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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O paradoxo da racionalidade: Refletir demais pode te deixar louco? Fobia social/ autoconsciência elevada... Autoconsciência e Racionalidade

Falando sozinho...

Nosso cérebro se vicia por nós mesmo antes de sabermos. A ignorância ou a fluidez ideacional/comportamental/subconsciente é uma benção porque não precisamos lutar contra nós mesmos, e a partir disso agimos muito mais do que pensamos de modo reflexivo. Mas  começamos a usar a segunda consciência em demasia e por ainda estar em seus primórdios de desenvolvimento, estamos em risco de 'racionalizar' equivocadamente nos direcionando para becos sem saída ou para provocar conflitos entre a primeira consciência que é geralmente dominante e a segunda consciência, onde reside a racionalidade.

Eu acredito que me tornei exageradamente autoconsciente durante a minha adolescência resultando em uma vida hipo-social (e também causado pelo meu narcisismo intra-pessoal) e recentemente eu me esbarrei novamente nesta situação, durante dois períodos em que não consegui dormir, a partir de um pico de atividade ideacional (hiperatividade mental). A partir do momento em que deixei ''derramar'' o limite do meu cérebro em seu trabalho diário de ideias e pensamentos, acabei entrando em uma espécie de ''gagueira mental'' de tentar dormir usando ''o modo manual'', enquanto que dormimos de maneira ''automática/instintiva'', de maneira invariavelmente lenta porém instintiva. Aquele que pensam pra si mesmo ''pronto, agora eu vou dormir'' e põe o seu cérebro para executar tal ação, dificilmente conseguirá fazê-lo. Esta ansiedade é causada quando desligamos o piloto automático, nosso relógio biológico, que nos faz dormir ''sem sabermos'', e passamos a usar o piloto manual. E como não temos qualquer potente controle sobre o nosso cérebro, ''ele'' dificilmente acatará este tipo de ordem, em especial quando a quisermos ''pra ontem''.

Seguir em demasia para o caminho de uma suposta purificação racional pode ter o resultado oposto ao desejado, em que ao invés de nos levar definitivamente para a razão, nos direcionar para o caminho da loucura, da racionalidade patológica, do uso exagerado do ''piloto manual'', enquanto que continuamos seres predominantemente instintivos.


Insonia é o exemplo de quando, sem querer querendo, desligamos o piloto automático para funções essenciais de nossos organismos.


Autoconsciência, paranoia e neuroticismo



Eu já comentei que vivenciei períodos de "auto-neuroticismo" ou baixa autoestima e que costuma ter como resultado a paranoia.


Neuroticismo e paranoia são excessos da autoconsciência, quando tentamos controlar cada naco de nosso mundo circundante, resultando em óbvia decepção. 



Fobia social e autoconsciência elevada...


....em especial em relação à (verdadeira) hipocrisia da sociedade

A maioria das pessoas são falsas e estúpidas em termos intra e interpessoais. isto é elas sabem menos sobre si mesmas do que o ideal e também sobre as outras pessoas. Como resultado as suas naturezas mais dualistas tendem a forçá-las a escolher entre dois caminhos: mentir para não ofender os outros ou ser inconvenientemente sincero ou grosseiro.


Mentem por exemplo quando elogiam a aparência de uma pessoa mesmo quando ela não é logicamente merecedora do elogio. É comum que tipos menos empáticos e mais frios sejam mais sinceros...do que deveriam. Mesmo que seja mais factualmente correto ou próximo da verdade do que "mentir' por razões nobres, ambos apresentam as suas respectivas doses de verdade e de mentira porque a realidade que percebemos não se limita à concretude daquilo que vemos ou percebemos diretamente, por exemplo, ao contemplar a aparência de uma pessoa mas também em relação àquilo que é indiretamente percebido e mesmo assim expressa verdade e beleza, isto é, que apesar de uma aparência ruim vista sob uma perspectiva, de ainda exibir outras qualidades.


No entanto o ser humano comum não é perfeccionista em suas interações interpessoais nem em seu autoconhecimento e como resultado mentiras e estupidez são constantes em seu cotidiano.

Aquele que é detido de uma grande autoconsciência e que portanto tende a sentir o mundo de modo mais ruidoso, intenso, também tende a perceber com certa facilidade o jogo subjetivamente confuso que caracteriza as relações sociais humanas


Mais consciente dos próprios defeitos e qualidades, aquele que for mais autoconsciente também será mais perceptivo em relação ao que as outras pessoas pensam sobre si. Tendo maior conhecimento quanto a esta falsidade habitual e esperando por uma maior franqueza o mais autoconsciente pode se tornar mais vulnerável à fobia social porque tal como uma pessoa autista, ele também terá grandes dificuldades para compreender, aceitar e se adaptar a este estado mal cuidado de coisas. 

Ele, geralmente, experiencia durante um tempo a irracionalidade prevalente nas relações humanas, onde predomina a lógica, que é pragmática e moralmente subjetiva, para depois, que se conseguir sair deste labirinto  chegar (ou não) à conclusão de que o mínimo de contato interpessoal possível com essas massas será menos doloroso do que se arriscar. Porque para os mais racionais/autoconscientes o contato com o típico humano tende a se consistir em uma espécie de comportamento de alto risco do que a norma, o hábito do cotidiano.


Autoconsciência e Racionalidade


O que é ser mais autoconsciente*

Como o próprio nome já está dizendo ser mais autoconsciente é ter uma maior/melhor compreensão sobre si mesmo, basicamente a inteligência intrapessoal/autoconhecimento. Se se conhece melhor então terá uma maior facilidade para expressar-se de modo menos equivocado, isto é, pensando e repensando mais sobre as próprias ações, os próprios pensamentos e isso expressa claramente que ter uma maior inteligência intrapessoal também tenderá a resultar em uma maior disponibilidade e constância para o pensamento racional.

Como eu tenho por hábito dizer ''principiamos por nós mesmos enquanto epicentros de nossas ações'' e quando este princípio do raciocínio autoconsciente falha então como lógica acreditar-se-á que a expressão se fará filha deste déficit inicial e fundamental.

Isso explica o porquê de uma pessoa, por exemplo, acreditar que é muito apta para certa atividade, enquanto que na verdade demonstra ser muito menos do que imagina. E eu tenho usado o exemplo daqueles que pensam ser cantores excepcionais... mas que não são.

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