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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Eu acredito no indivíduo, mas não em sua liberdade .... e outros contraltos

Liberdade, como qualquer palavra muito ampla,
muito rarefeita, quase tão presente e abrangente quanto Deus,
que por sua vez, é a maior de todas as ideias humanas,

o que afinal é essa tal liberdade**

Todo romântico deveria ser um estudioso afiado das palavras,
para que se prevenisse de agir pateticamente como a um eterno adolescente, verborrageando certezas absolutas em aforismos ínfimos, achando que numa breve e potente beleza, destes rascunhos de pensamentos, destes bafos que pretendem passar como filosofia, como profundos, pudesse sobreviver qualquer sabedoria, 
ela que também é bela, é verdade
mas a sua virtude essencial é a inteligência, onisciente e perfeita,
Eu acredito no indivíduo, e o celebro, enquanto ideia, enquanto potencial, diga-se, benigno, para si e para o seu redor, enquanto possibilidade filosófica, 
mas não acredito em sua liberdade, pois não entendo de tais termos vagos, em que tudo e nada cabe, só Deus que pode ser assim, o resto se descaracteriza, perde força em seu significado, 
Exagerar o indivíduo é tirar-lhe a responsabilidade, e não deve ser entendido como o tolhimento de seus desejos, de si, porque não é uma prisão com grades, mas o próprio corpo, as próprias fronteiras naturais, como a rios e mares, que cortam as terras em continentes, ilhas ou istmos. Eu estimo tanto as fronteiras quanto a capital, e em tudo é assim, do núcleo ao atrito, tudo é essencial, e isso é pensar no indivíduo e em dar-lhe a verdadeira liberdade, menos gigante e intermitente, menor com certeza mas também mais coesa, funcional... fundamental


Prometem o céu e entregam o inferno...


Ela cresceu, trocou de pele,
agora tem uma nova cara, um novo tom,
um novo perfume,
antes, clamava por milagres, por seres divinos,
agora, resolveu humanizar a divindade,
mas mantendo a sua irrealidade,
agora, clama por perfeição, só que no mundo dos homens,
entre eles, 
prometem o céu, mas entregam o inferno,

se antes, a loucura da fantasia e a verdade dura mas amiga,
eram criadas separadas,
agora, estão juntas, como irmãs siamesas,
antes tinha o momento de se ser louco, mesmo na mais absoluta certeza de se estar calmo,
mas mantendo parte da realidade em seu normal,
agora, tudo está ficando junto e misturado,
um compacto, 
louco virou mais a norma do que antes, quando havia o momento, em transes, rezas, guerras e outras psicoses particulares,
ao seu espaço e tempo,
agora está tudo indo mais para o espaço,
sem o tempo, e sem causa e efeito,
se dizem chocados, em especial, quando a reação é inversa aos seus devaneios,
mesmo quando há qualquer reação, que seja,
e mesmo ou fundamental, quando é legítima, lógica, esperada, mais do que esperada, diga-se,
eles ficam chocados, quando prometem o céu, 
mas não podem alcançá-lo,
não só por não terem asas, ou qualquer força para rasgá-lo, dobrá-lo, e trazer parte dele aqui perto,
mas também por não terem qualquer capacidade digna, diga-se, de se pensar correto,
antes, tudo era invadido pela loucura, pelos zumbis da tal ''religião'',
mas deixavam a raiz da sanidade intacta, o resto era uma erva daninha, uma cultura, mas a raiz eles poupavam, 
hoje, resolveram mudar o nome pra ideologia,
e por fim, passaram a cavar mais fundo, mesmo nas poucas certezas, mal feitas, ainda certezas que tínhamos,
e depositaram o seu veneno,
o nome mudou, a loucura permaneceu a mesma, e evoluiu,
portanto nada mudou, até porque tudo piorou,
mudaram o nome da vaca, que agora se chama Doralice,
mas a vaca continua sendo vaca,
poucos evoluíram na humanidade,
apenas a loucura que, incansável,
tem tentado de todas as maneiras evoluir,
em desdém e apreço sádico pelas massas e em apreensão por céticos verdadeiros,
ela muda, é o verdadeiro trans-humanismo,
pois transforma o que era pra ser natural,
em sua natureza, essencialmente irreal,
camaleão habilidoso, muda e os mudos pouco notam,
continuam babando por suas ninfetas palavras,
são clientes virgens e não cafetões,  
são mandados, elas brincam de cavalinho, lhes dão chicotinho na bunda, roubam-lhe o dinheiro suado,
mandam-lhes vestirem roupas femininas, 
fazem de homens, perfeitos escravos,
a se arrastarem por seu perdão,
fazem chantagens de todos os tipos,
fazem de seres, zumbis,
arrancam-lhe a alma,
e muitos dos mais criativos,
que também são dos mais atormentados,
aquecem a fogueira de mil inquisições,
obedecem à cultura, aos seus patrões,
dinheiro e narcisismo,
espelhos valem mais do que a sabedoria, 
prometeram o céu,
só que se esqueceram,
de dizer que foi não pra você ou pra mim...
apenas pra eles...
crianças perversas maquinam o destino da humanidade,
e os sábios são desconsiderados,
rebaixados a covardes, e de fato muitos são,
veem a floresta arder e tentam se manter,
tentam ao desvencilho de um chamuscar,
sábios esperam, aguardam-nos a chegar,
mas nunca chegam,
então alguns, que são mais práticos,
decidiram dar um basta,
e começar a pensar,
que o seu pensamento pode se espalhar,
que se o homem pouco muda e pobre, torna o escravo de si mesmo,
os que conseguem superar este medo,
devem se juntar, logo cedo,
devem fundar a verdadeira religião,
na verdade, na criação dos pastos-fatos



