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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Versão, versão e ver-são


Mas que versão que eu fui escrever, mal cabia na palma da minha mão e quando eu fui ver, mal cabia na folha branca, o mau cabia, de acabado, de poesia, ruim, experimental, mal cheirosa, amadora, que nega a beleza, que xinga-moça.

Mas poderia ser uma versão, uma cópia meio mutante, um irmão gêmeo idêntico, que não é idêntico, uma versão de um versão, a perpetuação de um passo em falso, de um poetinha atormentado, atormentando, o horror de seus versos-fardos, bebês chorões, jogados, babados, narizes sujos, cheiro de coriza, icterícias. 

E caberia, talvez, e talvez você ria, um neologismo, uma ousadia, um ver-são, de quem vê, ainda são, ou sempre são, no vão, de antemão, antes da dentição, e depois também, da dentadura, ou da boca nua, dentes de ouro, de mau gosto, de orgulho, de negro amarelado, parece cárie, mas é uma pedra, não é de calcário, mais um diário, mais uma anotação,  mais um espelho, que espelha em todos, que voltam os reflexos, ver-são que a versão do versão, que a repetição, que macaqueamos na santa ovulação, que arde na tradição, quer repetir, quer pensar, que engana o eterno, que nós, o enganamos, e nos enganamos, e nos repetimos, como todo normal, cortamos tudo, ervas daninhas, flores lindas, num superlativo, numa cópia teimosa e criativa, gêmea e original, numa nova palavra, num novo canal, num novo portal de almas, onde o universo se expressa, se não pode em sua eternidade, o faz em sua finitude, na vida, que é tenra, que desde a raiz é plenitude. 

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O básico do bom senso...

Por que o nervosismo**
Olha, eu quero apenas o básico do bom senso,
umas gotinhas de racionalidade,
você é capaz**

Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
até porque poucos tem a capacidade de ir mais longe,
de se aprofundar mais,
eu falo do básico,
de reagir corretamente,
adequadamente,
você consegue querido*
e você, querida** Você é capaz**

Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
ninguém está lhe pedindo nada demais,
só para ser menos preguiçoso e sem senso de ridículo,
nasceu sem bússola, eu sei,
mas eu não tenho culpa,
tenho culpa eu*


Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
coisas fáceis de serem percebidas,
qualquer um poderia, se não tivesse uma cratera na cabeça,
compreender e acatar,
mas é difícil pra você não é**

Atraio pessoas irritantes,
e o que devo fazer**
Até quando*


quinta-feira, 30 de junho de 2016

Eu acredito no indivíduo, mas não em sua liberdade .... e outros contraltos

Liberdade, como qualquer palavra muito ampla,
muito rarefeita, quase tão presente e abrangente quanto Deus,
que por sua vez, é a maior de todas as ideias humanas,

o que afinal é essa tal liberdade**

Todo romântico deveria ser um estudioso afiado das palavras,
para que se prevenisse de agir pateticamente como a um eterno adolescente, verborrageando certezas absolutas em aforismos ínfimos, achando que numa breve e potente beleza, destes rascunhos de pensamentos, destes bafos que pretendem passar como filosofia, como profundos, pudesse sobreviver qualquer sabedoria, 
ela que também é bela, é verdade
mas a sua virtude essencial é a inteligência, onisciente e perfeita,
Eu acredito no indivíduo, e o celebro, enquanto ideia, enquanto potencial, diga-se, benigno, para si e para o seu redor, enquanto possibilidade filosófica, 
mas não acredito em sua liberdade, pois não entendo de tais termos vagos, em que tudo e nada cabe, só Deus que pode ser assim, o resto se descaracteriza, perde força em seu significado, 
Exagerar o indivíduo é tirar-lhe a responsabilidade, e não deve ser entendido como o tolhimento de seus desejos, de si, porque não é uma prisão com grades, mas o próprio corpo, as próprias fronteiras naturais, como a rios e mares, que cortam as terras em continentes, ilhas ou istmos. Eu estimo tanto as fronteiras quanto a capital, e em tudo é assim, do núcleo ao atrito, tudo é essencial, e isso é pensar no indivíduo e em dar-lhe a verdadeira liberdade, menos gigante e intermitente, menor com certeza mas também mais coesa, funcional... fundamental


Prometem o céu e entregam o inferno...


