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quinta-feira, 24 de julho de 2025

O que muitos pensam como é uma psicoterapia ideal e como realmente é/What many people think ideal psychotherapy is and what it really is like

 Como muitos pensam que é: o psicoterapeuta muito empático, mas mais no sentido de compulsoriamente simpático, sempre concordante com o seu paciente, mesmo com as suas decisões insensatas...


Como realmente é: o psicoterapeuta muito empático, mas também atento a padrões disfuncionais do seu paciente, apto a intervir, no sentido de dizer ao seu paciente mesmo o que ele não quer ouvir ou aceitar. 



As many think it is: the highly empathetic psychotherapist, but more in the sense of being compulsively sympathetic, always agreeing with their patient, even with their foolish decisions...

As it really is: the highly empathetic psychotherapist, but also attentive to their patient's dysfunctional patterns, able to intervene, in the sense of telling their patient even what they don't want to hear or accept.

sábado, 24 de maio de 2025

Sobre o terraplanismo do comportamento

O terraplanismo virou sinônimo informal para pseudociências em redes sociais nos últimos anos.Também pudera, por ser uma das pseudociências mais óbvias, uma falsificação absurda de fatos científicos atualmente muito básicos, como o formato do planeta Terra, se tornou alvo fácil para o deboche, especialmente entre os que se pensam como mais entendidos em ciências. Por isso que eu também resolvi adotá-lo para me referir a uma série de pseudo conhecimentos, mas sobre o comportamento humano, que têm se tornado hegemônicos no governo, na mídia e na academia, e que, por ironia do destino, tendem a ser erroneamente ratificados como conhecimentos legítimos por muitos dos que adoram caçoar dos terraplanistas originais... Também me acostumei a chamar esses terraplanismos de "pseudociências do bem" (ideologicamente enviesadas à "esquerda" no espectro político-ideológico). Então, sem mais demora, vamos a eles: 


1. De que o comportamento humano é produto apenas das circunstâncias do meio ou de que somos meros reagentes, com pouca vontade própria 

Uma espécie de "circunstancialismo" negacionista porque despreza a importância da biologia ou natureza do indivíduo humano em relação ao seu próprio comportamento, que tem como provável inspiração, a crença na tábula rasa, de que nascemos tal como folhas de papel em branco e que nossas características mentais são moldadas apenas pelas experiências de vida. Como se os nossos traços mentais também não fossem,em média, herdados dos nossos progenitores, tal como acontece com os traços "físicos". Aliás, os nossos comportamentos psicológicos e cognitivos são expressões predominantemente estáveis da morfologia e constituição dos nossos cérebros, bem como de outros aspectos orgânicos mais intimamente relacionados, como os hormônios, em interação com o meio. Também são "físicos". E isso nos leva ao segundo terraplanismo do comportamento...

2. De que o comportamento humano é exclusivamente mental, no sentido suposto de ser metafísico ou alheio a "padrões físicos"

Como se a mente e, apenas ou especialmente a mente humana, apresentasse uma natureza radicalmente diferente do resto do corpo, como se também não fosse física e química, mas uma espécie de abstração que transcende tais "limitações"... Eu já denominei esse tipo de pensamento, que pode ser considerado um pensamento falacioso, de semanticalismo, em que se apregoa uma significância exagerada à palavra em relação ao elemento ou fenômeno que simboliza, ainda mais quando se trata de um termo mais imaginário do que real ou que não apresenta uma evidência confirmada. Quanto a esse tipo de terraplanismo que nega a natureza físico-química da mente, eu poderia chamá-lo de "mentalismo", uma ênfase absolutamente excessiva na "mente" a ponto de tratá-la como uma realidade por si mesma e não como o mais provável de ser: uma expressão derivada. 

Sim, sim, "fisicalismo", de longe, a hipótese mais sensata sobre o que seria a mente humana, basicamente o que foi dito nesse ponto, e que é a mais aceita pela ciência. Mais uma discussão inútil levantada e sustentada pela filosofia, ou por essa "filosofia" sem filtro de qualidade, em que teorias divorciadas de uma colaboração mínima e necessária com o pensamento científico continuam a ser consideradas no campo das discussões intelectualmente pertinentes, mesmo se não apresentam qualquer evidência (ou pista indireta) de que sejam factíveis. 

3. De que o comportamento humano é invariavelmente lógico 

Uma espécie de ênfase excessiva no  caráter lógico do comportamento humano, mais no sentido de ação e reação recíprocas, tal como pelo exemplo de que, se um indivíduo tiver uma criação desprovida de carinho e compreensão durante seus anos formativos, ele inevitavelmente se tornará um adulto de caráter dúbio. No entanto, a personalidade é um fator muito relevante nessa dinâmica, que torna essa ideia de reação diretamente recíproca ou "lógica", menos evidente. E como os traços de personalidade, além de serem padrões reativos, também tendem a ser mais estáveis ou variavelmente independentes do que acontece ao redor do indivíduo humano... Outro exemplo é a ideia de que as condições do meio unilateralmente propiciam a certos comportamentos, tal como no caso de se estar em uma situação de pobreza e cometer crimes, até como uma justificativa para o cometimento de ações do tipo, e que ainda costuma vir com a solução genérica do combate às desigualdades sociais, como se apenas o meio que fosse causal em relação a esse ou àquele comportamento e como se toda ação humana fosse reciprocamente lógica, aqui, em que a pobreza ou negligência social justificaria a prática de crimes. E mesmo que sempre exista uma interação óbvia e constante entre meio e ser humano, o que determina nossos comportamentos, no sentido de "dar a resposta final", somos "nós mesmos" ou o que apresentamos de personalidade, inteligência... de como temos reagido, interpretado e concluído de nossas experiências. Novamente, um apelo à minha defesa "heterodoxa" de validação do determinismo biológico como uma verdade absoluta, bem diferente do que, especialmente, os tais terraplanistas do comportamento, tendem a se posicionar...

