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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Uma das minhas maiores decepções: pessoas "mais inteligentes"

 Prometem muito e entregam pouco ... Especialmente em termos emocionais e racionais 


A minha experiência pessoal e a minha impressão geral em relação a essas pessoas, que são reconhecidas como altamente inteligentes, por critérios convencionais, não têm sido boas. Porque eu tenho esperado delas que fossem mais racionais ou sensatas, criativas e emocionalmente inteligentes. Enfim, de acordo com o próprio conceito de inteligência humana, presente em qualquer dicionário. Só que, pelo menos no meu convívio e também com base em minhas observações sobre grupos tipicamente "de alto QI", o que eu tenho percebido é o oposto do que se espera desses que são socialmente considerados os "mais inteligentes". Se, ao invés da sensatez, eu tenho percebido neles uma forte atração ou vulnerabilidade para a doutrinação ideológica, e isso geralmente significa um apego desmedido a crenças irracionais; ao invés da criatividade, eu tenho percebido neles uma tendência para a rigidez cognitiva, por parecem mais tacitamente intolerantes ou incapazes de lidar com opiniões destoantes, por talvez não terem uma capacidade plenamente desenvolvida de autocrítica, que não se resume a uma autorreflexão pouco objetiva e imparcial e que, por sua vez, resulta em um apelo constante à racionalização de pensamentos e ações, inclusive dos próprios equívocos. E, por fim, uma impressão de tendência para a frieza ou o desequilíbrio emocional entre eles, isto é, de uma capacidade limitada para entenderem contextos pessoais ou emocionais, dos outros e de si mesmos, que torna suas relações sociais mais difíceis. Enfim, eu tenho percebido neles, variações (qualitativas) de um mesmo fenômeno, a estupidez, que, em teoria, não se esperaria ver com mais frequência no grupo considerado o "mais inteligente". Cientistas//acadêmicos, jornalistas, professores, artistas de alto nível... 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Um truque comum entre indivíduos "de alto QI"/A common trick among "high IQ" individuals

Talvez o truque mais comum, é o de racionalizarem suas deficiências (comprovadas ou comprováveis) em outras facetas da inteligência humana, além das capacidades técnicas em que tendem a ser excelentes, nomeadamente de inteligência emocional e de racionalidade. Em outras palavras, de racionalizarem suas crenças irracionais e/ou julgamentos insensatos com explicações inteligentes, pelo uso de suas altas capacidades cognitivas quantitativas, especialmente as linguísticas, mas que os mantêm à margem de um desenvolvimento mais robusto de suas capacidades racionais e emocionais, ou capacidades qualitativas... Paradoxalmente falando, é o mesmo que usarem as capacidades cognitivas em que são mais inteligentes, mas contra outras capacidades, para continuarem menos inteligentes do que poderiam ser, inclusive em um sentido mais objetivo e decisivo de inteligência, que é a própria razão... Claro que tendem a fazer isso sem ter o pleno entendimento do que estão fazendo, de que estão se prejudicando intelectualmente, talvez um custo-benefício que, para eles, valha a pena, se costuma estar associado com a adaptação social especialmente em contextos humanos tipicamente dominados pela irracionalidade.


Perhaps the most common trick is to rationalize their deficiencies (proven or provable) in other facets of human intelligence, beyond the technical capabilities in which they tend to excel, namely emotional intelligence and rationality. In other words, rationalizing their irrational beliefs and/or senseless judgments with intelligent explanations, using their high quantitative cognitive capacities, especially linguistic ones, but which keep them on the margins of a more robust development of their rational and emotional capacities, or qualitative capacities... Paradoxically speaking, it's the same as using the cognitive capacities in which they are most intelligent, but against other capacities, to remain less intelligent than they could be, including in a more objective and decisive sense of intelligence, which is reason itself... Of course, they tend to do this without fully understanding what they are doing, that they are harming themselves intellectually, perhaps a cost-benefit that, for them, is worth it, if it is usually associated with social adaptation, especially in human contexts typically dominated by irrationality.

sábado, 26 de julho de 2025

Mais pimentinhas aleatórias

 "Tolerância zero com bandido"


Fala típica de um conservador 

Concordo!!

Mas... E quanto aos bandidos de terno e gravata e cheios de dinheiro?? 

Pode ser lamentável a morte precoce de uma "celebridade", mas também é lamentável que existam pessoas tão social e economicamente privilegiadas, ainda mais se são pessoas que tiveram a audácia de falar publicamente sobre supostos privilégios daqueles muito menos privilegiados que elas e do quão supostamente sofredoras elas foram enquanto vivas...

Mesmo que o preconceito por identidade ou natureza possa ser muito doloroso, não ter o que comer ou viver na insegurança financeira, é um sofrimento ainda mais visceral que dificulta a plenitude de viver. Além disso, uma pessoa rica que sofre discriminação negativa ainda pode compensar com os seus privilégios...

Sobre a problemática de se lamentar a morte de uma pessoa famosa é a de que, para a maioria se consiste em se lamentar pela perda de uma pessoa que não conheceu, que muitas vezes não legou contribuições sociais objetivamente boas e que também está associado a prestar condolências por uma questão de privilégio, deixando claro que certas vidas seriam supostamente mais dignas de comoção coletiva do que outras...

O politicamente correto da "esquerda" confunde compaixão com pena

O "esquerdista" adora justificar sua grande intolerância com opiniões diferentes com a regra de "não ser tolerante com o intolerante..." mas a intolerância é muito mais justificável se for com um tolo, justamente o que ele tende a ser...

Um traço inequívoco de estupidez é a incapacidade crônica de não generalizar grupos. Justamente o que identitários de "esquerda" (também os de "direita") mais fazem...

Imigração regulada e restrita está para beber com moderação e imigração em massa está para alcoolismo...

Muitos daqueles que mais acreditam e desejam pela aplicação da eugenia, geralmente de conservadores, se realmente compreendessem no que isso implicaria, especialmente se a eugenia tivesse como objetivo principal elevar a racionalidade humana, lutariam para manter a humanidade a mais estúpida possível...

Além dos "altruístas patológicos" e dos ignorantes sobre o tópico, entre os que se colocam como totalmente contrários à qualquer prática de eugenia, também existem os que têm um interesse pessoal nisso, tal como aqueles sujeitos que apresentam transtornos de personalidade antissocial... se costumam preferir por sociedades disfuncionais em que se disfarçam melhor e consideram como um ambiente perfeito para se adaptarem, também no sentido de serem bem sucedidos...

Estar em uma situação problemática, necessariamente não faz um indivíduo problemático. Se existem indivíduos problemáticos que estão em situações estáveis e tranquilas de vida...

Existe aquele que muitos consideram um "peso morto" primariamente por ser sustentado ou "carregado" pelos outros, ou que apresenta uma relação mais aparente de dependência unilateral. Mas também existe o "peso vivo", aquele que, mesmo que contribua financeiramente ou que não seja mais dependente em uma relação de convívio, também contribui negativamente, por outras vias e/ou não o suficiente...

"É importante respeitar o presidente, porque ele é uma autoridade"

Ou 

"é importante respeitar uma autoridade por ser uma autoridade"

Argumentos redundantes como esse nunca são suficientes para uma análise verdadeiramente filosófica...

É possível odiar grupos sem necessariamente generalizar todos os indivíduos que se associam aos mesmos

Apenas três vias para se desenvolver simpatia por grupos mais objetivamente problemáticos (com uma desproporção de indivíduos problemáticos): 

Auto identificação 
Distância 
Ou um idealismo fantasioso 

Algumas vezes, a melhor maneira de compreender as crenças das pessoas é
buscando saber quem elas são

Por que os gênios tendem à solidão?

Por dois fatores principais 

1. Porque, ao se tornarem obcecados pelos seus tópicos de maior interesse, tendem a se tornar pouco interessantes como figuras sociais

2. Porque essa obsessão intelectual tende a moldar suas maneiras de enxergarem e se relacionarem com o mundo, construindo uma perspectiva existencial única e de difícil acesso ou compreensão aos outros, enquanto que o ideal para a socialização é que a perspectiva existencial de um indivíduo seja a mais genérica possível, muito fácil de se relacionar e se alinhar

Todo ser vivo tem as suas próprias crenças, não apenas o humano. Crença, em seu sentido mais primitivo, como um eco de confirmação com base no que se sente, percebe e vive

Se criatividade é inteligência e racionalidade também é inteligência, a inteligência é o quê??

Tal como se, tudo é Deus, Deus é o quê?