Ela cresceu, trocou de pele,
agora tem uma nova cara, um novo tom,
um novo perfume,
antes, clamava por milagres, por seres divinos,
agora, resolveu humanizar a divindade,
mas mantendo a sua irrealidade,
agora, clama por perfeição, só que no mundo dos homens,
entre eles, 
prometem o céu, mas entregam o inferno,

se antes, a loucura da fantasia e a verdade dura mas amiga,
eram criadas separadas,
agora, estão juntas, como irmãs siamesas,
antes tinha o momento de se ser louco, mesmo na mais absoluta certeza de se estar calmo,
mas mantendo parte da realidade em seu normal,
agora, tudo está ficando junto e misturado,
um compacto, 
louco virou mais a norma do que antes, quando havia o momento, em transes, rezas, guerras e outras psicoses particulares,
ao seu espaço e tempo,
agora está tudo indo mais para o espaço,
sem o tempo, e sem causa e efeito,
se dizem chocados, em especial, quando a reação é inversa aos seus devaneios,
mesmo quando há qualquer reação, que seja,
e mesmo ou fundamental, quando é legítima, lógica, esperada, mais do que esperada, diga-se,
eles ficam chocados, quando prometem o céu, 
mas não podem alcançá-lo,
não só por não terem asas, ou qualquer força para rasgá-lo, dobrá-lo, e trazer parte dele aqui perto,
mas também por não terem qualquer capacidade digna, diga-se, de se pensar correto,
antes, tudo era invadido pela loucura, pelos zumbis da tal ''religião'',
mas deixavam a raiz da sanidade intacta, o resto era uma erva daninha, uma cultura, mas a raiz eles poupavam, 
hoje, resolveram mudar o nome pra ideologia,
e por fim, passaram a cavar mais fundo, mesmo nas poucas certezas, mal feitas, ainda certezas que tínhamos,
e depositaram o seu veneno,
o nome mudou, a loucura permaneceu a mesma, e evoluiu,
portanto nada mudou, até porque tudo piorou,
mudaram o nome da vaca, que agora se chama Doralice,
mas a vaca continua sendo vaca,
poucos evoluíram na humanidade,
apenas a loucura que, incansável,
tem tentado de todas as maneiras evoluir,
em desdém e apreço sádico pelas massas e em apreensão por céticos verdadeiros,
ela muda, é o verdadeiro trans-humanismo,
pois transforma o que era pra ser natural,
em sua natureza, essencialmente irreal,
camaleão habilidoso, muda e os mudos pouco notam,
continuam babando por suas ninfetas palavras,
são clientes virgens e não cafetões,  
são mandados, elas brincam de cavalinho, lhes dão chicotinho na bunda, roubam-lhe o dinheiro suado,
mandam-lhes vestirem roupas femininas, 
fazem de homens, perfeitos escravos,
a se arrastarem por seu perdão,
fazem chantagens de todos os tipos,
fazem de seres, zumbis,
arrancam-lhe a alma,
e muitos dos mais criativos,
que também são dos mais atormentados,
aquecem a fogueira de mil inquisições,
obedecem à cultura, aos seus patrões,
dinheiro e narcisismo,
espelhos valem mais do que a sabedoria, 
prometeram o céu,
só que se esqueceram,
de dizer que foi não pra você ou pra mim...
apenas pra eles...
crianças perversas maquinam o destino da humanidade,
e os sábios são desconsiderados,
rebaixados a covardes, e de fato muitos são,
veem a floresta arder e tentam se manter,
tentam ao desvencilho de um chamuscar,
sábios esperam, aguardam-nos a chegar,
mas nunca chegam,
então alguns, que são mais práticos,
decidiram dar um basta,
e começar a pensar,
que o seu pensamento pode se espalhar,
que se o homem pouco muda e pobre, torna o escravo de si mesmo,
os que conseguem superar este medo,
devem se juntar, logo cedo,
devem fundar a verdadeira religião,
na verdade, na criação dos pastos-fatos



Pra que serve a família**


Famílias felizes, primos, netos e outros,
todos felizes, se ajudando, confraternizando,
como uma família deveria ser,
mas...
mais parece um encosto,
somos forçados pelo sangue, pela proximidade,
a nos ver, a nos ''aceitar'',
à distância,
são formalidades, mas o tempo passou,
a compreensão é sutil, certa, constante 
e objetiva,
se família raramente se traduz em conforto, em ajuda mútua,
então por que há**
família é uma palavra fria,
como todas as palavras,
menos o calor e seus derivados,
o resto é frieza,
sem ou com contexto,
tudo pode ir para o lado avesso,
para o mal bem-feito,
pra que serve a família**

se não para representar uma mentira,
a de que somos racionais,
de que nossas escolhas são sempre as mais corretas,
a de que, como espécies sociais, sabemos nos comportar como tal,
mas nem isso 

o sangue esquenta, 
como zumbis, aguentamos,
nos beijamos, beijos secos,
aclamamos os mais ''afortunados'',
como em toda família numerosa,
predominam os ''religiosos'',
os mansos de Deus,
os hipócritas da metafísica,
toda reza é uma chantagem,
é um pedido de misericórdia,
uma promessa,
e quase sempre por coisas vãs,
por coisas e pouco por pessoas ou seres,
rezam mais forte quando pedem algo pra si mesmos,
rezam mais fraco pelos outros,
rezam mais pelo peso em suas consciências,
é um carinho fantasioso, ao invés de um tatear verdadeiro,
põem-se cegos a juntarem as mãos, e a poesia fúnebre,
de ser uma prisão na própria mente,
débeis, acham que o bem é o rezar,
trocam ações sempre verdadeiras por ideações preguiçosas...

