A origem puríssima das palavras (associações simbólico-existenciais)
"O dogma é um dogma"
Por que damos o nome de "vaca" a uma vaca?? Hieróglifos dentre outros tipos similares de alfabetos são fundamentalmente simbólicos. Como tudo é um espectro então não é equivocado sugerir que as letras que usamos também não possam ser entendidas como tal. E a combinação destes símbolos sonoros resultarão nas palavras, o produto combinado de associação e simbologia.
Olhamos para uma "vaca" e sabemos que ela não é igual a uma cobra ou a um hipopótamo. Sabemos de sua singularidade enquanto forma orgânica e expressão. A realidade das diferenças é a realidade por si mesma.
Além deste tipo comparativamente primitivo de consciência estética, também sabemos quem nós somos, seja pelo simples sentir, a flor da pele, a consciência primordial, seja pela avançada autoconsciência humana. São espectros de qualidade onde que o homem será por primazia quem melhor se conhecerá, a priore, em condições perfeitas de temperatura e pressão, pois o saber sem sabedoria caminhará para a auto confusão ao invés do auto conhecimento.
A associação visual em que catalogamos o mundo em diferenças sensivelmente perceptíveis se extrapola por meio da linguagem em que ao invés de internalizarmos apenas as diferenças superficialmente evidentes, também as dotaremos de informações complexas.
A praticidade e necessidade da comunicação entre espécies sociais é a função mais importante da linguagem. E nada mais inteligente do que ampliar esta facilidade. Existe a necessidade de comunicação e quanto mais rápida e efetiva melhor será. A linguagem apareceu como o primeiro veículo a aumentar a velocidade e eficiência da comunicação humana.
Eu particularmente não sei o porquê de chamarmos uma "vaca" de vaca. Mas tal abstração não parecem restar dúvidas de ser muito mais prática para a comunicação do que um simples grunhido ou o uso da linguagem corporal ou não-verbal para mostrar a um grupo de pessoas que esta vendo este animal e no que ele se consiste. A palavra ou símbolo associativo se expandiu para recombinar-se de maneira revolucionário, remodelando o mundo humano, tornando-o muito mais abstrato ou não-direto do que aquele que virtualmente todas as outras espécies identificam, interagem e vivem. Nos livramos ainda que simbolicamente do espaço e tempo e passamos a interagir com mundos imaginados/simulados que não são apenas os sucessivos eventos imediatos e imparáveis que estamos mortalmente sujeitos a vivenciar. Podemos nós mesmos modificar acontecimentos futuros, podemos nos colocar no lugar dos padrões lógicos e inconscientes que delimitam a sorte dos indivíduos não-humanos e providenciar perturbações de sua dinâmica de maneira que possa mudar o curso das águas. Também podemos olhar para o passado, analisar corretamente evidências e padrões, melhorando nossas futuras abordagens ao atrito da realidade.
Mas de acordo com que a comunicação foi se tornando mais complexa e essencialmente abstrata, a dureza de um mundo direto foi sendo substituído por um mundo abstrato ou indireto em que a necessidade superior da verdade foi sendo fracionada por uma "necessidade" pela subjetividade.
Palavras por associação simbólica simples são fáceis de serem percebidas e aceitas enquanto verdades. O problema começa quando temos palavras complexas, que ao invés de representarem por abstração uma realidade material evidente o fará em relação a outra abstração. Neste caso então estaremos lidando com associações simbólicas ou a abstração da abstração. As abstrações são as inter relações entre os elementos materiais que compõe os cenários existenciais, basicamente a fenomenologia ou o estudo dos fenômenos. Na verdade todos os elementos mesmo os abstratos são de natureza material, consistente ou efêmera. O pensamento é como um vento e não seria muito inapropriado dotar-nos com o adjetivo "cabeças de vento".
Todas as palavras 'puramente" abstratas como eu ja disse são destituídas de qualquer valor moral ou qualidade existencial estética.
Dogma
O que é um dogma?? O que é o dogma?
O conceito de uma palavra simples se dá por simples descrição. O que é uma vaca?? Oras, é o que a vaca é, suas características físicas e extrapolando via acúmulo de conhecimentos sobre este animal, também as suas características psicológicas, sua classificação enquanto espécie (por si só, abstrações), etc
No entanto, a transferência da palavra ou associação simbólica em relação ao conceito se dará de maneira muito mais pantanosa no caso das palavras complexas ou abstratas.
Podemos apelar para a
Eu não posso fugir das descrições que ligam a palavra vaca ao animal que cunhamos com este nome. É objetivo, prático e coeso.
Mas "eu posso" fugir da obrigatoriedade de ser essencialmente objetivo e escolher o angulo de subjetividade forçosamente forjada que preferir, que a maioria das palavras abstratas foram constituídas. Não parece haver e nunca parece ter havido qualquer preocupação com a objetividade das abstrações que permeiam nossas realidades perceptivas.
Dogma é o símbolo de um símbolo.
Vaca (símbolo associativo-palavra) é aquilo que é (animal, ser vivo)
Dogma (símbolo associativo-palavra) não é aquilo que é porque não é em termos físico. O dogma é para-físico, abstrato e mediante a abordagem habitual que é aplicada em relação a esta palavra em particular, se consiste intragavelmente em um fenômeno negativo.
No entanto, abstrações precisam de outras abstrações e agentes de carne e osso para que possam ser preenchidas por cargas morais . Portanto o dogma não é intrinsecamente ruim, o dogma por si mesmo é apenas o resumo bruto e conclusivo de uma panaceia de pensamentos e conjecturas, esta que poderá ser factual ou fantasiosa.
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