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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

''Como as pessoas podem se educar e se engajar para combater o racismo?''

 Se o conceito de racismo fosse aplicado de maneira correta, a grande maioria o combateria. Mas se tratando dessa "esquerda" que adora Paris…

Disse bem, as pessoas precisariam se EDUCAR, que não é o mesmo que se DOUTRINAR, sobre racismo. Primeiramente, se educariam sobre o conceito de racismo: qualquer generalização de causalidade que é determinada para um grupo racial ou étnico. Por exemplo, de afirmar que "todo italiano é mafioso" ou uma variação mais implícita "O povo italiano é mafioso" (todo italiano está subentendido).

Eu até poderia mostrar que também existe o "racismo positivo", que pode não ser tão problemático quanto o "negativo", mas ainda se expressa como tal, por exemplo, de afirmar que "todo italiano é simpático".

Segundo, entenderiam que, observar ou perceber relações correlativas, geralmente um tipo de correlação mais interseccional do que apenas paralela, entre raça ou etnia e comportamentos, e que ainda pode ter uma causa mais intrínseca ou evolutiva do que apenas ser um produto do meio, não é racismo e, independente se isso ferir o politicamente correto vigente, de esquerda, isto é, de ser considerado uma "verdade inconveniente", tal como por exemplo, de se perceber que " existe uma desproporção de homens negros e pardos em penitenciárias em relação à sua população total" ou também de que "há uma desproporção de descendentes de orientais nas universidades públicas em relação à sua população total". Em ambos, não há qualquer afirmação de causalidade entre fenótipo racial e tendências comportamentais "pele escura causa comportamento violento", que se configuraria de maneira legítima como racismo.

Terceiro, se as pessoas se educarem que qualquer grupo racial pode sofrer ou praticar racismo se se consiste em um comportamento universal, um tipo de tribalismo. Isso significa que, brancos podem sofrer racismo e negros podem praticá-lo, por exemplo e, ao contrário do que prega a doutrinação de esquerda sobre racismo.

Quarto, deveriam aprender a diferenciar gosto ou preferência pessoal de racismo, porque definitivamente não é todo mundo que não tem preferência racial, por exemplo, para a "escolha' de parceiro ou parceira.

Quinto, aceitar que, por mais horrendas as ofensas racistas possam ser ou parecer , ainda é preciso que os contextos específicos em que acontecem sejam analisados antes de se fazer julgamentos, porque não é sempre que o ofendido tem razão.

Sexto, que muito dos conflitos raciais ou étnicos acontecem mais por razões culturais ou comportamentais: diferenças médias de personalidade ou crenças, e de gênero, se a maioria desses conflitos bem como de qualquer outro tem uma desproporção de homens heterossexuais como protagonistas.

Acho até que, além daqueles indivíduos que estão mais propensos a cultivar crenças classicamente racistas em que há um evidente estabelecimento de uma generalização de causalidade entre fenótipo étnico-racial e tendências comportamentais, muitos dos que se declaram como "'anti-racistas" também deveriam se educar ou melhor, se desdoutrinar primeiro para então aprender sobre esse tema, já que graças à doutrinação que adotaram, tendem a distorcer seu reconhecimento e aplicação mais justos, por exemplo, de considerarem o racismo contra brancos impossível e que negros só podem ser racistas se forem consigo mesmos, porque enquadram todo branco como membro de um grupo historicamente opressor e todo negro como membro de um grupo historicamente oprimido… uma espécie de falácia em que a baixa incidência de um em relação ao outro é imediatamente considerado como inexistente, e também pelo equívoco de determinar categorias fixas e mono-identitárias dentro da dinâmica das relações humanas ao invés de apenas perceberem a sua realidade, em que um indivíduo humano não é apenas a sua raça e que, a priori, ele não pode ser culpado por crimes cometidos por outros, no tempo presente ou em outras épocas, apenas porque compartilham uma mesma identidade ou alguma vaga macro ancestralidade, tal como o filho de um criminoso não pode ser culpado pelos crimes do seu pai, apenas se ele mesmo cometer crimes objetivamente definidos.

Minha terapia é o Super Mario Kart

 Minha terapia é jogar Super Mario Kart do Super Nintendo e o do Nintendo 64, e me perder por alguns minutos em suas pistas, nos nossos combates, nas nossas disputas, nos seus cenários, nas nossas músicas e nas minhas memórias. 


Aplacar a percepção do tempo implacável com o passado que, graças ao "milagre" da tecnologia, pode ser revisitado sempre que quiser. Bem, desde que o meu pai tenha pago a internet e o meu celular continue vivo.

O passado somos nós

 O passado sou eu

Se não há mais o que já foi
Se a folha do calendário virou lixo reciclável
Se aqueles dias já passaram e para nunca mais voltar
Se o planeta já deu muitas outras voltas
Se foi antes da última grande extinção
Ou depois da última glaciação
Se foi ontem
Ou no meu aniversário de 8 anos
Se são fragmentos gravados na rocha
Ou se são aqueles que tentamos guardar dentro da mente
Se são fotos antigas e borradas
Se é o tapete bordado há muitos anos atrás
Ou se são as inúmeras lembranças perdidas
E as inúmeras pistas apagadas
O passado é resistência
É insistência
Se são os velhos preconceitos que se renovam em cantorias hipócritas
É o passado, que só existe como reconstrução de memórias
O passado que escutamos e vemos, graças ao milagre da tecnologia
O passado, que é um hino à nossa tão profunda e inescapável melancolia
O passado nostálgico, que nos faz lembrar do quão rápido é o tempo e o quão frágil é a vida
Não há passado tal como não há futuro
São as expectativas do que virá
São ambos conceitos do que somos no presente
Prisioneiros dos momentos únicos, que sempre tentamos ressignificar,
Tentamos preencher a aridez da existência
Com insumos de sentimentos: com abraços, risos, sorrisos e lamentos

domingo, 29 de janeiro de 2023

A verdade suprema é a igualdade da essência primordial

 Antes da existência, tudo era igual porque tudo era nada. E sua essência continua a existir em tudo o que existe.


A verdade suprema é a igualdade de tudo que existe e deixará de existir, é a verdade da essência primordial.

