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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Perspectivas existenciais, um resumo sucinto em relação à verborragia anterior, fracamente entendível, que escrevi para explicá-la...

Tentei entender o que foi que eu escrevi para explicar a minha ideia de perspectiva existencial no primeiro texto sobre este assunto. A ideia central foi passada mas de maneira bem menos direta e objetiva. Sim, todos nós cometemos erros, eu então, nem se fale. Não é um problema reconhecer um ou mais erros, pois se consiste justamente na consciência necessária para que se possa solucioná-los.

Uma explicação muita mais objetiva para as perspectivas existenciais:

Somos parte de uma população de indivíduos [sic] em que cada um deles [de nós] exibe uma sobreposição de características ou intensidades que variam a nível sub-coletivo ou sub-grupal.  Essas características variam de acordo com a população e também em relação a si mesmas, isto é, em termo de intensidade (''quantidade'') e de qualidade. A maioria das pessoas são mais parecidas entre si, por isso que são mais sociáveis, tendem a ter um maior número de amigos e de colegas, são mais articuladas para lidar com as pendengas sociais diárias, em partes também por serem em média mais simples em seus pensamentos e conclusões subsequentes. Não é apenas por serem a maioria que as pessoas comuns tendem a ser ou a agir deste jeito, que identificamos como ''normal'', mas também por, em média, exibirem predicados medianos, seja em relação às suas inteligências, aos seus comportamentos ou às suas aparências... mas especialmente em relação às suas variáveis psico-cognitivas, como a inteligência.

Ainda que a proporção tenda a produzir efeitos na percepção coletiva, por exemplo, mulheres loiras e bonitas que não costumam causar grande impacto na percepção coletiva dos países nórdicos e que chamarão a atenção em países onde são raras. Este tipo de comportamento ''coletivo'' pode ser observado para qualquer aspecto humano, onde que ter uma maior proporção pode resultar em uma redução, tanto do fascínio, porque já não será raro, quanto do espanto, potencialmente negativo, ou mesmo de ter efeitos mais perniciosos [que neste caso dependerá da natureza e qualidade moralmente perceptiva das coletividades]. Está relativamente correto dizer que a convivência nos ''rotineiriza'', nos acostuma, até mesmo ao ponto da banalização, isto é, pode modificar especialmente os nossos comportamentos inter-pessoais extrínsecos, como uma maior tolerância. Como aquele ditado: ''se não pode com eles, junte-se a eles... ou os ignore''.

A perspectiva existencial é a auto-perspectiva do ser humano ou não-humano, aquilo que reconhecemos, que entendemos do mundo, e baseado ou principiado por nossas próprias características biológicas como o nível e tipo de inteligência, de personalidade, aparência física, comportamento sexual, história pessoal, etc...

Quanto mais singular for a perspectiva existencial, menor ou maior será o apelo para a socialização. Ou você aprende a conviver consigo mesmo [autoconhecimento] ou passará o resto da vida choramingando aceitação. A perspectiva existencial pode ter um grande impacto assim como também de ser apenas parte do cenário fenotípico (expressão no ambiente) ideal que produz a genialidade criativa, especialmente a artística, porque os mais singulares serão muito mais propensos à originalidade do que os mais similares ou com um maior número de indivíduos similares a si, que além de menos incomuns também serão, a partir de nossos cenários atuais, mais medianos em suas capacidades ou características. 

Ainda que a criatividade por si mesma tenda a se originar a partir de ''um'' mecanismo neurológico habitual ou fortemente pré-disposto, será obviamente influenciada pelo cenário, que por sua vez contribuirá para a produção da trajetória de vida. Não existem desculpas para a criatividade, por si mesma, assim como também para a sabedoria, mas a partir do momento em que temos pessoas criativas de todos os tipos, inclusive as mais socialmente conformistas, então isso nos faz concluir que apenas a criatividade, diga-se, biológica ou neuro-mecânica (isto é, o processo orgânico que a produz) não será sozinha capaz de produzir produtos criativos de alto nível, nem sábios, e portanto, outros aspectos devem ser importantes para compor as condições fenotípicas ideais para a manifestação literal e de grande qualidade da criatividade. 

O gênio criativo é aquele que internaliza profundamente a realidade em que está, a ponto de capturar novas realidades em relação as que já existem, isto é, que estão dentro [das superfícies] das verdades objetiva ou concreta [a narrativa da super-lógica... aquilo que faz com que você não veja elefantes azuis de asas passando por cima de sua cabeça] e a subjetiva ou abstrata, o início da percepção além-do-concreto-imediato. 

A sua intensidade perceptiva, proxy para criatividade, já é naturalmente intensa. E a sua, por agora, solidão social ou grande vulnerabilidade, contribui consideravelmente para fazê-lo mais original e impressionante aos olhos alheios mas também pra si mesmo.

O conceito de perspectiva existencial é ao mesmo tempo individualmente absoluto e coletivamente relativo por relacionar as características do ser e as características do ''ambiente'', leia-se, outros seres e circunstâncias gerais, aquilo realmente somos, fenótipos de si mesmos, de nossas percepções como técnicas que mediam esta relação essencial da vida, e dos ambientes em que estamos, compondo nossas perspectivas existenciais.

Creio eu que este texto seja mais digerível do que o primeiro que produzi para explicar esta ideia. 

Portanto como resumo conclusivo, somos, quando nascemos, uma composição biológica de variáveis que se sobrepõe e se influenciam, produzindo os nossos comportamentos ''puros'' [disposições comportamentais em suas origens orgânicas, antes de interagirem com o 'mundo de fora'], isto é, que estão totalmente descontextualizados. A partir do momento em que passamos a conviver com os nossos cenários de existência, os mesmos passam por sua vez a interferir ou a influenciar em nossas percepções e quanto mais sofisticadamente intensas forem, maior será a consciência da realidade (compreensão factual e consciência estética). Nascemos puramente biológicos e nos tornamos progressivamente ''culturais'' ***, ou seria melhor ''bio-ambientados'', isto é, vamos nos tornando produtos mistos de nossas experimentações psico-cognitivas e os ambientes em que vivenciamos (topofilia ou topofobia), canibalizamos o mundo exterior ao nosso universo interior e essas internalizações produzirão nossos atritos entre aquilo que nos tornamos daquilo que somos, desde quando nascemos. 

A proporção de indivíduos similares também parece influenciar notavelmente as nossas perspectivas em que nos tornaremos mais relaxados quando estivermos ao lado de pessoas que são [biologicamente] similares a nós e quanto maior for o senso de singularidade/individualidade, mais incomum será a expressão existencial/menor a proporção de indivíduos similares, e como consequência lógica, maior será o potencial criativo. Se de acordo a ideia de forma e expressão, a expressão se consiste na reflexão ou projeção da forma, então expressões singulares serão produtos de formas igualmente singulares. 

** o termo cultural não parece adequado para explicar este processo progressivo de ambientação, porque se se consiste em uma palavra derivativa de cultura e se a mesma se consiste, a partir da precisão semântica, em um culto, então o ''cultural'' será tudo que estiver diretamente relacionado ao culto, e um ser humano cultural será aquele que for mais propenso a cultuar ídolos e crenças, tomadas enquanto verdades absolutas. Bio-ambientado é um termo mais adequado porque se refere à progressiva mescla entre o ser e sua biologia e os seus cenários de vivência.


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