário recebido, fosse possível ter um padrão de vida, no mínimo, razoável, com direito ou possibilidade de ter uma casa própria; um carro; poder viajar, até para o estrangeiro; ter um serviço público,  especializado e digno nas áreas da saúde, educação e segurança... 

Irregularidades absurdas: de ultra-ricos que construíram seus impérios, especialmente com base em investimentos e não com os seus próprios trabalhos, às ''celebridades'' ultra ricas, esportistas ou artistas, apenas mostram o quão morbidamente desigual e anti-meritocrático é o capitalismo, se o maior mérito é o trabalho, a contribuição que se faz à sociedade e não à si mesmo. 

Não importa se eles investem mais ou empregam mais, se ficam com boa parte do que ganham. Isso não é contribuir para a sociedade, mas usá-la para o próprio proveito, tendo-a como um meio e não como um fim. 

Níveis de motivação intrínseca ou extrínseca são provavelmente determinados pela biologia

 ''A motivação extrínseca também é intrínseca...''


Piadas sem graça à parte, nossas motivações, de se fazer algo visando uma recompensa posterior ou tendo a própria ação como finalidade, não estão igualmente distribuídas para todos, porque alguns são mais intrinsecamente motivados que outros e vice-versa. Segundo que, nossos níveis de motivação, intrínseca e extrínseca, são biologicamente determinados, por não serem resultados da influência direta do meio sobre nós, se são características neurológicas, geralmente estáveis e provavelmente inatas. Por exemplo, a minha motivação intrínseca muito forte e dominante que tem determinado a minha obsessão diária pelos meus interesses especiais. Uma motivação intrínseca muito forte, tal como a que apresento, também pode ser sintoma ou sinal de transtornos, como o espectro do autismo.

sábado, 21 de maio de 2022

"Eugenia não é exatamente o mesmo que genocídio": o exemplo do holocausto judeu

 Tentar exterminar um dos povos mais inteligentes do mundo é uma forma de eugenia?? 


Não. 

Agora, faz mais sentido considerar o holocausto cigano (porajmos) como uma prática (cruel ou equivocada) de eugenia do que o judeu, porque este povo sempre foi conhecido por sua cultura exótica, mas não necessariamente por sua inteligência.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Se a relação entre direita e personalidade anti social é explícita, como é essa relação com a esquerda??

 É bem mais complexa. Primeiro que, apesar de pregar por valores opostos ao que consiste o transtorno de personalidade anti social, a esquerda, especialmente a marxista, tem se vinculado, desde a revolução russa, com países oficial e/ou superficialmente socialistas que, não apenas têm deixado a desejar, quanto ao objetivo de promover justiça, solidariedade e igualdade, como também oprimido suas populações, principalmente dissidentes. Como comparação, esses valores têm sido adotados de maneira mais integral em "social-democracias' capitalistas.


Por aí podemos pensar na existência de sujeitos anti-sociais que se infiltram nas esquerdas e adotam discursos progressistas, mas que são usados como meios para se promoverem na hierarquia de poder e influência das mesmas, ou angariar vantagens pessoais, se passando como bons samaritanos.

O melhor teste de racionalidade ou capacidade racional...

 ...não é aquele baseado em perguntas hipotéticas, mas o que for constituído com perguntas sobre eventos da realidade, do passado, do presente, e que também busquem avaliar o nível de compreensão sobre conhecimentos específicos, discernimento moral e autoconhecimento aplicado, de saber o quanto se sabe e o quanto que pode aprender.


Enfim, de capacidade de julgar,de pensamento crítico-analítico e reflexivo, de distinguir fatos de "fake news",  "desinformação" ou "narrativas ideológicas" se passando como verdades incontestáveis.

"Ímpeto pela justiça social" como capacidade cognitiva??

 Você é capaz de identificar predadores e parasitas humanos e/ou suas ações?? 


Você é capaz de identificar quais são os verdadeiros problemas das sociedades humanas e propor ou defender por soluções potencialmente mais adequadas?