Se "tudo" é mais uma apanhado abstrato do que um fato absoluto 

O problema não é necessariamente ler pouco, mas pensar e entender pouco. E, nesse sentido, são muitos aqueles que são leitores ávidos, mas também apresentam uma capacidade deficitária de compreensão filosófico-científica... Tal como aqueles indivíduos excessivamente enviesados a um lado no espectro político-ideológico que são mais ignorantes que conhecedores sobre uma série de tópicos, mesmo ou especialmente aqueles que aparentam ter se especializado 

O problema, a priori, não é as ciências humanas estarem 99% enviesadas ideologicamente à esquerda ou à direita, mas o fato de que as verdades correspondentes às mesmas não estarem...

O mesmo em relação às artes. Não importa se estão enviesadas à esquerda, ao centro ou à direita, mas o que isso significa (mal gosto, politização excessiva...)

As maiores diferenças entre indivíduos de alto (120 ou mais) e baixo QI (90 ou menos): capacidades de memorização e de racionalizar crenças pessoais, inclusive as mais irracionais 

A maior diferença entre os indivíduos mais racionais e os menos racionais: capacidade de compreender a realidade, que é o mais crítico à inteligência 

"Eu sou totalmente contra a discriminação e a segregação"

Dizem aqueles alecrins dourados que estão sempre discriminando e se segregando em espaços ideologicamente homogêneos de convívio mais íntimo... 

O fanatismo ideológico pode ser tão grave quanto um quadro não-tratado de esquizofrenia, porque o indivíduo submetido a essa condição, passa a vivenciar e a interpretar a realidade de maneira integralmente distorcida, sempre enviesada às suas crenças delirantes...

O autoconhecimento legítimo é um autoconhecimento científico, que também é filosófico, que significa conhecer sobre os próprios potenciais e, portanto, sobre os próprios limites 

Já um exemplo clássico de autoconhecimento ideológico, no pior sentido do termo, significa desconhecer sobre os próprios limites, acreditando que apresenta potenciais infinitos 

A maneira mais segura de se autoconhecer é começando a fazê-lo pelos próprios limites, para então conhecer os próprios potenciais, se estes são determinados pelos primeiros 

"Mudamos a todo momento"

O autoconhecimento requer a disciplina de um auto-olhar treinado para que não faça o tipo de dedução vaga ou imprecisa, como a de cima. 

Não, não mudamos a todo momento, literalmente. A maioria não muda de maneira significativa a longo prazo. E a minoria que apresenta mudanças mais notórias de comportamento, é muito provável que já apresentavam fatores subjacentes, de suas próprias naturezas, pois se existe uma primeira regra do comportamento, bem que poderia ser essa, de que, nenhuma tendência emerge ou se expressa sem que já exista uma predisposição, tal como não existe um meio sem ter existido um começo. E o começo dos nossos comportamentos está em nós mesmos, no que temos de traços mentais mais inatos, e não no "meio" externo, diga-se, um apanhado de múltiplos fatores que recebe essa denominação abstrata, muito similar à ideia de um todo, nada mais do que uma soma de fatores circunscritos a um espaço arbitrariamente determinado. 

*Desconsiderando casos excepcionais de lesão cerebral ou outros fatores primariamente externos que causam alterações de personalidade/mentais

Tentativas de extrapolação universal das próprias experiências ou trajetórias de vida, como se fossem exemplos possíveis em qualquer outro contexto pessoal, parece que costumam se basear em exemplos aparentemente menos complexos, especialmente em relação aos contextos mais desafiadores. Um exemplo de uma espécie de falácia de pensamento muito comum de ser praticada...

O direito à livre associação ou à autossegregação também é especialmente o direito de não ser forçado a conviver com quem não sabe conviver...

Se declarar "antirracista" hoje em dia (década de 2020) se tornou progressivamente uma identificação que expressa uma deficiência de compreensão científica e até moral (filosófica) sobre os tópicos relacionados: raça, comportamento, sociedade... do que apenas uma inclinação político-ideológica e muito menos uma inclinação moralmente superior, se o julgamento mais justo nunca é possível com base em mentiras

Tal como, especialmente uma mulher, que se identifica como feminista, deixou de significar apenas um posicionamento político, e muito menos um posicionamento moralmente superior, até por se comportar como um machismo invertido, de desumanização generalizada do gênero masculino por muitas dos núcleos de ativismo...

Ainda incluindo dentro do termo falacioso do "antirracismo", também o "antissemitismo", todo aquele que está muito enviesado a considerá-lo da maneira com que os mais interessados querem, como um crime de pensamento, estão tão fanatizados quanto os que se declaram de maneira apaixonada e acrítica como "antirracistas"

Uma pessoa aparentemente dotada de altas capacidades cognitivas que adota narrativas "antirracistas", bem como de outras vertentes "identitárias", ou é suspeita de fazê-lo, por, talvez, estar se beneficiando por esse posicionamento, ou o que é suspeito é o seu nível racional, diga-se, seu nível epistêmico de racionalidade. Mas por ser um comportamento tacitamente irracional, de defender ou se apoiar em distorções de fatos, não é suspeito o que já se ratifica como um baixo nível de racionalidade instrumental...

Tão ou mais digno de pena que aqueles indivíduos fanatizados que, claramente, defendem e ou se apoiam em adulterações da realidade, são aqueles que performam como aparentes opositores ao fanatismo e à influência do primeiro grupo. Em ambos os casos, o mesmo questionamento: são mais para loucos ou cínicos?? 

Em termos absolutos, nenhum grupo racial ou étnico é superior ao outro, porque nenhum grupo é dotado de uma uniformidade absoluta de indivíduos, especialmente em termos de comportamento intelectual e moral. 

Mas em termos relativos e históricos, é perfeitamente sensato concluir que, sim, existe essa hierarquia...

O paradoxo do rótulo e do comportamento moral 

Quanto mais você se distancia ou condena um rótulo, mais livre você se sente para agir de acordo com esse mesmo rótulo, mas por vias não-tradicionais ou não-explícitas 

Os mesmos autoritários insuportáveis que se dizem contra qualquer tipo de segregação, são justamente os que mais querem impor sua presença desagradável em todo lugar...

Toda abstração é arbitrária. Uma cidade, um conceito ou uma palavra. É o mesmo que dar forma ou limite ao que não tem, porque não existe. É o mesmo que dar forma e estrutura à imaginação 

A formação humanista do professor não significa que ele tenha que incorporar funções que não são de sua primária competência, mas que ele, ao menos, domine o mínimo de saberes legítimos sobre as ciências com as quais ele lida em seu cotidiano profissional. Então, o ideal não é que lhe seja atribuído outras funções, como a de psicólogo/psiquiatra, mas que saiba julgar psicológica e cognitivamente os seus alunos, até para que possa direcionar suas estratégias de ensino. Ou pelo menos que tenha uma equipe multidisciplinar em seu auxílio.

sábado, 10 de maio de 2025

O meme QI 83 não é apenas meme

 Virou meme, principalmente entre os do movimento pessimista do "Bostil". No entanto, não é apenas meme, ainda que esse valor possa ser maior, mas não tanto, porque se fossem administrados testes cognitivos para a maioria dos brasileiros, é muito provável que pontuassem mais ou menos nessa média, sendo que a média típica se situa em torno dos 100 pontos. Mas, apesar do QI ser apenas um número abstrato, ele reflete muito mais do que apenas o resultado de um teste. E no caso de uma média baixa de QI: embotamento intelectual, falta de respeito e educação básicos e um gosto cultural duvidoso são exemplos reais de características não muito agradáveis que são mais frequentes em faixas cognitivas modestas. E se, além disso, ainda está em curso a hegemonia de uma cultura que valoriza a estupidez, então, temos a receita perfeita para o aprofundamento de uma idiocracia, o que o Brasil, infelizmente, sempre foi. Um terreno fértil para o narcisismo, o hedonismo exagerado e a criminalidade, reforçados por padrões reprodutivos disgênicos, em que os menos inteligentes produzem mais descendentes que os mais inteligentes, geralmente de herdeiros de suas baixas capacidades cognitivas e de outros traços não muito positivos. Ou seja, o meme "QI 83" talvez tenha que ser atualizado em um futuro próximo... Porém, o "bostileirismo" não é apenas uma questão de QI, se mesmo entre os da "elite intelectual", mesmo que o QI não seja tão baixo quanto 83, o abraço à pseudociências (inclusive àquelas que negam a validade preditiva dos testes cognitivos e também a existência de diferenças mais intrínsecas de inteligência e personalidade), a intelectualidade fajuta e a arrogância típica de quem se pensa muito acima dos outros mostram que esse fenômeno é mais democraticamente difundido do que alguns ou muitos pessimistas sobre o Brasil pensam...

domingo, 6 de abril de 2025

Percepção de padrões como expressão cognitiva básica da racionalidade (e mais um pensamento sobre o mesmo tópico)

 Já falei sobre isso em outros textos. Neste, busco ser mais objetivo. 