Pois um dos equívocos técnicos mais básicos que têm sido cometidos à exaustão na área da psicologia, e que contribuem para o surgimento desses terraplanismos, é o de confusão entre correlação e causalidade, por exemplo, da correlação positiva entre tipo de criação recebido e capacidade de discernimento moral, em que muitos pesquisadores acadêmicos têm chegado à conclusão de que o tipo de criação é um fator causal ao desenvolvimento do caráter de um indivíduo humano, ao invés de pensar na possibilidade menos generalista e, portanto, menos extraordinária, de que pais tendem a gerar filhos que herdam deles traços de personalidade parecidos, ocorrendo essa concordância estatística mais robusta, primariamente se baseando em um dos fatos mais básicos da biologia, não apenas da humana, a hereditariedade, e não apenas dos "traços físicos", já que o tipo de criação também reflete traços de personalidade de um indivíduo, nesse caso, os pais, em interação com o seu meio familiar. Então, em palavras mais fáceis, temos: pais mais intrinsecamente amorosos mais propensos a ter filhos mais amorosos ou empáticos (ainda que essa regra não pareça ser significativa, até pela natureza relativamente aleatória dos padrões de hereditariedade de traços entre seres humanos. De qualquer maneira, essa tendência de concordância de traços de personalidade e inteligência entre pais e seus filhos biológicos é maior do que a de discordância, por isso, de haver uma correlação mais positiva do que negativa). 


4. De que o comportamento humano é produto exclusivo da criação ou educação 

Uma espécie de "criacionismo comportamental" em que se credita tudo do comportamento humano à criação que se recebe durante os anos formativos, novamente, negando o fato de que já praticamente nascemos com predisposições psicológicas e cognitivas (que também podem ser denominadas de padrões) que herdamos dos nossos progenitores (mais em um sentido combinatório do que diretamente transmitido) e que, inclusive, começamos a expressá-las desde os primeiros anos de vida. Um exemplo de hipótese que foi levantada com base nessa pseudociência é a da "mãe refrigeradora", para explicar o autismo. 

4.1 De que o comportamento humano é produto exclusivo da cultura 

Uma variação negacionista da influência da biologia no comportamento humano do que já foi mostrado acima, só que focando na crença de que é a cultura, o fator mais importante de influência. Mas a cultura, em média, reflete características psicológicas e cognitivas da população que a expressa, inclusive a tendência comum de conformidade social, se tratando de uma espécie altamente social, como a nossa. A cultura não veio primeiro ou do nada. E mesmo no caso de ditaduras absolutas, tal como o da Coreia do Norte, em que se percebe uma imposição mais direta de uma cultura sobre uma população, a segunda sempre acaba se adaptando, também por conformidade, ainda que, nesse exemplo, trata-se de uma cultura mais tradicional que mudou pouco de antes da revolução socialista, cujas mudanças mais notórias foram a introdução de um culto de personalidade dos líderes e o aumento significativo da restrição de liberdades individuais e/ou democráticas. Mas mesmo no caso de mudanças culturais (de comportamento ou costumes) ou intergeracionais mais significativas, como as que têm acontecido no mundo ocidental, primeiro que, não poderiam acontecer sem que houvesse uma possibilidade biológica para isso, com base naquela lógica muito básica de que, não é possível um indivíduo se tornar algo que não está disponível como uma possibilidade em seu rol de plasticidade comportamental, tal como no exemplo de um indivíduo com capacidades cognitivas modestas que, em um cenário normal de trajetória de vida, não pode se tornar superdotado (em um sentido mais academicamente tradicional) apenas por esforço ou dedicação nesse objetivo. Portanto, essas mudanças não podem estar ou não estão totalmente divorciadas da biologia. Segundo que, não são todos de uma geração que reagem parecido com o seu meio cultural, vide a existência de indivíduos explicitamente opostos às tendências de comportamento de sua geração. Terceiro que, também é importante notar a existência de uma parcela da população que adere apenas superficialmente à cultura vigente, por conformidade, mas mais no sentido de pressão social para, pelo menos, não se posicionar contrariamente aos postulados determinados como a ordem do dia, de se conformar pelo silêncio.  Resumidamente falando, seres humanos diferentes tendem a reagir de maneiras diferentes às mesmas pressões do meio cultural. Sim, especialmente em comparação às outras espécies, somos muito generalistas. Mas isso não significa que nossa plasticidade comportamental seja indefinida ou infinita...

Então, essa crença de que somos mais generalistas do que realmente somos nos leva ao quinto terraplanismo...


5. De que o comportamento humano é muito plástico ou adaptativo, também no sentido de indefinido/sem limitações absolutas 

Como se os nossos limites emocionais e cognitivos fossem sempre e apenas uma questão de bloqueio mental e que, com uma intervenção adequada, fosse possível superá-los. Por exemplo, a hipótese de que seria uma ansiedade específica que explica dificuldades para aprender matemática e não que possam ser reflexos de características do próprio perfil cognitivo do indivíduo, algo mais intrínseco, e que, portanto, não podem ser absolutamente alteradas. 

