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domingo, 28 de agosto de 2016

Ingenuidade cognitiva/afetiva e o que realmente significa

A ingenuidade é o produto de um (re)conhecimento superficial em relação às outras pessoas ou "coisas", como a ideologia por exemplo. A ingenuidade é um mal julgamento e portanto um ato especialmente irracional. 

A ingenuidade se divide em dois tipos: A ingenuidade cognitiva e a ingenuidade afetiva. A ingenuidade cognitiva é justamente a definição que sugeri acima, isto é, consistindo-se em uma dificuldade de se ser cauteloso e buscar conhecer melhor pessoas e "coisas" de maneira minimamente factual ou correta. Sim, ser ingênuo nas relações consiste-se em um mal julgamento, em calcular mal. O ingênuo predominantemente cognitivo pode não ser também ingenuamente afetivo mas é comum que o faça visto que a apreensão cognitiva tenda a vir primeiro que a afetiva. Ingenuidade também pode ser sinal de déficit em sabedoria se já o será em relação à racionalidade. 


Todo potencial de (re)conhecimento tem uma raiz não-verbal, instintiva e portanto que encontra-se mais intrínseca ao ser. É justamente por isso que o autoconhecimento é tão importante visto que acaso perceber em si mesmo uma vulnerabilidade para a ingenuidade então poderá tentar neutralizar esta potencial fraqueza. No mais cabe aqui aquele velho conselho de sempre desconfiar, buscando uma maior cautela, assim como também de reconhecer sinais de desonestidade.

A ingenuidade afetiva já se caracterizaria por um déficit em reconhecimento emotivo ou das emoções que as pessoas expressam. Portanto é perfeitamente possível ser bom no reconhecimento cognitivo de padrões comportamentais mas de não conseguir sustentar o mesmo nível de acerto em relação à emoção. O famoso "manteiga derretida", que se emociona por qualquer esboço emotivo ou também o tipo que interpreta as emoções alheias tal como se fossem as suas e com as suas intenções, o ingênuo pseudo hiper-racional que aplica o seu modo honesto, direto de entender o mundo sobre os demais, a famosa empatia parcial, que eu já falei faz um bom tempo, o modo habitual de sentir empatia via auto-projeção, nos colocamos no lugar dos outros mas ainda como se fôssemos a nós mesmos, abordagem empática proto-egoísta, facilmente observada em relações familiares, por exemplo, quando os pais dizem fazer o melhor para os seus filhos e na verdade se consiste em fazer o que eles definem como melhor, primeiro pra si mesmos, desrespeitando as idiossincrasias dos próprios filhos, como eu também já falei, a maioria das pessoas não se conhecem idealmente bem e nem mesmo os seus próprios parentes, o ser humano médio é emocionalmente/mentalisticamente deficiente.


Eu já comentei que a ingenuidade também poderia ser considerada como ''sinônimo--gêmeo-bivitelino'' para estupidez, justamente por ferir a regra primordial da inteligência, o ''bom'' julgamento.

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