Eu já devo ter comentado que a racionalidade pode ser considerada uma contextualização no mundo real da percepção de padrões; em que aquelas questões de testes de QI para encontrar o padrão de uma sequência numérica são substituídas por questões e análises de padrões das mais diversas ordens no mundo real. Então, a alta capacidade racional também seria uma capacidade mais desenvolvida da percepção de padrões, mas de padrões verdadeiros, que esse seria o seu aspecto cognitivo mais importante: de atenção e capacidade de perceber padrões de recorrência e variação, também em um sentido abstrato, estatístico... extrapolando para além da percepção de fenômenos físicos ou químicos. Em outras palavras, de perceber a própria realidade e de ampliar a compreensão que tem sobre ela para além do básico que os sentidos podem capturar. Mas também de se firmar nas perspectivas mais importantes ou relevantes, o que mais importa em um sentido realista. Em outras palavras, uma capacidade perceptiva mais diretamente vinculada à sobrevivência, mas também em um sentido mais holístico, objetivo, imparcial, preventivo, de médio a longo prazo do que tipicamente subjetivo, parcial, remediativo e de curto prazo. A diferença entre buscar entender o mundo para se adaptar ou sobreviver a ele, e a de fazê-lo em ordem oposta, em que é o modo de adaptação e sobrevivência que dita o que será considerado verdadeiro ou falso. O exemplo da religião, se a sua sensação, em média, mais agradável para quem a adota como crença pessoal, costuma contribuir para o ajuste emocional e social do indivíduo, e então, passando então a ser tratada como uma verdade absoluta, justamente pelo vínculo direto que se estabelece entre benefício pessoal e determinação de verdade, pela lógica "o pensamento que me faz bem, é porque é uma verdade absoluta". 



2. Se já não falei, de novo. 


Relação entre níveis de consciência (realista, surrealista e hiperrealista) e níveis de racionalidade 


O primeiro é um pensamento de minha autoria, de como a consciência se expressaria em hierarquia de expressão qualitativa e quantitativa, em que seus níveis mais baixos (realista) seriam variavelmente mais instintivos: restritos, estritos, pragmáticos... E os seus níveis mais altos, mais contemplativos e existencialistas (hiperrealista). Então, a relação entre as duas hierarquias de expressão se daria da seguinte maneira: os níveis mais baixos de consciência, a primeira camada de atenção e compreensão do mundo, expressariam níveis não-racionais*. Esses níveis representam o "reino animal" da consciência. Já os níveis intermediários, ou surrealistas, a segunda camada de atenção e compreensão do mundo, expressariam níveis mais baixos de racionalidade, que representam o "reino ideológico", comum à maioria dos seres humanos. Por fim, os níveis mais altos, ou hiperrealistas (reino filosófico), expressariam os níveis mais altos de consciência, de atenção e compreensão do mundo, e portanto também de racionalidade. 


* Baseado no meu pensamento de que animais não-humanos não podem ser racionais, mas tampouco irracionais, se não evoluíram intelectual e cognitivamente até ao nível da razão, se seria o mesmo que dizer que humanos são deficientes na capacidade de voar, afinal, também não evoluímos fisicamente para nos tornarmos aptos ao vôo. E se a irracionalidade é sinônimo de estupidez, que não faz sentido ao nível de lógica adaptativa das outras espécies, se seria o mesmo que afirmar que peixes são estúpidos porque não sabem andar em terra firme, ainda que a comparação de inteligência tenha a sua validade, mas restrito à si mesma, de modo que, é possível traçar uma linha progressiva de evolução cognitiva entre as espécies (humanos são mais inteligentes que os peixes), mas não é possível afirmar categoricamente que uma espécie é intrinsecamente "estúpida" (peixes são apenas estúpidos porque são menos inteligentes que os seres humanos). Novamente, a mesma ideia de que, é necessário um contexto existente de possibilidade, do contrário, não é sequer uma comparação entre maçãs e peras, diferentes dentro de uma mesma categoria, mas entre maçãs e pedras, de categorias distintas. 

terça-feira, 25 de março de 2025

A replicação de um achado pseudocientífico

 A suposta correlação (quase causal) entre QI e racionalidade, nesse novo estudo abaixo: 




Mas por que é um achado pseudocientífico?? 

Porque a capacidade racional não é bem avaliada com perguntas sobre situações hipotéticas e específicas e sim pela qualidade factual de um sistema individual de crenças, uma maneira muito mais objetiva de acessá-la. Em outras palavras, sabe-se mais sobre o nível de sensatez de uma pessoa por suas crenças do que por suas respostas em um teste. Também porque, geralmente, não existe apenas uma resposta "certa" ou "mais racional" para situações específicas do cotidiano, que exigem decisão ou julgamento, se os contextos pessoais podem/costumam variar, assim como a maneira que lidamos com eles (influenciados especialmente por nossas características mais intrínsecas: de personalidade, estilo cognitivo...). E por último, mas não menos importante, por se tratar de mais uma correlação, mesmo no caso dos "mais racionais" em "testes de racionalidade", até porque parece ser desproporcional a quantidade de pessoas com médias altas de QI, especialmente de QI verbal, que apresentam alto nível de fanatismo ideológico por certas crenças irracionais, como a crença no igualitarismo, uma das mais comuns nessa população, demonstrando que uma alta capacidade cognitiva, apenas, não é suficiente para funcionar como um fator de proteção à irracionalidade crônica, nem que a racionalidade seja basicamente uma faceta discreta das capacidades cognitivas, como esse estudo está afirmando, ainda que acredite se tratar de uma combinação ou recrutamento de determinadas capacidades, tanto cognitivas quanto não-cognitivas, que contribuem para a sua expressão e o seu desenvolvimento, justamente uma espécie de modulação (e que a irracionalidade logicamente seria uma modulação oposta). 

Esse tipo de estudo se baseia em certos postulados que não parecem condizer com a realidade observada e prática da inteligência humana. O mais relevante aqui é de que existe um fator g das capacidades cognitivas que resulta em uma expressão não-modular da inteligência, o oposto do que se percebe na realidade. Pois se é verdade que a inteligência humana é mais generalista do que as de outras espécies, talvez a mais generalista de todas, essa é uma verdade em um sentido comparativo, porque continuamos mais inclinados à especialização cognitiva, mesmo que menos estrita. Pois abundam evidências que corroboram para essa tese, de que a inteligência humana apresenta uma natureza mais modular, e que essa diversidade de especializações, consequentemente, tende a se manifestar de maneira mais irregular entre grupos humanos. Por exemplo, as diferenças cognitivas em capacidades visual-espaciais e emocionais entre homens e mulheres. 

Pois mesmo se é possível confirmar a ocorrência predominante de uma regularidade de desempenho individual em testes cognitivos, há de se reiterar que tal fenômeno encontra-se circunscrito à psicometria. O que explicaria, por exemplo, um indivíduo dotado de alta capacidade verbal-linguística também apresentar um ótimo desempenho matemático em avaliações cognitivas mais generalistas, ou superficiais, mas, na prática, acabar desenvolvendo mais a sua faceta cognitiva mais proeminente e ainda apresentar um desempenho muito mediano em competências não-verbais. Mas isso não significa então que a inteligência se difere individualmente apenas por canalização em certas capacidades e que acaba afetando outras capacidades, como se todos apresentassem o mesmo potencial inicial e fosse se diferindo a partir do processo de escolha de domínios, e sim que essas tendências de canalização ou de especialização são bem mais profundas, estruturalmente pré determinadas, de acordo com as características morfológicas/cerebrais, enfim, físico-químicas do indivíduo, isto é, cognitivamente reflexivas destas características. Também significa que existe um nível variado, mas sempre limitado, de modulação de capacidades e que, enquanto essa flexibilidade não tem um potencial infinito ou indefinível, existe uma tendência em que, a emergência expressiva de certas capacidades ou características cognitivas (e psicológicas) tende a estar relacionada com uma expressão variavelmente reduzida de outras características ou capacidades, que parecem apresentar uma relação mais antagônica. Por exemplo, capacidades visual-espaciais, bem mais desenvolvidas em homens, e sócio-emocionais, bem mais desenvolvidas em mulheres; a diferença entre apresentar um cérebro que presta mais atenção a elementos inanimados e um que presta mais atenção a pessoas e outros seres vivos. 

Um trecho traduzido do texto no link mostra o tipo de teste que foi aplicado para supostamente acessar a capacidade racional, e que, na verdade, trata-se de um teste de pensamento lógico, que não é exatamente o mesmo que o pensamento racional* e que, na minha opinião, só pode ser melhor avaliado em situações do mundo real. 