É a igualdade da origem e da relação de tudo com tudo. 

Não importam os valores mais astronômicos do tempo e do espaço, a igualdade da essência primordial está em tudo. 

Poderia ser pior

 A situação não está fácil em casa

Mas poderia ser pior 
Poderia ser pior que as feições preocupadas 
Que as contas que não batem 
Que as rezas não-atendidas
Que as decepções de brasileiro honesto 
Que a percepção de injustiça 
Que a sensação de que nada dá certo 
Que o desânimo de tentar e não conseguir 
Poderia não ter mais nada
Nem um único problema para reclamar
Poderíamos estar todos mortos e enterrados 
E esquecidos e mal falados
E calados 
Poderia não ter mais comida para comer e bebida para beber
Poderia ter sido você e não o meu tio 
Que no ano passado não aguentou a vida 
Poderia não termos mais que aguentar a vida
Mas é a única garantia que temos
É a única realidade que sabemos 
E vivemos 
A guerra poderia ser mundial 
O monstro poderia ter ganhado outra vez
E não o menos pior
Poderia ser muito pior
Será muito pior um dia
A agonia, a dor e a tristeza de se despedir pra sempre
Mas não será hoje e nem amanhã
[Eu espero]
E talvez não seja no sábado que vem 
Nem no meio do ano 
Talvez ainda exista uma esperança para os pequenos grandes problemas 
Que os capitalistas nos causam
Mas um dia eu sei que alguns de vocês irão ler essa poesia
e ver quem eu fui e imaginar o que estava acontecendo 
E notarão que tudo passou 
Porque não mais estarei aqui e nem para ninguém 
Porque enquanto estivermos, seremos um alguém para viver
e dizer quem somos e o que estamos vivendo 
Então, nada mais será tão pior 
Nem mesmo se o Sol destruir a Terra
Ou se a Lua desaparecer da noite 
Ou se não existir mais nada, nem um pingo de universo 
Os nossos pequenos grandes problemas não serão mais nada
Nem os pequenos grandes problemas das estrelas mais imensas

Novamente, por que o livre arbítrio não existe?

 Porque todo pensamento ou julgamento está  previamente condicionado ou direcionado por um viés, uma tendência ou perspectiva. Se não é possível pensar ou julgar sem ter nada como base e que inevitavelmente  condicione ou direcione a ação. Por isso que todo pensamento ou julgamento é tendencioso. Isso inclui a própria racionalidade, por ser uma espécie de viés do anti-viés. Portanto, o livre arbítrio, tal como está conceituado, não existe ou não é possível de existir. Porém, as capacidades humanas de ponderação, de pensamento lógico-racional, de auto avaliação e de mudança consciente de comportamento, mesmo se individualmente variáveis e limitadas, existem. Eu até propus pela substituição do termo "livre arbítrio" para "potencial de julgamento (complexo) reflexivo", por achá-lo mais condizente com o que realmente está ao nosso alcance em termos de comportamento racional. 

Apresento-lhes o essencialismo

 É a "minha ideologia pessoal", de ênfase ao que é mais importante ou essencial para a vida: a verdade, por estar presente há todo momento em que existimos, por ser nossa única maneira de sentirmos e compreendermos a realidade; de torná-la prioridade absoluta, começando com as verdades mais importantes, as existenciais, de igualdade, por essência, e muito provável finitude da vida; de aprender a sempre buscar pela verdade objetiva e imparcial, pois apenas assim para, de fato, pensar e julgar com justiça... 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O último refúgio é o coração

 Não existe céu depois da terra

Não existe um caldeirão depois do sopro frio da morte

Não existem asas depois do lamento

Não existe eternidade depois do fim

Apenas o coração que ainda bate

E carrega as memórias de quem se foi

E chora em silêncio, depois de sorrir para si mesmo

E vem o sentimento de perda constante, de ausência absoluta, 
de quem preencheu dias e lacunas

Apenas o coração que ainda bate

E guarda com amor quem já se foi

E que tenta se lembrar de momentos e carinhos

Do cheiro da pele no quarto vazio

Apenas o coração, último refúgio

Até que ele pare para sempre

E o espírito quente se una à escuridão eterna

Duas frases muito populares em que ...

 ...  seria melhor o silêncio


''Mas quem é você na fila do pão??''

Quer dizer então que eu tenho que ser "importante" para ter o direito de expressar o que penso?? Isso não seria arrogante, excludente ou intolerante?? 

''Os professores fazem 'todas' as profissões, o advogado, o médico, o cientista ...''

Mas nunca falam do gari, da prostituta e do apresentador de televisão, né?? 

Ressaltando que, os professores, literalmente, não "fazem" as outras profissões...

Sobre o ateu-lacração

 Ele pensa que se tornou um ateu mais maduro porque deixou de ser combativo ou por ter adotado uma postura mais diplomática; 


Ele prefere distorcer verdades ou fatos "politicamente incorretos" atrelados à religião e ao ateísmo para se passar como "simpático" perante os outros do que de buscar ser o mais honesto possível, inclusive sobre essas tais verdades que precisam ser ditas. Ele também tende a ser crítico apenas ou especialmente com o cristianismo, porque está na moda "descer a mão" apenas no culto de Jesus...  São exemplos mais específicos desse tipo de postura: dizer que o ateísmo não tem nada a ver com inteligência ou racionalidade, porque o ateísmo seria apenas uma crença ou que os ateus não são, em média, mais racionais e/ou inteligentes que os mais religiosos (ainda que essas diferenças não sejam tão grandes)

Mas...

... segundo vários estudos, fundamentalistas religiosos, os mais crentes dos crentes, são, em média, menos inteligentes, enquanto que também têm sido encontrado uma correlação positiva entre ateísmo e maior capacidade cognitiva. 

Bem, estamos falando de MÉDIAS.

O ateísmo, mais do que uma crença, também é uma conclusão racional, a única que se pode chegar quando se analisa imparcialmente questões existenciais, historicamente atribuídas à religião. Pode ser verdade que, não basta apenas se definir como ateu para ser mais racional, porque pode-se ter outras crenças similares à religião em ausência de lógica e/ou veracidade. Mas o ateísmo ainda é uma demonstração muito específica de racionalidade que não pode ser simplesmente desconsiderada.

