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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Agora vamos falar sobre a minha estupidez...



Eu ''ensino'' para qualquer um que queira ler e tentar entender a minha habitual sopa de letrinhas e de neo-logismos espasmódicos que a sabedoria é absolutamente superior à qualquer forma de inteligência, pois se consiste em sua base e portanto se a base é ruim, então em condições supra-realistas, isto é, longe do conforto do lar e das selvas  humanas, nós vamos ter de lidar principalmente com as nossas  capacidades cognitivas mais puras, de resolução de problemas, e quem tem uma queda por distorções grosseiras da realidade é provável que não aguentará por muito tempo, especialmente se o tentar de maneira solitária. No entanto, nós temos algo que definitivamente nos impede de primar absolutamente pela sabedoria, de tal maneira que até poderíamos pensá-la em algo sobre ou des-humano. Estamos todos estúpidos, medianos e inteligentes e o sábio é aquele que pode conter com maior sucesso a sua estupidez, pode contê-la, mas não pode paralisá-la completamente, porque o sábio também será altamente propenso a se embrenhar ou a desejar por experimentações e especialmente as de natureza ideacional. Em outras palavras, o sábio também gosta de se arriscar (especialmente se estiver conurbado com criatividade), e se arriscar significa flertar com as próprias fraquezas porque o risco e especialmente neste sentido mais intelectual. A todo momento todos nós estaremos nos arriscando, usando a inteligência puramente cognitiva para racionalizar potenciais e a cometer atropelos irracionais, isto é, usamos nossos potenciais de manipulação ideacional justamente para justificar a própria estupidez. É aquilo que eu chamo de criatividade irresponsável. 

Mas alguns riscos podem ser magicamente frutíferos. Por exemplo, eu tenho certa queda por genética porque se relaciona umbilicalmente com o comportamento. Portanto, eu sou fácil e logicamente atraído para trabalhar com um conhecimento que francamente nunca me despertou grande empatia. Não é a genética que me cativa, mas o comportamento e me sinto na necessidade de tentar entendê-la em partes para completar os difusos conhecimentos originais que tenho desenvolvido sobre este assunto em específico. Eu me arrisco porque é necessário ou porque eu tenho sido puxado pra este caminho sem me dar conta imediata, isto é, apenas quando a ''merda'' já está feita, é que eu passo a me questionar se estou realmente fazendo certo ao flertar com o desastre. 

Também me embrenho em matagais pra lá de virgens, grandes, para especular sobre a meta-física, isto é, a caminho de uma física, que nunca vi mais gorda e anti-pática. 

A estupidez de ser arrogante e confiante o suficiente para trabalhar amadoramente questões das quais eu tenho pouco tato é uma prova de que uma maior inteligência intrapessoal não é um salvo conduto de se cometer ''barbeiragens''. 

No entanto, o estúpido clássico como bem sabemos é aquele que primeiramente não sabe que é (predominantemente) estúpido. Portanto a falha da estupidez encontra-se numa das áreas mais basais da sabedoria, o autoconhecimento ou inteligência/cognição intrapessoal.

Reconhecer a própria estupidez, particular ou generalizada é o primeiro passo...

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