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domingo, 10 de abril de 2016

Noite aberta, alma com a verdade



O frio tímido de um outono tropical,
A noite aberta
A alma com a verdade
As estrelas riem 
A escuridão nos abraça 
Respiramos a vida enquanto o sentir 
Sentimos
ora sofremos
Ora imaginamos 
Como seria se não fosse assim
Ou aqui 
Mas só sabemos disto em si 
Em nós, a vida brilha mil tormentas
Vivemos a tempestade do existir 
E a existência contempla serena
Mas seu interior é pura dor 
O luto de ser força
Se queria sombra e água fresca
A luta silenciosa, enorme 
Esplendorosa
Mergulha em si mesma
Oh matéria 
Raios ou sóis
Anéis ou caracóis 
Rios velhos ou caminhos secos
Da sede pela certeza 

Sonâmbulos estamos todos 
A olhar com os olhos vendados 
A caminhar se gostaríamos de nos sentar 
Empurrados pela urgência do tempo 
Levados pela poeira, tornaremos excrementos,
Voltaremos a ser ideia, a ser mistério,
Voltaremos a ser a angústia de quem ficou,
Voltaremos a orar em silêncio, a ser sentido e não se sentir, 

Mas a noite é aberta,
E a alma sabe
A verdade adentra
E a saudade

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