O ateísmo-lacração seria um excesso de diplomacia que acaba resultando no endosso e/ou pregação de mentiras ou distorções "politicamente corretas" sobre religião. Já o mais famoso, o "ateísmo-toddyinho", seria uma espécie de identitarismo de supremacia à descrença religiosa, associado a um excesso de combatividade à religião e que pode acabar excedendo em arrogância e ignorância.

Portanto, indivíduos autodeclarados ateus ou agnósticos que apaziguam demais suas críticas à religião parece que estão mais preocupados com a reputação pública ou popularidade do que aceitarem o desafio de defender o ceticismo ateu, incluindo de terem que dizer verdades muito prováveis e não muito agradáveis sobre esse tema em um mundo ou contextos ainda muito influenciados pela crença religiosa. 

Sobre a correlação entre ateísmo e autismo

 Autistas são mais propensos a serem ateus que não-autistas por terem, em média, uma menor capacidade de "teoria da mente" (detecção da intencionalidade alheia)??



Ateísmo e autismo compartilham algumas semelhanças de maneira que os autistas são mais propensos a serem ateus e os ateus não-autistas, neurotípicos ou neuroatípicos, tendem a ter mais traços autistas. MAS é uma correlação interseccional (diferente de uma correlação paralela), não uma causalidade. Uma teoria da mente mais deficiente não necessariamente torna você ateu, mas mais propenso a interpretar mal a intencionalidade das outras pessoas. A característica fundamental que ajuda alguém a se tornar ateu e que também é comum entre os autistas é uma dificuldade de entender o pensamento metafórico (fundamental para qualquer narrativa religiosa) e/ou preferência pela literalidade na comunicação ( pensamento literal também é fundamental para a ciência).

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Cada dia, um dia

 Um domingo ensolarado e quente 

Uma quinta nublada e chuvosa

Dias de Janeiro e Junho 
Dias longos e ausentes
De lágrimas e memórias

De alegrias e púlpitos
De ansiedade e prazer
De brigas e noites folgosas

Um sábado que eu nem sei dizer 
Se foi ontem ou há 20 anos atrás 
Se são os dias que virão 
Assim como as horas

Se ainda estarei vivo ou tanto faz
Novos dias escondidos do agora
Enquanto existe sorte e paz

Cada dia é um dia
Um momento se devora
Para, então, nunca mais

Sobre a correlação entre ateísmo e autismo

 Autistas são mais propensos a serem ateus que não-autistas por terem, em média, uma menor capacidade de "teoria da mente" (detecção da intencionalidade alheia)??



Ateísmo e autismo compartilham algumas semelhanças de maneira que, os autistas são mais propensos a serem ateus e os ateus não-autistas, neurotípicos ou neuroatípicos, tendem a ter mais traços autistas. MAS é uma correlação interseccional (diferente de uma correlação paralela), não uma causalidade. Uma teoria da mente mais deficiente não necessariamente torna você ateu, mas mais propenso a interpretar mal a intencionalidade das outras pessoas. A característica fundamental que ajuda alguém a se tornar ateu e que também é comum entre os autistas é uma dificuldade de entender o pensamento metafórico (fundamental para qualquer narrativa religiosa) e/ou preferência pela literalidade na comunicação (pensamento literal também é fundamental para a ciência).

domingo, 22 de janeiro de 2023

Sobre a minha proposta: marxismo ecológico-evolutivo

 O marxismo, como qualquer análise que parta do princípio ou realidade da luta de classes e seu papel de destaque nas transformações sociais e históricas, tradicionalmente se concentra e se limita a uma perspectiva sociológica, por também se basear no princípio e, que neste caso, consiste numa crença irrealista (tábula rasa), de que o ser humano é influenciado exclusivamente pelo seu meio cultural, em flagrante desprezo à influência genética ou biológica no seu comportamento.  No entanto, se está claro que também somos governados por nossas naturezas, aliás, até mais do que em relação ao meio, então, não faz sentido que pensadores marxistas continuem a perder de vista essa parte tão importante que contribui para explicar a trajetória humana até à atualidade. 


Pois partindo desse fato, também podemos perceber que a luta de classes, enquanto exploração econômica da classe trabalhadora por uma "elite" detentora dos meios de produção, expressa uma relação ecológica de parasitismo, comumente percebida no meio natural, em que um ou mais indivíduos exploram outros para o próprio benefício. A única diferença é que não é uma relação de parasitismo entre duas espécies diferentes ainda que seja entre tipos diferentes dentro de uma mesma espécie. Portanto, com o potencial avanço de pesquisas e descobertas sobre a influência genética e a importância evolutiva de traços e comportamentos humanos, é necessário demonstrar que o contexto da evolução social e ecológica da espécie humana tem se desviado de uma relação predominantemente cooperativa, percebida em comunidades tradicionais remanescentes, para uma relação predominantemente parasitária, especialmente a partir da sedentarização e consequente emergência de sociedades complexas ou civilizações, com implicações críticas por se tratar de um cenário disfuncional e aquém do que a espécie mais inteligente deste planeta poderia produzir, limitando-se a reproduzir as mesmas relações de parasitismo que existem no meio natural.

Como conclusão, em termos de interdisciplinaridade entre marxismo, filosofia, história, geografia, psicologia evolutiva, ecologia e biologia comportamental, existe um grande potencial praticamente inexplorado e necessário não apenas para um melhor entendimento da humanidade quanto à sua evolução histórica e atual, mas também para, de fato, propor soluções aos seus dilemas com base nessa união de conhecimentos e perspectivas, já que, a meu ver, nossa trajetória não é possível de ser plenamente compreendida, inclusive a partir de uma perspectiva racional ou mais sensata, sem a percepção dessas profundas mudanças da dinâmica social e evolutiva de indivíduos e grupos humanos, desde a emergência de uma autoconsciência complexa e da cultura, da civilização, até aos dias atuais.

