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terça-feira, 21 de junho de 2016

O ser humano pode não ter livre arbítrio...

...mas tem arbítrio, baseado em suas possibilidades psico-cognitivas.

O problema semanticamente incorreto do termo livre arbítrio é o adjetivo livre. A ideia de livre parece equivocada para qualquer forma de vida visto que tenderá a se expressar mais ou menos de acordo com as suas possibilidades biológicas. Como resultado o termo perdeu o sentido até porque parece ser bem difícil vermos qualquer manifestação individual, científica ou metodicamente comprovada de um ser e preferencialmente humano que consiga se desvincular completamente de sua biologia, transcendendo-a a ponto de poder ser o que quiser, ou mesmo, menos dramaticamente falando, que possa fazer escolhas diretamente problemáticas pra si e que esta mudança possa ser efetivada sem maiores sequelas ou mesmo riscos, por exemplo, uma pessoa introvertida que tenta se tornar o seu completo oposto, sendo que o seu sistema corpo/mente está naturalmente disposto a reagir de maneira menos extrovertida, ou seja, de tentar ser aquilo que jamais poderá ser por meios naturais. A tendência humana para mentir até mesmo ou principalmente quando não tem plena consciência/conhecimento de seus blefes complica ainda mais a tarefa de encontrar as tendências comportamentais mais escondidas ou pouco evidentes, que por fim, poderiam colocar um ponto final nesta discussão, para os ''super-céticos'' de plantão.

O livre arbítrio é uma impossibilidade porque ninguém é livre de si. Mas o arbítrio existe porque ainda podemos escolher ,só que de acordo com as nossas possibilidades que já se encontram mais ou menos presentes em nós, desde os comportamentos mais universais até aos mais idiossincráticos. E como eu já falei, as pequenas/ superficiais escolhas serão consideravelmente mais ''livres'' do que as mais profundas.

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