Compreensão factual
Todo mundo tem as suas opiniões sobre os mais diversos assuntos e eu gosto de pensar que todos eles estejam mais ou menos certos. No entanto, existem algumas opiniões que são muito mais factuais, melhor trabalhadas, destrinchadas, eu diria, do que outras, e portanto existe, apesar desta cadeia de subjetividades, uma hierarquia objetiva, correndo paralelamente.
Como eu também me habituei a dizer aqui, a partir da verdade objetiva, conseguimos capturar uma boa quantidade de fatos ou realidades, que encontram-se evidentemente presentes em nossas vidas, por exemplo, como eu sempre gosto de usar, a(s) pedra(s). A pedra não é apenas uma pedra pois também se consiste em um fato, em uma realidade. A verdade objetiva, a priore, nos mostra que existe uma realidade, que esta realidade é universal, que existe sem precisar de perspectivas pessoais ou subjetividades (''a pedra existe mesmo se os seres humanos jamais tivessem surgido''), existe ''por existir''. A verdade ''subjetiva'' ou abstrata, tem como ponto de origem o imediatismo material. É da pedra que podemos juntar muitas outras pedras, de diferentes tipos e quantificá-las, separá-las de acordo com critérios pré estabelecidos. É da concretude que se fazem as abstrações. O imediato, o palpável, aquilo que é fulminantemente perceptível por nossos sentidos, e em especial no caso humano, por causa de seu grande equilíbrio sensorial (em contraste com outras espécies), que representa a verdade/factualidade objetiva, e aquilo que não é imediato, que não é diretamente palpável ou sensorialmente percebido, mas potencialmente compreendido.
Como eu já comentei, a grande maioria dos seres humanos apresentam elevada compreensão factual em relação à verdade objetiva, porque este equilíbrio sensorial avançado que apresentamos se consiste na base evolutiva de nossas capacidades psico-cognitivas. O problema da humanidade começa justamente quando começamos a nos distanciar do mundo fulminantemente percebido e começamos a lidar com abstrações, com distorções ou com desdobramentos do espaço e tempo, re-interpretando, re-analisando a realidade, buscando compreender de maneira mais profunda o seu funcionamento, de modo generalizado ou pontual. A partir daí a abrangência perceptiva humana volta a se transformar em incompletude, se a maioria das outras espécies ou formas de vida, por causa de suas naturezas consideravelmente ''savant'' ou hiper-especializadas, tendem a ''distorcer' naturalmente as suas percepções, atomizando-as consideravelmente para dentro de suas ''matrix'' evolutivas, por exemplo, no sempre elucidativo caso das formigas, que trabalham ''noite e dia'', tendo à sua frente as suas diretrizes evolutivas, instintivas, e com nenhuma chance de questionar a sua realidade auto-imposta, e quando o fazem não foram mais do que reviravoltas seletivas, de natureza coletiva, enquanto que pode-se dizer que a evolução humana encontra-se intimamente atrelada à evolução da emancipação individual rente à sua coletividade, mas também à ''marca de gado'' coletiva, que se consiste o seu instinto herdado, isto é, mesmo que as formigas, novamente, sejam indivíduos dentro de uma coletividade, o instinto tende a fazê-las coletivas, indivíduos literais/materiais mas incondicionavelmente coletivos em suas perceptividades. E mesmo entre as espécies mais aparentemente individualistas, geralmente de pedradores, esta realidade que eu decidi denominar metaforicamente como ''marca de gado'' (gado marcado = = = herdado) tende a se manifestar, tal como eco instintivo/naturalmente impetuoso de sua coletividade. O ser sempre como um produto de seu meio e de processos seletivos anteriores, sempre como herdeiro, e quanto menos humano, mais naturalmente subordinado ao seu destino biologicamente transmitido se estará.
Como resultado a compreensão factual humana apresentará a priore um horizonte muito maior e correto de possibilidades, assim como também tornará o organismo fortemente vulnerável a escolher por caminhos progressivamente equivocados, justamente por ter percepção holística mais aguçada e flexibilidade parcial de escolha.
A mensurabilidade da compreensão factual dar-se-ia pela quantidade de fatos, em especial os mais hierarquicamente relevantes, que tendem a exibir naturezas generalizadas ao invés de serem pontuais ou mesmo distantes da realidade natural, por exemplo, a comparação entre o entendimento psicológico/comportamental e fisiológico dos contrastes entre as populações/ecologias humanas e o aprendizado de uma técnica qualquer, que encontra-se distante da compreensão factual naturalista ou macro-realista/holística.
