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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Perceptividade é o melhor preditor para a criatividade/realização criativa de médio a grande impacto, localizada ou generalizada (criativo em várias áreas ou em áreas de natureza holística)

Eu detectei a pré-condição psico-cognitiva que prevê a criatividade, a perceptividade. Se é difícil prever o aparecimento de gênios criativos, pelo menos parece que não será tanto assim, se passarmos a prestar maior atenção na disposição/motivação intrínseca e capacidade de percepção, de detectar padrões, de observar sutilezas do ambiente, se a realização criativa nada mais se consiste do que na detecção e manipulação subsequente de novos padrões, previamente detectados por uma aguçada percepção/sensibilidade. 

Partindo desta linha de pensamento se constatará que o espectro do autismo é provável que se relacionará em demasia com a perceptividade, e que a maioria dos autistas serão mais perceptivos que os não-autistas. No entanto, eu já comentei em alguns textos quanto a esta possível, e me parece que, verídica, mitologia sobre o espectro, em que os autistas, generalizadamente falando, foram alçados ao posto de ''super-lógicos'', enquanto que na realidade me parece que as diferenças entre autistas e não-autistas serão mais pontuais ou discretas, em especial no que condiz à natureza de suas compreensões factuais, e portanto menos espetaculares, tal como muitos, de ambos os lados, tem pensado e forçado. Eu poderia chutar que, sim, os autistas são mais propensos a serem mais perceptivos que os não-autistas e que muitos deles apresentam médio a grande potencial criativo. No entanto, a perceptividade será latente em outros grupos, muitos que se localizarão perto e também ''distante' do espectro autista e portanto, não se consiste em uma particularidade do espectro.

A partir desta continuidade de pensamento eu poderia então sugerir que a perceptividade será essencial para a criatividade, e em especial para o gênio, ainda que não será obviamente o único fator necessário para a manifestação do mesmo, porque o gênio não precisa apenas de maior percepção, mas também de uma maior interação com a realidade, regida por uma maior emotividade ou sensibilidade, e em conluio com uma motivação intrínseca facilmente inclinável para o esmiuçamento de seus interesses mais salientes.

Maior é a perceptividade, maior será a capacidade de pensamento sutil, de se perceber sutilezas/pequenos detalhes no ambiente e como consequência, por lógica, maior será a capacidade para descobrir novos padrões a partir desta abordagem mais precisa, mais próxima dos objetos de observação via interesses ''obsessivos'' ou ''mais salientes''.

Nesta perspectiva, a perceptividade, próxima à sutileza, também estará mais próxima do espectro da personalidade anti-social, em especial da psicopatia, visto que, pelo que parece, a maioria dos psicopatas, em especial os de alto funcionamento, costumam apresentar excelentes capacidades analíticas, geralmente direcionadas para o meio social, denotando maior facilidade para perceber sutilezas que as pessoas comuns/normais geralmente desprezam e usando-as de maneiras egoístas. Os psicopatas costumam ser excepcionais na ''criatividade/cognição fluida criativa'' interpessoal, que se consiste na capacidade de interagir com as outras pessoas ou seres, e de produzir mediante vigoroso e rápido raciocínio, volumosa criatividade desta natureza, por exemplo, em seu talento específico de perceber sutilezas na personalidade, caráter ou inteligência, enfim, de padrões comportamentais, geralmente de suas presas, e de providenciar com certa agilidade mental, respostas que possam ser úteis na dominação (carisma, conquistar a simpatia) e manipulação (manipular a percepção factual alheia) das mesmas.

A hiper-perceptividade ou disposição para o pensamento sutil também estará presente portanto no espectro das personalidades anti-sociais, demonstrando novamente a correlação entre desordens mentais e o potencial criativo.

Com isso eu dou minha nada-humilde e obscura contribuição para solucionar este problema, quanto à, por agora, imprevisibilidade do gênio criativo. Se a maioria dos instrumentos psicológicos não conseguem chegar no X da questão, a mensuração de graus de perceptividade poderá chegar bem mais perto. Nada de testes divergentes, testes cognitivos convergentes (QI) ou de personalidade, ainda que todos possam ser úteis... se você tem ''em suas mãos'' uma criança ou um adolescente muito idiossincrático que presta atenção em tudo e desenvolve boas observações sobre o que a sua mente curiosa captura então é provável que estará lidando com um possível gênio criativo.

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