Isso nos leva aos exemplos de terraplanismos do comportamento de algumas disciplinas específicas:

Da educação 

Parte da crença de que todo estudante que não apresenta deficiências intelectuais evidentes apresenta um potencial parecido ou idêntico de desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e que, o que mais os diferencia quanto ao desempenho acadêmico, é o esforço empregado nos estudos mais as condições do meio (o quão favoráveis ou desfavoráveis estão). Também é aplicado ao comportamento ou às diferenças de personalidade, em que são atribuídas aos mesmos fatores: culturais, de criação, ou do meio, e nunca à própria natureza (biologia ou "genética") do estudante.

Existem outras expressões de terraplanismos do comportamento na área da educação, mais especificamente em disciplinas como história e geografia, em que existe um domínio de narrativas do mesmo tipo, só que aplicadas em contextos sociais e históricos, tal como de que as principais ou únicas razões para as diferenças de desenvolvimento social e econômico entre as nações são as suas trajetórias históricas e culturais, desprezando completamente fatores biológicos, como a inteligência e o temperamento médios de suas populações. 


Da psicologia 

Pode ser considerado como o terraplanismo original do comportamento, por se relacionar com o conhecimento que lida diretamente com o comportamento humano. E como já foi comentado, se baseia em uma espécie de analfabetismo científico disfarçado de ciências humanas, por exemplo, por estar sempre propondo hipóteses que confundem correlação com causalidade em relação aos fatores que influenciam os nossos comportamentos, sempre apontando para os fatores ambientais ou do meio como os mais influentes, delegando à biologia um papel irrelevante. 

Da biologia 

Nesta disciplina, o negacionismo da influência predominante da própria biologia no comportamento humano, mostra-se mais sofisticado, justamente por se tratar da própria biologia, especialmente com a ascensão da epigenética, um ramo derivado da genética provavelmente válido em termos científicos, mas que tem sido usado para confrontar e invalidar a importância da própria genética no comportamento e no desenvolvimento humano e não para somar conhecimentos. Daí, como é o costume de uma típica pseudociência, pobre em multidisciplinaridade, atribui-se tudo de um fenômeno ou situação, no caso, o comportamento, a uma mesma causa, a "epigenética" ou "influências supostamente independentes, paralelas e/ou externas à variação e à determinação genética", enquanto que uma análise mais cientificamente adequada considera todos os fatores envolvidos e busca construir uma hierarquia dos fatores mais influentes aos menos influentes (que, nesse caso, seria a biologia como mais influente que o meio na determinação do comportamento humano, um fato ratificado pela percepção de padrões que corroboram positivamente para essa conclusão, tal como pelo fracasso predominante de intervenções pedagógicas na promoção de uma melhoria substancial do desempenho acadêmico dos estudantes). 


Da criminologia 

A mesma inversão de relação entre causa e efeito, só que dentro de um contexto judicial, em que o sujeito humano é colocado em uma posição mais secundária de importância em relação ao seu próprio comportamento e que, em uma situação de prática de crimes, predominam as crenças de que fatores do meio, e não a índole, que a explica (o primeiro terraplanismo), e também na completa regeneração moral de qualquer um que cometa crimes (o terceiro, o quarto e o quinto)...

Também existem algumas ideologias ideologicamente aparentadas e radicais, como o abolicionismo penal, que pregam pelo fim das penitenciárias, isto é, com base nesses terraplanismos, além de outras fontes filosófica e cientificamente duvidosas...

quinta-feira, 7 de março de 2024

Novamente o problema elementar da psicometria/Again the elementary problem of psychometrics

 É que a psicologia, assim como a astronomia, também se firma na observação de padrões como meio principal de produção de conhecimentos do que pelo empirismo prático, e até mais já que, enquanto a astronomia requer cálculos matemáticos em suas observações e descobertas, o mesmo não é estritamente necessário para a psicologia. De novo, a ênfase no pedantismo das ciências exatas, se embrenhando em áreas onde não há grande necessidade de precisão numérica, afinal, ninguém realmente precisa fazer cálculos complexos para concluir, por exemplo, que seres humanos variam em suas capacidades cognitivas, bastando a definição de conceitos relacionados, e comparação e ranqueamento com base nos conceitos e critérios estabelecidos, ou observação...


This is because psychology, like astronomy, also relies on the observation of patterns as the main means of producing knowledge rather than practical empiricism, and even more so since, while astronomy requires mathematical calculations in its observations and discoveries, the same it is not strictly necessary for psychology. Again, the emphasis on the pedantry of the hard sciences, delving into areas where there is no great need for numerical precision, after all, no one really needs to do complex calculations to conclude, for example, that human beings vary in their cognitive capabilities, simply defining of related concepts, and comparison and ranking based on established concepts and criteria, or observation...



domingo, 2 de julho de 2023

Sobre a diversidade individual e combinatória de perfis de personalidade

"Introvertidos" 


Não são todos iguais. Na verdade, é esperado que exista uma grande variação de tipos dentro de um mesmo grupo. Por exemplo, entre os que são primariamente introvertidos, têm os que são mais conscienciosos (obedientes, disciplinados, motivados...), os que são mais abertos às experiências (imaginativos, introspectivos, curiosos), os que são mais neuróticos (coléricos, melancólicos, ansiosos...), os que são mais agradáveis (simpáticos, empáticos...) e os que são menos agradáveis (antagonistas, coléricos...). E não bastasse essa diferença, também tem a variação de como esses traços se organizam em ordem de importância ou influência no comportamento habitual do indivíduo. Por exemplo, um introvertido que é mais consciencioso, mas também aberto às experiências (geralmente específicas), tende a se diferir de um introvertido-consciencioso que tem como "terceiro traço de personalidade mais influente" a agradabilidade. Além dessas diversidades, também tem uma espécie de sub-variação entre os traços psicológicos, se os mais influentes são muito mais influentes que os menos ou se as diferenças entre eles não são grandes. Por exemplo, se um introvertido consciencioso expressa com frequência e intensidade parecidas essas disposições ou se a sua introversão é bem mais dominante que a sua conscienciosidade. 


