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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A brisa da distância e o tornado da convivência sem sabedoria




Schopenhauer criou a metáfora do porco espinho para falar sobre o paradoxo da convivência onde que a intimidade tende a descambar para a redução do respeito a individualidade. Muita proximidade dá a liberdade para que possam ser feitas incursões dentro de territorialidades existenciais alheias. 

Então resolvi dar a minha arrogante porém consciente contribuição para o enriquecer metafórico no conhecimento do comportamento humano, e mais especificamente em relação as relações interpessoais. 


Ao invés dos porcos espinhos me aproprio de fenômenos atmosféricos para demonstrar que o excesso de intimidade ou a sua dinâmica sem bom senso/ sabedoria apropriados, resultará numa quase inevitável fertilidade de conflitos essencialmente territoriais entre os envolvidos.

Dentro de um contexto metafórico-meteorológico histriônico, representado por qualquer fenômeno natural atmosférico que perturbe a calmaria de nosso respirar, nos vemos em uma hipotética situação em que se conclui com rapidez sobre a vantagem óbvia de se sentir o ar frio e úmido de uma tormenta de nuvens em forma de redemoinho, especificamente um tornado, só que bem longe de seu epicentro, enquanto que, tal alivio abençoado em contraste ao calor torrencial de planícies subtropicais norte americanas, tornar-se-á desesperador se nos dispormos bem perto de sua fronte,  nos segurando para não voar em direção a morte certa. 


A amizade é ideal quando funciona como um vento certeiro que acude nossos corpos quentes de sol e verão implacáveis. E se torna muitas vezes pra lá de inconveniente quando a sua intensidade perde o controle e portanto o senso de proporções que regulam nossas relações de domínio e sujeição em relação às pessoas com as quais convivemos. Tornados não veem fronteiras, cercas, propriedades, pessoas, clássicas diferenças raciais de um sul profundo de blues e religiosidade. Intimidade sem sabedoria também não, e age caótico e destrutivo como as tormentas do céu. 

O incremento da intensidade aumenta a velocidade para se perceber idiossincrasias e consequentemente da necessidade de se responder apropriadamente com base nesta dinamica mais rápida e complexa, e com isto muitos bilhões perderão a capacidade de se controlarem. Sem falar no esperado entrelaçar existencial forçado onde que uma muito parcial empatia se mostrará como a técnica habitualmente pífia de gerenciamento. Esperemos por excessos emocionais de todas as estirpes, desde lágrimas a crises nervosas.
A intimidade nos força a trabalhar muito acima de nossas capacidades mentalistas. Tragédias anunciadas nem precisam ser convidadas.

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