* Pensamento racional é sobre a percepção de fatos, evidências ou também de uma análise mais imparcial e objetiva sempre visando uma maior compreensão. O pensamento lógico, a priori, é sobre encontrar a lógica que está subjacente em determinado contexto ou situação, aquilo que faz sentido específico, ainda que também relacionado com a percepção de uma verdade objetiva, não necessariamente o mesmo que o racional. Essa é a diferença entre encontrar a resposta mais certa para um problema e de saber que Cuba não é uma democracia sob nenhum ângulo conceitual possível. 

"A racionalidade cognitiva foi avaliada usando um teste específico conhecido como Teste de Reflexão Cognitiva. Este teste apresenta aos indivíduos problemas projetados para desencadear uma resposta intuitiva, mas incorreta. Por exemplo, uma pergunta pergunta: "Um taco e uma bola juntos custam US$ 1,10. O taco custa US$ 1 dólar a mais que a bola. Quanto custa a bola?" A resposta intuitiva e rápida é 10 centavos, mas a resposta correta, que requer um pouco mais de reflexão, é na verdade 5 centavos. O Teste de Reflexão Cognitiva usa várias dessas perguntas para ver o quão bem as pessoas conseguem resistir a intuições enganosas e chegar à resposta logicamente correta."

Como eu já comentei e volto a dizer nesse texto, um verdadeiro teste de capacidade racional avaliaria justamente o nível de racionalidade, muito redundante, e, para isso, nada mais intuitivo do que fazê-lo avaliando o quão centradas em fatos, evidências e ponderação, estão as crenças (pessoais) de um indivíduo, até por serem muito mais importantes e influentes, inclusive quanto ao discernimento intelectual, de percepção do que é verdadeiro e do que não é, do que acertos em um teste sobre situações hipotéticas e muito específicas. 

sábado, 7 de dezembro de 2024

Sobre detecção de padrões e racionalidade /On pattern detection and rationality

 A racionalidade se principia basicamente pela detecção contextualizada de padrões. Então, se temos aquele famoso teste de inteligência, das matrizes, em que se busca encontrar padrões em uma sequência numérica, a racionalidade consiste primariamente na contextualização desta capacidade tão básica para nós. De "encontre o número subsequente de (0,2,6,14, ?)" para "encontre padrões correlativos ou causais de comportamentos entre grupos humanos", por exemplo...


Rationality basically begins with the contextualized detection of patterns. So, if we have that famous intelligence test, the matrices, in which we seek to find patterns in a numerical sequence, rationality consists primarily in the contextualization of this ability that is so basic to us. From "find the subsequent number of (0,2,6,14, ?)" to "find correlative or causal patterns of behavior among human groups", for example...

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Disgenia?? Uma possível evidência de que a população brasileira está ficando ainda menos inteligente e racional.../Dysgenics?? Possible evidence that the Brazilian population is becoming even less intelligent and rational...

 A piora significativa da educação e das capacidades cognitivas dos estudantes brasileiros, mas por quê??


Efeito pós pandemia?? 

Não necessariamente. 

A percepção de falta de educação básica e de piora das capacidades cognitivas de muitos estudantes brasileiros não é um fenômeno de agora, mas que tem sido notado desde a algumas décadas. O que acontece é que tem piorado muito nos últimos anos. Até poderia ser um efeito direto desse um ano e meio de enclausuramento forçado pela pandemia de COVID-19. Mas parece que esse movimento de piora no quadro educacional e civilizacional brasileiro é bem mais profundo, novamente, pelo fato citado, de ser algo que se nota desde a um tempo anterior à pandemia e também porque esse tipo de piora dificilmente acontece apenas por fatores superficiais. Então, a pandemia até pode ter contribuído para acelerar esse movimento. Ou pode ter coincidido com uma piora esperada do mesmo, uma descida mais forte da curva descendente, um processo perigoso e grave que ameaça a sociedade brasileira e que não tem sido sequer acompanhado ou corretamente estudado por boa parte da "elite" acadêmica, se boa parte dela está doutrinada a acreditar em pseudociências "do bem" das ciências humanas e adjacências, que pregam que apenas uma "boa educação" já é suficiente para desenvolver um país ou que o meio é muito mais influente e determinante no desenvolvimento e no comportamento humanos... Mas parece minimamente sensato pensar que toda população apresenta um potencial médio de desenvolvimento intelectual e que a população brasileira não parece ser daquelas com o maior potencial. Também parece minimamente sensato pensar se traços mentais, como a inteligência e a personalidade, não são mais herdáveis ou mais geneticamente determinados do que pelas condições do meio. Eu sei que não nascemos sem cérebros pré-formados, que herdamos esses traços dos nossos pais ou dos troncos genealógicos aos quais eles se encontram. Eu sei que o meio tem uma influência, mas não acredito que determine quem somos ou quem podemos ser ou fazer. E se a partir dessas suposições, que não são baseadas em puro achismo, poderíamos pensar se a população brasileira não estaria passando por um processo de estupidificação massificada, no sentido de que, os menos inteligentes estão gerando mais descendentes do que os mais inteligentes e passando suas capacidades cognitivas mais modestas para os mesmos. E isso também inclui os mais e os menos racionais. Possível realidade que podemos perceber pelas diferenças de fertilidade entre os indivíduos com maior escolaridade com aqueles com menor escolaridade; também por grupos raciais e de classe social, em que também se percebem essas diferenças... Então, se a média de QI da população brasileira, que tem sido estimada com base em alguns poucos estudos de QI e por conversões ao mesmo de avaliações comparativas, como o PISA, tem se situado em torno dos 80-85 pontos, bem abaixo da média normal de um teste tradicional de QI, em torno dos 100 pontos, pode ser que essa média esteja caindo ainda mais, se a nossa "fração inteligente', aqueles que alcançam médias de QI de 105 ou mais, continuam deixando de se substituírem demograficamente, sem falar do efeito disgênico da mistura racial em massa, especialmente de indivíduos de grupos raciais em média mais inteligentes com indivíduos de grupos em média menos intendentes. 

Tudo bem "politicamente incorreto", herético à polícia de pensamento da "esquerda" burguesa. Mas e se for essa explicação mais condizente para o declínio da civilidade, da educação e da inteligência no Brasil??



The significant worsening of the education and cognitive abilities of Brazilian students, but why??

Post pandemic effect??

Not necessarily.

The perception of a lack of basic education and a worsening of the cognitive abilities of many Brazilian students is not a current phenomenon, but has been noticed for a few decades. What happens is that it has gotten much worse in recent years. It could even be a direct effect of this year and a half of confinement forced by the COVID-19 pandemic. But it seems that this movement of worsening in the Brazilian educational and civilizational framework is much deeper, again, due to the aforementioned fact, that it is something that has been noticed since a time before the pandemic and also because this type of worsening rarely happens just due to superficial factors . So, the pandemic may have even contributed to accelerating this movement. Or it may have coincided with an expected worsening of the same, a stronger decline in the downward curve, a dangerous and serious process that threatens Brazilian society and which has not even been followed or properly studied by a large part of the academic "elite", if a large part of it is indoctrinated into believing in "good" pseudosciences of good from the humanities and surrounding fields, which preach that just a "good education" is enough to develop a country or that the environment is much more influential and decisive in human development and behavior... But it seems minimally sensible to think that every population has an average potential for intellectual development and that the Brazilian population does not seem to be one of those with the greatest potential. It also seems minimally sensible to think about whether mental traits, such as intelligence and personality, are not more heritable or more genetically determined than by environmental conditions. I know that we are not born without pre-formed brains, that we inherit these traits from our parents or from the genealogical trunks to which they are localized. I know the environment has an influence, but I don't believe it determines who we are or who we can be or do. And if based on these assumptions, which are not based on pure guesswork, we could wonder if the Brazilian population would not be going through a process of mass stupidification, in the sense that the less intelligent are generating more offspring than the more intelligent and passing their more modest cognitive capabilities to them. And this also includes the most and least rational. Possible reality that we can perceive through the differences in fertility between individuals with greater education and those with less education; also by racial and social class groups, in which these differences are also perceived... So, if the average IQ of the Brazilian population, which has been estimated based on a few IQ studies and by conversions to the same of comparative assessments , like PISA, has been situated around 80-85 points, well below the normal average of a traditional IQ test, around 100 points, it may be that this average is falling even further, if our "intelligent fraction ', those who achieve an average IQ of 105 or more, continue to fail to replace themselves demographically, not to mention the dysgenic effect of an em masse racial mixing, especially of individuals from racial groups that are on average more intelligent, with individuals from groups that are on average less intelligent.

All of these is "politically incorrect", heretical to the thought police of the bourgeois "left". But what if this explanation is more suitable for the decline of civility, education and intelligence in Brazil?

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Qual é o seu Q.C? Ou o seu Q.R? Ou o seu Q.I.E?? E o Q.I.C do seu país??/What is your C.Q? Or your R.Q? Or your E.I.Q?? What about your country's C.I.Q.?

