Nasce nesses atritos
com cheiro de sexo
Desses encontros,
perversas paixões a se devorarem
Nasce e cresce, um monstro se alimenta
Força tal que ninguém sabe
Onde está o princípio da vida ?
Ele está dentro de nós??
Onde está o núcleo de nossas existências??
Onde se encontra a nossa vontade
mais virgem, mais original??
Por terremotos e chuvas tórridas, cria-se
Cavalga quente em seus primeiros anos
E em suas primeiras décadas
E esta força vai se dissipando
Se tornando até estranha, muitas vezes indesejada
O fogo da vida, vai corroendo a vela
O vento vai levando as nossas esperanças
E quanto mais fracas, mais fortes ficam
Do ápice, n'altura dos sonhos de juventude
Ao leve porém constante adeus
Quer deixar no inconsciente
Mas quanto mais sapiente da morte
Mais vivo é este pesar
Alguns tem a sorte de envelhecer mais rápido
De descobrir a vida
Antes que nos descubra de si
No relento deste não saber
Como um ancião d'alma
Mas cheio daquele fogo jovial
Nasce e morre com maior frequência
Com maior intensidade
Aprende criança, jovem e maduro
Onde o tempo passa mas também se acumula
Maior a sabedoria
Maior é a responsabilidade
menor a ilusão
Fervendo, borbulhando
No entusiasmo da infância
Para um terreno sem curvas
Daquele vigoroso vulcão de outrora
Àquele mar de morros
chorosos d'aurora
A implosão da força
O cansaço pelo desgaste
O resgaste da própria alma
E o seu preparo no crepúsculo do sol
Num sempre adeus...
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