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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Conveniência como um possível fator para mudanças relativas de comportamento... da não-série: ''e seu eu tivesse nascido em 1900** ''



Os genes ou melhor, a arquitetura genética particular que me faz muito mais propenso à desinibição sexual e tendenciosamente desviante, nasceu comigo, quando meus pais fundiram seus respectivos materiais genéticos ''para me'' formar ou por causa de eventos epigenéticos durante ''a minha gestação'' ( ainda não é possível afirmar se herdei minha sexualidade fluida e predominantemente desviante da epigenética ou da combinação genética dos meus pais, isto é, que é de natureza diretamente biológica).

Como o próprio nome diz ''pré-disposição'', que também poderia ser denominado de 'disposição', que daria praticamente no mesmo.

Eu nasci assim, mas as circunstâncias ambientais moldaram meu destino, porque eu estou dentro de uma macro-realidade, isto é, eu não sou dono absoluto do meu futuro, na verdade nós temos relativo/pouco controle sobre ele. Somos como dominós, com vida e pulsares diferenciados, mas não podemos cavalgar como cavalos selvagens pelo ambiente, porque ambientes antropomorfizados não são como as superfícies lisas e infinitas da América do norte, mas ambientes espacialmente (socialmente) organizados. Prédios tem valores hierárquicos.

Hoje vemos um aumento, exponencial ou não, de pais de família, de meia idade, caminhando para a aposentadoria, revelando desejos sexuais desviantes por rapazes. Por muitas razões e circunstâncias, se casaram e constituíram família, suprimindo severamente ou nem tanto as suas disposições para a desinibição sexual desviante.

Eu, que sou muito mais introvertido do que a média, não funciono muito bem enquanto um competidor pelo sexo oposto. Eu sou mais ou menos como muitos jovens japoneses, chineses, que dependem de seus pais ou de algo a mais para que possam casar e ter filhos. Eu estou biologicamente disposto para ser reprodutivamente bem sucedido em uma sociedade em que valores mais conservadores predominarem. O conservadorismo funciona como um regulador do meu comportamento. Algumas vezes até penso em buscar por alguma filiação religiosa, mas todas parecem tolas demais. 

Eu tive chances e oportunidades, e quando ainda era desacordado do meu potencial, de mim mesmo, me vi na necessidade de esconder instintivamente aquilo que me envergonhava e me envergonha, não tanto quanto antes, mas que ainda se mantém invariavelmente constante em sentimento.

Eu sou mais instável que os demais, quanto mais estável, maiores serão as certezas em termos de comportamento. É mais certeiro. Eu mudo de opinião, porque a quero mais perfeita do que está.

Talvez tivesse sido este indecente em qualquer espaço e tempo. A minha essência, vulnerabilidade, fraqueza, defeito para alguns (ou para muitos), continuaria a mesma, mas talvez pudesse ter sido acalmada se tivesse me casado cedo. Em outras épocas, bem mais que 90% dos homens já eram casados até os 30 anos de idade. Hoje em dia esta estatística pode não ter mudado muito em relação ao passado, mas tudo leva a crer que sim. Agora, as mulheres podem escolher e tendem a rejeitar por tipos como eu. Não todas é claro, existe um mercado de moças que gostariam de se relacionar comigo. Se tivesse reduzido minha fobia social mais cedo, talvez já estivesse de namoro firme com uma mulher.

Meus desejos sexuais desviantes são muito latentes mas isso reverbera pouco em minha identidade de gênero, ainda que menos ''másculo'', não sou como uma libélula saltitante, pelo contrário, repudio estes tipos por achá-los demasiadamente exagerados/caricatos. Está errado, eles são o que são e não tenho que criticá-los, se não estão matando nem roubando ninguém, que não mereça, isto é, sendo mortalmente injustos, então eu deveria engolir minha acidez.

Eu poderia ter me casado com uma mulher branca e ter tido 3 filhos. Será que teria me tornado mais conservador** Será que seria contrário ao casamento ''gay''** 

E se tivesse me casado com uma mulher negra, na década de 70* (imaginando hipoteticamente que tivesse nascido nos anos 50). 