sem a família,
seríamos mais livres pra rejeitar parentes falsos,
dos quais não gostamos,
que temos pendengas irrecuperáveis,
e buscar por verdadeiros irmãos,
sem a família,
sem as mais íntimas mentiras,
sem essas atuações espetaculares,
toda reunião de familiares é como um filme digno
de todos os prêmios,
sem o controle, esta falsa polidez,
esta tentativa de manter o que não está dando certo,

família é uma desculpa,
é uma tentativa de união,
de estar perto,
de perto ninguém é normal,
pouquíssimos são sábios,
de tão confusos que são, insanos,
sem o objetivo da filosofia,
à derradeira finalidade de uma vida racional,
mais espinhos, menos diálogos,
mais e mais desunião,
parentes próximos fingem que os outros não existem,
a tal família nuclear,
como se cada uma delas estivesse em organismos diferentes,
mas muitas vezes as distâncias são pequenas,
e mesmo assim,
ou é a preguiça, ou é o tal torpor do homem mundano,
do homem raso,
sua frieza é tão universal quanto Deus,
mas é escondida, difícil de capturar,
tem toneladas de truques,
pra esconder o seu coração de pedra,
e Medusa, sua deusa, a lhe açoitar fracas certezas,
suas crenças fajutas,
a subconsciência enxuta,
a tudo capturar pela metade,
e a te forçar,
porque se não entende a realidade,
então vai forçar-nos a sua,
vai estuprar a pobre
vai maltratá-la
e culpá-la por coisas que não faz

pra que serve esta família
se não pra causar-nos desgostos 
a diversidade familiar é uma causa
quando temos elementos diferentes em uma mesma intimidade
amizade**
difícil de se ter
famílias,
tratar antipatias naturais com algum esboço de delicadeza,
apenas por ter o ''mesmo'' sangue,
isso*
isso não dá mais pra ser...


Família, um contralto e sua grande mentira


Pequeno império,
déspotas diminutos,
mas pra quem vive nele,
sente o seu poder,
na intimidade, todos se revelam,
a falsidade das convenções voam todas pelos ares,
a família se revela menos aconchegante,
mais próximos uns aos outros,
menos  entendemos, mais nos batemos, nos xingamos,
deleitamos, conscientes ou não, na lama da ignorância,
o ''forte'' abate o ''fraco'',
a força supera a razão,
na família ignóbil, a desumanidade é a sua constância,
sutil, mentirosa, escondida mas sentida, 
e quem é mais sensível, não restam dúvidas, que tirará a sua máscara, cedo ou tarde,
e verá por si mesmo, os próprios olhos espelhando descrentes a sua mentira,
um pequenino império de falsas emoções,
de tolerância,
mas que palavra feia é essa!!
tolerar não é amar, nem mesmo entender,
é se conter, tentar aceitar ou no mínimo conviver,
é por um triz, de se segurar, acalmar o ódio,
e tentar torná-lo coração,
mas nada disso!!!
se não é natural, se não é espontâneo, 
então não pode continuar,
pequena vila de horror essa família,
toda família é lógica,
mas raramente é racional,
famílias de verdade tem almas iguais,
sangue* tanto faz
não convivemos com sangues,
mas com aquilo que temos além de nossas veias azuis,
compartilhamos almas,
e somos forçados a 
tentar
tolerar essa diversidade problemática,
que raramente se encaixa a ponto de ser razão,
pragmática, dura, fria, muda, cega e surda,
burra,
que não sabe usar os sentidos,
a tal lógica, 
que antes era a majestade do intelecto,
mostra-se menos bela e mais rancorosa,
ao desabrochar de uma deusa, a sabedoria
é sábio parar de atuar e simplesmente viver
de verdade...


Zumbis versus não-zumbis*** errado...


O mais lunático agindo como um perfeito normal,
mais um normau de corpo inteiro,
um zumbi zumbindo o seu eterno pardieiro,
Tem aquele que parece um pouco racional,
que pode conversar com sábios,
mas que também tem as suas vacas sagradas,
também tem altares, velas, santos,
maomés, deuses,
ideias são poderosas,
e dominam a maioria dos seres humanos,
enquanto que para o sábio,
esta relação é inversa e correta,
ele é quem fica em cima, quem cavalga, quem é o macho desta relação, 
pondo o conhecimento para servi-lo, 
e de modo racional, 
um mundo inteiro de zumbis, a vida antes de conhecer a razão,
alguns são simpáticos, arteiros,
outros são parasitas, performáticos, encrenqueiros,
e tem os predadores, 
tem os seus ídolos intocáveis,
acima de qualquer suspeita,
eles são as certezas de suas vidas,
pobres zumbis!!!
o sábio é o menos escravo,
quando o pensamento crítico for impossível,
em relação a qualquer perspectiva,
tenha certeza,
você também será um pouco zumbi,
quando o pensamento se transforma em adoração,
quando deixar de fluir
se torna duro como uma pedra
só pensará petrificado
dançará nos mesmos passos
a criatividade cometerá suicídio
a sabedoria, presa
viverá escondida
tentando falar mas sem ter voz
tentando explicar mas sem ter pensamento
e vendo o caminhar lânguido, arrastado e lento
de um zumbi, tocado por sua insanidade
doentio e no entanto feliz, confiante,
somos todos um pouco os dois,
o escravo e o próprio mestre,
mas alguns são muito mais libertos,
a primeira alforria é a sabedoria