Acabou??


Não, porque dentro de cada traço de personalidade, parece que, independente do modelo que estiver adotando, existe a sua própria complexidade que pode complicar um pouco mais na categorização de pessoas//indivíduos e grupos. O meu exemplo, que sempre "pontuei" baixo em conscienciosidade e na média em agradabilidade em testes de personalidade, mas definitivamente não sou um sujeito desonesto, sendo a honestidade uma característica implícita e comumente atribuída a esse traço. Portanto, eu posso ser, de fato ou primariamente, não muito disciplinado, motivado e obediente, mas em relação a ser honesto, é improvável de ser menos que a média e concluo até com certo pesar...


Em relação à agradabilidade, eu definitivamente não me vejo como "menos empático" que a média, até por ser tímido, sinto que sou bem mais preocupado com a opinião e com os outros, de maneira geral, e isso tende a implicar em uma maior empatia. Mas em outros aspectos típicos desse traço, eu sou conclusivamente o oposto, tal como a minha tendência de antagonizar ao invés de concordar com as pessoas. Só que é importante enfatizar que eu gostaria de concordar mais e, portanto, quando antagonizo, faço consciente de que, para ter um bom convívio, eu deveria concordar mais, mesmo se internamente tiver uma opinião diferente. Pois o que me faz entrar em conflitos com os outros é a minha busca pela verdade objetiva, uma característica importante da racionalidade, que se desenvolveu muito nos últimos anos.


Não preciso entrar em maiores detalhes sobre a influência variável que o meio costuma ter sobre a expressão dos nossos traços de personalidade, em alguns casos mais intensa do que em outros. 



Por exemplo, se eu sou ou estou mais neurótico, isso também se deve às minhas experiências de vida e às conclusões que tenho chegado sobre os ambientes em que existo. Uma predisposição à preocupação e ao estresse que foi exacerbada pelo meio. 


Agora sim, né???


Não. 


Um dos grandes problemas da psicologia/psiquiatria é uma aparente incapacidade de abordar a mente e o comportamento humanos em múltiplas perspectivas. Como resultado, julgamentos de natureza unilateral costumam ser a regra, tal como, novamente o meu caso, de se afirmar que eu sou pouco motivado e disciplinado ou que são assim todos os indivíduos com "baixa pontuação" nesse traço nos testes do modelo de personalidade proposto (5 grandes). Pois isso depende bastante de, para onde estiver direcionando a sua atenção. Se ao menos em relação aos meus textos, ao meu ofício não-oficial de escritor, eu sou ou estou muito motivado...

segunda-feira, 26 de junho de 2023

O problema da psicologia neoliberal

 É uma provável verdade que nossos genes ou nossas biologias têm um papel predominante nos nossos desenvolvimentos e comportamentos individuais. Mas também é verdade que o meio nos influencia, afinal, não existimos sem estarmos inseridos em um ambiente. Portanto, mesmo que os genes ou a biologia tenha a "resposta final" nessas interações, essa resposta também tende a depender do meio. E isso varia de acordo com o indivíduo e com a característica que estivermos falando. No caso dos traços de personalidade, sim, a lógica é a mesma, em que é preciso ter alguma predisposição para reagir desta ou daquela maneira. Mas o contexto também pode ter um papel de destaque. Por exemplo, para uma pessoa que já apresenta, desde a sua infância, uma maior ansiedade, as condições dos meios em que se encontra podem servir como gatilhos para exacerbar essa sua tendência negativa. E nada mais estressante que viver em uma sociedade marcada pelo individualismo e pela competição, isto é, uma sociedade marcadamente capitalista, como a brasileira ou a americana.  


Tudo o que foi comentado acima parece bem fácil de entender. No entanto, a minha impressão é a de que tem prevalecido nas teorizações e nas práticas da psicologia e da psiquiatria uma visão tacitamente neoliberal, em que ocorre uma ênfase excessiva no indivíduo ou paciente acometido por transtorno mental, especialmente se for um tipo mais contextual, como os distúrbios de humor, como se a causa para o mesmo fosse a sua própria predisposição, em outras palavras, como se o efeito fosse a própria causa. E mesmo em casos de transtornos psiquiátricos de natureza mais intrínseca, como a esquizofrenia e o autismo, viver em sociedades claramente problemáticas, como as da grande maioria dos países oficialmente reconhecidos pela ONU, apesar de não causá-los, contribui em vários, se não em muitos casos, para agravá-los. 

Pois não é justamente isso que as pessoas costumam encontrar quando se consultam com um psicólogo ou psiquiatra?? 

Além de uma prática comum de "intervenção medicamentosa" precoce, sem antes buscar por uma abordagem cognitiva e comportamental, aquele que procura tratamento desta natureza costuma ser implícita ou explicitamente culpabilizado por sua condição, como se o meio não estivesse tendo nenhum papel no agravamento do seu quadro, ainda mais se tratando de ambientes tão aquém do que seria o ideal, de sociedades minimamente justas. 