Uma foto é uma esperança

 De que não será esquecido 

De que será guardado 

De que será um presente e não um passado

De que será transmitido

Respeitado, amado 

Até a foto voltar a ser foto 

E voltar a ser um depósito de ilusão 

sábado, 21 de janeiro de 2023

O "neolamarckismo" é uma falácia da inversão de fatores

 (Neolamarckismo: crença pseudocientífica no determinismo absoluto do meio sobre o desenvolvimento ou evolução e o comportamento de seres humanos e estendível às outras espécies)


É a falácia de "colocar a carroça na frente dos bois". 
 
Por exemplo, o caso de uma hipótese, desenvolvida pela neurocientista brasileira, Suzana Herculano-Houzel, para explicar o aumento extraordinário do tamanho do cérebro humano e particularmente do número de neurônios no nosso córtex cerebral. Pois essa hipótese se sustenta na ideia de que foi graças ao cozimento de alimentos, especialmente da carne animal, principal fonte de proteína, que os cérebros dos nossos ancestrais teriam se tornado maiores e complexos. 

Como se tivessem aprendido a dominar o fogo e a cozinhar alimentos antes de terem se tornado inteligentes o suficiente para desenvolver essas inovações.

Já a minha hipótese é justamente o oposto desta ordem, em que o aumento da inteligência humana, por causa de uma forte pressão seletiva, possibilitou aos nossos ancestrais o domínio do fogo, a invenção de estratégias de caça e de armas que auxiliam nessa atividade, a percepção de que comer carne crua pode ser um risco à saúde além da digestão lenta e, por fim, a descoberta de uma solução para o problema percebido, cozinhar alimentos, em especial a carne. 

O aumento do cérebro está geograficamente associado ao cozimento de alimentos, mas não significa que o consumo de carne em si teve ou tenha um efeito causal direto. Claro que, mediante o grande consumo calórico do cérebro humano, estamos mais dependentes da carne cozida, por ser uma fonte abundante de proteína, mas ainda não significa que, se pararmos de consumi-la, nossos cérebros diminuirão dramaticamente, vide veganos e vegetarianos, atualmente, que estão há um bom tempo sem consumir carne, que buscam compensar a carência proteica resultante e não perceberam qualquer declínio significativo em suas capacidades cognitivas, além da existência de dietas tradicionais que não são baseadas em um grande consumo de proteína animal, como a do mediterrâneo.

A necessidade é a mãe da invenção

Pode ser então que, o aumento do cérebro humano, mas especialmente do número de neurônios no córtex cerebral, de acordo com a hipótese de Suzana Herculano-Houzel, ao ter um efeito causal no aumento da capacidade cognitiva, possibilitou à inovações cruciais à sobrevivência dos nossos ancestrais, mas também os pressionou a encontrar fontes ou meios para alimentar seus cérebros desproporcionalmente grandes e complexos, tal como o cozimento de alimentos (uma dessas inovações).  

A "rede grobo" é a cara do neoliberalismo/capitalismo idiocrático

 Programas educativos?? Documentários de ciência ou história, passando durante o dia ou em horário nobre?? 


NÃO!!

Porque não dão audiência, supostamente.

(Lembrando que, mesmo se essa empresa privada maldita tivesse o mínimo de preocupação com a qualidade do seu conteúdo, ainda passaria um monte de documentários de lacração ou de propaganda ideológica esquerdo-burguesa). 

Mais um bbb?? Programas de auditório cretinos?? 

COM CERTEZA!!

Promoção de funk carioca e sertanejo ao invés de gêneros musicais de melhor qualidade?? 

AH SIM, COM CERTEZA!!

A rede polvo é a cara da idiocracia capitalista em que as "elites" são compostas por uma maioria de idiotas morais que só pensam em lucrar ou, parasitar em cima dos outros, e não há nada melhor para fortalecer essa rede de parasitismo do que pela alienação ou degradação moral e intelectual...

Parabéns, grobo!! 

Qual é uma das falácias mais praticadas por grupos político-ideológicos??

 É a falácia da evidência suprimida ou incompleta (cherry picking).


Um exemplo polemizado de ambos os lados: 

Esquerda

"Negros e pardos são, desproporcionalmente, as principais vítimas de violência no Brasil"

(Falta dizer que eles também são, de maneira desproporcional, os que mais a praticam e também entre eles mesmos)

(Extrema) Direita 

"Negros e pardos são, desproporcionalmente, os que mais praticam atos de violência (e entre eles mesmos) no Brasil" 

(Falta dizer que eles também são, de maneira desproporcional, os que mais sofrem violência)

De novo, sobre perspectivas adaptativa, existencialista e evolutiva

 Adaptativa: o ser vivo percebe-se aparentemente no centro de sua realidade de sobrevivência e adaptação, . Na verdade, ele é um meio para um fim, a adaptação coletiva. 


Existencialista: o ser vivo, particularmente o ser humano, observa o que está além de sua realidade de sobrevivência e adaptação, se voltando também para a sua própria existência. Ele se percebe como um fim em si mesmo, assim com os outros. 

Evolutiva: o ser vivo, particularmente o ser humano, observa a evolução de sua espécie e de outras, ou além de suas necessidades adaptativas. Ele também pode ser relativamente capaz de alterar sua evolução individual. É uma perspectiva que deriva da existencialista por também estar além da percepção adaptativa. Mas, então, ele pode voltar a se perceber como um meio individual ou adaptativo para um fim coletivo ou evolutivo.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Uma possível evidência para a minha hipótese: esquerda/ síndrome do impostor e direita/síndrome de Dunning-Krueger

 A obsessão (ou não) por livros 


Uma maneira simples e relativamente eficiente de identificar a orientação ideológica de um indivíduo é pela quantidade de livros que lê por mês, quantos livros tem acumulado e/ou também o valor que ele dá à leitura de livros. 

Pois se ele for um leitor assíduo e, eu diria também, obcecado, eu aposto que é mais provável de estar voltado para a esquerda no espectro político-ideológico. 

Já se for o padrão oposto, eu aposto que é mais provável de estar mais voltado para a direita. 