sexta-feira, 17 de junho de 2016

A sabedoria também é depressão

Parem o mundo que eu quero descer!!
Está tudo rodando aqui na minha cabeça 
Estou passando mal e em breve eu vomitarei 
Quero pisar em terra firme
Tentar entender 
Recapitular
vocês fazem isso??
Vocês recapitulam as suas ações??
Ou é sempre este frenesi psicótico?? 

Sem freios para reflexão??!!
Refletir é deprimir a velocidade da vida
Parar de correr de si mesmo
E deixar-se aproximar 
Esperar que a sua sombra te alcance e volte a fazer parte do seu corpo
Parou?? Respire um pouco
Foi o seu ego 
Ele que te fez correr assim, desvairado, desesperado
Você não sabia que estava desesperado?
Eu sei que não dava pra ver em seu rosto 
Você disfarçou direitinho 
Mas uma hora a máscara cai
E pelado, só pôde colocar as mãos nas únicas vergonhas que lhe sobraram e 
de tapa-las, é claro
Não adianta tampar o sol se ele está em todo lugar
Não adianta fugir da luz se precisa dela 
Deixe de ser tonto ok?? 
Deixe de ser bobo e deprima ao som doce de uma melancolia
Que ao invés de afoga-lo na angústia de nossa única certeza
O fará um servo da deusa-mãe da existência humana, a sabedoria 
Você não sabia mas é ela que é o nosso verdadeiro deus
Mulher, rainha, esta sim, uma verdadeira guerreira, presente, equilibrada e potente,
Pare de rezar isso não vai adiantar em nada!!
Pare

 e já será um começo
Pare de se curvar
Pare de esperar pelo lucro de amanhã
Pare de lembrar do seu passado, 

que considera sempre melhor que o seu presente
Pare de catalogar as pessoas como se fossem todas iguais,

 não desta forma, 
generalizando, 
jogando nuances pro alto e pouco se importando,
Pare de achar que coração e cérebro são irreconciliáveis
Eles não são
Isso é coisa da sua cabeça 
Talvez queira pensar assim 
Só pra se confortar
Mais uma vez, como sempre não é*
Pra se justificar, dizendo:


- Errar é humano 


Mas eu lhe digo:


- Persistir no erro é burrice


Se formos parar pra pensar então 
Você é mais burro que humano 
Fala demais
Entende de menos
Cada palavra é um universo 
Como se folheasse desinteressado uma revista de astronomia 

sem se importar com planetas,
 galáxias,
 todo este brilho escondido 
neste imenso, escuro
 e misterioso universo 
Vamos nos deprimir um pouco 
A arrogância da sabedoria

 é o efeito colateral de sua humildade 
que lhe caracteriza primordialmente 
O sábio é o primeiro

 que está livre de qualquer preconceito
mas preconceito de verdade 
Ele apenas vê 
sente
 houve 
Apenas usa os seus sentidos 
Compreende fatos 
Está um pouco farto das ideias humanas
Se tem um ser inocente, sofrendo

 e um sistema político, falindo
ele não pensa duas vezes
Mas você....
Não apenas pensa errado 
Mas também chafurda em seu materialismo
Materialismo é auto-consumismo
Se consome em seu próprio egoísmo 
Em seu ego de monstro 

de aberração
De palhaço pagando de normal 
De mentiroso que tem uma moral líquida
E intravenosa
A sua vida parece pouco importar
Não vê o valor que ela tem, que toda vida tem
Não compreende o mais essencial
o mais importante 
Estamos no mesmo barco 
O oceano 
Bem 
Nós nem sabemos se é um oceano mesmo
Ele é escuro 
É misterioso