Parece que nascemos com um quase-destino, pré-programa de escolhas potenciais invariavelmente similares. Mas as circunstâncias poderão/poderiam ser variáveis em uma muito hipotética panaceia de cenários distintos. Minhas disposições comportamentais seriam as mesmas das que tenho agora se eu tivesse nascido com a mesma arquitetura genética, em qualquer outro espaço e tempo. Eu teria sido introspectivo, melancólico, neurótico, em qualquer época, no século XVI, XIX, início do XX. Mas as circunstâncias poderiam ter me direcionado para outra direção. Será que teria me tornado mais auto-consciente em qualquer um destes cenários** É certo que teria aprendido por outras percepções e meus pensamentos teriam sido escritos com pena ao invés de serem digitados. 

Conveniência como um possível fator para mudanças relativas de comportamento

Se tivesse me casado com uma mulher branca e tido 3 filhos com ela, no início do século XX, como que teriam sido  as minhas construções ideacionais/perceptivas/reativas** Nós mudamos pouco em essência, mas pode ser possível que nos cenários hipotéticos que demonstrei, nossas vivências únicas tivessem resultado na construção de sistemas pessoais de crenças (ou factologias) relativamente distintos daquele que produzimos em nossos únicos cenários reais. Meu lado para a filosofia teria despertado em qualquer espaço/tempo de vivenciação, mas minhas ideias que são fruto de eventos e combinações únicas, teriam sido outras, para se conformarem ao contexto de cada época e/ou também para extrapolá-lo, se dizem que os criativos tendem a agir desta maneira.

A conveniência é uma resposta praticamente instintiva e por primazia egoísta aos eventos que se sucedem em nossas vidas, que tem como finalidade ou justificativa, a adaptação e a sobrevivência. Mentimos pra nós mesmos, muitas vezes de maneira inconsciente, e para os outros, porque temos menor disposição para reconhecer esta falha em nossos pensamentos, tal como acontece com aquele que escreve errado e não tem consciência de seus erros, mas também porque somos em sua maioria de seres convenientes, que pensam a curto prazo, mesmo quando ''estamos'' pensando a longo prazo. Existe uma clara diferença entre esperar por gratificações mundanas como o dinheiro, como um cão que abana o rabo em espera pelo biscoito e a de pensar de maneira verdadeiramente reflexiva e isso quer significar, menos egocêntrica do que o habitual e com base na lógica intuitiva, a extrapolação ou previsão lógica da fenomenologia futura.

A conveniência se expressa quando a racionalidade ''empática'' (e redundante) ou sabedoria não está presente. Em qualquer época (hipotética) que não fosse essa, que eu estou de fato vivendo, é muito provável que desenvolveria a minha autoconsciência, por razões estatisticamente biológicas, por ser um grande outlier (e isso não é muito bom, palavra) em termos de similaridades de comportamento e cognição para com os outros, também possivelmente por causa do meu ego inflado (porém controlável), minha megalomania, o meu narcisismo, a vontade de me conhecer. Tentando ir bem fundo na memória, eu percebo que muitas das minhas características comportamentais e cognitivas já eram evidentes desde a tenra idade, por exemplo, a obsessão por interesses específicos, a criatividade, a timidez, a ambiversão, a empatia específica, etc...

Ainda assim é interessante pensar que, em um estado neurotipicamente normal, isto é, de subconsciência, tendemos a ser bastante conformistas e convenientes. Nos conformamos com a ordem imposta, mas tentamos modificá-la superficialmente para que possam se ajustar melhor às nossas necessidades ulteriores. E esta tendência parece ser comum com os tipos humanos que tendem a formarem as famosas ''massas''. Quanto mais instável for a personalidade ou constância comportamental e maior a capacidade perceptiva, mais numerosas serão as vivências únicas, produzidas por combinações bio-ambientais únicas, tal como este texto que estou escrevendo agora.