Pra que serve a família**


Famílias felizes, primos, netos e outros,
todos felizes, se ajudando, confraternizando,
como uma família deveria ser,
mas...
mais parece um encosto,
somos forçados pelo sangue, pela proximidade,
a nos ver, a nos ''aceitar'',
à distância,
são formalidades, mas o tempo passou,
a compreensão é sutil, certa, constante 
e objetiva,
se família raramente se traduz em conforto, em ajuda mútua,
então por que há**
família é uma palavra fria,
como todas as palavras,
menos o calor e seus derivados,
o resto é frieza,
sem ou com contexto,
tudo pode ir para o lado avesso,
para o mal bem-feito,
pra que serve a família**

se não para representar uma mentira,
a de que somos racionais,
de que nossas escolhas são sempre as mais corretas,
a de que, como espécies sociais, sabemos nos comportar como tal,
mas nem isso 

o sangue esquenta, 
como zumbis, aguentamos,
nos beijamos, beijos secos,
aclamamos os mais ''afortunados'',
como em toda família numerosa,
predominam os ''religiosos'',
os mansos de Deus,
os hipócritas da metafísica,
toda reza é uma chantagem,
é um pedido de misericórdia,
uma promessa,
e quase sempre por coisas vãs,
por coisas e pouco por pessoas ou seres,
rezam mais forte quando pedem algo pra si mesmos,
rezam mais fraco pelos outros,
rezam mais pelo peso em suas consciências,
é um carinho fantasioso, ao invés de um tatear verdadeiro,
põem-se cegos a juntarem as mãos, e a poesia fúnebre,
de ser uma prisão na própria mente,
débeis, acham que o bem é o rezar,
trocam ações sempre verdadeiras por ideações preguiçosas...

sem a família,
seríamos mais livres pra rejeitar parentes falsos,
dos quais não gostamos,
que temos pendengas irrecuperáveis,
e buscar por verdadeiros irmãos,
sem a família,
sem as mais íntimas mentiras,
sem essas atuações espetaculares,
toda reunião de familiares é como um filme digno
de todos os prêmios,
sem o controle, esta falsa polidez,
esta tentativa de manter o que não está dando certo,

família é uma desculpa,
é uma tentativa de união,
de estar perto,
de perto ninguém é normal,
pouquíssimos são sábios,
de tão confusos que são, insanos,
sem o objetivo da filosofia,
à derradeira finalidade de uma vida racional,
mais espinhos, menos diálogos,
mais e mais desunião,
parentes próximos fingem que os outros não existem,
a tal família nuclear,
como se cada uma delas estivesse em organismos diferentes,
mas muitas vezes as distâncias são pequenas,
e mesmo assim,
ou é a preguiça, ou é o tal torpor do homem mundano,
do homem raso,
sua frieza é tão universal quanto Deus,
mas é escondida, difícil de capturar,
tem toneladas de truques,
pra esconder o seu coração de pedra,
e Medusa, sua deusa, a lhe açoitar fracas certezas,
suas crenças fajutas,
a subconsciência enxuta,
a tudo capturar pela metade,
e a te forçar,
porque se não entende a realidade,
então vai forçar-nos a sua,
vai estuprar a pobre
vai maltratá-la
e culpá-la por coisas que não faz