Então, o domínio ideológico, clínico e acadêmico da "psicologia neoliberal", ao promover interpretações de neutralização da influência do meio cultural e socioeconômico na estabilidade, melhoria ou piora de quadros individuais, evitando tecer críticas de natureza política, principalmente se forem marxistas, acaba apontando todas as causas para os pacientes-indivíduos, induzindo essa crença "bem neoliberal" de responsabilização individual dissociada do meio em que se vive. Assim, o problema estaria sempre neles e não também nas sociedades em que estão inseridos, resultando na prescrição de tratamentos que quase sempre visam ajudá-los a se adaptar às mesmas de acordo com as suas regras e não de se adaptarem de acordo com as suas próprias demandas, claro, desprezando os que apresentam transtorno de personalidade anti-social, já que a acomodação de suas demandas adaptativas tende a ser objetivamente imoral ou danosa aos outros. Portanto, a abordagem psiquiátrica mais adequada deve sempre levar em consideração o meio em que o indivíduo se encontra, até para saber o quão negativa e realmente influente está sobre o mesmo, visando soluções práticas, objetivas, eficientes e/ou precisas.  

Também é interessante notar o papel significativo, direto e indireto, justamente de indivíduos "anti-sociais" no aumento e na piora de quadros psiquiátricos, mesmo entre muitos daqueles que, apesar de também sentirem o peso das cobranças do meio social em que vivem, não buscam por ajuda especializada. Dois exemplos. Um direto: a ocorrência de práticas discriminatórias ou sádicas geralmente por esses sujeitos contra indivíduos com predisposição para transtornos psiquiátricos ou já diagnosticados . E um indireto: a presença muito desproporcional desses indivíduos em posições de grande influência social, como a política.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Dois exemplos (um pessoal e o outro também) sobre o "determinismo biológico"

 Novamente com base no meu argumento heterodoxo em sua defesa.


Primeiro exemplo: timidez. 

Bem, se fosse verdade que a minha timidez está sendo causada apenas por "fatores ambientais", então, todos ou pelo menos a grande maioria daqueles que têm vivido sob as mesmas circunstâncias que as minhas deveriam apresentar a mesma reação. Só que não é bem isso o que acontece...

No meu caso, ainda tem outros fatores que contribuem para aumentar minha timidez, além da percepção de relativa hostilidade ou atrito à minha pessoa nos ambientes sociais em que tenho transitado: minha gagueira, agora residual, e minha (homo)bissexualidade. Mas, como não são todos os tímidos que são LGBTs ou gagos, e nem todos os gagos e LGBTs que são tímidos, é necessário que exista uma predisposição... (é provável exista uma correlação interseccional ou não-paralela entre gagueira e timidez de modo que, a maioria dos gagos podem estar tímidos, em partes pela própria gagueira. Mas tenho quase certeza que maioria dos tímidos não apresenta disfluência da fala). 

Portanto, a timidez, pelo menos a minha, é principalmente a minha reação à certas condições do meio e que ainda se relaciona com outros traços, além dos citados, como uma tendência para uma autoestima baixa ou instável.

Segundo exemplo: limites básicos de um corpo ou organismo

Pois se eu entrasse em uma piscina e a água fosse esquentando gradualmente, chegaria o momento em que não aguentaria o calor e acabaria saindo da piscina. Então, é plausível concluir que condições específicas do meio me causaram essa reação direta e logicamente relacionada.  

Influência ambiental?? 

Com certeza, mas o que determinou o meu tempo de tolerância à temperatura da água foram os limites do meu corpo. Portanto, a influência genética ou biológica foi mais decisiva. Mas eu acredito que é sempre mais relevante que a influência do meio, por ser a que determina limites e potenciais de reação ou comportamento dos organismos.

Sobre evidência direta e indireta

 Dois exemplos: existência de Deus e de diferenças médias e intrínsecas entre indivíduos e grupos humanos.


Evidência direta: comprovação conclusiva de uma especulação ou hipótese.

Em relação a Deus, se "ele" realmente aparecesse e demonstrasse "quem" é ou desse um sinal inequívoco de sua existência.

Em relação às diferenças médias e intrínsecas entre indivíduos e grupos humanos, basicamente se forem conclusivamente comprovadas, sob todos os aspectos ou níveis possíveis, especialmente por análises genéticas e/ou biológicas (caminhando para isso). 

Evidência indireta: percepção de ausência ou de existência de padrões verdadeiros (comportamentos ou estruturas que se repetem, que são característicos).

Em relação a Deus, tem-se percebido uma ausência absoluta de qualquer padrão verdadeiro anterior que, indiretamente, corrobore para a sua existência, em oposição a outras possibilidades que também não têm evidências diretas ou indiretas*, por exemplo, de vidas extraterrestres (tamanho do universo, existência de inúmeros planetas parecidos com a Terra e a lógica de que podem existir vidas neles*).

* Existem evidências indiretas que são padrões verdadeiros e diretamente relacionados ao tópico de investigação. E na ausência delas, ainda existem padrões anteriores ou não-diretamente relacionados que corroboram para uma possível confirmação de uma hipótese ou especulação.

Em relação às diferenças médias e intrínsecas entre indivíduos e grupos humanos existem muitos padrões verdadeiros que, indiretamente, indicam que podem ser ou que são reais, por exemplo, o fato de que filhos adotivos tendem a se parecer mais em personalidade e inteligência com os seus pais biológicos do que com os seus pais de adoção, mesmo depois de muitos anos de separação.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

O problema mais básico da psicologia...