Portanto, não será suficiente ter uma grande quantidade de fatos internalizados e variavelmente compreendidos, se eles não forem os mais hierarquicamente importantes, isto é, se não forem de natureza naturalista e/ou estiverem diretamente atrelados à relação essencial da vida, entre o ser e o seu meio de vivência. Ao principiarmos pelo entendimento do ser e suas multitudes de comportamento, de nossos comportamentos, se também somos seres, dos ambientes em que nos localizamos e por fim, na dinâmica ecológica ali estabelecida, começaremos então a respeitar a hierarquia epicêntrica e perceptiva da macro-realidade, estabelecendo uma linha coesa de compreensão factual que desemboca por sua própria natureza, na tão falada e desconstruída/vilipendiada sabedoria.
A predominância de fatos sobre a quantidade de factoides, e não exatamente a quantidade de fatos internalizados, e novamente, sem serem hierarquicamente importantes, é que será de boa ajuda numa possível ''mensuração'' do nível de compreensão factual, ainda que se possa também aceitar esses critérios, desde que não sejam tomados como fundamentalmente importantes, coisa que de fato não são (por exemplo, tomar o teste de qi espacial como ''o mais importante'' de uma bateria completa de testes). Também há de se separar factoides de incertezas factuais porém embasadas em fatos legítimos, como quando ainda não temos grande conhecimento sobre certa realidade particular, por exemplo, em relação ao entendimento do ou dos universos, em contraste a um legítimo factoide, por exemplo a forçada ideia de que todos os seres humanos sejam intrinsecamente iguais e que apenas os ambientes em que estão que, de fato, os diferenciem.
Portanto, partindo de uma hierarquia coesa de importâncias, a compreensão factual poderia ser ''mensurada'' a partir dos seguintes critérios, em ordem: predominância factual, qualidade factual (alguns fatos 'abstratos' são mais importantes do que outros: saber sobre o comportamento médio das populações humanas, suas origens ou causas e padrões de transmissão intergeracional é hierarquicamente mais importante do que ter maior conhecimento sobre alguma área da física ou da química... justamente porque a primeira se consiste numa das bases do conhecimento humano), nível de comprometimento factual (atrelado à predominância factual, pois não basta ''mensurar' o predomínio e nem mesmo a qualidade dos fatos internalizados e possivelmente compreendidos, mas também o quão comprometido/corrompido um sistema/você pode estar em relação aos mecanismos mais basais, o exemplo das raças humanas usado acima. Novamente percebe-se que o vitalismo vence o materialismo, pois ao contrário da propaganda propositalmente maléfica das ''elites'' globalistas, deter conhecimento sobre a realidade racial necessariamente não resultará no ''racismo', até mesmo porque deste modo se poderá inclusive prever comportamentos, possibilidades de melhorias comportamentais com base na manipulação dos padrões de acasalamento e mesmo reduzindo o próprio ''racismo', por exemplo, na redução significativa dos elementos sociopáticos que parecem abundar entre as pessoas de raça negra), nível de entendimento (superficial, mediano a avançado) e nível de potencial para ampliar e dilapidar este entendimento, fortemente relacionado à criatividade. Sim, pensadores reflexivos também tendem a ser muito criativos, pois estão sempre manipulando as informações que capturam, vendo-as sob vários pontos de vista diferentes, e com isso aumentando as chances de terem insights criativos.
Rácio-nalidade...
A racionalidade parte de uma maior ponderação reflexiva em relação às informações que estão sendo processadas e tende a resultar muitas se não na maioria das vezes em conclusões de igual natureza. Portanto a natureza da racionalidade será indefectivelmente balanceada, ponderada e este fato terá óbvias repercussões em relação à compreensão factual. Capturar um fato, abstratos ou neo-concretos (por exemplo, a possível visualização de uma nave espacial alienígena), se consiste numa mescla entre a percepção e a compreensão factual. Para perceber uma realidade precisa-se apenas do sistema sensorial atento e dependendo do nível de alcance perceptivo do organismo ou ser em questão. Mas para compreender um fato, há de se ir um pouco mais além do imediato reconhecimento de certa particular verdade ou realidade, vê-la sob diferentes perspectivas, ampliando o conhecimento do mesma, por exemplo, reconhecer a existência das raças humanas (diferenças sob os mais diversos níveis entre as populações humanas) pelo simples fato de se capturar via cinco sentidos esta macro-saliência antropo-ecológica. Não estamos lidando exatamente com a compreensão de suas causas, mas de seus efeitos. Vemos, além de seus aspectos fisiológicos variáveis, também os seus comportamentos, ou macro-padrões de funcionalidade. A percepção factual captura essas informações em tempo real, enquanto que a compreensão factual caminhará para dividi-las em diferentes etapas, buscando entender mais detalhadamente as suas sutilezas operacionais. A compreensão parte-se de uma reflexão anterior, objetiva e lógica.
Portanto por agora eu acredito que se possa ''mensurar' a compreensão factual com base nos critérios acima, mas sempre partindo de uma hierarquia de importância, isto é, desde as bases até o topo, das abstrações que podem ser perceptivas ''a olho nu'' e compreendidas via manipulação benigna do ''cubo mágico'' dos padrões reais, até àquelas que são construções abstratas mais avançadas.
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