A diferença entre o sábio e o genericamente "mais inteligente" está na capacidade de julgar, não necessariamente de aprender, mesmo que um esteja relacionado ao outro, porque é possível julgar bem com pouco conhecimento e julgar mal com muito.
O sábio, na minha opinião, é basicamente o mesmo que o mais racional, pois ''ambos'' buscam o conhecimento e, mais essencialmente, a verdade. Ele sempre aprende a pensar e julgar com base na verdade, ou pelo pensamento lógico-racional, para ser mais justo.
Para o mais inteligente, esse compromisso é opcional, pois ele pode usar sua inteligência para favorecer a si mesmo em detrimento dos outros. Ele também pode usar sua inteligência de maneira errada, por exemplo, dedicando-a à pseudociência.
Talvez a maior diferença entre o mais sábio e o mais inteligente seja que o primeiro desenvolve uma capacidade de detectar o que é mentira e, portanto, potencialmente injusto, enquanto o mais inteligente, a priori, pode ter dificuldade nisso.
Isso também está relacionado ao autoconhecimento, que é caracteristicamente mais desenvolvido nos mais sábios e não necessariamente nos mais inteligentes.
A diferença entre eles é a mesma entre um termo mais restrito e, portanto, definido, e um mais genérico, em que pode conter mais fraquezas ou deficiências, ainda mais quando comparados.
Em um sentido muito básico, a inteligência é a capacidade de estabelecer objetivos e de alcançá-los. A sabedoria é a capacidade de analisar/julgar esses objetivos, até para ver se vale a pena persegui-los.
O melhor julgamento é muitas vezes maneiras de não desperdiçar ''energia'' em algo que pode ser evitado, uma guerra, por exemplo.
O julgamento não é apenas uma ação conclusiva, mas um processo analítico-crítico que pode ser holístico, mais ideal, e se iniciar antes de um evento, mesmo com potencial preventivo.
O julgamento não está circunscrito ao final de uma análise, ele é a análise inteira.
Em relação ao autoconhecimento, é por meio dele que o sábio maximiza o uso de sua inteligência.
O mais inteligente pode ser mais provável de ser impreciso em sua autoavaliação e, consequentemente, em sua capacidade de usar sua inteligência com o máximo de aproveitamento.
Aqui, novamente, nos deparamos com o problema relativo de comparar termos mais restritos com termos mais gerais.
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