 .. enquanto ciência, tem sido a incapacidade de muitos pesquisadores da área em conseguir distinguir correlação de causalidade, isto é, de dominar um dos métodos mais elementares da prática científica, particularmente aos padrões de comportamento que encontram, se estão sempre atribuindo causalidade ao que na verdade parece ser mais uma correlação. Exemplos abundam: criação recebida dos pais como causa para crença ou descrença religiosa e também para outros traços, como a capacidade cognitiva; suposta causalidade entre ter filhos e se tornar mais ideologicamente conservador, entre jogar jogos de video game violentos e se tornar um "serial killer", etc... 


Pois enquanto esse problema não começar a ser combatido, a psicologia continuará no limite entre ser uma ciência e uma pseudo ciência...

Psicólogos acadêmicos, primeiro, precisam entender de uma vez por todas que a psicologia não deve ser um meio para servir aos seus interesses pessoais ou ideológicos. E segundo, a partir dessa conscientização primária, esperar que aprendam a analisar o que pesquisam de maneira racional, imparcial e objetiva, visando os fatos. Por exemplo, de não caírem na tentação de afirmar causalidade antes de ter plena certeza de que não se trata de uma correlação. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Sobre a diferença entre entender e aceitar

 Não é difícil de entender que a possibilidade da existência de deus é tão remota quanto à da existência de unicórnios e dragões; que o capitalismo está longe de ser justo; que o comportamento humano não é apenas produto do meio; e que o nosso amado presidente, até essa data, tem demonstrado ser um dos piores, se não o pior presidente que este país já teve, desde a proclamação da República...


Mas, apesar da relativa facilidade de compreensão/percepção desses tópicos, são muitas as pessoas que continuam a: acreditar em deus, nas maravilhas do capitalismo, no determinismo do ambiente sobre o comportamento humano e/ou na idoneidade de sujeitos claramente sociopáticos...


Portanto, é possível concluir que, essa dificuldade não é necessariamente uma questão cognitiva, de entender, mas mais uma questão psicológica, de amadurecer e de aceitar que a verdade (objetiva) não tem que ser sempre o que gostaríamos que fosse. Porque se fosse só uma questão cognitiva ou racional, todo mundo acabaria se tornando, no mínimo, mais cético em relação a essas e a outras crenças, que também são relativamente fáceis de serem refutadas. Por isso, quando ou se estiver debatendo com alguém que está teimosamente convicto sobre uma delas, sugiro não perder seu tempo investindo apenas em argumentos lógicos, porque o "buraco é mais embaixo" aí.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Sobre representatividade na política e o seu verdadeiro problema

 O maior problema com a política, no Brasil e em outros países, não é apenas a baixa representatividade de negros, minorias e/ou mulheres mas principalmente por causa da prevalência de certos tipos psicológicos e intelectuais: sociopatas, narcisistas, egoístas, irresponsáveis, néscios, fanáticos/partidários... extrovertidos, e bem pouco de "representantes" com as características certas para governar, como a ponderação, a inteligência, a honestidade e a empatia. A política, em democracias modernas, está mais para um concurso de popularidade ou oratória do que de governabilidade sábia/ideal (que basicamente nos encaminharia para a minha proposta de modelo político, social, cultural e econômico: a intelectocracia).   

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Por que não o óbvio


1. Dividir as penitenciárias a partir de categorias e níveis de crimes:

- Separando ladrões de homicidas;

- Homicidas que cometeram crime hediondo de homicidas que cometeram ''crime de honra'';

- Predadores (crimes violentos) de parasitas (políticos corruptos* ou patrões abusivos)
etc

Até mesmo para que fique mais fácil julgar os casos, sabendo quem apresenta reais chances de ressocialização e quem não tem.

2. Desarticular hierarquias típicas dentro das cadeias, isolando machos e fêmeas alfas para que  não consigam ter acesso a uma comunidade lá dentro para organizar e liderar (aliás, uma lógica muito comum, que pode, inclusive, ser aplicada em escolas visando à redução da bagunça). Criar tipo uma solitária para esse tipo, geralmente menos comum [ainda que também possa ser importante não deixá-los com nenhum convívio, os próprios carcereiros poderiam servir para esta função].

...

3. E claro, o trabalho preventivo. E qual é??

Luta verdadeira e inteligente contra as desigualdades sociais e trabalho psicológico de base, desde a infância,  buscando identificar sinais de transtornos psiquiátricos como a sociopatia, e, dependendo do nível de periculosidade da criatura selvagem, interditá-la antes que comece a ''colocar suas manguinhas de fora''.

 Não acho que seja preciso de uma dinheirama para reorganizar as penitenciárias brasileiras da maneira como se deve..

* E se ainda não comentei, há de se, obviamente, combater as causas mais estruturais da corrupção na política brasileira e uma delas é o papel de destaque no oferecimento de vantagens significativas à classe política como uma mina de ouro que atrai especialmente os tipos parasitas, tal como jogar açúcar no chão e esperar por formigas famintas e gulosas...

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Superdotado cognitivo= busca por fatos; superdotado psicológico = busca por valores (fatos morais)

Partindo do pressuposto que toda ação humana não-predatória/não-parasitária (não-hiper egoísta) vise a idealidade do mutualismo... da mesma maneira que a ciência busca pela verdade dos fatos, a filosofia encarregaria de buscar pela verdade dos fatos pessoais e interpessoais, transformados em valores, em pré-definições de operacionalidades ou comportamentos. Tal como uma espécie de engenharia perfeccionista do pensamento e do comportamento, que, tal como a engenharia civil, que busca construir prédios perfeitos em suas sustentações e funcionalidades, isto é, tendo-as como idealidades, o mesmo aconteceria com a filosofia, diga-se, a mesma, em sua centralidade conceitual, em seu núcleo prático. 

