Macro-realidade primariamente abstrata (padrões observáveis a olho nu)
A compreensão factual mais abrangente em relação à macro-realidade primariamente abstrata, isto é, os padrões não-imediatos/concretos que são observáveis a olho nu, caminhará para resultar na racionalidade, e que em seus níveis mais altos desembocará na sabedoria.
Em outras palavras, o sábio é aquele que é capaz de construir o mapa da macro-realidade, primariamente abstrata, mais abrangente e portanto coerente, enquanto que os indivíduos medianos tenderão a internalizar frações desta mesma macro-realidade, que é composta por ''macro-fatos'', ou padrões.
Eu tive esta ideia quando me lembrei de uma conversa que tive com dois colegas de faculdade, já faz alguns anos. O assunto dessa conversa foi a questão israelense-palestina, sendo que um deles se posicionou favorável aos palestinos, e o outro, que na verdade, é/era outra, se posicionou do lado dos israelenses, enquanto que eu não me posicionei, naquela época. Hoje em dia é claro que eu sou mais a favor dos palestinos, mas ao contrário deste meu colega e de tantos outros similares a ele, que santificam os povos oprimidos, como se fossem perfeitos por causa de suas condições contextuais de oprimidos, eu tenho uma compreensão factualizada sobre este assunto e sei que os israelenses não são os únicos vilões. Por exemplo, os outros países árabes ao redor, que a meu ver, usam os palestinos para provocar chantagem emocional especialmente nos ocidentais, e mesmo também funcionando como escudos para os seus orgulhos feridos, ao invés de abrigá-los em suas nações, reduzindo consideravelmente o sofrimento coletivo deste povo.
Portanto eu não vou comprar apenas um dos lados se os dois tiverem os seus problemas e os seus acertos, isto é, se não forem perfeitos ou próximos da perfeição. É muito comum que as pessoas medianas e não-tão-medianas comprem um dos lados em relação a qualquer situação, e em especial àquelas que exigirem maior capacidade reflexiva, e com isso passarem a agir como ignorantes generalizadoras, exatamente como se estivessem em uma guerra tribal ou civil, demonizando o outro lado e se cegando em relação aos erros/defeitos do grupo que escolheu.
Inteligência e criatividade não necessitam da compreensão factual sobre a macro-realidade, como a sabedoria precisa, pois podem muito bem se manifestar por seus respectivos modos, de maneira pontual, e na verdade, é justamente desta maneira que costumam fazê-lo.
A sabedoria é perceptivamente macro, enquanto que a criatividade geralmente é micro, se se consiste na busca pelo novo, na concentração perceptiva direcionada numa menor quantidade de assuntos, buscando escrutinar cada detalhe do mesmo a fim de descobrir novas possibilidades, enquanto que a inteligência ou lógica tende a ser bem mais assimétrica OU SERIA MELHOR, tende a ser menos fulminante na construção de uma hierarquia lógica do mapa da realidade. Percebam novamente que o sábio encontrar-se-á direcionado para a realidade, em si mesma, enquanto que geralmente aquilo que chamamos de inteligente tende a fazê-lo só que em direção à realidade humana, desprezando a realidade existencial que eu poderia denominar ''realidade filosófica''.
Aqueles que chamamos de ''inteligentes'' (lógicos) aprendem melhor aquilo que... os mais criativos inventam, e é muito comum que tendam a desprezar aquilo que.. os mais sábios aconselham.
Portanto a ênfase perceptiva (perspectiva perceptiva) dos mais sábios encontra-se significativamente direcionada para a realidade, ou que eu chamo de ''macro-realidade'', enquanto que, caracteristicamente falando, inteligência (lógica, o possível princípio da sabedoria) e a criatividade, tendem a se manifestar de modo mais pontual do que generalizado, e quando o faz, tende a sê-lo mais próximo da racionalidade, ou, no caso da inteligência (lógica), especialmente, de maneira invariavelmente artificial, por meio do ''aprendizado', só que direcionado para as demandas sociais, econômicas/laborais e culturais das sociedades onde estão. Por enfatizar pela macro-realidade, os mais sábios tendem a desprezar o engodo que tende a se consistir qualquer sociedade humana, não necessariamente por sua atomização em relação ao meio natural, mas por sua atomização mental ao meio natural, tratando a natural evolução moral humana, com base em sua potencial expansão macro-perceptiva/moral, como se representasse a sua maior ilusão, enquanto que estão apenas a confundir ignorância e estupidez, via moralidade subjetiva, com a moralidade objetiva, a lógica afetiva, embebida pela lógica/empatia cognitiva, resultando na unicidade perceptiva (sabedoria) ao invés da dualidade/binarismo perceptiva (o) (''lógica'').
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