 Apenas testes de Q.I??


Porque os testes tradicionais de inteligência ou de Q.I não são abrangentes quanto à todas as facetas da inteligência humana, particularmente as "qualitativas": racionalidade, criatividade e inteligência emocional, eu estou propondo com esse texto ampliar sua capacidade de estimativa de potencial cognitivo justamente pela introdução dos testes faltantes. Então, também teríamos, além do quociente de inteligência, os quocientes de criatividade ou Q.C, de racionalidade ou Q.R e o de inteligência emocional ou Q.I.E. Ainda proponho por um quociente de inteligência coletiva ou Q.I.C, que se refere ao nível intelectual ou da cultura de uma cidade, região, estado ou país, não apenas com base em resultados de  testes de QI tradicionais e de outros testes de inteligência de suas populações, mas também pelos seus níveis social, econômico/ecológico, cultural e/ou filosófico (intelectual e moral). E até acho bem pertinente compara-los metaforicamente com o funcionamento de um organismo, se uma sociedade tende a funcionar exatamente desse jeito. Pois os resultados mais esperados até poderiam surpreender muita gente, já que existem, atualmente, muitos países de "primeiro mundo" que têm adotado políticas francamente insanas, tal como às de incentivo ao multiculturalismo ou imigração em massa sem controle ou razão que realmente as justifique. Já em relação aos demais testes propostos, eu também tenho uns aconselhamentos: quanto aos testes de Q.C ou quociente de criatividade, adotar os que têm sido criados para avaliá-la, como o de pensamento divergente, mais uma análise pessoal de realização criativa, isto é, se a pessoa que está sendo analisada já apresenta algum trabalho desta natureza, e de buscar avaliá-la de maneira objetiva; quanto ao Q.R ou quociente de racionalidade, a minha sugestão difere da que estou fazendo para o Q.C, porque não aconselho adotar os testes de racionalidade que têm sido feitos, se não acredito que seja a melhor maneira de avaliar o nível de racionalidade, de avaliá-la por meio de perguntas sobre situações hipotéticas e específicas, e sim que sejam criados "testes" que analisem o nível racional de um sistema de crenças individual, por ser mais abrangente, na minha opinião, se podemos saber mais sobre o quão racional ou sensata uma pessoa está por suas crenças, pelo quão embasadas ou baseadas em evidências, fatos, ponderação... (eu fiz um texto demonstrando como poderia ser esse teste: "Teste de racionalidade") ; e, por fim, em relação ao Q.I.E ou quociente de inteligência emocional, sugiro pela adoção dos testes que têm sido criados para analisá-la, mas também sugiro o uso de outros métodos, se parece existir uma mitologia em torno desse tipo de inteligência, se o ideal não seria construir testes que realmente analisem essa capacidade, primariamente de reconhecer emoções próprias e dos outros, mas também, controle emocional, nível de empatia..., até para não confundi-la com nível de ajustamento social ou com tipo de personalidade, o primeiro dependente de fatores que não estão sob pleno controle do indivíduo, incluindo o segundo fator, se a inteligência emocional não é um tipo de personalidade, mas também de como a abordamos. Ainda acrescentaria um teste ou uma avaliação do autoconhecimento, que considero uma das capacidades mais importantes que podemos apresentar e desenvolver, por ser muito influente em como compreendemos e usamos nossas capacidades.

Como aconteceria essa expansão?? 

Os novos testes poderiam ser avaliados tal como são avaliados os testes tradicionais de Q.I, e em conjunto aos mesmos, pelo estabelecimento de médias de desempenho que seriam somadas e divididas com o número de testes para encontrar a média final. Poderia ser assim ou, então, pelo desempenho de cada novo teste, seria adicionado pontos à média dos testes de QI tradicionais. Por exemplo, pontuações altas em Q.C, Q.R e Q.I.E acrescentariam até 20-30 pontos. Ou pontuações baixas tirariam até 20-30 pontos... Ou nada disso e, ao invés de tentar expandir a capacidade de abrangência dos testes de Q.I e usar apenas testes de capacidade como meios avaliativos, abraçarmos a ideia mais sensata de adotar uma avaliação completa do indivíduo, que incluiria os testes tradicionais de inteligência e que também poderia incluir os novos testes propostos, além dos de personalidade. 

Just IQ tests??

Because traditional intelligence or IQ tests are not comprehensive regarding all facets of human intelligence, particularly the "qualitative" ones: rationality, creativity and emotional intelligence, I am proposing with this text to expand its ability to estimate cognitive potential precisely by the introduction of missing tests. So, in addition to the intelligence quotient, we would also have the quotients of creativity or CQ., rationality or RQ. and emotional intelligence or EIQ. I still propose a collective intelligence quotient or CIQ, which refers to the intellectual or cultural level of a city, region, state or country, not just based on results from traditional IQ tests and other intelligence tests of their populations. , but also by their social, economic/ecological, cultural and/or philosophical (intellectual and moral) levels. And I even think it's very pertinent to compare them metaphorically with the functioning of an organism, if a society tends to function exactly that way. The most expected results could even surprise many people, since there are currently many "first world" countries that have adopted frankly insane policies, such as encouraging multiculturalism or mass immigration without control or reason that really justifies them. Regarding the other proposed tests, I also have some advice: regarding the CQ or creativity quotient test, adopt those that have been created to evaluate it, such as divergent thinking, plus a personal analysis of creative achievement, if the person being analyzed already presents some work of this nature, and seeks to evaluate it objectively; As for the RQ or rationality quotient, my suggestion differs from what I am making for the CQ, because I do not advise adopting the rationality tests that have been created, if I do not believe that it is the best way to evaluate the level of rationality, to evaluate it through questions about hypothetical and specific situations, but creating  tests that analyze the rational level of an individual belief system, as it is more comprehensive, in my opinion, if we can know more about how rational or sensible a person is based on their beliefs, how grounded or based on evidence, facts, consideration... (I wrote a text demonstrating what this test could be like: "Rationality test"); and, finally, in relation to the EIQ or emotional intelligence quotient, I suggest adopting the tests that have been created to analyze it, but I also suggest the use of other methods, if there seems to be a mythology around this type of intelligence, If the ideal would not be to build tests that really analyze this ability, primarily to recognize one's own emotions and those of others, but also, emotional control, level of empathy..., even so as not to confuse it with the level of social adjustment or type of personality, the first dependent on factors that are not under the individual's full control, including the second factor, whether emotional intelligence is not a personality type, but also on how we approach it. I would also add a test or assessment of self-knowledge, which I consider one of the most important capabilities we can present and develop, as it is very influential in how we understand and use our capabilities.

How would this expansion happen?

The new tests could be evaluated in the same way that traditional IQ tests are evaluated, and in conjunction with them, by establishing performance averages that would be added and divided with the number of tests to find the final average. It could be like this, or else, due to the performance of each new test, points would be added to the average of traditional IQ tests. For example, high scores in CQ, RQ and EIQ would add up to 20-30 points. Or low scores would take away up to 20-30 points... Or none of that and, instead of trying to expand the scope of IQ tests and using only ability tests as evaluation means, we embrace the more sensible idea of ​​adopting a complete assessment of the individual, which would include traditional intelligence tests and which could also include the new proposed tests, in addition to personality tests.

terça-feira, 16 de julho de 2024

Duas desinformações típicas sobre QI/Two typical misinformation about IQ

 "A maioria das pessoas pontuam na média, entre 90 e 110"


Realidade: populações diferentes tendem a apresentar médias diferentes. Por exemplo, a média de QI da população brasileira não é igual à média da população americana, se de acordo com os estudos que já foram feitos, inclusive em países próximos, até para serem usados como referências por aproximação, a primeira tem obtido médias em torno dos 85 pontos, enquanto a segunda tem obtido médias em torno dos 98 pontos. Aqui, acredita-se que a distribuição dos pontos em uma típica curva de sino é universal a todos os grupos e, portanto, indivíduos humanos. Só que não é bem assim que acontece...

"Todo indivíduo que pontua acima de 120-130 em testes cognitivos tradicionais é um gênio"

Um gênio... criativo?? 

Pontuar muito alto em testes de QI, a priori, é uma demonstração muito particular de excelência de desempenho. Até por existir uma tendência muito comum de se confundir excepcionalidade não-criativa de desempenho com genialidade, são muitos os que acreditam que uma pontuação elevada em testes de QI automaticamente também se configura em uma manifestação de genialidade. Isso poderia ser verdade, mas apenas se o conceito de genialidade fosse alterado para satisfazer essa tendência, que não parece muito apropriado, se isso o tornaria mais confuso ou descaracterizado, mais próximo de conceitos ainda mais expansivos, como o de inteligência e o de excepcionalidade, se o ideal na conceituação de termos abstratos é de especificá-los o máximo possível, para torná-los mais precisos e autênticos.