Pois os mais afiados na detecção de peçonhentos de nossa espécie, de humanos que atacam humanos, são justamente os que defendem pelo combate às suas ações: exploração econômica, opressão cultural, destruição do meio ambiente e crueldade cometida contra outras espécies.  

Pois a partir dessas reflexões, proponho que a detecção de comportamentos parasitários e predatórios em seres humanos (ou daqueles que apresentam esses perfis) seja considerada uma capacidade cognitiva específica, mediante a sua grande importância para a sobrevivência individual e coletiva: segurança ou bem estar existencial, diga-se, uma capacidade fundamental para a sobrevivência de qualquer espécie.

Sobre prodígios, QI e uma proposta de extrapolação

 Segundo a ideologia do culto ao QI, se um indivíduo apresenta grande capacidade matemática, por exemplo, isso se deve ao seu alto QI, diga-se, ao QI "performance" ou sua "média geral". 


Mas, por que não pensar que sua grande capacidade se deva à si mesma e não necessariamente às suas capacidades cognitivas gerais?? 

Entendo que, para conseguir compreender teorias e resolver problemas matemáticos é preciso ter uma boa inteligência linguística, mas não precisa ser no mesmo nível de um Machado de Assis. E, para o perfil oposto, esse pensamento pode ser até mais verdadeiro. 

Isso explicaria o "fator g" se, por causa do papel basilar da linguagem na inteligência humana, em relação ao Ql, haveria uma relação necessária do QI verbal com os outros. 

Parece uma lógica simples em que, uma grande capacidade em certo ramo sugere uma alta capacidade no mesmo sem que seja condicional ser "mais inteligente" em todos os domínios do conhecimento acadêmico.

Pois tem um artigo muito interessante  https://blogs.scientificamerican.com/beautiful-minds/the-mind-of-the-prodigy/ que fala dos últimos achados sobre prodígios: crianças e adolescentes que apresentam talento precoce em alguma área e que não pode ser explicado apenas por treino, que pode corroborar para esta linha de pensamento que estou propondo, porque, um desses achados, mostra que não existe uma relação significativa entre pontuar alto em testes cognitivos e se tornar um prodígio de grande talento, especialmente no meio artístico. Também foi encontrado que os 18 prodígios analisados*, como um grupo, apresentaram uma maior proporção de traços autistas, excepcional memória de trabalho e pontuações discrepantes nos subtestes cognitivos. Por exemplo, o caso de um que pontuou 108 em QI performance e apenas 70 em visual espacial (que não o impediu de ganhar um prestigioso prêmio por suas habilidades de improvisação de jazz, tornando-se a pessoa mais jovem a se apresentar com um músico famoso em um dos melhores locais de música dos EUA).

* Apesar do número pequeno de prodígios, por serem tão raros, ainda pode ser considerado uma boa amostra.

Então, eu penso se essa lógica proposta e apoiada pelo padrão encontrado nesse estudo, de discrepância de desempenho cognitivo e sem a restrita necessidade de ter um alto QI, possam ser variavelmente extrapolados para outras áreas, além das que foram analisadas... 

