Era uma vez uma época em que não existiam critérios para a doação de sangue. Como resultado, os casos de rejeição e posterior complicação do quadro clínico abundavam. Neste período em que todos eram iguais e legíveis para doar sangue e como resultado, muitos morriam por causa desta precoce conclusão. Descobriu-se desde então que o ser humano não é um, mas vários, também em relação ao seu tipo sanguíneo, e que portanto, os casos de incompatibilidade ocorriam justamente por causa da transfusão de sangue indiscriminada entre indivíduos incompatíveis.
A ''brilhante' re-descoberta (uma constante na estória humana) de que somos diversos em relação ao tipo sanguíneo também pode ser extrapolada para praticamente todos as situações em que estúpidos enérgicos teimam em impor a sua baboseira esquizofórmica para os demais, enquanto que os efeitos da mesma tem se mostrado perniciosos e numa constância significativa.
Um dos casos mais importantes a serem analisados, que se relacionam com este tolo conflito, isto é, a imposição de uma pseudo-filosofia em cima da realidade, é justamente a adoção, de humanos ou de outros animais.
Em um mundo ''ursinhos carinhosos'' de ''somos todos iguais'', qualquer um que esboçar simpatia, boas intenções e credenciais sócio-econômicas adequadas poderá adotar uma criança ou um animal não-humano domesticado. O problema começa quando nós sabemos que, não somos todos iguais e que portanto, muitas pessoas serão ilegíveis para esta possibilidade, mesmo que não aparentem qualquer pertubação exterior mais aguda.
Muitas famílias e mesmo muitas pessoas, se não uma importante proporção delas, são incompatíveis para essas tarefas e isso deveria já ser amplamente compreendido. O problema é que neste caso, ainda estamos, analogamente falando, em relação à transfusão de sangue, na época em que não existem critérios clínico-psicológicos e precisamente morais até porque ''a grande maioria, supostamente, poderia adotar e que, por sua vez, a maioria das crianças, adolescentes ou animais não-humanos domesticados podem ser adotados''.
Não, não podem.
E muitas pessoas que você não suspeitava, definitivamente não estão indicadas para adotar uma criança (ou uma pessoa) ou um animal não-humano domesticado. Da mesma maneira que muitos animais não-humanos domesticados não poderiam ser colocados para adoção.
Existem diferentes tipos sanguíneos, sem contar os seus estados de sapude, isto é, se não estão infectados com nenhum vírus, assim como também existem diferentes tipos de seres humanos e neste caso, este espectro da compatibilidade será logicamente usado para inferir com precisão clínica se certo casal, hétero ou homossexual, poderá adotar uma criança ou adolescente, ou se uma família poderá adotar um animal não-humano domesticado.
A psicologia ainda sobrevive em um estado de pré ou proto ciência justamente por não ser aplicada no âmbito social de maneira racional e por ser tão vaga em relação a praticamente tudo aquilo que lida.
E os resultados costumam ser dos mais alarmantes.
A aplicação ou introdução aplicada da psicologia na sociedade pode com isso mitigar conflitos previsíveis, por exemplo, em relação à composição psico-cognitiva dos alunos nas escolas. Já ''fazemos'' ou estamos fazendo com crianças ''especiais'', agora precisamos aplicar esta regra de ouro da harmônia em todos poros da sociedade. O problema aparece por exemplo com esta ''inclusão'' de crianças com deficiências (tudo sempre muito vago na psicologia) em escolas 'normais' em que está subjacente a tola ideia de que somos todos iguais e que essas crianças ou adolescentes terão vidas infinitamente mais proveitosas se forem inseridas, isto é, jogadas no meio da selva social que se consistem as escolas, públicas ou privadas.
A adoção aparece como um caso excelente pois lida com a capacidade de se ser responsável em relação ao ser, humano ou não, que for ou estiver sendo adotado e o maior problema são os estúpidos idiotas morais que estão destituídos de maior exuberância comportamental que nos tornassem mais precoces e eficientes em nossa vigilância e potencialmente atuantes na negação de ''seus'' direitos de adoção, pois muitos deles tendem a ''passar batido'' de um crivo geralmente ingênuo/esperançoso e desinformado de muitas dessas pessoas que lidam com a tarefa de organizar a adoção, justamente por serem, em média, ingênuas e/ou mal informadas em relação a todas essas minúcias psicológicas que são extremamente importantes.
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