Minha alma cintila verdade,
que a história reluta em aceitar,
deseja os desejos alheios,
quer compor algo
em cima do real,
quer pintar unhas e faces,
quer vestir roupas,
pijamas,
quer dormir pra sempre em seus sonhos,
e faz do mundo o seu pesadelo,
eu sou o fim da história,
sou o fim da competição,
a humanidade faz uma curva em mim e para,
como eu, que parei de se-la,
estourei a bolha que ameaçou me engolir,
e me machuquei,
as feridas ainda cicatrizam,
eu sou a perfeição clamando atenção,
sou o impopular orgulhoso enganando-lhes, humilde,
sou o próprio povo,
vejo tudo com os meus mil olhos,
e de tanto perceber a tudo em que alcanço,
reduzo-os a vestígios subjetivos,
ei-me,
cavalgando objetivo,
nu de crenças,
tremendo essas poucas certezas,
tremendo as mãos,
temendo pela loucura sempre humana,
na verdade e só,
gel'alma,
mas reforça o coração,
e se é resistente,
reforça o caráter,
orgulho mas eu queria a todos,
como a mim,
eu sou o fim da história,
eu sou o fim desta humanidade,
eu nasci para dizer nessas palavras,
grito em pouca beleza,
aquilo que sou incapaz de fazer,
grito em silêncio,
resisto e penso,
eu sou o fim da história,
e o começo de outra,
eu tenho dois livros de vida,
eu parei de escrever o destino traçado,
e aprendi a escrever sozinho,
migrei e tenho novas páginas,
eu dei um salto em vida,
pulei muitas gerações,
se não fiquei louco,
eu cresci,
eu sou a alvorada da evolução,
da minha evolução.
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