terça-feira, 17 de maio de 2022

Minha mente não para

 Teve um dia desses que eu tentei descansar um pouco, digo, descansar a minha mente. Sentei no chão do quintal de casa e tentei fazer o que eu fiz numa tarde parecida, de céu parcialmente ensolarado, que já faz uns dois ou três anos atrás: de ficar quieto, olhando para o mundo, meditando. Bem, meditar não é bem a palavra, mas algo próximo disso. Infelizmente, depois de, sei lá, um, dois minutos, pensamentos rápidos e lampejos de imaginação vieram à tona, caindo como cascata, como geralmente acontece, e borrando a minha tentativa vivenciar intimamente o mundo ao meu redor. E tem sido assim desde, nem sei quando. A psiquiatra até deu um nome para essa condição que eu tenho ou vivo, "maladaptative daydreaming" ou imaginação mal-adaptativa. Não sei se concordo totalmente com essa definição patológica. Sei que tem em comum com os transtornos mentais uma grande constância de expressão, que é difícil de ser controlada pelo portador. Por outro lado, eu devo muito a essa introspecção e imaginação significativas os textos que tenho produzido. Acho que transformei, pelo menos até agora, o que na minha infância foi o meu refúgio e na minha adolescência a minha prisão. Mas sinto que preciso me dedicar mais à interação com o mundo do que a mim mesmo, fazer da minha vida um pouco mais do que este monólogo que tem sido, se não posso acabar aprisionado novamente, afogado pelos meus próprios pensamentos. Cada dia ou momento oportuno, de ir desligando essa voz interna que fala baixa comigo para respirar, ver, tocar, sentir mais a minha única jornada de existência. 

Sobre realidade, eufemismo e linguagem ideal

 Com base na minha resposta a um comentário com essa frase abaixo, em um debate no YouTube.


"A 'realidade' é cruel... ela não liga para os seus sentimentos..."

A realidade não é cruel. Somos nós que lhe impomos ou não, crueldade. A priori, a realidade, além da esfera humana, não está nem aí pra nós, ela nos é indiferente. Somos nós, portanto, que deveríamos estar para nós mesmos...

A palavra "gorda", por exemplo, não existe, porque nenhuma palavra realmente existe. Pois se você considera uma pessoa "gorda" (absolutamente) inferior a você, isso é um sentimento seu, não da realidade, primeiro porque ela não está nem aí pra você nem pra mim, segundo que, se for considerar tudo o que existe como realidade, então somos todos micróbios insignificantes e, terceiro, porque, justamente por isso, somos todos iguais: insignificantes e temporários. Portanto, entre inventar eufemismos pra tentar interagir com os outros de maneira educada sabendo que, no fundo, somos todos iguais, que somos um mesmo caminho para um mesmo fim, e ofender por ofender, com essa desculpa de que "A realidade/eu acho que/eu sou, é cruel"... eu prefiro pelo eufemismo, do tipo que não distorce uma verdade ou que é subentendido que não o faz. 

É a linguagem neutra, não aquela que você está pensando, sem excessos por eufemismo ou por ofensa, sem intrusão emocional, que é ideal para a ciência.  

Sobre pensamento lógico e expertise

 Porque ciência e filosofia estão muito vulneráveis a erros humanos, principalmente por causa de preconceitos ideológicos, enraizados, de cientistas e intelectuais, não é sempre que um desses especialistas estará alinhado à razão ou à busca pela verdade objetiva e imparcial. E, na realidade, é muito comum não estarem. Por isso, o mais recomendado é que, nós, leigos, desenvolvamos nossos raciocínios lógico-racional para não ficarmos absolutamente dependentes da autoridade desses especialistas, se sabemos que não são infalíveis, especialmente os que se especializaram nos domínios menos difíceis, das ciências humanas, que também são os mais acessíveis e influentes em nossas vidas. Pois uma autoridade científica ou intelectual não é válida exclusivamente por seus títulos, mas por sua capacidade de pensar e aplicar o raciocínio lógico-racional de maneira sistemática, ética e eficiente, e associado aos conhecimentos que tem acumulado.

A direita diz que a ciência precisa ser politicamente neutra. A esquerda diz que ela deve se preocupar mais com os problemas da sociedade...

 Então, qual delas que está mais certa?? 


A esquerda, porque a ciência não pode pura e simplesmente se alienar da sociedade, se o que produz, inventa e descobre pode e costuma afetá-la, isto é, a nós. No entanto, a direita, aqui, não está de todo errada, porque o cientista não pode ser, a priori, influenciado por suas crenças políticas em sua busca pela verdade objetiva. Por isso que, o ideal é que a ciência, inclusive as humanas, sejam imparciais, não neutras, no sentido de buscarem ser justas, também de modo a propor e aplicar soluções para os nossos problemas: sociais, econômicos, morais e ecológicos. 

