Eu queria que existisse apenas o presente, sem lembranças irrecuperáveis do passado e sem a tortura das previsões incompreensíveis, das perdas que virão e que arrancarão um bocado do meu coração muito sensível, até chegar minha vez.
Sabe, eu tento manter a cara dura, me esquecer na música e no meu senso de humor. Mas tudo não passa de disfarce. Todos os refúgios são temporários e eu sou aquele que, mesmo dentro de um castelo, continuaria a saber que o tempo é feito de areia.
Além da nostalgia, pelo que já foi, também existe uma ansiedade melancólica pelo que há de vir. E a maioria prefere entender essa crueldade absurda como um presente de deus. Eu também tento entender a vida como um presente da existência para mim, mas a minha empatia, pelos mortos e pelos vivos, é uma das forças que me colocam em conflito direto com as ilusões humanas.
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