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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Uma característica comum a gênios e autistas

Um prazer intrínseco para aprender ou se entreter com o conhecimento, sem vê-lo como uma obrigação ou como um meio para um fim, (ganhar dinheiro), mas como um fim em si mesmo.

sábado, 26 de agosto de 2017

Gênio: altos níveis de instintividade E de livre arbítrio** [geralmente manifestados de modo mais específico do que generalizado]

Apenas relembrando uma velha ideia, e nem muito minha, de que os gênios seriam ao mesmo tempo mais ''ferais'' mas também mais ''autoconscientes''. 

E também uma breve ideia de que o espectro de severidade na flutuação, assimetria ou anormalidade no desenvolvimento biológico, e em especial do cérebro [se é que podemos isolá-lo do resto do corpo], pode, em sua ''zona habitável'' de re-equilíbrio, ter como resultado, as excepcionalidades humanas, enquanto que é óbvio de se pensar que, muito assimétrico e inevitavelmente teremos toda a sorte [ou falta] de desordens mentais e orgânicas, e que muito simétrico e teremos a manifestação dos tipos humanos mais saudáveis, porém não tanto em termos intelectuais ou demasiadamente ''animais'' [nesse sentido] para serem [e também em termos físicos/força física por exemplo e fisiológicos/longevidade por exemplo].

Aí cabe uma perguntinha: será que alguns tipos de personalidades não apresentariam maior ''livre arbítrio'**

domingo, 9 de outubro de 2016

Consciência estética generalizada (sabedoria) e pontual ( talento a gênio artístico ou arte)

O sábio busca simetria/beleza em quase tudo aquilo que interpreta, que interage...

O artista talentoso a genial o faz mas especialmente em sua área de interesse, isto é, de maneira pontual.


A filosofia também pode ser entendida como uma constância intrínseca na percepção generalista da beleza/idealidade/simetria, isto é, buscando em tudo, justamente com o intuito de fomentar suas bases ou para reforçá-las acaso já existam.

sábado, 8 de outubro de 2016

Refutando algumas ideias de Bruce Charlton e co. sobre o gênio: o gênio foi designado ou selecionado para ter ideias criativas e ajudar a sua tribo/o gênio é uma variação ''normal'' que foi selecionada para criatividade...

..., o gênio é, geralmente, altruísta, gênios moralmente ruins são anomalias, gênios de natureza científica são mais extrovertidos, pessoas inteligentes que pontuam abaixo ''do esperado'' em testes cognitivos só podem ter alguma anomalia patológica (nem toda anomalia é patológica)...

... e um plus de minha parte: traços psicológicos variam mais entre os caucasianos, especialmente os caucasianos: europeus, e de certas épocas*, resultando em maior proporção de gênios criativos e/ou existe uma maior presença de mutações raras que aumentam de sobremaneira a inteligência/e potencial criativo dos filhos em relação aos seus pais, mais comum entre os europeus, por agora...

1: O gênio foi designado para ter ideias criativas e para ajudar a sua tribo

A ideia de que o gênio foi designado para isso ou para aquilo parece uma narrativa bíblica/religiosa, em que tudo tem que ter um propósito. Complicado concluir qualquer coisa por agora sobre este assunto porque realmente ninguém sabe se TUDO tem ou não um propósito, e lembrem-se daquilo que já falei, as palavras são muito importantes para entendermos o mundo de maneira mais profunda, mas também podem nos prender aos seus significados e reduzir nossas possibilidades de alcance perceptivo. Neste caso, ficamos presos à palavra ''propósito'' enquanto que a verdade nuclear, profunda, primeva desta realidade pode ser outra. 

A ideia de que um compositor genial do século XIX, compôs suas obras primas, especialmente para ''ajudar a sua tribo'', parece fora da realidade. Gênios podem ou não usar a genialidade para ''ajudar a tribo''.

Acho que Charlton usou ou usaria de qualquer maneira, vaga, diga-se, a ''revolução industrial'' como uma clara demonstração de altruísmo por parte do gênio, em relação ''à sua tribo''.

Será**

A revolução industrial bem diferente daquilo que Charlton e co., parece, que acreditam, não foi este mar de rosas, em especial para uma boa parte das ''tribos europeias''. 

A narrativa de Charlton e co. é engenhosa, mas será que é factualmente correta*


A segunda ideia de Charlton e co. é complementar à ''primeira'', porque se o gênio foi ''naturalmente'' designado então...