Mas não tire conclusões precipitadas porque o fato de alguém ler mais livros não significa que esteja acumulando mais conhecimentos ou sabedoria, até porque muitos autodeclarados esquerdistas, que são do tipo que tende a ler mais e/ou a dar maior importância à leitura, não parecem ter se tornado realmente mais cultos por isso, justamente por estarem tão enviesados nas narrativas de suas ideologias de estimação. Também não significa que todo aquele que não tem um grande apreço aos livros é sempre um ignorante. Na verdade, na maioria das vezes, a leitura de livros é mais para entretenimento pessoal do que para a aquisição de conhecimentos legítimos. Por isso que, não adianta ler muito se não compreender ou aprender sobre o que está lendo. E, para isso, é importante que se desenvolva as capacidades racionais, de raciocínio, até para aprender a discernir conhecimentos ou aprendizados legítimos dos que se passam como legítimos mas não são.

Mas o que isso tem a ver com a minha hipótese, de que pessoas autodeclaradas de esquerda estariam mais propensas a sofrerem de síndrome do impostor e as de direita de síndrome de Dunning-Krueger??

Tem a ver que, aqueles que têm uma obsessão por livros, que tendem a ser de esquerda, também tendem a criticar de maneira excessiva o uso das próprias capacidades racionais ou de raciocínio visando um aprendizado ou a uma melhor compreensão. Porque parecem ter uma dependência crônica por opiniões, ideias e posicionamentos dos outros, especialmente de suas autoridades ideológico-intelectuais, para se orientarem intelectualmente, porque não se sentem confiantes para pensar por si próprios. 

Já aqueles que tendem a se identificar com a direita no espectro político-ideológico e que também tendem a desprezar o hábito da leitura, como necessário para a aquisição de conhecimentos, e/ou "autoridades intelectuais', especialmente as que não estão ideologicamente alinhadas, estão mais propensos a terem uma confiança exagerada em suas próprias capacidades de raciocínio.

Interessante pensar, que apesar de provavelmente começarem por caminhos distintos: uma falta de confiança que leva à dependência por autoridades intelectuais ou ideológicas (que também pode se manifestar pela obsessão pela leitura de livros), e um excesso de confiança que leva à anarquia em relação às mesmas, acabam concluindo de maneiras bem parecidas: com fanatismo ou dogmatismo extremo e conformidade aos consensos determinados em seus grupos (provavelmente porque também tendem a apresentar similaridades psico-cognitivas entre os seus pares ideológicos). Novamente, as maiores diferenças entre eles é o nível de autoconfiança em suas capacidades racionais ou de raciocínio (excessivamente alta para os de direita e excessivamente baixa para os de esquerda) e o nível de complexidade aparente, via proporção de pensamento abstrato embutido em narrativas, ideias ou opiniões dos seus respectivos grupos ideológicos de aderência (baixa para as de direita e alta para as de esquerda, o que explicaria parcialmente a autoconfiança exagerada de, talvez, muitos direitistas em relação às suas opiniões e o oposto para muitos esquerdistas, se é mais fácil ter confiança em pensamentos mais simples ou concretos do que em pensamentos aparentemente complexos ou abstratos).

Narrativa típica da "esquerda woke" e sua interpretação factual ou filosoficamente correta

 Caricatura proposital para enfatizar os níveis de simplismo, ignorância ou parcialidade e incoerência desse tipo de narrativa: 


"Brancos europeus escravizaram negros africanos e essa prática é moralmente errada por ser racismo...

Já a escravidão praticada entre povos das civilizações pré-colombianas, incluindo a prática de sacrifícios humanos, não era moralmente errada porque era considerado normal pra eles... mas também porque não era praticada por brancos racistas" 

Basicamente: 

" 'Homem branco' mau;

'Homem não-branco' bom "

Interpretação filosoficamente correta ou mais racional (justa aos fatos):

Uma relativa minoria de brancos, indiferentes e obedientes ou a mando de suas 'elites' monárquico-burguesas, traficou milhões de negros da África para as Américas, por quatro séculos, também se aproveitando da escravidão que já era praticada entre tribos africanas. 

Essa prática está moralmente errada por ser irracional: cruel, extrema, desnecessária e sim, racista, mas não "apenas" por ter sido praticada contra negros e sim por generalizar (no sentido de totalizar) um grupo racial. 

Pois, durante essa mesma época, milhões de brancos na Europa, especialmente os mais pobres, também foram oprimidos por suas 'elites' dominantes (igreja, burguesia e nobreza), explorados economicamente e oprimidos culturalmente... 

A escravidão também era praticada entre povos pré-colombianos nas Américas, mas não deixa de ser moralmente errada porque não eram brancos europeus que escravizaram, se é uma prática objetivamente cruel, extrema e desnecessária, afinal, é possível submeter uma população à autoridade de outra população ou de um grupo sem ser inevitável o uso da violência indiscriminada e excessiva. Muito menos a prática de sacrifícios humanos... 

Povos historicamente oprimidos também oprimiam outros povos e isso não significa que, nesse caso, a opressão está moralmente correta porque era praticada pela maioria ou porque certas modalidades de crueldade sistêmica, como a escravidão, estavam normalizadas naquele período. Aliás, isso continua a acontecer (inclusive de maneiras análogas, tal como a exploração econômica por vias capitalistas) e não apenas em termos étnicos ou raciais, mas também em relação à outras identidades, como as de gênero e orientação sexual.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Agulhadas teleguiadas

O nível de imbecilidade em aplicativos de relacionamento é tamanha que ler perfis antes de entrar em contato se transformou em uma espécie de habilidade

Capitalistas pensam que são os que mais trabalham para sustentar o país em que vivem. Na verdade, a maioria deles trabalha para ganhar dinheiro para si mesmos

Um dos maiores problemas das esquerdas são os próprios esquerdistas

Muitos dos que se colocam contra as esquerdas é provável que se aliariam às mesmas se não fossem tão intolerantes com quem não segue suas cartilhas ideológicas com fidelidade "canina"

A grande maioria das pessoas autodeclaradas de esquerda que eu conheço estão profundamente enfiadas em suas bolhas ideológicas, consumindo apenas conteúdos digitais e não-digitais ideologicamente alinhados

Os indivíduos que realmente são ou se tornam mais racionais são os que aprendem a sempre reconhecer quando estão pensando ou agindo irracionalmente