"Ninguém nasce ruim" , "qualquer um pode se tornar um serial killer"

 1. "Ninguém nasce ruim"


 De fato, ninguém nasce ruim e nem bom, se não podemos perceber tendências morais em recém-nascidos apenas com base em seus comportamentos.

No entanto, se uma pessoa apresenta uma constância de comportamentos "anti sociais",e especialmente se começa a apresentá-los ainda na infância, então, é provável que ela tenha predisposições psicológicas, de nascença para os mesmos, como se "tivesse nascido (predestinada a ser) ruim".

2. "Qualquer um pode se tornar um serial killer"

Seria como dizer que todo mundo corre o mesmo risco de escorregar de um precipício e se acidentar ou morrer. Mas não é todo mundo que vai com frequência a um lugar com precipício e nem que se arrisca quando está lá. Pois, se mesmo uma situação que, por infortúnio, pode acometer qualquer um de nós, não apresenta igual probabilidade para todos, quiçá a de se tornar um serial killer que, além de, geralmente, depender de circunstâncias ambientais específicas, também se relaciona com predisposições comportamentais.

Essa afirmação pode ser que tenha sido baseada na existência de serial killers que não aparentavam/aparentam ser psicopatas ou sociopatas e, sendo assim, qualquer um pode se tornar um "monstro".

Mas, se isso fosse verdade, o número de serial killers seria muito maior, se são muitas as pessoas, solitárias ou não, que sofrem "bullying", injustiças... e, nem por isso, saem por aí matando avulso.

Uma diferença entre indivíduos anti sociais e "normais": egoísmo ativo ou reativo

 Todos os dias, milhares de pessoas passam ao lado de "mendigos" e se comportam de maneira indiferente a eles, quer seja virando o rosto, fingindo que não estão lá ou mesmo sentindo pena, mas continuando em seus trajetos, sem tentar ajudá-los. Eu tenho certeza que você já fez isso várias vezes e que continuará a fazer. Eu também. Isso se chama egoísmo reativo, que é quando reagimos de maneira egoísta ou insensível a alguma situação que vivenciamos em que existe uma janela de possibilidade para se fazer algo em prol, quando nos abstemos de prestar ajuda. Agora, chutar, caçoar ou queimar mendigos já se consiste em um egoísmo ativo, que também pode ser chamado simplesmente de crueldade, que é quando pensamos apenas em nós mesmos em uma ação que estamos praticando e que, geralmente, se consiste em um ato maldoso e sem sentido ou por puro sadismo. Pois enquanto frequentemente reagimos de maneira egoísta, se por indiferença, sensação de impotência ou conformismo, indivíduos dotados de personalidade anti social tendem a agir desta maneira, isto é, "voluntariamente". 


Eis aí uma grande diferença entre eles e nós que, de certa maneira,não nos faz muito melhores.

Você tem uma personalidade "anti anti-social"??

 Você tem uma facilidade para detectar indivíduos e/ou comportamentos "anti-sociais"?? Você não os tolera?? Você tende a reagir com indignação aos atos de crueldade, ao invés de apenas se sensibilizar com a vítima?? Você seria capaz de agredir e até matar um ou mais indivíduos depois que tomasse conta de atos abomináveis cometidos por eles contra seres humanos ou não-humanos inocentes?? Você não pensa que justiça é o mesmo correção, mas também ou principalmente sobre punição? Você se sente muito frustrado por viver em sociedades onde indivíduos "anti sociais" são predominantes nos espaços de poder e o sistema de "justiça', além de ser mais sobre corrigir do que de punir, ainda não pune igualmente, como deveria?? 

Qual é a diferença entre uma pessoa inteligente e uma pessoa sábia?

 A diferença entre o sábio e o genericamente "mais inteligente" está na capacidade de julgar, não necessariamente de aprender, mesmo que um esteja relacionado ao outro, porque é possível julgar bem com pouco conhecimento e julgar mal com muito.