Vivemos aquilo que temos consciência ou que prestamos atenção e internalizamos/memorizamos. Eu posso estar dentro de um ônibus e ter consciência da beleza de um céu carregado de nuvens pesadas enquanto que para as outras pessoas perto de mim, isto poderá passar batido. Em um mesmo ambiente, as vivências não serão ''sempre'' as mesmas. 

Portanto como aconteceu/tem acontecido comigo em minha vida real, é muito provável que minha evolução natural para uma maior autoconsciência, um esforço natural/auto-motivado/instintivo para ME enfatizar, me tornando menos logicamente egocêntrico, teria se dado em qualquer outro cenário. A ênfase perceptiva seria a mesma ou muito similar, mas as vivências teriam sido outras. Minha motivação intrínseca não mudaria, mas mudariam os elementos de vivenciação que teriam interagido comigo. 

Eu poderia ter aprendido o valor da vida ao cair de um cavalo, em uma outra hipotética vida, enquanto que por aqui, este aprendizado se deu de outra maneira, menos cinematográfica e clichê. 

Há pouco tempo atrás, eu era muito conservador em meus pontos de vista, porque estava em uma batalha final contras as minhas disposições para desinibição sexual desviante ou lateral (;) ). Eu fui conveniente e no entanto eu aprendi. O aprendizado é como uma onda mais forte que invade a costa. A sabedoria é como uma tsunami lenta e constante que vai se expandindo sem limites.

Ou talvez nem precisemos pensar em cenários hipotéticos, se em uma vida apenas, nós já podemos perceber que mudamos pouco enquanto essência, mas relativamente nos memes culturais que defendemos. 

Não é o ambiente que nos influencia e reagimos de acordo com que se impõe, a ênfase desta interação essencial do ser e do espaço, deve ser aplicada à resposta qualitativa e quantitativa do ser, que não precisa se consistir em uma reação, se podemos agir reflexivamente sem a necessidade de reagir (e isso é aplicável a várias outras espécies, só que em níveis menores de expressão). Somos a espécie mais livre em seu potencial de comportamento independente, mas que não será infinito, longe de ser.



Os mais autoconscientes serão os peso pesados em suas respectivas capacidades individuais porém similares de responder ao ambiente de maneira sábia ''ou' astuta, ou mesmo de agir sem a necessidade impulsiva de reagir.

Alguns darão nocautes, outros se perderão dentro do labirinto proposital que se consiste a realidade alternativa e complexa das sociedades/culturas humanas e cairão estirados no chão do ringue. 

Alguns serão como marionetes da própria sorte e de outros, mais maquiavélicos, outros serão donos de si próprios, se não de seus destinos, ao menos de suas consciências. 

A conveniência é apenas uma manifestação muito característica do pensamento binário, em que o pensamento será naturalmente direcionado para a competição via egolatria.

Como conclusão deste texto ''quase''-confuso, ao extrapolarmos para cenários hipotéticos de pré-destinos bio-ambientais, percebemos que o que mais mudaria seriam as vivências por se consistirem em elementos únicos do seu espaço e tempo particular. Mas a mesma mente, ainda produziria interações perceptivas de curto e de longo prazo semelhantes em qualquer cenário, porque a ênfase perceptiva seria/será praticamente a mesma. Pessoas com características bio-essenciais, sexualidade por exemplo, estáveis, serão mais propensas, por lógica dedutiva, a serem mais previsíveis em seus pré-destinos biológicos do que aquelas que necessitam de certos ambientes e mesmo de certas vivências para que possam buscar por outros caminhos, mais improváveis porém possíveis de serem enveredados. 

As vivências são SEMPRE únicas. O que muda é a importância que damos a elas e quanto mais criativo, sábio e autoconsciente for o indivíduo, mais numerosas e valorosas serão estas vivências. A vivência é visceral para a internalização de aprendizados e parece ser óbvio de se constatar que aquele que percebe mais, também aprenderá mais.













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