A direita brasileira é tão analfabeta que está mais preocupada com o que uma minoria de pessoas faz entre quatro paredes do que com dois dos maiores problemas do Brasil a médio e longo prazo: a miscigenação racial generalizada, uma forma de disgenia indireta que está eliminando indivíduos fenotipicamente caucasianos da população brasileira, além de também diluir estatisticamente a expressão de traços psico-cognitivos considerados vitais para a manutenção de uma sociedade industrializada, e que são mais comuns entre indivíduos com ancestralidade europeia predominante, e uma bem direta que é a erosão das taxas de fecundidade dos mais intelectualmente inteligentes, em contraste às taxas continuamente acima do limite mínimo de reposição dos menos

Ma talvez a direita não se importe com a degradação intelectual e moral do país já que isso pode favorecê-la... talvez a esquerda deste país pense igual, se parece que só pensam em tomar ou se perpetuar no poder


É comum esquerdistas acusarem os outros de serem intolerantes com quem tem ideias ou opiniões diferentes. Mas eles mesmos tendem a ser extremamente intolerantes, mesmo quando são expostos à opiniões diferentes, porém ponderadas, ou que destoam das suas apenas parcialmente

Capitalistas criticam que o comunismo pressupõe um estado forte e centralizador

Mas, no capitalismo, o estado é o mercado, forte e centralizador ou dominante...

Quando um capitalista neoliberal associa o estado mínimo a uma maior liberdade individual, ele, na verdade, está omitindo que, dentro de um contexto de hegemonia capitalista, menor o estado, maior o poder do mercado sobre o indivíduo 


A obsessão da mídia, particularmente a ocidental, pela "beleza", não é apenas produto do pragmatismo capitalista que a usa como um chamariz para gerar lucros, mas também a perpetuação da mesma ideologia fascista, aplicada principalmente na Alemanha nazista, que homogeniza a variação natural de fenótipos faciais e corporais humanos

Essa mesma obsessão pela "beleza" também está presente e dominante na tal "comunidade" LGBT, em especial entre homens gays e bissexuais, e pode ser considerada uma das principais causas para a crise de saúde mental entre muitos dos mesmos

Seria interessante saber como se comportariam autodeclarados esquerdistas e direitistas se o movimento anti vacinas tivesse um viés progressista e não conservador. Será que haveria uma reversão de padrão??

Já sabemos que a maioria do povo sueco adotou acriticamente as narrativas oficiais ou do seu governo, negacionistas de fatos sobre a covid-19, especialmente no auge da pandemia do novo coronavirus, mesmo se declarando como "progressistas"

Sobre a percepção de fanatismos

O fanático da direita tende a se comportar como um fanático. O fanático da esquerda tende a se comportar como uma pessoa "normal"

Definindo lacração: mentira ideologicamente conveniente + narcisismo moral, só para aparecer

Tem muito ser humano que tem uma memória de elefante e um raciocínio de papagaio (nenhum animal foi ferido na produção desse pensamento e acho as habilidades de imitação dos papagaios sensacionais. Mas só as deles...)

E uma das maiores decepções para o mais racional é quando percebe que, muitos, se não a maioria dos que aparentam ser mais intelectualizados, tipos com os quais sente uma maior afinidade, são justamente de elefantes em memória e papagaios em raciocínio

É muito fácil se tornar "independente', cedo em vida, quando se vive em um país mais socialmente desenvolvido, como os escandinavos. É tal como sair de casa, mas continuar em "casa"

O esquerdista se doutrina pelo excesso de complexidade e o direitista pelo excesso de simplicidade

Quando a profundidade da doutrinação ideológica atinge níveis extremos, é possível dizer que o doutrinado não está mais dentro de uma bolha, porque já se encontra em uma outra dimensão

A doutrinação ideológica da direita é reativa e a da esquerda é passiva. Logo, o direitista está mais propenso que o esquerdista a se perceber doutrinado, mesmo que de maneira específica e/ou temporária

Esquerdistas juram que fazem muita autocrítica só que é provavelmente superficial

Pois não adianta fazer "muita" autocrítica se não confronta os pontos que mais enfraquecem as esquerdas e, para ser sincero, parecem ser justamente os mais importantes, que sustentam seus sistemas de crenças, tal como o negacionismo das diferenças médias e intrínsecas entre indivíduos e grupos humanos, que as impede de praticar a justiça (a busca e a prática da verdade) de maneira sistemática

A diferença entre baixa capacidade cognitiva e baixa capacidade racional é a mesma entre não saber e não insistir ou desistir porque não sabe, e de não saber, mas achar que sabe e se enveredar em uma realidade paralela à realidade. É a diferença entre fazer um cálculo errado e identificar o erro, corrigindo-o ou não, e de fazê-lo, mas acreditar que está certo e usá-lo como referência para outros cálculos

É melhor ser ponderado que moderado

A verdadeira moderação é a ponderação

A única maneira de ser realmente moderado em um mundo de falsa moderação é de também se orientar politicamente para os extremos, de direita e esquerda, porque o equilíbrio de uma balança só é alcançado com a paridade dos seus lados

Se a maioria dita normal não peca por excesso ou transtorno, peca pela falta

Tolerar uma opinião diferente é uma coisa. Mas tolerar uma opinião idiota (injusta ou falaciosa) é quase impossível

Partidos políticos que têm como principal bandeira a defesa por políticas econômicas tipicamente capitalistas, de ênfase no lucro empresarial, deveriam ao menos ter a decência de se denominarem como capitalistas, tal como fazem os socialistas (exemplo, PCaB ou partido capitalista brasileiro)

"Está proibido que um partido político defenda o nazismo, mas por que os que defendem o socialismo e o comunismo também não estão??"

Porque não é todo socialismo que é um pseudo socialismo fascista, como foi o stalinismo e o maoismo e como tem sido o fascismo coletivista norte-coreano. Na verdade, são stalinistas e maoistas que deveriam ser proibidos se se equivalem, não totalmente, ao nazismo em totalitarismo e crueldade ou opressão sistêmica.

As esquerdas são "sempre" justas??

