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terça-feira, 17 de novembro de 2015

O gênio não é o tamanho, é a profundidade




E a metáfora da ''exploração de novas terras''

Na época dos neandertais, o ser humano e/ou todas as suas cepas, detinham um conhecimento extremamente limitado do espaço e do tempo além do solo imediato que pisavam e viviam. O tempo passou e o homem foi conquistando e se assentando em novas terras, aumentando a sua área de circulação e de conhecimento. Hoje em dia, a humanidade está caminhando para se transformar em uma praga que consome os recursos naturais de maneira desequilibrada. Mas também nós tornamos um pouco mais sapientes quanto ao planeta que ''estamos'' destruindo. Novas ideias se assemelham à 'descoberta'' de novas terras, porque ao tomarmos conhecimento de suas existências, pode-se produzir uma nova expansão da ''circulação'' de pensamentos e inovações dentro destes neo-campos, estabelecendo novas relações/novos contatos e ampliando o conhecimento humano sobre o fenômeno da vida. 


Gênio e profundidade 


O gênio não se limita a uma única dimensão quantitativa e potencialmente arbitrária, porque se expande a partir de uma profundidade multidimensional. A genialidade não é o tamanho da inteligência, mas a profundidade de suas descobertas. E profundidade remete à precisão cirúrgica. 

Não é, tão alto para que se possa escalar uma montanha, mas tão profundo  para que se possa adentrá-la

Não restam dúvidas de que a maior manifestação do gênio não se expressará por si mesmo (ainda que possamos reconsiderar para o caso dos gênios adaptativos) mas por meio daquilo que produz, por suas inovações. A natureza excepcional de suas descobertas/expansão da consciência humana, é tamanha que por lógica nos tornaremos muito mais interessados nelas do que neles. 

Talvez se possa de fato comparar (a maioria d)os seres humanos por meio de atributos quantitativos e parcamente qualitativos, mas no caso do gênio completo, a precisão dos números não será tão significativa quanto à precisão de sua profundidade, no ato de desbravar mundos completamente novos. Portanto a atitude do gênio e os produtos que virão dela são a melhor maneira de se ''mensurar'' o impacto que causam. Também é importante tentar prever o potencial de gênio, que no entanto ainda continuará sendo quintessencialmente uma atitude e sua reverberação, do que a expressão orgânica, a causalidade pura, o ser. A origem deste potencial, é provável que obedecerá a padrões comportamentais, tal como acontece com qualquer outra correlação de comportamento e biologia (sistema corpo-mente). Eu tenho tentado prever estes padrões em muitos de meus textos assim como também com a colaboração (involuntária, ;) ) de outros estudiosos do assunto. Algumas destas similaridades já estão sendo observadas desde a um bom tempo como a tendência para a melancolia, especialmente entre os gênios da arte e da filosofia.

Paradoxalmente, apesar da inevitável atração por suas realizações, o gênio será/terá muito mais em sua essência do que os demais tipos que também são cognitivamente/intelectualmente prodigiosos, e que por lógica, esperar-se-ia que o contrário fosse o mais provável de acontecer. 

O tamanho/ a extensão superficial de um lago não é o mesmo que a sua profundidade. Neste contexto metafórico, o gênio é vertical tal como a profundidade de um lago enquanto que o superdotado trivial se expressará metaforicamente como o tamanho da superfície de um lago. O lago pode ser entendido como a área de especialização de ambos, onde que o gênio se encontra submerso e profundamente relacionado, isto é, que já não é superficial e com grande potencial para se aprofundar ainda mais, ao passo que o superdotado trivial se encontrará quantitativamente atrelado à superfície/memorização-e-replicação. O superdotado pode decorar muitos livros, mas isso não significa que entenderá profundamente sobre aquilo que estudou a ponto de expandir tal conhecimento, enquanto que o gênio pode saber muito menos sobre o mesmo assunto, em termos de acumulação convergente, em comparação ao superdotado trivial, mas saber o suficiente e o que mais importa, a ponto de transpor os limites do conhecido de maneira efetiva e precisa. 

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