O sábio, na minha opinião, é basicamente o mesmo que o mais racional, pois ''ambos'' buscam o conhecimento e, mais essencialmente, a verdade. Ele sempre aprende a pensar e julgar com base na verdade, ou pelo pensamento lógico-racional, para ser mais justo.

Para o mais inteligente, esse compromisso é opcional, pois ele pode usar sua inteligência para favorecer a si mesmo em detrimento dos outros. Ele também pode usar sua inteligência de maneira errada, por exemplo, dedicando-a à pseudociência.

Talvez a maior diferença entre o mais sábio e o mais inteligente seja que o primeiro desenvolve uma capacidade de detectar o que é mentira e, portanto, potencialmente injusto, enquanto o mais inteligente, a priori, pode ter dificuldade nisso.

Isso também está relacionado ao autoconhecimento, que é caracteristicamente mais desenvolvido nos mais sábios e não necessariamente nos mais inteligentes.

A diferença entre eles é a mesma entre um termo mais restrito e, portanto, definido, e um mais genérico, em que pode conter mais fraquezas ou deficiências, ainda mais quando comparados.

Em um sentido muito básico, a inteligência é a capacidade de estabelecer objetivos e de alcançá-los. A sabedoria é a capacidade de analisar/julgar esses objetivos, até para ver se vale a pena persegui-los.

O melhor julgamento é muitas vezes maneiras de não desperdiçar ''energia'' em algo que pode ser evitado, uma guerra, por exemplo.

O julgamento não é apenas uma ação conclusiva, mas um processo analítico-crítico que pode ser holístico, mais ideal, e se iniciar antes de um evento, mesmo com potencial preventivo.

O julgamento não está circunscrito ao final de uma análise, ele é a análise inteira.

Em relação ao autoconhecimento, é por meio dele que o sábio maximiza o uso de sua inteligência.

O mais inteligente pode ser mais provável de ser impreciso em sua autoavaliação e, consequentemente, em sua capacidade de usar sua inteligência com o máximo de aproveitamento.

Aqui, novamente, nos deparamos com o problema relativo de comparar termos mais restritos com termos mais gerais.

O melhor teste de racionalidade ou capacidade racional...

 ...não é aquele baseado em perguntas hipotéticas, mas o que for constituído com perguntas sobre eventos da realidade, do passado, do presente, e que também busquem avaliar o nível de compreensão sobre conhecimentos específicos, discernimento moral e autoconhecimento aplicado, de saber o quanto se sabe e o quanto que pode aprender.


Enfim, de capacidade de julgar,de pensamento crítico-analítico e reflexivo, de distinguir fatos de "fake news",  "desinformação" ou "narrativas ideológicas" se passando como verdades incontestáveis.

Sobre o que realmente se consiste o ''liberalismo econômico''

 É o mesmo que você jogar uma sociedade totalmente nas mãos de sujeitos que, em sua grande maioria, só pensam em ganhar dinheiro às custas do trabalho alheio, que só pensam em si mesmos, basicamente uma variante do capitalismo.


E o que poderia dar errado não é mesmo?? 

Sobre a promoção de positividade dos corpos na mídia

 Se não é legal "promover" ou celebrar os corpos de pessoas gordas, nem as bem gordas, que não estão em um nível mórbido de obesidade, então é legal celebrar ou promover os corpos bem magros de “modelos” de passarela??


Também é legal a "boa aparência" sendo EXTREMAMENTE promovida na indústria do “entretenimento” e resultando em uma epidemia de baixa auto-estima, depressão, anorexia, cirurgias radicais...?

Tudo bem super-promover características “desejáveis” afinal??

domingo, 15 de maio de 2022

Sobre esquerda, ciência e "religião"

 Quando você debate com um cientista, de fato: imparcial, objetivo, transparente e ético, ou com um indivíduo mais racional, você debate com quem está realmente preocupado em buscar pela verdade objetiva, que não teria maiores dificuldades em aceitar que está errado e de mudar de opinião, se necessário. 