É profundo
E quem afunda nele 

nunca voltou pra dar notícias 
pra dizer como está
o que está fazendo 
E você aí
Mais preocupado com o jogo de futebol

 com as fofocas de gente demente 
do pior tipo que pode existir 
Mais iludido com a própria ignorância 
Tem camadas e camadas de besteiras
Eu não estou pedindo para entrar em depressão 
Para se jogar nesta neurose

 de fitar esta única real certeza
 que mais nos interessa
Mas ao menos, lhe peço ponderação 
A sua neurose é oposta 
Justamente a de virar as costas
Continuam lhe contando histórias de ninar
E você adulto, continua a acreditar 
Quer dormir e sonhar com essas promessas 
Com esta esperança falsa
Vá lá
Talvez eu também queira
Talvez meu agnosticismo funcione assim 
O máximo de ceticismo
Mesmo que faça muito sentido o lado ateu  
Também feche os olhos
Não posso suportar o não-sentido de se viver
Despertei finalmente e isso???
Nada??
Não quero isso, quero esperar
Quem sabe... quem vai saber*
Eu vou me recolher como um bom sábio 
Não vou negar aquilo que os meus sentidos sentem 
Como muitos sempre acabam fazendo 

zumbis, que só conseguem ouvir as mesmas vozes,
Vou eu,

 humilde
 nesta luta diária contra o meu próprio ego 
Ele é como o destino colossal 

que quer nos sujeitar aos seus caprichos 
Nos quer servientes, idiotas úteis de si próprios 
Autozumbificados
Nem domesticados mais 

nós somos 
Some docilidade com autoconsciência 

e o que tem é um prostituto aceitando qualquer cliente
Desde que vá fundo na alma e lhe renda lucros viciantes 
Topamos qualquer negócio
Só nos tire deste limbo
Faça na terra um pedaço de nossos sonhos
Consumismo?? Oh sim por favor 
Doces mentiras?? Com açúcar
Tire nossos pés do chão pois queremos flutuar
Deprimir é justamente o oposto 
É como tropeçar feio e dar de cara no chão 
É o verdadeiro humilhar 
É o começo do ser verdadeiro

Pare este sonho vívido chamado cultura humana
porque eu quero me cultuar um pouco
eu quero me entender um pouco mais
e quero entender onde estou pisando
com quem estou conversando
quais são as suas intenções
pare este mundo
vamos nos deprimir um pouco
no sol frio da sabedoria


segunda-feira, 13 de junho de 2016

O torpor do homem perceptivamente médio

Meu pai demorou quase uma vida pra começar a perceber que fumar pode fazer mal à saúde.

Eu demorei pouquíssimo tempo para perceber que sexo anal pode ser muito prejudicial, tanto a longo quanto a curto prazo.

Os europeus estão lentamente acordando para o pesadelo em que estão sendo propositalmente submetidos por certo (((povinho ridículo))). Demoraram mais de meio século para começarem a se dar conta dessas transformações. Eu que estou aqui, no continente do Blanka do Street Fighter, sei mais o que está acontecendo lá do que muitos deles, ou ao menos, despertei muito mais cedo.

Por que será***

Simples,

para o meu pai e também para uma boa parte dos europeus que se assemelham a ele faltam

- pensamento crítico

- compreensão factual

O torpor dos tipos comuns de seres humanos lhes resumem característica e sinteticamente. 

Faltou o pensamento crítico, que depois do pensamento analítico ou simples observação da realidade, se consiste na próxima e derradeira etapa do verdadeiro pensar, pois a partir daí começaremos a pesar/comparar aquilo que estamos vendo, ouvindo, sentindo e pensando e para pensar melhor há de se ter antes a moralidade/ o critério, o bem e o mal, a qualidade e a sua falta, para que possamos de fato, tomar conclusões corretas, isto é, que visem no aumento exponencial da segurança individual e se possível local. Sim, a finalidade de qualquer inteligência é o seu auto-resguardo e quanto mais efetivo ou alcance, maior será a sua capacidade/eficiência perceptiva

A hibernação intelectual é uma constante na vida dos tipos mais comuns de seres humanos, que tal como se fossem ursos norte-americanos, ''dormem'' boa parte de suas próprias vidas, que se consistem nestes invernos alegres e fluidos, uma espontânea ingenuidade/estupidez em meio a uma brutal artificialidade que se consistem as sociedades humanas e em especial as mais ''avançadas''.

Verões ardentes, sempre irritadiços à flor da pele, 
colada de suor,
em suas tempestades tropicais
 a perturbarem o equilíbrio de coqueiros elegantes, 
este brilho do virtuoso, 
do gênio, 
do sábio 

pois sentem a felicidade da vida,
 enquanto que o comum põe-se a lamentá-la, 
mediante a monotonia que se caracteriza a sua,
 regrada por terceiros,
 compartimentada, 
zelosa em seus artifícios para mantê-lo seguro em seu mundo paralelo à realidade, 
à esta hiper-realidade da existência, 
onde a inteligência de fato existe 
pois precisa ser constantemente acessada

 e que encontra-se retorcida, caricata, 
neste outro mundo, 
de espetáculos grosseiros e vazio de sentido, 
vazio de profundidade/penetração filosófica,
o mundo onde a matéria escraviza a vida.

