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domingo, 15 de novembro de 2015

A metáfora do alcance perceptivo de uma formiga em comparação ao alcance humano para defender o agnosticismo contra as certezas precipitadas do ateísmo



Este é o alcance perceptivo de uma formiga, é a sua perspectiva, que não pode ser extrapolada além deste/seu limite de percepções e sensações. O ser humano tem o diferencial de ser capaz de pensar reflexivamente, como eu já falei diversas vezes no antigo blogue. Por meio da combinação de tecnologia avançada via capacidades mecanicistas superiores e de reflexão ou sabedoria, o bom senso/julgamento, ''o ser humano'' pode tentar desvendar (parte do/) o sentido da existência/universo. A formiga, devido às suas limitações naturais de consciência, se encontra sob significativa influência do meio em que vive. Sua prioridade é existir, sobreviver e perpetuar-se. O ser humano, especialmente o ser humano médio, por causa de sua pequena janela de autoconsciência ou constância racional de ação e reação,  ainda pode tentar se desvencilhar do meio em que vive. O ser humano pode parar e pensar sobre, a maioria dos animais não-humanos não podem, ainda que muitos possam ''parar'', eles não podem pensar reflexivamente sobre aquilo que estão vendo. Reconhecem padrões, comparativamente limitados aos nossos, e agem como resposta. 

O ser humano não é o último nível perceptivo do universo e portanto não pode entendê-lo em sua totalidade, todo o seu valor e seu sentido.

O ser humano é espetacular, se comparado aos outros seres vivos deste planeta e apenas mediante certas perspectivas/dimensões de comparação. Mas isso não significa que possa entender muito, muito além de sua própria dimensão ou mesmo do alcance de mãos robóticas. O universo parece ser gigantesco, mas qualidade sempre será melhor que quantidade, não é mesmo** 

O fenômeno da vida, da existência, dentro destes coágulos habitáveis, como a Terra, parece ser absolutamente impressionante e raro. Uma ferida dolorida pode ocupar uma pequena fração de nossos corpos, mas ressoar em toda a sua constituição, tal como um eco. Puramente falando, a capacidade de autoconsciência e do pensamento reflexivo, humana ou não, se consiste na incrível capacidade de espelhar o próprio universo, ao invés de ser indiferente ao mesmo, tal como boa parte da fauna terrestre parece fazer. Nós podemos olhar para as estrelas e nos perguntar o porquê de existirem, o que são. 

O ateísmo é uma continuação do antropocentrismo só que com uma maior sofisticação em relação aos seus argumentos. O problema do ateísmo é o seu conceito e a sua prática. Os ateus dizem não acreditar em Deus, que quase sempre se refere ao panteão de divindades antropomórficas que já foram criadas pela mente humana. Quando utilizam a tática da ''humildade cósmica'', de que seríamos como areia da praia em relação ao gigantismo do universo, ainda assim eles estarão principiando suas conclusões (precipitadas) a partir de si mesmos, de suas próprias perspectivas. Não é ruim partir de si próprio para tentar entender a realidade. Na verdade, este tipo de procedimento investigativo é uma inevitabilidade lógica. O problema é quando partimos de abordagens tendenciosas, unilaterais, ao invés de tentarmos as múltiplas perspectivas. Mesmo se os ateus (em média) mudassem de atitude, isso não significaria que poderiam a partir de então a entender a hiper-realidade, porque esta se encontra muito além de nosso alcance perceptivo, tal como acontece com a formiga e com todos os outros seres vivos. 

O ateísmo pode vir a estar certo quanto as suas ideias de vazio de sentido em relação à existência, mas por agora, nunca saberemos e mesmo que tivéssemos chegado muito longe de nosso alcance natural perceptivo, até em outras galaxias, é provável que não será suficiente rente à dúvida existencial monstruosamente grande que define o ''fator g'' da vida. 

A precisão da matemática pode ser capaz de desvendar muito mais do que já descobriu ao principiar pela lógica do reconhecimento de padrões e a extrapolação (extra-polaridade, ;) ) dos mesmos via lógica intuitiva (previsão de natureza semântica quanto à continuidade fenomenológica) e principalmente por meio de cálculos/números, que são as ''letras'' que ao invés de darem valor, buscam pelo sentido lógico/impessoal das ''coisas''.

O ser humano pode estender por meios artificiais o seu alcance perceptivo, isto é, de entendimento da realidade, mas reitero que é provável que não será suficiente para ''desvendarmos'' o enigma. 

O agnosticismo segundo a minha perspectiva metafórica da comparação de alcance perceptivo entre as espécies, seria melhor na tarefa de principiar o pensamento realista a partir da dúvida do que em relação à certeza do vazio. O ser humano, ainda que muito ''melhor'' nesta tarefa em relação à formiga, se consiste de fato em uma areia de praia rente à vastidão do universo, tal como dizem os ateus. E justamente por isso que não poderíamos nos precipitar em relação a qualquer conclusão quanto à totalidade perceptiva. Apenas o universo ou os universos, que podem saber sobre si mesmos. Este argumento ponderado não deve ser entendido como ''desincentivo'', pelo contrário, além de incentivar, também de dar o peso certo às coisas e a nós mesmos. Temos bilhões e bilhões de vazio e frações diminutas onde a vida está transbordando. É inegável o valor da vida e ''ainda'' especulativo o seu sentido.

E é sempre bom ressaltar que apesar de sua grande/enorme utilidade, palavras e números continuam sendo meios artificiais criados pelo ser humano e sujeitos à deformidades conceituais. Símbolos humanos são como as roupas que vestimos, na tentativa de acoplar o valor semântico ao valor natural, que existe sem ter a necessidade de fazer sentido ao ser humano. Supostamente o  ''sentido humano'' precisa de uma razão para ser lógico. Se não tiver ''um sentido'', ''uma finalidade'', ''uma utilidade'', então é provável que será fruto do ''acaso'' e ''sem sentido''. Se não tem uma finalidade, uma razão, então é sem sentido, mas o valor já poderia ser compreendido por si só como uma espécie de sentido/razão.  

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