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Repeteco: maior a altura, maior a queda... você é psicologicamente estupido??

Todo mundo é estupido, mediano e inteligente, dependendo pra quê, e eu já falei sobre isso. Geralmente associamos o espectro da inteligência aos seus valores quantitativos e cognitivos. No entanto parece ser elementar de perceber que também se pode ser psicologicamente estupido, mediano e inteligente, que também já falei. Quando negamos obviedades ao ponto de passarmos a crer em realidades factualmente alternativas, parece ser pouco provável que se dará por causa de nossas capacidades de raciocínio ou de reconhecimento de padrões. 

A estupidez psicológica explicaria a existência de pessoas com comprovadas capacidades cognitivas acima da média mas que exibem insegura a pouco precisa compreensão factual [combinação entre o reconhecimento de padrões minimamente corretos e constante uso igualmente correto do julgamento emocional, que os julga]. Claro que quando falamos de obviedades na maioria das vezes nos referimos aos fatos mais alcançáveis, que estão na espinha dorsal da macro realidadeDesde os fatos pessoais aos mais impessoais que são mais facilmente detectáveis/trabalháveis. 

Apofenias temporárias são possivelmente causadas tanto pelo reconhecimento de padrões equivocado/cognitivo quanto pelo julgamento emocional/psicológico igualmente equivocado. E são universais porque todo mundo tem [mesmo os mais sábios] e talvez seja uma constante em relação à compreensão factual. 

Em compensação apofenias permanentes, vitalícias ou de longo prazo, difíceis de serem percebidas, se consistem em algo mais profundo e/ou mais psicológico. A grande maioria das pessoas são variavelmente vulneráveis para condensar e calcificar incompreensões factuais por toda a vida. Neste caso o que vale mais é o grau de severidade das mesmas, o quão problemáticas elas podem ser para aumentar o risco de morte para o indivíduo, a priore.

 Pessoas minimamente racionais podem mudar de opinião ou ponto de vista quando percebem que estão factualmente equivocadas.

Quando me refiro à estupidez/desordem psicológica eu falo desde as nossas capacidades reativas emocionais mais instintivas ou inatas/estereotípicas [instabilidade emocional por exemplo], até ao uso literal da cognição/reconhecimento de padrões conjuntamente com o "sistema emotivo/reativo aos mesmos" tendo como intuito, não necessária ou diretamente a compreensão factual, mas o controle dos ímpetos mais instintivos, para que então, deste jeito, se possa buscar pela mesma. Até ouso chamá-la de estupidez/desordem INTELECTUAL [cognitivo + psicológico].


Não temos uma interação direta com a realidade porque existe uma barreira natural da vida que são os nossos instintos, as nossas bases de procedibilidades comportamentais/filtros perceptivos. Ao nos expormos, inevitavelmente, à realidade, as informações ou padrões que capturamos, são imediatamente processadas ou filtradas por nossos sistemas orgânicos, realidade essa que não é, obviamente, apenas do ser humano mas que, com certeza, se expressará de modo mais sofisticado neles. 

Os testes de qi, o método mais popular e válido (porém incompleto) para mensurar a inteligência, o faz especialmente em relação aos valores cognitivos e quantitativos e não apenas isso porque muitos daqueles que os defendem contra os seus críticos mais inflamados e eu diria mais, mais "ideologicamente" enviesados, chegam ao ponto de afirmar que a inteligência é basicamente a cognição e que a personalidade ou psicologia se consiste em outro departamento.


 Já rebati essa afirmativa muito popular entre os psicométricos umas trocentas vezes aqui no blog. Ao negligenciar a constante interação entre a cognição e a psicologia/personalidade, os psicométricos passam também a produzir explicações/desculpas para o porquê de tanta gente (cognitivamente) inteligente (geralmente com pontuações de qi acima de 120) cometerem tantos equívocos em relação às suas compreensões factuais mais importantes? E muitas destas explicações são na verdade "racionalizações" sobre o porquê de muitos indivíduos comprovadamente mais inteligentes no aspecto cognitivo demonstrarem problemas graves de compreensão factual e em especial em relação à espinha dorsal da macro realidade [tudo aquilo que mais importa]. 

Maior é a altura ou o tamanho, maior a queda 

Sem o autoconhecimento sempre sendo trabalhado, nos tornaremos cada vez mais cegos em relação àquilo que vai contra as nossas crenças ou pontos de vista, em especial quando não forem factual e moralmente corretos. Em outras palavras, passaremos a usar nossas cognições para justificar aquilo que  nossas psicologias julgaram como o correto, sem ter plena certeza. Quase sempre serão fatores morais que provocarão esta discordância entre expectativa pessoal e realidade. E aqueles que são muito cognitivamente inteligentes serão ainda mais vulneráveis a partir do momento em que suas capacidades psicológicas ou intelectuais/psico cognitivas estiverem aquém em comparação às suas capacidades cognitivas mais superlativas. Tal como a analogia do gigantismo, tem o tamanho, mas não tem a agilidade.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Que tipo de mente que vc entende mais / melhor??

Ao invés de direita, centro e esquerda que tal isso?? 

Em média's...