 O filosófico, antes de tudo, se reconhece enquanto animal, que todos nós somos, obviamente, para que então possa reconhecer-se de fato como um ser humano,

primeiro se assegura de si, de sua essência existencial, igual a todas as outras vidas,

 enquanto que
 tal necessidade de auto-identificação 
encontra-se porosa, 
promiscuamente confusa, 
obtusa, 
dentro dos reinos de fantasias,
 rituais 
e meias verdades
 que se consistem as moradas sociais humanas, 
onde a complexidade/confusão humana é justificada
 e até mesmo exaltada, como se fosse uma virtude!!

O simples auto-reconhecimento biologicamente essencial, 
nem roupas,
 tecnologia ou palavras, 
isto é, 
a de que somos essencialmente animais,
vidas,
parece improvável para uma parcela nada modesta de seres humanos.


Uma das principais culpadas desta realidade, ou melhor, da falta de uma realidade, em um sentido literalmente/semanticamente correto, é a psicologia, ciência que supostamente encontra-se incumbida de estudar o comportamento humano. O mesmo encontra-se separado da realidade, de fato, que encontra-se subjugada justamente pela ''tal verdade humana'', isto é, estes artifícios culturais, ideológicos e/ou religiosos. 

Em como que o ser humano interage e interpreta este mundo mentiroso em que vive, só que de maneira igualmente mentirosa ou ''apropriadamente normal''. 

Desta maneira os sábios verdadeiros, que estão sempre voltados para a hiper-realidade, que está ali ''fora'' destas estufas tecnocráticas, jamais serão plenamente entendidos por estes especialistas, ou supostos especialistas, e em especial, como reverberação deste que melhor compreende a realidade, de maneira sintética, holística e completa, estes ''especialistas'' pouco entenderão sobre o comportamento humano, isto é, a capacidade perceptiva de sua própria espécie de entender [invariavelmente] aquilo que está além ou acima das diretrizes impostas por seus ''superiores'' como ''as verdades que podem/devem aceitar''.  

A psicologia separa o ser do seu ambiente e portanto mata a inteligência em sua essência, a percepção debruçada sobre a realidade.

O torpor do homem médio pode fazê-lo hibernar da hiper-realidade por longos períodos, como por exemplo no caso do meu pai, que passou sua vida sem de fato questionar profunda e amargamente um de seus vícios, que sempre moldaram a sua zona de conforto. Sem pensar que poderia fazer mal, isto é, pensando mecanicamente, naquele catatau de substâncias tóxicas adentrando diariamente em suas vias respiratórias e os possíveis resultados deste hábito. Mesmo para si próprio ou talvez, principalmente para si próprio, que o homem médio tende a ser displicente, enebriado por esta sensação de ''está tudo bem'', profundamente conectado à realidade em que vive, e portanto, consideravelmente desconectado da hiper-realidade, que é a verdade em si mesma.

O homem médio ao contrário do sábio, internaliza até mesmo com certa maestria, aquilo que deve fazer, as suas tarefas, obrigatoriedades, de se conformar ao ambiente em que está, o faz quase que mecanicamente, tem pouca resistência, e eu já falei sobre isso, acho que superficialmente. O seu autoconhecimento já é equivocadamente entendido como ''evidente'', e pode ser vislumbrado com base em sua confiança imparável, que chega mesmo a se manifestar enquanto megalomania, fortemente disfarçada de ''normalidade''. Poderíamos pressupor que boa parte deles são assim mesmo, megalomaníacos inconsciente-a-subconscientes.  

O sábio ao contrário do homem médio, começa por si mesmo, e muitas vezes por pura necessidade, terminará igualmente megalomaníaco, mas de maneira racional, visto que ao se deparar com todo este torpor de autoconfiança, tanto em si quanto em seus mapas desatualizados ou simplesmente errados da realidade, que se caracterizam os homens médios, terminará desenvolvendo uma psicologia de defesa, mas também de ataque, até mesmo porque encontrará grande resistência por parte destes hibernadores.






sábado, 30 de abril de 2016

A natureza extremamente primitiva de um zumbi



O zumbi não pode reconhecer a própria condição,
pois lhe falta autoconsciência,
lhe falta razão,

ele pode se ver no espelho,
mas não pode aceitar os próprios erros,
claro que,
oriundos de seus defeitos,

e se não tem o básico da inteligência complexa,
então não poderá desenvolver o autoconhecimento,
e especialmente se for de maneira espontânea,

O zumbi pode reconhecer aqueles que lhes são iguais
 e os que lhes são diferentes, 
porém, 
não pode reconhecer a sua própria individualidade,
enquanto um ser único, 

pois exibe uma grave falha na construção de sua personalidade,
esta
 que necessita da extrema necessidade de se conhecer a realidade,

se somos parte dela, 
se somos um contínuo, 
hermeticamente fechados, 
dentro de nossas clausuras existenciais, 
mas o que temos dentro de nós, 
também existe lá fora,

portanto quem não conhece a realidade,
 em sua base mais simples e evidente, 
conhecerá pouco de si mesmo,