Já quando você debate com um fundamentalista religioso, você debate com alguém que está convicto quanto à veracidade de suas crenças, imune a evidências ou fatos e que, portanto, dificilmente mudará de opinião. 

Pois se esperaria que uma pessoa que se diz de esquerda, é a favor do estado laico e da ciência, independente se acredita ou não em deus, pensasse mais parecido com um cientista do que com um fundamentalista religioso. Mas, apesar desta relativa ausência de uma crença religiosa ditando o quê ou como pensar, esta pessoa, se mais identitária ou marxista, tende a se comportar da mesma maneira que um fundamentalista, por estar absolutamente convicta sobre a veracidade de todas as suas crenças (político-ideológicas) e, portanto, raramente mudar de opinião, mesmo quando é exposta à evidências contrárias ou a argumentos melhores, pois está sempre racionalizando-as. Em outras palavras, mesmo se ela não tem uma crença em deus/eternidade, ela adota outras crenças pré-estabelecidas que quase nunca são criticadas ou testadas, por ela, para ver se realmente batem com a realidade. 

Interessante observar que, fundamentalistas religiosos e esquerdistas tendem a compartilhar os mesmos valores (ideologia/parcialidade//politização, empatia, emoção, abstração, relativismo e subjetividade) que são variavelmente opostos aos da ciência (empirismo, imparcialidade, lógica//racionalidade, transparência/ética e objetividade), com a diferença de que o fundamentalista jamais admitiria que os defende, pois acredita que suas crenças são verdades absolutas ou a própria sabedoria.

Mesmo nesta comparação, o esquerdista típico tende a ser menos fundamentalista que um fundamentalista religioso. 

Então, quando os dois se enveredam em campos científicos, ao invés de priorizarem a ciência, eles tendem a priorizar suas crenças ideológicas, resultando em trabalhos que são, em média ou desproporcionalmente, de qualidade duvidosa, trabalhos que são produzidos com o principal objetivo de confirmá-las, como se fossem fatos dados.  

Vale ressaltar que, ciência e religião também são ideologias, tal como a esquerda, porque são conjuntos de valores, ideais e crenças. A diferença é que a ciência é sobre a busca pela verdade via comprovação empírica. A religião, originalmente, como um núcleo da cultura humana e da verdadeira filosofia, também deveria ser sobre a busca pela verdade, por uma perspectiva existencial. E a esquerda, pois não há verdadeira justiça que seja com base na mentira.

Em relação à esquerda, acredito que é a crença no igualitarismo, na igualdade intelectual, psicológica e moral, primariamente entre os seres humanos, a principal responsável por sua deficiência científica. Veja, por exemplo, o absurdo que é defendido por muitos acadêmicos progressistas, de acusar a ciência de ser inerentemente racista, como se, por exemplo, a sua imparcialidade fosse uma imposição cultural do "homem branco". E ainda elevam à condição de conhecimentos mesmo mitos e crendices de povos indígenas, colonizados ou que tiveram suas terras tomadas pelos europeus. Com certeza que não fazem isso com base no pensamento científico e sem desprezar os conhecimentos legítimos que esses povos, historicamente, têm construído. 

Pois até parecem pensar que existe uma dicotomia entre ciência e esquerda, mas, enquanto a ciência, a priori, não tem um lado político (ainda que também seja uma ideologia), a esquerda que, diferente do conservadorismo tradicional, não tem como núcleo a "religião", alinha-se mais naturalmente com a primeira... 

Então, o que está provocando este descompasso paradoxal entre as duas??

Uma das causas é a natureza mercadológica da produção científica, que pressiona pesquisadores a priorizar quantidade sobre qualidade. Outra causa, talvez, a mais importante, se encontra no próprio desenvolvimento histórico das humanidades**, que tem sido mais divorciado dos fundamentos da ciência, do que em outras áreas, marcado pela valorização excessiva de abstrações, como se palavras fossem mais importantes do que seus significados ou relevância no mundo real, e pela imposição de crenças ideológicas tomadas como verdades absolutas, sem terem sido analisadas e comprovadas de maneira empírica, imparcial e objetiva.

