Caricatura proposital para enfatizar os níveis de simplismo, ignorância ou parcialidade e incoerência desse tipo de narrativa:
"Brancos europeus escravizaram negros africanos e essa prática é moralmente errada por ser racismo...
Já a escravidão praticada entre povos das civilizações pré-colombianas, incluindo a prática de sacrifícios humanos, não era moralmente errada porque era considerado normal pra eles... mas também porque não era praticada por brancos racistas"
Basicamente:
" 'Homem branco' mau;
'Homem não-branco' bom "
Interpretação filosoficamente correta ou mais racional (justa aos fatos):
Uma relativa minoria de brancos, indiferentes e obedientes ou a mando de suas 'elites' monárquico-burguesas, traficou milhões de negros da África para as Américas, por quatro séculos, também se aproveitando da escravidão que já era praticada entre tribos africanas.
Essa prática está moralmente errada por ser irracional: cruel, extrema, desnecessária e sim, racista, mas não "apenas" por ter sido praticada contra negros e sim por generalizar (no sentido de totalizar) um grupo racial.
Pois, durante essa mesma época, milhões de brancos na Europa, especialmente os mais pobres, também foram oprimidos por suas 'elites' dominantes (igreja, burguesia e nobreza), explorados economicamente e oprimidos culturalmente...
A escravidão também era praticada entre povos pré-colombianos nas Américas, mas não deixa de ser moralmente errada porque não eram brancos europeus que escravizaram, se é uma prática objetivamente cruel, extrema e desnecessária, afinal, é possível submeter uma população à autoridade de outra população ou de um grupo sem ser inevitável o uso da violência indiscriminada e excessiva. Muito menos a prática de sacrifícios humanos...
Povos historicamente oprimidos também oprimiam outros povos e isso não significa que, nesse caso, a opressão está moralmente correta porque era praticada pela maioria ou porque certas modalidades de crueldade sistêmica, como a escravidão, estavam normalizadas naquele período. Aliás, isso continua a acontecer (inclusive de maneiras análogas, tal como a exploração econômica por vias capitalistas) e não apenas em termos étnicos ou raciais, mas também em relação à outras identidades, como as de gênero e orientação sexual.
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