pra que serve esta família
se não pra causar-nos desgostos 
a diversidade familiar é uma causa
quando temos elementos diferentes em uma mesma intimidade
amizade**
difícil de se ter
famílias,
tratar antipatias naturais com algum esboço de delicadeza,
apenas por ter o ''mesmo'' sangue,
isso*
isso não dá mais pra ser...


Família, um contralto e sua grande mentira


Pequeno império,
déspotas diminutos,
mas pra quem vive nele,
sente o seu poder,
na intimidade, todos se revelam,
a falsidade das convenções voam todas pelos ares,
a família se revela menos aconchegante,
mais próximos uns aos outros,
menos  entendemos, mais nos batemos, nos xingamos,
deleitamos, conscientes ou não, na lama da ignorância,
o ''forte'' abate o ''fraco'',
a força supera a razão,
na família ignóbil, a desumanidade é a sua constância,
sutil, mentirosa, escondida mas sentida, 
e quem é mais sensível, não restam dúvidas, que tirará a sua máscara, cedo ou tarde,
e verá por si mesmo, os próprios olhos espelhando descrentes a sua mentira,
um pequenino império de falsas emoções,
de tolerância,
mas que palavra feia é essa!!
tolerar não é amar, nem mesmo entender,
é se conter, tentar aceitar ou no mínimo conviver,
é por um triz, de se segurar, acalmar o ódio,
e tentar torná-lo coração,
mas nada disso!!!
se não é natural, se não é espontâneo, 
então não pode continuar,
pequena vila de horror essa família,
toda família é lógica,
mas raramente é racional,
famílias de verdade tem almas iguais,
sangue* tanto faz
não convivemos com sangues,
mas com aquilo que temos além de nossas veias azuis,
compartilhamos almas,
e somos forçados a 
tentar
tolerar essa diversidade problemática,
que raramente se encaixa a ponto de ser razão,
pragmática, dura, fria, muda, cega e surda,
burra,
que não sabe usar os sentidos,
a tal lógica, 
que antes era a majestade do intelecto,
mostra-se menos bela e mais rancorosa,
ao desabrochar de uma deusa, a sabedoria
é sábio parar de atuar e simplesmente viver
de verdade...


Zumbis versus não-zumbis*** errado...


O mais lunático agindo como um perfeito normal,
mais um normau de corpo inteiro,
um zumbi zumbindo o seu eterno pardieiro,
Tem aquele que parece um pouco racional,
que pode conversar com sábios,
mas que também tem as suas vacas sagradas,
também tem altares, velas, santos,
maomés, deuses,
ideias são poderosas,
e dominam a maioria dos seres humanos,
enquanto que para o sábio,
esta relação é inversa e correta,
ele é quem fica em cima, quem cavalga, quem é o macho desta relação, 
pondo o conhecimento para servi-lo, 
e de modo racional, 
um mundo inteiro de zumbis, a vida antes de conhecer a razão,
alguns são simpáticos, arteiros,
outros são parasitas, performáticos, encrenqueiros,
e tem os predadores, 
tem os seus ídolos intocáveis,
acima de qualquer suspeita,
eles são as certezas de suas vidas,
pobres zumbis!!!
o sábio é o menos escravo,
quando o pensamento crítico for impossível,
em relação a qualquer perspectiva,
tenha certeza,
você também será um pouco zumbi,
quando o pensamento se transforma em adoração,
quando deixar de fluir
se torna duro como uma pedra
só pensará petrificado
dançará nos mesmos passos
a criatividade cometerá suicídio
a sabedoria, presa
viverá escondida
tentando falar mas sem ter voz
tentando explicar mas sem ter pensamento
e vendo o caminhar lânguido, arrastado e lento
de um zumbi, tocado por sua insanidade
doentio e no entanto feliz, confiante,
somos todos um pouco os dois,
o escravo e o próprio mestre,
mas alguns são muito mais libertos,
a primeira alforria é a sabedoria


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