"Most people score on average, between 90 and 110"

Reality: different populations tend to have different averages. For example, the average IQ of the Brazilian population is not equal to the average of the American population, if according to studies that have already been carried out, including in nearby countries, even to be used as approximate references, the first has obtained averages in around 85 points, while the second has obtained averages around 98 points. Here, it is believed that the distribution of points on a typical bell curve is universal to all human groups and therefore individuals. But that's not quite how it happens...

"Every individual who scores above 120-130 on traditional cognitive tests is a genius"

A creative... genius??

Scoring very high on IQ tests, a priori, is a very particular demonstration of performance excellence. Even because there is a very common tendency to confuse exceptional non-creative performance with genius, there are many who believe that a high score on IQ tests automatically also constitutes a manifestation of genius. This could be true, but only if the concept of genius were changed to satisfy this tendency, which does not seem very appropriate, if that would make it more confusing or mischaracterized, closer to even more expansive concepts, such as intelligence and exceptionality. , if the ideal in conceptualizing abstract terms is to specify them as much as possible, to make them more precise and authentic.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Sistemas de cotas é um novo Q.I (quem indica)/Quota systems are a new ''nepotism''

 E que chega a ser até pior que o velho Q.I, porque, além de também ser um meio anti meritório de avaliação e seleção, coloca o critério anti meritório totalmente acima do mérito genuíno, isto é, sempre como o mais provável de ser escolhido ou usado como parâmetro "avaliativo' e seletivo, enquanto que, mesmo o velho "Quem Indica" nem sempre prioriza o anti mérito ou o critério subjetivo sobre o objetivo. Por exemplo, como nos casos de gênios, especialmente no mundo das artes, que só conseguiram se iniciar em seus ofícios por indicação de terceiros ou por apadrinhamento. 


And it is even worse than the old nepotism, because, in addition to also being an anti-meritorious means of evaluation and selection, it places the anti-meritorious criterion totally above genuine merit, that is, always as the most likely to be chosen or used as an "evaluative" and selective parameter, while even the old "nepotism'' does not always prioritize anti-merit or subjective criteria over the objective. For example, as in the cases of geniuses, especially in the world of arts, which only managed to get started in their professions through recommendation from third ones or through sponsorship.

sábado, 15 de junho de 2024

A idade mental, de fato, não é "medida" ou refletida pelo QI.../Mental age, in fact, is not "measured" or reflected by IQ...

... mas a partir do nível de racionalidade de uma pessoa, que é estimado de maneira mais abrangente e precisa pela qualidade factual de seu sistema de crenças (e não por esses "testes de racionalidade" que comparam respostas de perguntas sobre situações hipotéticas e específicas), porque é por essa via que é possível saber o quão realista ou firmada em fatos/evidências ela está, isto é, o quão intelectualmente madura ou apta a aceitar fatos, mesmo se contradizem suas crenças e expectativas pessoais. 


A idade mental dos testes de QI equivale ao nível de desenvolvimento cognitivo de um ser humano (não em relação a todos os aspectos cognitivos), mas diz pouco ou nada sobre o nível de desenvolvimento psicológico ou emocional, que faz toda diferença, mesmo em relação a aspectos que têm uma aparência puramente cognitiva, por exemplo, capacidades matemáticas, se também dependem do quão desenvolvido está o autoconhecimento, este, por sua vez, dependente da inteligência emocional, especialmente da intrapessoal, por ser primário aos outros conhecimentos, especialmente quando aplicados em nossos contextos diários e se, inevitavelmente, estamos sempre aplicando nossas capacidades contextualmente. Como resultado, se nossa compreensão sobre nós mesmos, limites e potenciais, estiver muito distorcida, existe um alto risco de abordarmos contextos de maneira equivocada. Portanto, a idade mental, em sua totalidade, cognitiva e psicológica, se expressa pela racionalidade, por ser a expressão de nossas inteligências em tempo real, funcionando integralmente, e não isoladamente e em contextos hipotéticos, como os dos testes cognitivos; também por ser a nossa capacidade de discernir fatos de distorções ou mentiras e de, consequentemente, basearmos nossos comportamentos e julgamentos em evidências, especialmente se alcançar os níveis mais altos de racionalidade; e se uma das capacidades mais básicas da inteligência, não apenas da humana, é a percepção da realidade, anterior à própria capacidade de adaptação...


Como conclusão, e repetindo o que já foi dito, a idade mental, em sua totalidade, se trata do quão realistas ou maduros, intelectualmente, nos aspectos cognitivos e psicológicos ou emocionais, estamos, isto é, sobre todos os aspectos envolvidos. Não apenas sobre o quão avançados, medianos ou atrasados estamos em nossos desenvolvimentos cognitivos (em relação ou comparação aos outros) e que, aliás, têm uma boa dose de relatividade, se não alcançamos os mesmos níveis de desenvolvimento. 


...but from a person's level of rationality, which is most comprehensively and accurately estimated by the factual quality of their belief system (and not by those "rationality tests" that compare answers to questions about hypothetical and specific situations), because it is through this route that it is possible to know how realistic or grounded in facts/evidence she is, that is, how intellectually mature or able to accept facts, even if they contradict her personal beliefs and expectations.


The mental age of IQ tests is equivalent to the level of cognitive development of a human being (not in relation to all cognitive aspects), but it says little or nothing about the level of psychological or emotional development, which makes all the difference, even in relation to aspects that have a purely cognitive appearance, for example, mathematical abilities, if they also depend on how developed self-knowledge is, which, in turn, depends on emotional intelligence, especially intrapersonal, as it is primary to other knowledge, especially when applied in our daily contexts and whether, inevitably, we are always applying our capabilities contextually. As a result, if our understanding of ourselves, limits and potentials, is very distorted, there is a high risk of approaching contexts in the wrong way. Therefore, mental age, in its entirety, cognitive and psychological, is expressed by rationality, as it is the expression of our intelligence in real time, functioning fully, and not in isolation and in hypothetical contexts, such as those of cognitive tests; also because it is our ability to discern facts from distortions or lies and, consequently, base our behaviors and judgments on evidence, especially if it reaches the highest levels of rationality; and if one of the most basic capabilities of intelligence, not just human intelligence, is the perception of reality, prior to the ability to adapt...


As a conclusion, and repeating what has already been said, mental age, in its entirety, is about how realistic or mature, intellectually, in cognitive and psychological or emotional aspects, we are, that is, on all aspects involved. Not just about how advanced, average or delayed we are in our cognitive developments (in relation or comparison to others) and which have a good dose of relativity, if we do not reach the same levels of development.



sábado, 8 de junho de 2024

Em defesa de um estereótipo: nerds mais inteligentes?/In defense of a stereotype: smarter nerds?

 Mas existem alguns estudos* sobre correlações entre QI, tipo de personalidade e tendências comportamentais que têm encontrado que, na escola e em outros ambientes sociais, os indivíduos mais populares tendem a pontuar mais alto em testes cognitivos que os indivíduos menos populares. Então, isso significa que o estereótipo do "nerd inteligente" foi refutado?? Não. Significa, primeiro, o que sempre falo sobre QI, de que os testes são bons, mas não são excepcionais para estimar a inteligência humana, por produzirem análises superficiais de desempenho, enfatizando capacidades técnicas e específicas, e desprezando algumas das capacidades mais importantes, particularmente a racionalidade e a criatividade. Segundo, sobre o quão mais "inteligentes" os mais "populares" tendem a ser, segundo esses estudos, também é discutível, afinal, comparações cognitivas entre grupos grandes costumam resultar em valores mais baixos, maiores apenas em um sentido comparativo. Tal como no caso de um estudo sobre aparência física e QI no Reino Unido em que foi encontrado que, aqueles de melhor aparência pontuaram, em média, em torno dos 105 pontos, enquanto que, os de pior aparência pontuaram em torno dos 90 pontos. Portanto, o ideal seria de estudar aqueles que pontuam mais alto, enfaticamente. Terceiro e, novamente, porque a qualidade também é muito importante, não basta ter um potencial cognitivo acima da média, mais geral ou específico, se não souber usá-lo, ou melhor, direcioná-lo. Então, pode ser que muitos desses indivíduos sociáveis e que pontuam alto em testes cognitivos usem as suas capacidades acima da média especialmente para se adaptarem socialmente, tal como um típico "normie", ou ainda pior, se especializando em pseudociências, enquanto que, parece ser indiscutível ou evidente que, dos indivíduos que mais se interessam pelo conhecimento, pelo seu valor intrínseco, e também aqueles que acabam se tornando cientistas, especialmente os mais capazes, tendem a apresentar um perfil tipicamente "nerd"**, até mesmo pela natureza praticamente causal desse tipo pelo interesse intelectual genuíno, a priori, como um "hobby" ou passatempo. Portanto, o mais importante, ainda não é pontuar alto em testes de QI, mas demonstrar proficiência no mundo real e um interesse genuíno pelo conhecimento, não apenas como um meio para um fim. E quarto que, não é todo "nerd" que é impopular ou nem todo popular que não é "nerd". Na verdade, existem nerds que são populares entre os da própria tribo. Portanto, também existe uma certa relatividade de perspectivas que deve ser levada em conta, se buscarmos por uma análise mais abrangente. 