 Sobre a urgência de uma esquerda racional ou de uma terceira via progressista 


É possível resumir todos os ideais progressistas a apenas um, a JUSTIÇA, por ser o mais importante, de onde todos os outros são derivados. A justiça, que é a busca e a prática da VERDADE, do que é factual, lógico, necessário, imparcial* e ponderado, enfim, racional. 

* Não confundir com neutro.

Pois o ideal seria de sistematizá-la na teoria e na prática, em pensamento, julgamento e ação. Mas, ao analisarmos como as esquerdas têm se comportado, é possível concluirmos que, sem sombra de dúvidas, não têm correspondido plenamente com o que mais defendem ou pregam em teoria. 

Os exemplos do quão dissonantes as esquerdas têm sido, quanto à prática da justiça, abundam. Por exemplo, o apoio velado ou declarado de uma provável maioria de esquerdistas radicais a determinados países apenas por serem antagonistas aos EUA, não importando se se tratam de ditaduras cruéis, ao invés de sempre se colocarem ao lado de grupos oprimidos ou injustiçados, inclusive os que estão sendo oprimidos pelos governos desses países. 

Outro exemplo de prática de injustiça, isto é, da mentira, nesse caso, protagonizada pela esquerda identitário-burguesa, é a adoção de políticas multiculturalistas, de imigração em massa, especialmente para países de maioria branca, baseada primariamente na crença da tábula rasa, de que indivíduos e grupos humanos se diferenciam apenas por razões socioculturais, desprezando que apresentam diferenças médias e mais intrínsecas de comportamento e inteligência. Então, a partir desta crença e, também por outros argumentos, tal como os da "empatia" e da reparação histórica, amplos setores das "elites" acadêmica e política no mundo ocidental, em particular de indivíduos que se identificam ideologicamente com a esquerda, mas também os que se identificam como neoliberais libertários, passaram a defender e a impor, literalmente, políticas generosas de imigração que têm resultado numa rápida transformação social, racial e cultural dos países onde foram impostas, incluindo um aumento da criminalidade e de conflitos culturais, principalmente para as classes trabalhadoras, mais expostas à imigração. 

Eles parecem pensar que, se a Europa receber milhões de imigrantes africanos, o problema da pobreza na África será resolvido... 

Essas políticas também se baseiam na injustiça de se condenar apenas um grupo vagamente definido, como os brancos, como se fossem responsáveis por todos os males da humanidade e que apenas eles que precisassem pagar por esses males. 

Como conclusão, é por causa dessa constante percepção de incapacidade praticamente intrínseca das esquerdas mais importantes, marxista e identitário-burguesa, de praticar a justiça pela maneira mais ideal, isto é, sistematicamente, que se tornou necessário pensar em uma terceira via progressista, de uma esquerda legitimamente racional, que passe a fazer o que as mesmas têm negligenciado desde os seus primórdios, como forças políticas e culturais. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O que a crença da tábula rasa quer dizer, literalmente??

Tábula rasa = negacionismo anti científico da influência genética ou biológica no comportamento humano


Que se, nós, seres humanos, nascemos como "folhas de papel em branco", então, quer dizer que supostamente nascemos sem predisposições variavelmente herdadas ou com nenhum desenvolvimento cerebral específico, que começa na concepção, quando ocorre a combinação dos materiais genéticos dos nossos pais, passa pelo período pré-natal, de desenvolvimento do que foi combinado, até ao parto, e que pré-definiria nossas personalidades e inteligências.

De novo e de novo, resumo repetitivo dos meus pensamentos sobre moralidade

A moralidade é, em seu princípio, subjetiva, porque só pode existir a partir de seres humanos/vivos, mas, pode se tornar objetiva se for baseada em fatos ou verdades, ou pela detecção de falácias, tal como a afirmação de que (todas) as mulheres são "inferiores" aos homens e que, então, precisam ser tratadas de acordo.


A moralidade não é apenas uma construção social humana, mas uma percepção primariamente subjetiva e relativa do que é considerado "certo", negociável e "errado". Isso significa que todas as espécies, mesmo as mais primitivas, apresentam "sistemas morais" análogos ao humano, baseadas em seus próprios contextos adaptativos e evolutivos.

Tal como a agricultura e a arquitetura ou engenharia não são invenções/atividades unicamente humanas, o mesmo para a moralidade.

O que falta à psicologia evolutiva: o existencialismo

 Nenhuma outra espécie se pergunta o que tem além das estrelas, o que é a chuva ou o sol... o que são as coisas do mundo. Nenhuma outra espécie, a não ser a humana, sabe ou percebe sobre a própria finitude muito antes de morrer. Porque apenas a humanidade que, graças à sua trajetória evolutiva singular, superou, pelo menos parcialmente, sua perspectiva adaptativa, expandindo sua atenção para além das prioridades mais primárias, de geração de descendentes e de sobrevivência ou adaptação, para uma perspectiva mais existencialista.


Pois a psicologia evolutiva parece que despreza esse processo de expansão da consciência humana para além de uma perspectiva adaptativa, se considera a evolução de nossa espécie idêntica à de qualquer outra, como se a maioria dos nossos comportamentos fossem diretamente relacionados à reprodução e à sobrevivência. Uma falácia animalista, inclusive em relação aos próprios animais não-humanos (de se acreditar que todos não passam de bestas instintivas, sem capacidades de sentirem emoções e de estabelecerem laços genuínos de afeto, sem que tenha uma finalidade apenas adaptativa). 

E junto a uma perspectiva existencialista, nós também alcançamos uma perspectiva evolutiva, de fato, em que, por causa da inteligência humana, evoluímos a ponto de não nos limitarmos à percepção  da adaptação, como acontece com os outros seres vivos, por sermos variavelmente capazes de observar ou perceber nossa própria evolução, enquanto espécie, e ainda de podermos extrapolar cenários evolutivos para o futuro, por também termos nos tornado (comparativamente) mais autônomos aos desígnios do meio. 

sábado, 14 de janeiro de 2023

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Novamente, sobre a natureza multidimensional da verdade

 Mas mais resumido: 


A verdade é subjetiva justamente por ser a reflexão da realidade a partir da perspectiva de um ser vivo (não apenas do ser humano), por ser intrínseca ou dependente às nossas perspectivas (o que eu sinto e percebo do outro e de mim por mim mesmo);

A verdade é relativa porque varia individualmente (o que outro indivíduo e eu sentimos e percebemos);

E a verdade é objetiva porque é possível buscar pela natureza ou realidade de um objeto, abstrato ou físico, a partir da redução de sua carga primária de subjetividade (o que eu sinto e percebo do outro por ele mesmo).

