''Inteligência é a capacidade de se adaptar''
Esta é uma das muitas definições de inteligência que tem sido corretamente coletadas. No entanto, há de se ter um termo, isto é, um conceito primordial que de fato defina de maneira integrada no que se consiste a inteligência, de maneira direta, universal, isto é, que esteja presente em todos os tipos de inteligência e de comportamentos que por ventura possam ser entendidos como ''inteligentes'', ainda mantendo este estado vago de coisas, mas ao menos em sua raiz conceitual, acho que encontrei uma maneira de definir inteligência.
Muito simples,
''inteligência é a capacidade de se fazer julgamentos corretos''
''fazer julgamentos corretos'' está subjacente a toda ação que possa ser minimamente considerada como inteligente.
Ué, mas este é o conceito de racionalidade!!! não é*
Não necessariamente. Racionalidade é a capacidade de se fazer julgamentos equilibradamente corretos, um adendo qualitativo para a capacidade perceptiva humana.
Novamente voltamos às minhas re-definições para ''lógica'' e para ''racionalidade''. O que eu já falei em outros textos, o conceito de inteligência se relacionaria mais com a lógica, em especial em sua versão pré-moralizada, pois se caracterizaria por tudo aquilo que funciona ... e que pode funcionar ''adequadamente''.
Portanto tudo aquilo que fazemos e que fazemos correto ou factualmente correto será inevitavelmente o resultado de ''julgamentos corretos'' (julgamentos minimamente corretos, ao menos). A técnica de cada ação correta, pré-moralizada, será o julgamento correto ... ou inteligência, em sua definição mais primordial ou em sua raiz conceitual.
A partir desta definição-mãe que poderemos vislumbrá-la em relação às múltiplas facetas que a ''inteligência'' tende a se desdobrar.
E se o julgar correto tem como principal finalidade o resguardo da vida ou sobrevivência então a partir daí aparecerá a racionalidade e subsequentemente a sabedoria como melhorias significativas da inteligência, que em seu estado pré-moral ou ''lógica'', tudo aquilo que funciona, independente de critérios morais, estará no mesmo nível de percepção e eficiência que TODAS as formas de vida, pressupõe-se que, adaptadas por tempo indeterminado. Portanto racionalidade e sabedoria são evoluções essencialmente diretas da ''inteligência' humana como a conhecemos, continuando com esta expansão perceptiva e cognitivamente empática, isto é, que principia-se pelo ego primordial que submete a grande maioria das outras formas de vida, criando as suas respectivas atomizações perceptivas/egoístas, e que começa a se tornar muito mais abrangente, tal como a metáfora do ''campo de força'', a partir da racionalidade.
Racionalidade e sabedoria são muito mais eficientes para a sobrevivência do que a lógica/inteligência, a que tem predominado, também, a olhos vistos, entre os humanos.
O conceito, de fato, da inteligência portanto é o de ''julgar corretamente'', a partir da precisão semântica, enquanto que o exemplo de definição do início do texto, ''capacidade de se adaptar'', mais parece se consistir em um dos potencialmente lógicos efeitos de ''julgamentos minimamente corretos/coerentes''. Outros tipos de definições, por exemplo, a ''capacidade avançada do pensamento abstrato'', ainda não parece definir a inteligência em sua universal/primordial essência
Aquilo que todo aquele que for ''mais' inteligente faz, independente do tipo e nível de inteligência, é o de julgar corretamente, claro que em uma prevalência ou constância e qualidade consideravelmente variáveis.
Todo racional é inteligente ou todos os racionais pertencem ao domínio inteligência: outra ''prova'' associativamente absoluta sobre a primordialidade conceitual da racionalidade sobre a inteligência.
Não é todo inteligente que se adapta, se não há uma quase-a-universalidade de associação entre os termos (adaptáveis) ou ações (se ''adaptar'') envolvidos então não será conceitualmente essencial.
Inteligência não é pensar profundamente, rapidamente, ou ser articulado. Tudo isso se correlaciona mas não é conceitualmente causal, intrínseco à mesma, ainda que se aproxime de uma quase-intrinsecabilidade/causalidade conceitual.
Você pode pensar rapidamente e cometer erros básicos por causa deste excesso de velocidade,
Você pode pensar profundamente e se confundir com algum excesso de complexidade,
Você pode ser articulado e isso não se consistir em uma essência definitivamente qualitativa de pensamento e discurso,
Você pode apreender certo conhecimento e não julgá-lo de maneira correta, isto é, aplicando factoides como se fossem fatos.
Assim como a criatividade se consiste no pensar-e-criar divergente e tendo como resultado um produto potencialmente útil (de alguma forma útil) e de qualidade, a inteligência também obedece o mesmo padrão, e surpreendentemente, à revelia, por minha parte, parece que cheguei a uma definição semanticamente precisa/idealmente correta e essencialmente utilitária do termo.
A inteligência é o pensar/julgar correto e portanto deixando implícito a necessidade de que tais julgamentos corretos se consistam em produtos factualmente--minimamente corretos, de lógicos a sábios.
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