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sexta-feira, 1 de abril de 2016

A arte é atrevida



Como pode ser tão importante e desimportante ao mesmo tempo**


Porque no mundo ''humano'', dois tempos se misturam a todo momento, somos híbridos, também do espaço, porque somos o rio que passa, o bafo do vento, 

e a pedra é a meta do utilitário,

Resistente, útil, que se pode tocar, que se pode usar, 
jogada ou lapidada,

 é matéria,

 não é 'apenas'' alguns versos lindos, que desaparecem pelo ar, 

A matéria da tecnologia veio para nos salvar,
quer dizer, veio para alimentar nossa preguiça de ser vida,

para ver a poesia, é preciso se esforçar,
para ligar a máquina, basta um botão e olhe lá!! 

estamos meio animal, com todas as necessidades  imediatas mais características,

e estamos meio mágicos, pensando na gradação do branco ao cinza das nuvens,

 no porvir ou no que já se foi, 

pensando e fazendo arte,

Precisamos do terreno, mas a muito tempo que nos apaixonados pelos céus, por marte, pela Lua, por nossos sonhos,

criamos asas, voamos e descemos ao chão, 

se arte é ilusão, decepção ou distração,

que importa ... se nos faz bem,

o problema é quando o abstrato da imaginação se torna arrogante,

músicas passam a valer mais que a própria vida,
poesias são mais de gênio do que a própria empatia,

ou a boa tecnologia, que veio para nos ajudar, mas também para complicar a pisada humana, em sua ousadia de sempre mudar, de sempre teimar com deus, 

A arte é a própria dualidade,

como a vida,
é muito importante,
mas também não é,

se pudessem ter todos os estados de mente...

a tristeza, o desânimo, a alegria,

todos intensos, profundos, em seus frequentes ataques,

a arte sempre foi atrevida, e em tempos difíceis,

a sua petulância se torna deboche,

ri e despreza o caos da estupidez, da incompletude humana,

com as suas roupas bonitas, todo o artifício de quem é vago e profundo ao mesmo tempo,

do ator e do sincero, deste conflito interno, deste atrito,

e que pelo senso da auto-astúcia, prefere o brincar profano, inconsequente, frio e ingrato,

entre a fama e a estética da vida, ser arte,
prefere a cama felpuda, o conforto dos elogios, a vaidade,

prefere espelhos do que a si mesmo,

Não entende que a beleza abstrata não é mais importante,

Neste mundo de muitas perspectivas, todas certas, todas erradas, todas neutras,

em um mundo, a arte é a rainha,

em outro mundo, ela definha,

é tola e inútil,

e mais tolos são os muitos que dela abusam.



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