** Se tem ocorrido um desvio no desenvolvimento das humanidades em relação aos valores ou ideais da ciência, isso se deve em boa parte pelo desvio da própria filosofia, primeiro de si mesma, de sua essência, como busca pela sabedoria.

Aproveitando essa crítica, eu também poderia me perguntar por que cientistas autodeclarados de direita tendem a não ser bons filósofos ou, mais propensos a serem de "anti-humanistas"?? 

Uma explicação geopolítica para o apoio velado à Rússia pela esquerda marxista e uma grande contradição acoplada

 No Brasil, o verdadeiro nacionalismo é de extrema esquerda porque são os que mais valorizam cultura, patrimônio histórico e a soberania nacionais. A extrema direita brasileira prefere EUA, Europa e Israel. E tem muitos que estão apoiando a Rússia putinista e por razões ÓBVIAS (defesa dos "valores tradicionais" ou psicopatia old style).


A extrema esquerda brasileira está apoiando a Rússia porque considera os BRICs, os países emergentes mais ricos e especialmente países antagonistas aos EUA como aliados contra a hegemonia yankee. Ela acredita que a única maneira de o Brasil se tornar mais soberano ou menos submisso aos EUA é buscando forjar alianças com esses países, como China e Cuba. Mas tudo isso também pode ser resumido ao raciocínio raso do "o inimigo do meu inimigo é o meu amigo" e como a maioria dos esquerdistas-marxistas são "Maria vai com as outras", assim como a maioria das pessoas, eles apenas seguem os pensamentos dominantes nos seus grupos de amigos e conhecidos que compartilham a mesma cartilha de ideais, ideias e análises. É extremamente contraditório em relação ao que pregam: solidariedade, respeito, DEFESA DA SOBERANIA (da Ucrânia, por exemplo?…) mas em termos friamente geopolíticos, isso faz sentido.

sábado, 7 de maio de 2022

"Você é um vagabundo que não quer trabalhar"

 Auto análise do meu caso de inadaptação


Depois de um bom tempo sem conseguir encontrar trabalho e, na verdade, sem ter procurado muito também, eu tenho concluído que sou cronicamente dependente dos outros, inclusive quanto às minhas necessidades mais básicas, como ter o que comer e um teto para morar. Eu cheguei a fazer faculdade e tirar o diploma, mas como a profissão mais provável de exercer seria a de professor, declinei deste compromisso por incapacidade psicológica, específica ao mesmo. Então, desde que me formei tenho estado num hiato profissional, tradicionalmente falando, de não ter carteira assinada, com um emprego e um salário oficiais. Eu também comecei a escrever e considero essa atividade como algo além de "mera" recreação. De qualquer maneira, para os olhos de nossa sociedade, eu sou um fracassado vagabundo que não quer trabalhar. Até poderia ser alguém que, legitimamente, não quer trabalhar e, sejamos sinceros, pois se pudesse escolher, a maioria optaria pela "vida mansa", ainda mais se for para ganhar um salário baixo, com jornadas exaustivas e sofrer humilhações de "patrões" safados que só pensam em seus lucros. Mas eu gostaria mesmo de estar trabalhando para ganhar meu dinheirinho e poder ter mais autonomia.

Para mostrar que essa dependência crônica é mais complexa do que muitos pensam, talvez, não apenas no meu caso, eu vou listar abaixo os fatores que tem me impedido de correr atrás de um emprego.

Sem mais demoras, saiba por que eu não sou apenas mais um vagabundo que não quer trabalhar...

