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sábado, 30 de abril de 2016
A natureza extremamente primitiva de um zumbi
O zumbi não pode reconhecer a própria condição,
pois lhe falta autoconsciência,
lhe falta razão,
ele pode se ver no espelho,
mas não pode aceitar os próprios erros,
claro que,
oriundos de seus defeitos,
e se não tem o básico da inteligência complexa,
então não poderá desenvolver o autoconhecimento,
e especialmente se for de maneira espontânea,
O zumbi pode reconhecer aqueles que lhes são iguais
e os que lhes são diferentes,
porém,
não pode reconhecer a sua própria individualidade,
enquanto um ser único,
pois exibe uma grave falha na construção de sua personalidade,
esta
que necessita da extrema necessidade de se conhecer a realidade,
se somos parte dela,
se somos um contínuo,
hermeticamente fechados,
dentro de nossas clausuras existenciais,
mas o que temos dentro de nós,
também existe lá fora,
portanto quem não conhece a realidade,
em sua base mais simples e evidente,
conhecerá pouco de si mesmo,
pois aquilo que expressa,
será uma mistura entre a própria identidade e a percepção internalizada,
o seu entorno,
e o transformará em um trans-torno,
torna o círculo do tolo,
a girar em torno de si mesmo,
cometendo os mesmos erros,
acreditando em milagres,
esta promíscua mistura entre a essência interior e a existência exterior,
o que chamamos de cultura,
que pode ser chamado de fenótipo essencial,
do ser
e do seu cenário de experiências,
se internalizamos distorções como se fossem reflexos perfeitos,
nos tornaremos caricaturas deste malfeito,
o zumbi é menos do que um ser,
do que um indivíduo,
porque se transtorna em uma propriedade,
é um ser coisificado,
uma máquina orgânica que foi programada para responder sempre da mesma maneira,
como uma linda caixinha de músicas,
ou como um boneco moderno,
com todas as suas multi-funções,
um autômato,
é artificial por excelência,
pois não expressa a sua verdade,
apenas a sua vaidade,
uma clara distorção da essência,
é o fenótipo d'um quadro abstrato,
e digamos, d'um ''artista'' falsário,
que não é um realismo pintado,
quer forçar o seu falso puritanismo,
quer pichar os muros com a sua verdade,
que na verdade, nem sua é,
é só um arremedo de lógica,
faz sentido,
como a tudo o que existe,
mas não é racional,
faz sentido em sua fração,
mas é ridículo em sua totalidade,
e se fosse tocada pela luz da razão,
por seu brilho indiscriminado,
pois a tudo olha,
ou ao menos tenta,
encharca com os seus olhos a tudo o que vê,
e justamente por isso,
tem ao menos a chance de decidir pelo melhor,
por ver todos os lados,
e procurar pelo melhor lugar para ficar,
passar uma gostosa tarde de preguiça e literatura,
o deleite da vida,
desta passagem imoral,
deste sem-sentido
e em busca de um,
consciente ou não,
ou de brincadeiras,
desenhando as nuvens com os dedos,
ou o pensar n'absolutamente nada,
apenas vivendo,
a ação mais literal,
de ouvir o próprio respirar,
de sentir-se,
de celebrar,
enquanto dá,
o zumbi não fala sobre si,
na primeira pessoa,
não confunda o ''eu'' de um zumbi,
não o é,
ele o apropria para o seu próprio narcisismo,
e o usa para expressar o seu estado intelectualmente vegetal,
o zumbi é o escravo de si mesmo,
o completo oposto da consciência,
a des-consciência,
é vítima de uma droga natural que todos nós temos,
e que se muito alimentada,
nos transforma em demônios auto-penitentes,
em seus escravos, em seus agentes,
que perderam as suas almas,
e vivem ausentes de si mesmos,
perderam os seus eu's,
as suas autenticidades,
se transformaram em produtos,
como soldados de qualquer partido,
como bonecos bonitos,
impecavelmente repetitivos por fora,
extremamente confusos por dentro,
sobre as suas ideias, sobre os seus preconceitos,
sobre os seus reais defeitos,
os mascaram como se fossem feitos,
porque ele se transformou em um propagandista,
perdeu também o seu espírito,
o seu senso de crítica
e especialmente o de auto-crítica,
é levado por seu culto,
e não mais por seus próprios pés,
entrou em um estado de transe,
se tornou obsoleto mas se diz a favor do progresso,
o seu pensamento deixou de ser fresco e aberto para melhorias,
como uma casa velha,
que teima em continuar suja,
com teias no teto,
a escadaria podre,
e o brilho escuro d 'abandono,
o zumbi cultológico se abandonou,
se antes já não sabia muito de si mesmo,
agora então,
está mais perdido do que nunca,
do que cego em tiroteio,
ele é em si ou por si
uma tentativa de liberdade,
de emancipação,
quer ser mais do que é,
mas ninguém pode ser,
apenas o trans-tornante criativo que o faz,
e muitas vezes também se perderá,
por isso que comprou à vista esta sua carta de alforria,
se libertou,
da sanidade,
parece agora um trans-humanista,
mas é um dis-humanista,
é apenas um louco
e sem ser vívido,
por isso se passa como normal,
diz absurdos com a mais absoluta calma,
sua mente se abriu,
e de nada dela saiu,
ele não investiga,
é investigado,
ele não pergunta,
não procura por respostas,
são elas que o caçam,
ele é passivo,
sempre tem raposas à espreita,
não perdem tempo de convocar os primeiros tolos que avistam,
elas lhes alimentam de suas próprias inseguranças,
claro,
como bons comerciantes,
lhes mostra um espelho mágico,
onde os defeitos não são refletidos,
o espelho só mostra o ego,
pois quem é muito teimoso
e por grandes tolices,
tem muito ego para queimar
e pouca realidade para tocar,
tudo é sobre a sua vaidade,
mesmo quando diz que não há,
tudo é sobre auto-afirmação,
para então,
se reafirmar,
perante, rente aos ...,
e por isso, se tornam caos,
quando se expressam,
apenas pelo expressar,
de se mostrar,
e compram esta falta de responsabilidade,
como se esta
fosse uma grande verdade,
a maior revelação do reflexível sobre o zumbi,
é que ele é refém de si mesmo,
a maior revelação para o irrefletido,
o zumbi,
é a de que se transformou em um próprio Deus,
onde o sábio vê escravidão,
o zumbi vê a sua liberdade...
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autoconhecimento,
autoconsciência,
política,
textos poéticos
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Olá,
ResponderExcluirApós ler este texto, a primeira imagem que me vem à cabeça é a imagem do Lula e/ou Dilma.
Sim, mas acho que vc quis dizer aos seus seguidores isto é fãs.
ExcluirFutebol e política, já reparou que os partidários políticos agem da mesma maneira que torcidas (des)organizadas** pois zé.