...que passa a ideia que não pensamos para termos ideias intuitivas.
A minha nova hipótese para explicar e entender a intuição. Todos nós temos intuição mas em uma minoria ela será muito mais intensa. O funcionamento assimétrico ou que aparenta maior independência de uma das partes do cérebro em relação às demais, e nomeadamente, em relação as que monitoram os pensamentos, se existirem é claro, produz a sensação de não-reconhecimento das próprias ideias puramente intuitivas, isto é, a sensação de que não fizemos qualquer esforço deliberado para produzi-las, de que elas vieram até nós sem que tivéssemos chamado, que muitos poetas chamam de ''musas''.
Reconhecemos pra nós mesmos os pensamentos que estamos mais familiarizados ou que já foram internalizados. No entanto quando produzimos uma nova ideia a consciência cerebral não a reconhece como produto de seu esforço.
Vamos imaginar um experimento metafórico em que nós temos dois cronômetros em que um precisa monitorar o outro, claro, usando tecnologia avançada de computador. Desta maneira os dois conseguirão acompanhar um ao outro sem maiores problemas. Mas e se um dos cronômetros for programado pra ser muito mais rápido que o outro???
Então este reconhecimento/acompanhamento mútuo é provável de não ser bem sucedido. Quando temos ideias intuitivas o sistema cerebral que monitora os nossos pensamentos não as reconhece como nossas, como seus produtos. Já quando memorizamos ou internalizamos uma ideia ou pensamento, e quando a recobramos para que possa ser usada, não existe qualquer sensação estranha de que veio ''do nada''.
É como no caso da hanseníase quando o portador sofre algum atrito em uma parte afetada do seu corpo e o cérebro não interpreta "logicamente" como ''sentir dor'', ou melhor, quando fazemos cócegas em nós mesmos e quando outra pessoa faz, claro se você tiver sensibilidade nas áreas que forem estimuladas. O cérebro se antecipa pois já sabe que iremos fazer cócegas em nós mesmos. Mas quando é outra pessoa então sentimos cócegas porque o cérebro é pego desprevenido. O mesmo acontece com a intuição em que o cérebro não consegue reconhecer as nossas ideias intuitivas como nossas. Mas por que isso acontece*
A partir de um nível neurobiológico, como é que temos ideias originais???
Segundo uma de "minhas' teorias, os criativos apresentariam idiossincrasias cerebrais, geralmente de assimetrias no funcionamento de seus cérebros, isto é, uma das áreas funcionando acima da média em relação às outras. A maioria dos mais criativos costumam ser muito mais inteligentes/perspicazes mas apenas em algumas áreas. A assimetria cerebral bem que poderia ser entendida como uma marca neurobiológica para a criatividade.
Poetas, escritores, cientistas relacionados a uma ou dois áreas mais específicas etc, são assim.
E quanto mais original ou essencial for o criativo, mais intuitivo ele será. Eu por exemplo que tive essa ideia por pura intuição logo que acordei pra ir ao banheiro às seis da manhã, exibo um perfil psico- cognitivo intermediário, entre as ciências 'mais' difíceis (disposição mecanicista de pensamento) e as humanidades (disposição mentalista de pensamento), e assimétrico, isto é, que é muito bom em alguns aspectos mais específicos da inteligência verbal, nomeadamente a sua parte fluida e muito ruim em matemática, em que sei apenas o básico, apenas até a sexta série do ensino médio, extremamente ruim para solucionar problemas matemáticos e em geometria que é quase o mesmo que grego antigo pra mim.
Portanto, o cérebro não é capaz de reconhecer ou monitorar a atividade em áreas que são assíncronas/mais rápidas em relação às demais e isso acontece especialmente em cérebros que exibem uma distribuição altamente assimétrica de atividades/forças. É interessante notar que a criatividade tende a ser o produto de uma atividade cerebral integrada, só que, a meu ver, isso não impede que também seja o resultado de assincronia dessas forças. O cérebro todo se ilumina, mas as partes mais intensas se iluminarão muito mais resultando na intuição, aquela minha ideia que já expus até mesmo em forma de poesia, o pensar muito rápido ou intuitivo. E esta maior intensidade/velocidade não será plenamente percebida ''pelo cérebro'', resultando nesta estranha sensação quando temos ideias criativas, de que elas vieram até nós sozinhas, sem termos feito qualquer esforço.
Ao menos em relação a mim mesmo eu vejo uma relação praticamente fundadora ou intrínseca entre esta assimetria ou seria melhor, assincronia de atividades cerebrais e a criatividade. É uma hipótese, é claro.
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