Subjetividade (eu em relação a mim mesmo) e objetividade (eu em relação a um objeto, que também pode ser eu mesmo, mas sempre visto de maneira imparcial ou... objetiva) não são opostos absolutos, como se não pudessem coexistir no mesmo "espaço", se se tratam de perspectivas distintas. 

A verdade pode ser objetiva, não por ser precisa, exatamente, mas por estar direcionada a um objeto.

Sobre a origem da crença na existência do livre arbítrio

Remonta à crença na universalidade da racionalidade entre os indivíduos da espécie humana, como se fosse uma qualidade igualmente presente em todos nós, e que sua expressão seria mediada pelo livre arbítrio. Pois a única verdade que essa crença pode conter é a de que a racionalidade é uma qualidade intrínseca ou unicamente humana. Mas é notório que nossas capacidades de raciocínio lógico-racional ou objetivo-imparcial variam individual e coletivamente e que, tal como acontece com os traços de personalidade e os aspectos quantitativos da inteligência, também apresentam uma natureza mais intrínseca, de predisposição para o seu desenvolvimento. Aliás, eu as considero como a expressão da inteligência humana em tempo real. Portanto, o que chamamos de livre arbítrio nada mais seria do que nossas capacidades racionais ou de raciocínio. Eu ainda propus renomeá-lo de potencial de julgamento reflexivo-complexo, por não concordar que se possa julgar sem ter um condicionamento anterior e que um desses condicionamentos seria a própria racionalidade, de viés ao anti-viés ou à imparcialidade.

Novamente sobre o relativismo das artes com uma comparação

 Nadar versus natação


Tudo o que você faz dentro de uma piscina, de um lago ou no mar é nadar, correto??

Mesmo se você ficar só boiando, ainda estará batendo os pés levemente para não afundar. No entanto, se você começar a nadar, no sentido de ir de um ponto ao outro e, cronometrando o tempo, então, você estará praticando natação, certo??

Nadar é uma coisa. Praticar natação é outra. 

O mesmo vale para a autoexpressão e as artes. Pois se autoexpressar, por exemplo, apenas assobiando, sem ter outra finalidade, não é o mesmo que cantar ou compor uma música. Definir a arte apenas como autoexpressão, portanto, seria o mesmo que definir o ato de nadar, sem estabelecer regras ou critérios, como prática de natação.

Sem falar que, a natação exige esforço, foco e superação, enquanto que nadar, a priori, não exige nada disso. Portanto, a autoexpressão sem ser elaborada, orientada e avaliada, não pode ser considerada arte, pelo menos em um sentido que vai além de um autoentretenimento lúdico. Por isso que, a atual relativização artística, pela hegemonia da ideologia pós moderna na alta cultura, em que a qualidade de uma obra é determinada por popularidade ou lucratividade, mas também se corresponde com o princípio relativista que determina essa ideologia, de originalidade, radical a uma estética mais tradicional, é uma distorção venenosa do que mais importa para as artes, o talento genuíno.

Por que eu não sou um leitor assíduo??

 Porque eu sou muito imaginativo 


Portanto, pelo menos em relação aos livros de ficção, não tenho necessidade de ler as estórias dos outros para atiçar minha imaginação ou me distrair se estou sempre produzindo as minhas com a mesma.

Porque eu sou muito introspectivo 

Da mesma maneira que acontece com a imaginação, a minha introspecção também ocupa uma fração considerável do meu tempo, impedindo que me dedique à leitura de livros grandes.

Porque eu sou muito distraído e curioso

Concentrar minha atenção na leitura de apenas um livro por determinado período parece impossível. Nem para ver vídeos curtos na internet, se eu também não consigo ver apenas um por vez. 

Porque eu sou, eu mesmo, um escritor

E, pelo menos para mim, me motiva mais a escrever, a produzir ideias, pensamentos, artigos, prosas e poesias, do que apenas ler os dos outros. 

Porque eu sou essencialista 

Eu tenho uma forte tendência de "ir direto ao ponto" ou de buscar o cerne da questão e, ler livros exige tolerância, de ir acompanhando cada capítulo, deixando que a estória se desenrole por si mesma.

Eu sou o tipo que não se importa que me digam como termina a estória de um livro ou de um filme.

Porque eu tenho interesses especiais e dominantes

Se ler livros grandes, que não estão necessariamente relacionados com os meus interesses intelectuais ou literários, não é, para mim, uma motivação intrínseca. 

Porque eu sou intolerante 

Qualquer "coisinha" que eu considere imoral ou inaceitável de estar em um livro, ainda mais se tiver o humor como suposta intenção, eu o paro de ler na hora. Por exemplo, teve um livro do Dostoiévski, O Idiota, que eu comecei a ler e não consegui continuar porque, logo no início da estória, o autor usa uma situação de extrema crueldade com um cachorro para "fazer rir".  

A melancolia sobre o futuro

 Eu queria que existisse apenas o presente, sem lembranças irrecuperáveis do passado e sem a tortura das previsões incompreensíveis, das perdas que virão e que arrancarão um bocado do meu coração muito sensível, até chegar minha vez. 


Sabe, eu tento manter a cara dura, me esquecer na música e no meu senso de humor. Mas tudo não passa de disfarce. Todos os refúgios são temporários e eu sou aquele que, mesmo dentro de um castelo, continuaria a saber que o tempo é feito de areia.

Além da nostalgia, pelo que já foi, também existe uma ansiedade melancólica pelo que há de vir. E a maioria prefere entender essa crueldade absurda como um presente de deus. Eu também tento entender a vida como um presente da existência para mim, mas a minha empatia, pelos mortos e pelos vivos, é uma das forças que me colocam em conflito direto com as ilusões humanas.