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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Eu sou filho do meu desprezo... e outros esmos

Ao amar a vida,
odeio a humanidade,
que nunca soube vivê-la,

Eu sou filho do meu desprezo,
sou-lhe do mesmo sangue,
mas em alma,
 pareço ter vindo d'outro mundo,
pois vivo n'outra vida,
eu não compartilho a mesma vida com eles,
lhes sou um perfeito estranho,
mantido em voluntário cativeiro,
por uma mazela cada vez menos, confortável,
 minh'alma, é minha única amiga de verdade,


O corpo é o mensageiro e guardião do espaço e tempo que nossos antepassados tem vivido e ''triunfado''

Eu guardo a primavera de terras distantes,
sóis de outros horizontes,
a hereditariedade do próprio espaço e tempo,
nascemos camuflados,
nascemos preparados para viver naquele ambiente,
somos herdeiros de particularidades,
de um frio de quebrar gelo,
ou de um calor de queimar a planta dos pés,
morremos cedo se viemos tropicais, jogados no meio da neve,
morremos tarde se na noite estrelada, coqueiros sussurram o tempo,
passando pelo corpo, gelando a alma,
acariciando a melancolia,
esta pessimista profunda,
que todos correm,
o melancólico vai ao teu encontro
de braços abertos,
de sorrisos sinceros,
poetas sensíveis,
de almas de cristal,
que vivem de doença,
sem viver a vida,
de crença,
que o organismo é sempre vigoroso e valente,
se, se sempre morre,
a própria vida é doença,
nasceram quentes ou mais agradáveis,
e viveram no frio de verões solitários,
curtos, apressados,
a pele muito branca,
que fingiu ser neve,
e que queima, tostada num sol sem piedade,
somos ambiente,
somos andarilhos cientes,
que continuamos camuflagem,
se verde em cor,
na mata há de se esconder,
que não tolera bipolaridades do clima,
se segue o equilíbrio,
repelirá o caos...




Seleção natural pra solidão 



Eu seleciono tanto
que no final encontrei o meu ideal
sempre em mim mesmo
Se a minha seleção é natural
quanto mais próxima da solidão
e mesmo por tanto querer alguém
no final, sou sempre eu que eu chamo
pra me fazer companhia nesta vida

eu corro atrás da vida,
quero uma razão pra viver
uma explicação
e a vida está sempre atrasada
como um coelho branco
a me deixar aqui sem certezas
me espetando com os meus devaneios
de continuar a me torturar
eu quero saber ainda mais
ainda mais do que posso suportar
se saberei como fazê-lo
minha vida é de perguntas
de razões que não sei onde estão


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