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sábado, 25 de junho de 2016

O anti-horário e outros fardos...

Eu começo assim, 
tropeçando,
me esbarrando,
 errando,
derramando,
eu aprendo pelo erro,
e depois pelo acerto,
eu sou ''anti-horário'',
os ventos batem no meu rosto,
sempre contra a maré, numa contra-corrente,
eu vejo o fim, e me apresso,
eu sempre aviso, se não pros outros
ao menos pra mim, e rezo,
 um sarcasmo, uma confissão,
olho baixo e esqueço,
mas nunca esqueço,
minhas gavetas estão sempre cheias,
muitas pendengas, muitas queixas,
eu brigo comigo,
me elogio assim,
''burro, anta, cretino, tapado'',
se não aprendo a lição,
pelo menos me divirto,
eu erro primeiro, bem desastrado,
e aprendo depois,

mas e eles**
eles aprendem primeiro,
e começam a errar depois,
e pensam que estão acertando,
eu conheço o errado
antes de acertar,
eles conhecem o acerto,
antes de errar,
e passam uma vida inteira errando,
sempre tropeçando no mesmo lugar



A poesia transforma a tristeza em beleza


A um transtorno,
as lágrimas secas,
a  se petrificarem,
a se congelarem, mesmo que por um instante,
e assim admirarmos, as mais agudas sutilezas da vida
à transformação,
carrancuda tristeza
em uma brilhante beleza
cores a refletirem o sempre porvir
o sempre que um dia há de deixar-se
e tornar lembranças
saudades, oh poeira do tempo
oh criança 
a beleza essencial,
a poesia imortaliza
mesmo um ponto final
por um sempre por do sol
a vida é o movimento
e ter a sua consciência  
e bailar sem destino
desencontro, oh perdido!!
a vida é uma perdição
é muita liberdade
é um apenas 
tentando não ser esmagado
e a poesia transforma
o chorar esperado
em versos atravessados
oh limbo do existir, oh incerteza!!!
oh poesia minha,
cara a minha tristeza,
faça-lhe mais aprazível,
faça-me assim, uma beleza
este sentir 
que não cabe mais em mim

a vida então, valerá mais apena


Na esquina da vida


o amor me abraça
o ruido do sentir
emoção acalenta, segura o meu braço,
me chama pra sair,
pra dançar os seus passos
lhe acompanhar

na esquina do tempo,
no espaço eu me embrulho
sinto paixão por tudo
estou sempre impressionado
a existência é espetacular
assustadora
na ignorância de ir muito longe de mim
eu me torno sábio
me esquentando, bem próximo
esmero pequeno, como um cristal
extremo verso,
mas é frugal
e na simpleza 
eu escorrego
e vou vendo tudo passar
enquanto eu me abarroto 
de laços e deste vício
deste fundamental início
de se apaixonar 
e de cortar lentamente 
o vento é áspero
que raspa a minha pele
minha mente inquieta
se aquieta no silêncio
mas não há silêncio
nunca houve
tem sempre um zumbido pra se ouvir 
o eco da existência
o universo se comunica, onisciente
a nos sentir


Vivacidade ou profundidade, 
as duas faces da criatividade


Vivo ou profundo, faz alguma diferença*
Alguns são mais como o primeiro,
Outros mais como o segundo,
mas todos expressam a mesma sensação,
o mesmo estado de mente,
de se estar em uma nova dimensão,
de dar atenção aos detalhes mais sutis,
profunda ou vívida mente,
as duas faces de vossa senhoria,
oh criatividade!!
como ao drama ou à euforia,
do teatro ou da poesia, 
mas ambos assim, mais perto,
mais adentro, mais assanhado com a vida,
lhe afanando o corpo,
profundo, romântico ou frio,
vívido, ardente ou esperto,
querendo sexo com a existência,
tratando-a como uma mina de ouro,
procurando-a, cavando-a,
mais profundo, o que era oco,
se possível destruindo,
e fazendo de novo,
quebrando essas cascas de ovo,
vez ou outra indo até longe de mais,
abrindo a caixa de Pandora,
o que tem lá, deixa qualquer um louco,
na curiosidade, o verme da criatividade,
a infecção a pústula,
querendo sempre ver mais,
de tanto buscar, 
vez ou outra a serpente, 
te engana e a luz a se apagar,
do mais alto grau de razão,
ao mais baixo pavio de instinto,
este o som distinto do criativo,
como as notas desconexas de um Chopin,
num piano lindo,
arranca notas de avelã,
ora, notas de gritos,
a vibração é sempre extrema,
raramente pára no meio 
em equilíbrio,
poucos criativos são sábios,
os que são, coitados,
mais uma decepção a carregar nas costas,
mas ao menos tem com o que se refugiar,
fardo ter mais com o que ver
ou ver mais, com mais razão,
mesmo em sorridente sobriedade, oh vívida mente!!
oh profunda mente!!
demente e mesmo assim brilhante,
és a própria criação,
és Adão e Eva, mais a maçã e a serpente,
és o que atrai e o que repulsa,
és divino oh dualidade!!
bipolar criatividade!!
profunda ou vívida,
pobre de quem usa,
pobre de quem é,
o preço é alto demais,
tem de ser rico em truques,
o melhor jogador,
senão será feito de gato-e-sapato,
oh melindrosa,
oh mulher difícil
 esta minha criatividade 







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