1. Timidez ou ansiedade social

Eu tenho essa tendência de me preocupar muito com a opinião alheia e, mesmo que tenha conseguido diminuí-la, não é algo que se cura por ser parte do meu jeito de ser. Eu sei muito bem que a timidez tende a limitar nosso rol de possibilidades, inclusive as profissionais, especialmente para os que são mais arredios. E, diferente do que é comum de se pensar, é muito difícil, se não impossível, "mudar" a própria personalidade. A minha timidez é uma maneira que a minha mente encontrou de me ajudar a [sobre]viver, principalmente em uma sociedade em que relações abusivas fazem parte da sua ''normalidade''.

Eu poderia acrescentar minha antropofobia, meu grande medo em relação à espécie humana, de sua capacidade, que parece infinita, de cometer crueldades.  

1.1 Baixa autoestima

A timidez também é um sinal de se ser menos autoconfiante. No meu caso, eu diria que a tenho de modo mais flutuante, com altos e baixos.

2. Gagueira

Não bastasse ser tímido, eu também sou gago, do tipo residual, porque consegui, por conta própria, controlar parcialmente minha gagueira, mas sem ter aprendido técnicas que poderiam fazer toda diferença. Tudo por causa de uma negligência inexplicável dos meus pais que, quando eu era criança e, depois, adolescente, jamais me levaram a um profissional de fonoaudiologia. Pois o estigma de ser gago é tão alto quanto o de qualquer outra desordem mental.

3. Perfil cognitivo discrepante

Meu perfil cognitivo pende de maneira significativa para as profissões das ciências humanas, onde as capacidades de se comunicar e interagir socialmente são muito importantes. Agora, junte a isso o fato de ser tímido e gago, o que me resta??

E não só isso porque, para passar em concurso público ou universidade, é exigido conhecimentos gerais e/ou capacidade de memorização, enquanto que o meu perfil é mais específico e forte no pensamento divergente no que no convergente. Eu ainda poderia citar minha alta capacidade racional que me faz mais propenso a entrar em conflito com os outros e suas crenças irracionais, e que, com certeza, não me ajudaria se fizesse ou fizer uma outra faculdade, se na educação superior a conformidade ao que é passado pelos professores, tal como na escola, é uma das regras implícitas mais básicas. 

4. Motivação intrínseca predominante

Desde que me conheço por gente, eu sempre busquei fazer o que quis e, principalmente, no âmbito intelectual, de estudar, "brincando" com os meus interesses especiais. Pois eles sempre dominaram a minha atenção de maneira significativa, mesmo quando eu tinha consciência de que deveria me dedicar a uma atividade extrínseca aos meus desejos para alcançar um objetivo desejável, por exemplo, de estudar (memorizar) para a prova de concurso público e tentar tirar uma boa nota.

5. Realismo ou maturidade filosófica

Imagine você ter cristalizado em sua mente que: dinheiro é apenas papel, que somos todos iguais, em essência, que não existe vida após a morte, que só existe essa que temos para viver, que a mentira não tem maior valia que a verdade...??

Combinando esse realismo com os meus descompassos, minha motivação para seguir as etapas normativas da vida em sociedade tem sido extremamente baixa. Minha incapacidade de tratar o mundo humano com respeito a ponto de me jogar em sua selva de regras estúpidas, ganância e hipocrisia, de normalizá-lo no meu cotidiano, tem me forçado a uma espécie de exílio parcial.

6. Transtornos e condições mentais

Além da ansiedade social, eu poderia citar outros transtornos nos quais eu estou mais perto de ser diagnosticado, mas não o suficiente, por não apresentar uma estereotipia clínica para nenhum deles. Autismo, personalidade borderline, TDAH... Se conseguisse pelo menos um diagnóstico, poderia usá-lo como álibi para mostrar às pessoas o porquê de não conseguir me adaptar, como a maioria delas, ou de incorporá-lo no meu currículo em branco, mas nem isso.

A conclusão mais plausível que eu posso chegar é a de que ninguém em sã consciência gostaria de estar sem emprego, sem qualquer perspectiva de futuro, dependente da caridade alheia, primariamente da família, e estigmatizado pelos outros, chamado de parasita, vagabundo, inútil...