...está reproduzindo ou mantendo íntegra a realidade que presenciamos. Qualquer ruído fisiológico maior neste sistema pode ameaçar esta reprodução imparável da realidade ou verdade objetiva, a realidade imediata e concreta. Em mentes esquizofrênicas o sistema corpo mente encontra-se perturbado.
Vamos pensar em nossos sistemas corpo mente como uma fábrica de revistas. Então temos os jornalistas, a equipe da edição e a fábrica em que as revistas são produzidas. Em um cérebro normal o andamento da produção é coerente desde a equipe de jornalistas até a fábrica. Em um cérebro esquizofrênico este andamento é constantemente interrompido ou modificado e aquilo que os sentidos captam ou jornalistas escrevem não será o mesmo que será produzido na fábrica e vendido nas bancas. Este processo metaforicamente representado se refere à captura sensorial da realidade (pedantismo grátis de minha parte), a interpretação desta realidade pelo cérebro e por fim a conclusão final, que na metáfora se divide desde a produção das notícias, a confecção da revista, a produção física das mesmas na fábrica e a sua distribuição pelo mercado consumidor. O cérebro é autófago porque consome aquilo que produz.
Em uma mente intermediária entre a esquizofrenia e a normalidade os dois cenários coexistem isto é existe uma integridade no processamento das informações e também rompantes psicóticos neste processo. E em uma mente essencialmente lógica esses rompantes tenderão a obedecer a sua tendência primordial que é de perceber o mundo como ele é, superficialmente falando, a partir de uma narrativa coerente. O diferencial entre o criativo que produz ideias bizarras a equivocadas e em relação àquele que produz ideias novas e potencialmente úteis é justamente a essência cognitiva de sua mente.
Portanto voltando à metáfora, as notícias produzidas pelos jornalistas podem ser reeditadas na edição mas de uma forma original e potencialmente útil enquanto que o editor do cérebro esquizofrênico será mais prolífico em suas reedições, cometendo mais erros. Uma revista carregada de reedições versus uma revista com poucas reedições no caso do cérebro normal e no caso do cérebro intermediário nós vamos ter uma revista com mais reedições mas que terão um editor mais emparelhado com a proposta da revista que é a lógica.
A criatividade pode ser entendida metaforicamente desta maneira mas também por outra possibilidade.
Se o cérebro esta a todo momento assim como o batimento do coração, trabalhando para manter íntegra e coerente a sua interpretação da realidade, então se uma mente for menos íntegra então apresentará um sobre-trabalho para manter a integridade de coesão da percepção. A minha proposta para explicar a criatividade ou melhor ideias intuitivas, que quase sempre são criativas é a de que como resposta a picos de desarranjo na atividade cerebral o cérebro em um momento de leve desespero reintegra a informação de maneira embaralhada, produzindo ideias criativas e que em cérebros mais lógicos porém menos íntegros poderão ainda ter alguma utilidade prática além de sua óbvia originalidade.
.... E a complementaridade com a minha outra teoria para explicar a intuição criativa, isto é, o cérebro precisa estar totalmente enérgico, em todas as suas regiões, para poder resultar na intuição. No entanto quase todo tipo de criatividade se dá de modo específico de maneira que apesar do trabalho integrado de todo o cérebro para o pensar divergente intuitivo a finalidade ou intuição se dará para um pensamento especifico. Tal como o vulcão em que uma energia integrada em todo o seu corpo resulta na erupção do seu material super quente ou lava, o mesmo parece acontecer com a atividade cerebral que produz a intuição criativa. E como eu também falei, o cérebro sabe antes de nós quando pensamos em fazer alguma coisa, porque nós somos também obviamente os nossos cérebros, mas quando não sabemos como foi que chegamos a uma ideia então parece lógico pensar que este pensamento tenha se dado de modo muito veloz. Partindo de minha outra ideia de que por causa de organizações incomuns do cérebro algumas de suas partes serão muito mais prodigiosas ou ativas do que outras resultando na motivação intrínseca, obsessão intelectual especifica e culminando na criatividade. E a intuição aparece como resultado desta organização assimétrica. Isto é, o pensar intuitivo criativo não é reconhecido pelo próprio cérebro como "familiar" por ser novo, uma nova combinação, mas também provavelmente por se dar de modo mais rápido, um pensamento mais rápido, mais rápido que o cérebro não pôde alcança-lo, não pode se antecipar, deixando a real impressão de que a intuição foi depositado por outra força em nossa mente.
Quando fazemos cocegas em nós mesmos o cérebro já sabe o que vamos fazer e por isso se prepara ou podemos dizer "conta o final do filme".
Quando temos ideias intuitivas criativas é como quando outra pessoa faz cócegas em nós, nossos cérebros não sabem e por isso que reagem com surpresa. As (maioria das) ideias intuitivas criativas são não capturadas pelo cérebro por ser nova e portanto não familiar mas principalmente por ser mais rápida (uma hipótese é claro). O resultado é que o cérebro ao não reconhece-la como o seu próprio produto simplesmente nos faz crer que surgiu sem qualquer esforço, isto é, que ''não fomos nós que a produzimos''.
Por que a maioria das minhas idéias intuitivas são lógicas??
Ao menos pra mim, acredito que por ter um pensamento basal (verdadeiro fator g*) predominantemente lógico (e divergente).
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