pois aquilo que expressa, 
será uma mistura entre a própria identidade e a percepção internalizada,
o seu entorno,
e o transformará em um trans-torno,
torna o círculo do tolo,
a girar em torno de si mesmo,
cometendo os mesmos erros,
acreditando em milagres,

esta promíscua mistura entre a essência interior e a existência exterior,

o que chamamos de cultura,

 que pode ser chamado de fenótipo essencial,

do ser 

e do seu cenário de experiências,

se internalizamos distorções como se fossem reflexos perfeitos,
nos tornaremos caricaturas deste malfeito,

o zumbi é menos do que um ser, 
do que um indivíduo,
porque se transtorna em uma propriedade,
é um ser coisificado,
 uma máquina orgânica que foi programada para responder sempre da mesma maneira, 
como uma linda caixinha de músicas, 
ou como um boneco moderno, 
com todas as suas multi-funções,
 um autômato,

é artificial por excelência,
pois não expressa a sua verdade,
 apenas a sua vaidade,
uma clara distorção da essência,
é o fenótipo d'um quadro abstrato,
e digamos, d'um ''artista'' falsário,
que não é um realismo pintado,
quer forçar o seu falso puritanismo,
quer pichar os muros com a sua verdade,
que na verdade, nem sua é,

é só um arremedo de lógica,
 faz sentido,
como a tudo o que existe,

mas não é racional,

faz sentido em sua fração,
mas é ridículo em sua totalidade,

e se fosse tocada pela luz da razão,
por seu brilho indiscriminado,

pois a tudo olha, 
ou ao menos tenta,
encharca com os seus olhos a tudo o que vê,
e justamente por isso,

tem ao menos a chance de decidir pelo melhor,
por ver todos os lados,

e procurar pelo melhor lugar para ficar,

passar uma gostosa tarde de preguiça e literatura,

o deleite da vida, 
desta passagem imoral,
deste sem-sentido
e em busca de um,
consciente ou não,

ou de brincadeiras,

desenhando as nuvens com os dedos,
ou o pensar n'absolutamente nada,

apenas vivendo,
a ação mais literal, 
de ouvir o próprio respirar,
de sentir-se,
de celebrar,
enquanto dá,

o zumbi não fala sobre si, 
na primeira pessoa, 

não confunda o ''eu'' de um zumbi, 
não o é, 

ele o apropria para o seu próprio narcisismo,
e o usa para expressar o seu estado intelectualmente vegetal,

o zumbi é o escravo de si mesmo,
o completo oposto da consciência,
a des-consciência,

é vítima de uma droga natural que todos nós temos,
e que se muito alimentada,

nos transforma em demônios auto-penitentes,
em seus escravos, em seus agentes,

que perderam as suas almas,
e vivem ausentes de si mesmos,

perderam os seus eu's,
as suas autenticidades,

se transformaram em produtos,
como soldados de qualquer partido,

como bonecos bonitos,
impecavelmente repetitivos por fora,

extremamente confusos por dentro,


sobre as suas ideias, sobre os seus preconceitos,

sobre os seus reais defeitos, 
os mascaram como se fossem feitos,

porque ele se transformou em um propagandista, 

perdeu também o seu espírito,

o seu senso de crítica

 e especialmente o  de auto-crítica,

é levado por seu culto, 

e não mais por seus próprios pés,

entrou em um estado de transe,

 se tornou obsoleto mas se diz a favor do progresso,


o seu pensamento deixou de ser fresco e aberto para melhorias,

como uma casa velha, 

que teima em continuar suja, 

com teias no teto, 

a escadaria podre,

 e o brilho escuro d 'abandono,


o zumbi cultológico se abandonou, 
se antes já não sabia muito de si mesmo,
agora então, 
está mais perdido do que nunca,
do que cego em tiroteio,

ele é em si ou por si
 uma tentativa de liberdade, 
de emancipação,

quer ser mais do que é, 
mas ninguém pode ser,
apenas o trans-tornante criativo que o faz,
e muitas vezes também se perderá,

por isso que comprou à vista esta sua carta de alforria,
se libertou,
da sanidade,
parece agora um trans-humanista,
mas é um dis-humanista,

é apenas um louco 
e sem ser vívido,

por isso se passa como normal,

diz absurdos com a mais absoluta calma,

sua mente se abriu,
e de nada dela saiu,

ele não investiga,
é investigado,

ele não pergunta,
não procura por respostas,
são elas que o caçam,
ele é passivo,

sempre tem raposas à espreita, 

não perdem tempo de convocar os primeiros tolos que avistam,

elas lhes alimentam de suas próprias inseguranças,

claro, 
como bons comerciantes,

lhes mostra um espelho mágico,

onde os defeitos não são refletidos, 

o espelho só mostra o ego,

pois quem é muito teimoso
 e por grandes tolices,

tem muito ego para queimar
 e pouca realidade para tocar,

tudo é sobre a sua vaidade,
 mesmo quando diz que não há,

tudo é sobre auto-afirmação,
 para então, 
se reafirmar,

perante, rente aos ...,

e por isso, se tornam caos,

quando se expressam, 
apenas pelo expressar,
de se mostrar,

e compram esta falta de responsabilidade,
 como se esta
fosse uma grande verdade,

a maior revelação do reflexível sobre o zumbi,
 é que ele é refém de si mesmo,

a maior revelação para o irrefletido, 
o zumbi,
é a de que se transformou em um próprio Deus, 

onde o sábio vê escravidão,
o zumbi vê a sua liberdade...










terça-feira, 19 de abril de 2016

Eu falo pela alma, pelo corpo todo, porque falo pela e para a verdade...



