Dedos apontam rijos,
eretos,
machos, risos,
debochados,
feições monstruosas,
de bicho acoado,
pelos exaltados,
em posição de ataque,
a primeira defesa,
olhares suspeitos,
pedras arqueadas,
prontos para o abate,
o abate diário da crítica,
do veneno, que vez ou outra,
sai sem saber que machuca, que paralisa,
agressivos, mantemos as aparências de civilidade,
não há diálogo, nunca houve,
até clamam por Deus,
precisam rezar pela fantasia,
apelar por milagres,
ao invés de se olharem face a face,
de conversarem sinceros
e buscando pela sabedoria,
mas é o culto à sincronicidade,
a eterna cultura da crítica,
o eterno desrespeito,
que pinta a fronte humana,
encardida, empoeirada,
se arrasta suja pelo rol da evolução
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