Como pode ser tão importante e desimportante ao mesmo tempo**
Porque no mundo ''humano'', dois tempos se misturam a todo momento, somos híbridos, também do espaço, porque somos o rio que passa, o bafo do vento,
e a pedra é a meta do utilitário,
Resistente, útil, que se pode tocar, que se pode usar,
jogada ou lapidada,
é matéria,
não é 'apenas'' alguns versos lindos, que desaparecem pelo ar,
A matéria da tecnologia veio para nos salvar,
quer dizer, veio para alimentar nossa preguiça de ser vida,
para ver a poesia, é preciso se esforçar,
para ligar a máquina, basta um botão e olhe lá!!
estamos meio animal, com todas as necessidades imediatas mais características,
e estamos meio mágicos, pensando na gradação do branco ao cinza das nuvens,
no porvir ou no que já se foi,
pensando e fazendo arte,
Precisamos do terreno, mas a muito tempo que nos apaixonados pelos céus, por marte, pela Lua, por nossos sonhos,
criamos asas, voamos e descemos ao chão,
se arte é ilusão, decepção ou distração,
que importa ... se nos faz bem,
o problema é quando o abstrato da imaginação se torna arrogante,
músicas passam a valer mais que a própria vida,
poesias são mais de gênio do que a própria empatia,
ou a boa tecnologia, que veio para nos ajudar, mas também para complicar a pisada humana, em sua ousadia de sempre mudar, de sempre teimar com deus,
A arte é a própria dualidade,
como a vida,
é muito importante,
mas também não é,
se pudessem ter todos os estados de mente...
a tristeza, o desânimo, a alegria,
todos intensos, profundos, em seus frequentes ataques,
a arte sempre foi atrevida, e em tempos difíceis,
a sua petulância se torna deboche,
ri e despreza o caos da estupidez, da incompletude humana,
com as suas roupas bonitas, todo o artifício de quem é vago e profundo ao mesmo tempo,
do ator e do sincero, deste conflito interno, deste atrito,
e que pelo senso da auto-astúcia, prefere o brincar profano, inconsequente, frio e ingrato,
entre a fama e a estética da vida, ser arte,
prefere a cama felpuda, o conforto dos elogios, a vaidade,
prefere espelhos do que a si mesmo,
Não entende que a beleza abstrata não é mais importante,
Neste mundo de muitas perspectivas, todas certas, todas erradas, todas neutras,
em um mundo, a arte é a rainha,
em outro mundo, ela definha,
é tola e inútil,
e mais tolos são os muitos que dela abusam.
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