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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Um mundo de vozes

Percepção sensorial 

Quem enfatiza sensorialmente as vozes mas não necessariamente ao ponto da psicose  


Eu queria que o silêncio gritasse mais alto
Eu queria que o céu fosse mais forte
Que o mundo natural fosse mais natural

Mais real pra mim
Que fosse mais enfático
Mas são as vozes humanas quem são
Que falam mais alto, mesmo se for baixo
Que tagarelam mais, mesmo com poucas palavras
Que eu escuto mais, mesmo sem querer 
Que eu me interesso mais, mesmo sem querer
Que eu entendo mais, mesmo sem querer
O mundo de vozes, de cochichos, de conchavos, de conspiração, Porque todo maldizer é uma conspiração
De mentiras, de ambiguidades, de colegas, que os confundimos Com amigos
E os colegas, que são apenas conhecidos 
O mundo social do homem é simples, 

Porém não é a essência, 
Se só chega à superfície, 
O resto é um breu de indecência,
Nos espinhos da intimidade,

Nas fofocas de dona Dirce,
Ou nas rosas vermelhas, bem ao lado
Lindas em aparência, falsas, 

Com suas raízes soltas, sem princípios, sem reais predicados
As vozes me chamam, vozes reais,
Querem ser escutadas,
Mas eu só queria tapar os meus ouvidos,
Vozes são sinônimos de problemas,
Porque a perfeição vive no breu do mundo
Por isso que eu prefiro um poema
Na fundação do uivo
Na calma de um grito
Em seu ritmo celestial
O vento da voz
N'alma, e imagina uma nova vida
Um novo viver
Bem melhor que esta ferida
Mundo podre, e sem querer
Sem querer eu escuto mais as vozes das pessoas
Do que as vozes do mundo
A sabedoria me abençoa
E me ajuda a nunca focar nessas mentiras
Vozes santas, vozes humanas,
Mas eu prefiro a vida assobiando em meus ouvidos
Eu prefiro o barulho do silêncio
Um mundo de mundo
Espelhando a si mesmo


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