* Também têm estudos que podem refutar ou problematizar esse achado, tal como o que descobriu que jovens de maior QI  tendem a perder a virgindade mais tarde que os jovens de QI médio, deixando implícito que não são os mais populares que tendem a pontuar mais alto nesses testes ou em outros similares que estimam e comparam desempenhos cognitivos. 

Ou o estudo que não encontrou uma relação entre popularidade e inteligência (ambos embaixo, nas fontes). Também tem outro estudo que encontrou que os "mais inteligentes' tendem a ter poucos amigos. 


** Nerd: que ou aquele que apresenta fortes interesses específicos, geralmente de naturezas científica, filosófica, política, artística ou cultural, não necessariamente o mesmo que "impopular". 

Fontes:






But there are some studies* on correlations between IQ, personality type and behavioral tendencies that have found that, in school and other social settings, more popular individuals tend to score higher on cognitive tests than less popular individuals. So does this mean the "smart nerd" stereotype has been disproved? No. It means, first, what I always say about IQ, that the tests are good, but they are not exceptional for estimating human intelligence, as they produce superficial analyzes of performance, emphasizing technical and specific abilities, and neglecting some of the most important abilities , particularly rationality and creativity. Second, how much more "intelligent" the most "popular" tend to be, according to these studies, is also debatable, after all, cognitive comparisons between large groups usually result in lower values, higher only in a comparative sense. As in the case of a study on physical appearance and IQ in the United Kingdom, which found that those with the best appearance scored, on average, around 105 points, while those with the worst appearance scored around 90 points. Therefore, the ideal would be to study those who score the highest, emphatically. Third and, again, because quality is also very important, it is not enough to have an above average cognitive potential, more general or specific, if you do not know how to use it, or better yet, direct it. So, it could be that many of these sociable individuals who score high on cognitive tests use their above-average abilities especially to adapt socially, just like a typical "normie", or even worse, specializing in pseudosciences, whereas, it seems be indisputable or evident that, of the individuals who are most interested in knowledge, due to its intrinsic value, and also those who end up becoming scientists, especially the most capable, tend to present a typically "nerdy"** profile, even by nature practically causal of this kind by genuine intellectual interest, a priori, as a "hobby" or pastime. So the most important thing is still not to score high on IQ tests, but to demonstrate real-world proficiency and a genuine interest in knowledge, not just as a means to an end. And fourth, not every "nerd" is unpopular or not every popular person is not a "nerd." In fact, there are nerds who are popular among their own tribe. Therefore, there is also a certain relativity of perspectives that must be taken into account, if we seek a more comprehensive analysis.

* There are also studies that can refute or problematize this finding, such as the one that found that young people with higher IQs tend to lose their virginity later than young people with average IQs, implying that it is not the most popular ones who tend to score higher in these tests or similar ones that estimate and compare cognitive performances.

Or the study that did not find a relationship between popularity and intelligence (both below, in the sources). There is also another study that found that the "most intelligent" tend to have few friends.


** Nerd: someone who has strong specific interests, generally of a scientific, philosophical, political, artistic or cultural nature, not necessarily the same as "unpopular".

Sources:

https://www.sebjenseb.net/p/whats-in-a-nerd

 https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-scientific-fundamentalist/201012/beautiful-people-really-are-more-intelligent

https://www.gnxp.com/blog/2007/04/intercourse-and-intelligence.php

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2796964



quarta-feira, 5 de junho de 2024

Sobre QI, inteligência, Doug e Skeeter/About IQ, intelligence, Doug and Skeeter

 Revisitando um velho texto e reafirmando o que defendi nele


Uns 8 anos atrás, quando só tinha um blog obscuro no qual escrevia os meus textos, na base da intuição, autoconfiança exagerada e equívocos estilísticos, escrevi um texto a partir de um episódio de um dos meus desenhos favoritos de infância, Doug Funny, que vi naquela época, acho que pela TV Cultura e que, se já tinha visto antes, não restava sequer um rastro de lembrança ou parecendo ser inédito pra mim. Nesse episódio, os estudantes da sala de aula do Doug, incluindo ele mesmo, é claro, fazem um teste de QI e quando os resultados do exame são liberados, o protagonista do desenho se decepciona com a sua pontuação, por ter tirado na média, e se impressiona com a pontuação do seu melhor amigo, Skeeter, por ele ter tirado no nível de superdotação. Se impressiona, mas mais no sentido de espanto, porque jamais imaginava que o seu amigo simpático, porém, abobado, pudesse ser tão mais inteligente que ele, um escritor precoce. Pois no texto "antigo", eu critiquei o exemplo exagerado de "lição de moral" que foi usado no episódio que buscou ensinar que as aparências podem enganar. Critiquei a ênfase unilateral em pontuações de testes de QI para reconhecer e determinar a inteligência humana, inclusive a genialidade, adotada no episódio e enfatizada em um momento de imaginação do Doug sobre o seu amigo, se comportando como um "cientista maluco". E concluí que, o mais importante não é o que testes de inteligência dizem, mas como que ela se expressa no mundo real. Então, por esse critério, a maturidade e o talento literário de Doug são mais impressionantes que a pontuação no "nível de gênio" do seu amigo. No entanto, por ser um desenho primariamente para crianças e pré adolescentes, não houve a necessidade de desenvolver os temas abordados no episódio. Por exemplo, não foi discutido ou mostrado se Doug pontuou na média de todos os testes, mas alto em sub testes relevantes ao seu talento para a escrita, como os de vocabulário e associação de palavras (o mais lógico), e que, mesmo usando apenas testes de QI como parâmetro de inteligência já tornaria a lição de moral proposta menos simplista e determinista. Mas mesmo se fossem exemplos verídicos e, na verdade, eu acredito totalmente que existam tais casos, apenas mostram, já por uma obra de ficção, que os testes de QI não são perfeitos na estimativa das capacidades humanas, se existem muitos falsos positivos, de Skeeters, bons para tirar notas altas em provas da escola, no vestibular ou concurso público, mas em termos mais puramente intelectuais, são tão comuns ou pouco impressionantes como a maioria das pessoas, e de outros casos de perfil oposto, de Dougs, que mostram excelência  de desempenho em seus interesses de fixação sem terem necessariamente respaldos de testes de inteligência, de testes, se já estão demonstrando suas capacidades em práticas mais objetivas e literais do que sugestivas.

 Revisiting an old text and reaffirming what I defended in it

About 8 years ago, when I only had an obscure blog on which I wrote my texts, based on intuition, exaggerated self-confidence and stylistic mistakes, I wrote a text based on an episode of one of my favorite childhood cartoons, Doug Funny, which I saw it at that time, I think on TV Cultura and, if I had already seen it before, there wasn't even a trace of memory left or it seemed to be new to me. In this episode, the students in Doug's classroom, including himself, of course, take an IQ test and when the results of the exam are released, the protagonist of the cartoon is disappointed with his score, having scored in the average, and is impressed by his best friend, Skeeter's score, which he achieved at the gifted level. He is impressed, but more in the sense of astonishment, because he never imagined that his friendly but ''stupidly'' friend could be so much more intelligent than him, a precocious writer. Because in the "old" text, I criticized the exaggerated example of a "moral lesson" that was used in the episode that sought to teach that appearances can be deceiving. I criticized the one-sided emphasis on IQ test scores to recognize and determine human intelligence, including genius, adopted in the episode and emphasized in a moment of Doug's imagination of his friend behaving like a "mad scientist." And I concluded that the most important thing is not what intelligence tests say, but how it is expressed in the real world. So by that criteria, Doug's maturity and literary talent are more impressive than his friend's "genius level" score. However, as it is a cartoon primarily for children and pre-teens, there was no need to develop the themes covered in the episode. For example, it was not discussed or shown whether Doug scored average on all tests, but high on subtests relevant to his writing talent, such as vocabulary and word association (the most logical), and that, even using just IQ tests as a parameter of intelligence would make the proposed moral lesson less simplistic and deterministic. But even if they were true examples and, in fact, I totally believe that such cases exist, they only show, already by a work of fiction, that IQ tests are not perfect in estimating human abilities, if there are many false positives, of Skeeters, good for getting high grades in school tests, entrance exams or public exams, but in more purely intellectual terms, are as common or unimpressive as most people, and other cases with the opposite profile, from Dougs, who show performance excellence in their interests without necessarily having the support of intelligence tests, tests, if they are already demonstrating their capabilities in practices that are more objective and literal than suggestive.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Sobre o conceito mais universal de inteligência.../About the most universal concept of intelligence...