A verdadeira sabedoria é principalmente pela emoção,
 em seus momentos de confrontos,
se transbordará em sentimentos que foram retidos de colheitas perfeitas de pensamentos e de ideias,

falar pela verdade, causa comoção,
por ser tão imprescindível e ao mesmo tempo tão desprezada pelos seres humanos,

mentimos por osmose,
mentir se tornou a norma,
a exceção é ser verdadeiro,
e se for vívido, espontâneo, então entrará para a listra negra das desordens da mente,

mas se reage de acordo com as condições atmosféricas, se constrói fenótipos que refletem a realidade de fora do corpo, então será mais provável de ser bem mais são, do que a maioria daqueles que preferem uma falsa serenidade, com cheiro de conformidade, esperando por promessas vãs, se agarrando em esperanças luxuriosas, hipócritas e fantasiosas, desprezando a vida no agora, acreditando em uma igualdade de sultões ou de anjos por especulações infantis, 

Levado pelo caminho da luz, em seu transe por estar conectado com a hiper-realidade, 
De SER verdade, mas também de precisar mentir para ser mais humano, aquele que é condizente com as próprias falhas,

Nenhuma outra forma de vida é assim, porque elas não tem tempo para errar, pois se erram, morrem precocemente, e abrem espaço para os outros, que melhores, saberão manter a sua particular forma de respirar, de transpirar, ao longo deste espaço e tempo cavernosos, nesta estufa que nos mantém pequenos e aquosos, à espreita preguiçosa por um descortinar espontâneo e mágico de certezas absolutas...

Quando o sábio argumenta, defende o seu ponto de vista, sabendo que está defendendo a si mesmo, tudo aquilo que sabe que é verdadeiro, que tem formas e efeitos coesos, como o agente da harmonia, da verdade, ele se projeta inteiro em duelos ou em guerras de transcendências, o faz de coração, sem segundas intenções, a não ser aquelas que ficam bem claras logo em suas primeiras palavras, e a principal será a honestidade da sabedoria.

Eu falo sem máscaras, ainda que possa precisar usá-las, mas mesmo com personas afiadas, ainda dentro de um blefe, soprarei verdades condensadas por essas mentiras, se meus olhos estão sempre direcionados para a luz da sabedoria, por este sol, que quero envolto sobre nuvens, morno e arredio de se mostra-se por inteiro, quero como a uma tarde calma e de clima perfeito.  E desta calma alegria, expressar com qualquer forma de ousadia, a verdade, pequena e doce que tenho nas mãos, deste tocar à superfícies de concreto, de começar por este pensar, de aprender que o abstrato é apenas um eco destas pedras, deste solo a esquentar nossas solas, eu falo pela alma, como a uma criança e a sua sinceridade, algumas vezes vil, despreocupada e maldosa, mas com ânimo de consertá-la e se possível aprender a lição. 


O meu reflexo por inteiro,
um ser bufante em sua expressão,
excêntrico e em auto-falantes,
aprendeu a falar com a alma primeiro,
depois aprendeu a conter os nervos,
e tornou-se por fim um vespeiro,
farpas, elogios, tentativas,
para entender arrepios ou as próprias emoções,
virei-me contra o meu Deus,
tornei-me a si,
o comi,
autofágico, fálico e falho,
tomei o controle que antes...
ventos uivantes levavam pelo ar como folhas fracas,
minha densidade pousou em solo fértil,
e agora me aguento neste vendaval de sim's,
nesta teimosia de continuar a ser tolo,
de me segurar para não avermelhar leitoso de sangue,
como mais um sacrifício sem sentido,
destas bestas, destes seres perturbantes,
e que ironia,
quem sou eu para apontar,
eu sei quem eu sou,
e talvez isso baste,
o bastante para que não seja mais um imundo,
estes escravos da ignorância,
estas crianças malvadas,
estes adultos frios e calculistas,
estes jovens vagabundos,
tudo errado,
tudo sempre errado,
mesmo lógico e pragmático,
mesmo os prédios do progresso,
mesmo aquele terno aprumado,
ou as roupas, de um destino manifesto,
eu confesso, 
deturparam o divino, 
tornaram-no parte deste hino,
de sangue e de lucro,
de matéria comendo o sentir,
papeis valem mais do que vidas,
vida inteligente,
ainda existe* onde estás* tu resistes*