Entendedores da mente "feminina" [tendem a ter o mesmo tipo de mente]


- subjetiva

- social/ mentalista

- emocional

Entendedores de "todas' as mentes [tendem a ter o tipo mais misto de mente]


- potencialmente variável em objetividade e subjetividade

- potencialmente variável em sociabilidade e mecanicismo

- potencialmente variável em emotividade e pragmatismo


Entendedores da mente "masculina" [tendem a ter o mesmo tipo de mente]


- objetiva

- material/mecanicista

- pragmática

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Forças, medianidades, fraquezas e aquele métodos

0 a 0,3 = baixo grau de expressividade 
0,4 = médio baixo grau 
0,5 = médio ou grau muito variável 
0,6 = médio alto grau
0,7 a 1 = alto grau de expressividade

E estimativa com o tipo médio 

Biológico
Físico
Psicológico
Cognitivo 

Biológico (até agora) 

Basicamente o sistema imunológico 

Fraquezas: ~ 0,4-0,5
Medianidades: ~ 0,9
Forças: ~ 0,3-0,4


[indivíduo 'médio']


Fraquezas: 0,3-0,4
Medianidades: 0,9
Forças: 0,5

Explicação: 

Até hoje, desprezando vacinas, ambiente limpo ou relativamente baixa exposição a patógenos, sem contar aqueles que estão contidos em poeira por exemplo, nunca padeci de qualquer doença muito séria, graças à...sorte?? Mas o conjunto da obra também não é lá...uma Brastemp... então chutei-me um "sistema imunológico" mediano, com fraquezas no limite da tolerabilidade mínima e forças não muito...fortes, já que sou bem mais mediano, creio eu. Claro que este chute pode sofrer alterações no futuro (ai de mim!!)

Físico (resistência física/ musculatura/vigor físico)

Fraquezas: 0,7??
Medianidades: 0,5
Forças: 0,3-0,4


Fraquezas: 0,3-0,4
Medianidades: 0,8
Forças: 0,5-0,6

Explicação:

Sim eu sou consistentemente preguiçoso como já devo ter comentado, não desenvolvo músculos com grande facilidade [sequer os tenho, de fato] e ainda sou fisicamente fraco. A fraqueza venceu, meu povo!! 0,7 de acordo com a minha "regrinha de três" está de ótimo tamanho porque além desse valor e teremos níveis crônicos e/ou patológicos de preguiça/cansaço físico, debilidade física geral, e pelo menos isso eu não tenho, to lá na esquina, bem perto, mas "ainda" não tenho. Já culpei minha hiperatividade mental mas talvez não seja apenas isso se temos workaholics que geralmente são hiperativos nos dois. 

Psicológico

Fraquezas: 0,7
Medianidades: 0,7
Forças: 0,7


Fraquezas: 0,4-0,5
Medianidades: 0,9
Forças: 0,4-0,5

Explicação 

Será?? 

Sou opostos, muito emocionalmente instável mas também muito emocionalmente estável (ou talvez seja só pedantismo). Forças e fraquezas psicológicas parecem estar páreo a páreo no meu caso. 

Cognitivo 

Fraquezas: 0,7
Medianidades: 0,8
Forças: 0,6-0,7


Fraquezas: 0,4
Medianidades: 0,9
Forças: 0,3

Explicação:

Em minhas fraquezas (matemática por exemplo) eu sou um tropeço de "burro". Já comentei que minhas habilidades matemáticas estacionaram na sexta série né?? Sabe quando a gente está começando a aprender a resolver problemas matemáticos?? Então, parei por aí. 

Em relação às minhas medianidades eu acredito que esteja bem ... mediano, mas sinceramente não sei muito bem onde que eu seja mediano. Bem, talvez em algumas especialidades tipo história/tempo?? Ainda que, em história, eu acredite que esteja acima da média, mas nada de muito maravilhoso. 

Em minhas forças eu chutei 0,5-0,6, salientando uma natureza possivelmente variável ou bem assimétrica, de ser muito bom e talvez também ruim nos mesmos departamentos, depende do naco que estivermos falando.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O ''socialmente conservador'' parece ser mais entitário; o ''socialmente liberal'' parece ser mais identitário...

Exemplo:

O socialmente conservador tende a defender todos os seus macro-aspectos, isto é, os mais ''relevantes' para si: raça, religião/cultura/nacionalidade, aparência física mais particular, sexualidade... pendendo à auto-identificação entitária do que identitária. Eu disse que somos entidades que por sua  vez são constituídas por identidades. Somos um todo que é composto por várias partes.

Em compensação o socialmente liberal tende a defender ou a se concentrar, de maneira mais assimétrica, em alguns dos seus macro-aspectos do que em outros. O exemplo de um homossexual branco que dá prioridade para a sua sexualidade e para a sua ideologia, e para a sua raça. Se essa tendência é um artefato da conjuntura cultural/ideológica atual [[[dividir para conquistar]]] ou se é um atributo fortemente instintivo deste tipo de ser humano, eu realmente não sei. Partindo da ideia que o socialmente conservador tende a basear o seu modo de vida em um predomínio de hábitos, enquanto que o socialmente/sexualmente liberal, ou mais para esse espectro [mesmo sem ser ''não-binário''], tende a determinar [subconscientemente] o seu modo de vida [mais hedonista] em um predomínio de vícios ou de hábitos mais intensamente requisitados, então pode-se pensar se essa assimetria de correspondência comportamental não possa ser bem mais influente/hardware no modo de pensar típico deste segundo grupo e o mesmo para o primeiro, só que relacionado com a sua simetria de correspondência, em que prioriza por 'todos' os seus macro-aspectos.