 ... compartilhado por todas as formas de vida*


Capacidade de adaptação e que, em termos mais objetivos, significa capacidade de sobrevivência, em especial pela busca por fontes de energia/alimento e pela detecção de riscos e perigos, sendo que, a segunda capacidade seria ainda mais universal, por se manifestar de maneira mais conceitualmente homogênea (meios e objetivo) entre as espécies, porque a primeira capacidade, ainda que igualmente fundamental, pode se manifestar de maneira diversa, inclusive com o mínimo de esforço cognitivo ou perceptivo, tal como no caso das espécies autotróficas, que não encontram sua fonte de energia pela predação (estratégica) de outras formas de vida.

* E que eu já comentei nesse outro texto: "Evolução, inteligência e justiça social"


Então, e sobre QI??

São as pessoas que pontuam mais alto nos testes cognitivos, em média, mais inteligentes para encontrar fontes de energia/alimento e na detecção de riscos, perigos...?? 

Em relação à primeira capacidade, sim, por haver uma correlação positiva entre alto QI e maior renda, mas, com um grande porém, se as sociedades modernas têm sido, em partes, desenhadas para acomodar essa parcela da população, facilitando sua adaptação, aliás, uma invenção justamente dos mais inteligentes... Já em relação à segunda capacidade, de detecção de riscos, essa relação se torna mais complexa e até surpreendentemente destoante da dedução mais lógica, pois se usarmos pontuações em testes cognitivos como parâmetro comparativo e as confrontarmos com comportamentos e crenças de pessoas de diferentes faixas de inteligência, ainda mais nessa primeira metade da terceira década de século XXI, chegaremos ao resultado de que, pontuar alto se correlaciona positivamente com ideias e pensamentos que refletem mais sobre ingenuidade e fidelidade ideológica do que sobre uma real compreensão específica aos tópicos relacionados, que pode contribuir para uma tomada de julgamento mais adequado, no sentido de mais racional ou alinhado aos fatos. Por exemplo, se pegarmos discussões sobre políticas de imigração e multiculturalismo, particularmente indivíduos de raça branca e ideologia à esquerda, abundantes entre aqueles que pontuam alto em testes de QI, estarão mais propensos a ter opiniões excessivamente positivas sobre os mesmos, de que, portanto, os países onde vivem, mas também outros países, especialmente se forem similares, devem ser mais receptivos a imigrantes e refugiados do que cautelosos ou céticos, enquanto que, é justamente uma opinião contrária a essa maior receptividade (discursiva) que é a mais ponderada, se se baseia nos prós e contra que têm acumulado sobre tais políticas e desequilibrando para os contra, como o aumento da criminalidade e de conflitos culturais, além do predomínio de argumentos fracos usados para apoiá-las, tal como de que os imigrantes são importantes para combater o envelhecimento demográfico e seus efeitos na economia ou que países com histórico de colonialismo devem ser generosos na recepção de imigrantes como maneira de compensar suas atitudes do passado, como se fossem medidas plenamente sensatas e certas que resolverão seus respectivos problemas, se quanto à primeira, o mais adequado seria de, primeiro, incentivar a natalidade da população nativa, com políticas social e economicamente pró-natalistas (mas também preferencialmente pró- ambientalistas, que busquem por um equilíbrio e não uma nova explosão demográfica) e, quanto à segunda, a melhor maneira de compensar seria ajudando os países outrora colônias a se desenvolverem, se não adianta receber os seus efetivos em grande número, já que isso não irá acabar com as mazelas dos seus países, além do potencial (que tem sido comprovado) de causar mais problemas nos países que os recebem. Um outro exemplo em que o básico bom senso traduzido a um contexto de segurança pública e pessoal e que uma parte nada modesta da população de maior QI, guiada por doutrinação e conformidade ideológica, tem se posicionado contrariamente é sobre a lógica da aplicação de políticas mais severas no combate à criminalidade, preferindo por políticas mais brandas que são comprovadamente menos efetivas, até por contribuírem para aumentar a insegurança e o crime ao invés de combatê-los. Pois pode até ser o caso de que muitas dessas pessoas, por não conviverem diariamente com o grosso da "bandidagem", confortáveis em seus bairros de classe média e alta, tenham opiniões, diga-se, ignorantes sobre isso, porém adaptativo aos seus ciclos sociais, tal como nos da educação superior, saturados de conformismo ao politicamente correto vigente, dito "de esquerda"; o que não as redime totalmente, se continua a se tratar de uma grande falha na detecção de perigos, riscos, problemas, de curto, médio a longo prazo... mesmo se não as atingem diretamente, ainda que praticamente todo aquele que vive em uma cidade de porte médio ou grande em boa parte do mundo ocidental, pelo menos, se sente inseguro em alguns ou muitos contextos em seu cotidiano, demonstrando que, mesmo vivendo em bairros distantes dos periféricos ou mais pobres não os torna completamente imunes à insegurança pública.

Seria esse o maior teste dos testes de QI??


..shared by all life forms*

Capacity to adapt and which, in more objective terms, means survival capacity, especially through the search for energy/food sources and the detection of risks and dangers, and the second capacity would be even more universal, as it manifests itself in a more conceptually homogeneous (means and objective) between species, because the first capacity, although equally fundamental, can manifest itself in different ways, even with minimal cognitive or perceptual effort, such as in the case of autotrophic species, which do not find its source of energy through (strategic) predation of other life forms.

* And which I have already commented on in this other text: "Evolution, intelligence and social justice"


So, what about IQ??

Are people who score higher on cognitive tests, on average, more intelligent in finding energy/food sources and in detecting risks, dangers...??

In relation to the first capacity, yes, because there is a positive correlation between high IQ and higher income, but, with a big caveat, if modern societies have been, in part, designed to accommodate this portion of the population, facilitating their adaptation, in fact , an invention of precisely the most intelligent... In relation to the second capacity, risk detection, this relation becomes more complex and even surprisingly different from the more logical deduction, because if we use scores in cognitive tests as a comparative parameter and confront them with behaviors and beliefs of people of different intelligence ranges, even more so in this first half of the third decade of the 21st century, we will arrive at the result that scoring high correlates positively with ideas and thoughts that reflect more on naivety and ideological loyalty than on a real specific understanding of related topics, which can contribute to making a more appropriate judgment, in the sense of being more rational or aligned with the facts. For example, if we take discussions about immigration policies and multiculturalism, particularly individuals of white race and leftist ideology, abundant among those who score high on IQ tests, will be more likely to have overly positive opinions about them, which therefore , the countries where they live, but also other countries, especially if they are similar, should be more receptive to immigrants and refugees than cautious or skeptical, while it is precisely an opinion contrary to this greater (discursive) receptivity that is the most considered , if it is based on the pros and cons that have accumulated about such policies and imbalanced towards the cons, such as the increase in crime and cultural conflicts, in addition to the predominance of weak arguments used to support them, such as that immigrants are important to combat demographic aging and its effects on the economy or that countries with a history of colonialism should be generous in welcoming immigrants as a way of compensating for their past attitudes, as if they were completely sensible and certain measures that will solve their respective problems, if in terms of first, the most appropriate would be to, first, encourage the birth rate of the native population, with socially and economically pro-natalist policies (but also preferably pro-environmentalist, which seek a balance and not a new demographic explosion) and, as for the second , the best way to compensate would be to help the countries that were formerly colonies to develop, otherwise there is no point in receiving their troops in large numbers, as this will not end the problems of their countries, in addition to the potential (which has been proven) to cause more problems in the countries that receive them. Another example in which basic common sense translated into a context of public and personal security and in which a far from modest part of the population with higher IQ, guided by indoctrination and ideological conformity, has taken a contrary position is regarding the logic of applying more stringent policies. severe measures to combat crime, preferring softer policies that are proven to be less effective, even as they contribute to increasing insecurity and crime instead of combating them. Because it may even be the case that many of these people, because they do not live daily with the bulk of the "banditry", comfortable in their middle and upper class neighborhoods, have opinions that are, let's say, ignorant about this, but adaptable to their social cycles, such as higher education, saturated with conformity to the current political correctness, so-called "left-wing"; which does not completely redeem them, if it continues to be a major failure in detecting dangers, risks, problems, in the short, medium to long term... even if they do not affect them directly, even though practically everyone who lives in a medium or large city in much of the Western world,at least, feel insecure in some or many contexts in their daily lives, demonstrating that even living in neighborhoods far from peripheral or poorer neighborhoods does not make them completely immune to public insecurity.

Could this be the biggest test of IQ tests?