Testes mais puros expressam supostamente uma maior pureza avaliativa. Sim você leu bem. Expressam UMA MAIOR pureza avaliativa em termos cognitivos e não uma pureza absoluta.
Tudo ou quase tudo leva a crer que sim, que os testes que avaliam a nossa capacidade de reconhecimento de padrões sejam aculturais. E de fato as suas estruturas são aculturais. Mas o nível"quantitativo" de um certo traço também é um produto cultural, tal como a raça também é. Olhos azuis não brotaram do nada mas foram selecionados por critérios culturais/bio-específicos e portanto são produtos de processos seletivos ou culturais. O mesmo acontece com a inteligência genotípica se é que devemos usar este termo, se toda inteligência já não tenha uma base intrinsecamente biológica. Portanto pontuar alto em testes culturalmente reduzidos também está atrelado ao ambiente cultural pois se consiste em um produto "final" ou causal de processos anteriores. Não é apenas o vocabulário que é cultural. Se uma sociedade estabelece como critério o talento verbal e matemático e depois de muitas gerações esta população começar a exibir maiores habilidades neste quesito, por causa das pressões seletivas para as mesmas, então isso será um produto cultural. A cultura é uma estratégia de seleção e existe enquanto um reflexo ou espelho das diretrizes seletivas, subconsciente ou conscientemente percebidas.
Analisar um branco europeu nascido em Londres e um negro africano nascido em uma vila rural no interior da África, que são em si mesmos, produtos culturais ou herdeiros de seus respectivos pactos inter-geracionais, é como avaliar maçãs com peras. Ainda que seja cientificamente válido, há de se compreender que o ser humano não existe sem cultura, na verdade nenhum ser sobrevive sem o seu comportamento e a diferença entre ''nós'' e ''eles encontra-se no quão manual ou automático/instintivo estarão os nossos comportamentos. A ''cultura instintiva'' ou apenas a ''expressão/comportamento direto da forma/do organismo'' se consiste na reflexão perfeita do ser e de seu agir, diga-se-ser uma realidade universal de todas as vidas.
Portanto assim como a cor dos olhos é produto de seleção/cultura/critério de qualidade, o mesmo acontece com o todo de nossas capacidades cognitivas incluindo aí as mais intrínsecas e testes cognitivos baseados em uma certa cultura, mais ''avançada'' ou não, apenas refletirá esta realidade.
Um típico teste cognitivo, mesmo os mais purificados de carga explicitamente cultural, refletirá o nível genotipicamente cognitivo de uma certa população que tenderá por sua vez a se relacionar simetricamente com os atributos que tendem a serem mais sobrecarregados de ''partículas culturais''.
Uma média de qi ''100'' em um teste de raven, reconhecido como um teste acultural, e de fato, em relação a algumas perspectivas assim será, reflete a que grau de ''avanço' cognitivo-genotípico se encontrará uma certa população e mais uma vez, haverá uma tendência de correlatividade entre o nível cognitivo genotípico (implicitamente cultural) e o nível cognitivo fenotípico (explicitamente cultural), geralmente determinado pelo ''qi verbal''.
Da mesma maneira que um teste cognitivo que foi baseado no padrão ou nível cognitivo de uma certa sociedade mais ''avançada' será ''culturalmente tendencioso'', ainda que não seja absolutamente equivocado usá-lo como parâmetro de comparação, como muitos gostam de 'argumentar', o mesmo acontecerá em relação a testes cognitivos que forem baseados em culturas menos ''avançadas', por exemplo, de se analisar a capacidade visual-espacial de inuits ou de aborígenes, tanto em relação a testes implicitamente culturais ou mais purificados quanto em relação a testes explicitamente culturais.
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