2: (...) O gênio é uma variação psico-cognitiva ''normal'' (personalidade endógena) que foi selecionado para a produção criativa

Se o gênio é uma variação ''normal'' então alguém me explica porquê tantos deles apresentam injúria cerebral ou transtornos mentais (severos, moderados, leves a subjetivos ou ''desordens'' apenas por critério cultural)**

Charlton e co, querem nos passar a ideia de que o gênio se consista numa espécie de sub-tipo psico-cognitivo QUE FOI SELECIONADO, artificial ou naturalmente, exatamente para exercer a sua ''função social'', tal como se fosse uma raça canina, com pedigree e com habilidades específicas, enquanto que o que parece ser factualmente correto de se constatar é que o gênio se consista em uma manifestação bastante rara, excepcional e/ou ''histriônica', de perfis ou combinações psico-cognitivas mais comuns (ou combinações únicas), que se foi mesmo selecionado, não foi de modo direto, proposital, mas invariavelmente acidental.

 O gênio se consiste em uma variação ''aberrante' de uma combinação de traços psicológicos e cognitivos ou de uma combinação rara por si mesma, que é única. O gênio se consiste quintessencialmente falando em um ser exótico que pode trazer grandes benefícios a malefícios à humanidade e por tabela à fauna e flora circundantes, dependendo da natureza de sua capacidade. 

Charlton e co. desejam supostamente acabar com o estigma/estereótipo do gênio enquanto uma pessoa com habilidades perceptivas excepcionais MAS com tendências psicológicas mórbidas. 

Eles querem passar a ideia de ''naturalidade'', isto é, tal como os olhos azuis foram sendo selecionados entre os povos germânicos, o mesmo aconteceu com o gênio, no entanto, o primeiro traço se tornou muito comum, enquanto que o segundo ''traço'' ''ou'' combinação de traços continuou raro. Alguma seleção em vista**

Provavelmente não. 

Sejamos francos, o gênio criativo não é desejável, as suas realizações possivelmente sim, mas o gênio criativo, como pessoa, não costuma apresentar grandes qualidades, a não ser se for um tipo mais correlacionado ao sábio, o ''ser humano ideal'', do contrário, a seleção natural ou caoticamente artificial (a regra da civilização) os selecionaria em maior quantidade.

Portanto pode-se dizer em partes que, o gênio criativo não é desejado pela população, nem mesmo pelos governos, e percebam o quão raro é, como que muitas sociedades podem permanecer por longo tempo sem tê-lo, seja porque o reprime ou mesmo porque já não apresentam qualquer traço ou evidência deste tipo em sua demografia. Da mesma maneira que o sábio também não costuma ser desejado, em especial pelos governos, por se consistir em uma ameaça final ao julgo sempre problemático desses mesmos governos, que usualmente se compõem de ''normais'' conformistas, psicopatas e idiotas úteis. Sábios e gênios são provavelmente os tipos mais outsiders de todos. 

Eu não preciso dizer novamente quanto à abundância direta à indireta de correlação entre criatividade e transtornos mentais via relatos autobiográficos dos próprios gênios e talentosos.

Parece que em cada família de um gênio ou talentoso (próximo do nível de gênio) que foi historicamente reconhecido tem um ou mais parentes com desordens mentais, quando não são os próprios filhos que nascem com a versão não-heterozigota desses ''genes extremos'', ou eles mesmos.

Se o gênio tivesse sido selecionado então teríamos muitos mais deles andando por aí, em especial em terras europeias, e não é o caso. 

A extrema raridade do gênio criativo ou de alguém com potencial (talvez bem menos que 0,5% da população) apenas nos mostra que ao contrário da teoria proposta por Bruce Charlton e Edward Dutton, o gênio não tem sido selecionado, apenas tem emergido de maneira consideravelmente rara, e sem levar em conta a possibilidade de que muitos tipos com igual potencial terminem por não atingi-lo em toda a sua envergadura, passando desapercebidos, marginalizados ou ''esquecidos'' pela história (sociedades/governos). Ainda assim, a incidência deste tipo parece muito baixa para ter sido selecionada, muito menos de maneira proposital.

Sabe quando está chovendo muito e de repente aparece um arco-íris tímido* Então, a manifestação rara do gênio parece, metaforicamente falando, mais ou menos com este exemplo, com a emergência de excepcionalidades ocasionadas por alguma movimentação seletiva anterior que propiciou ao surgimento de algumas combinações raras, e que não dependem apenas delas para que possam se manifestar plenamente, isto é, de serem reconhecidas, corretamente avaliadas e usadas, de maneira moralmente correta, se possível.

A emergência do gênio foi (e continua a ser), por falta de palavra melhor, acidental, isto é, não foi estritamente desejada, porque apareceu como parte de um aumento generalizado de inteligência, ao menos nas populações europeias depois da ''idade média'', ainda que gênios historicamente reconhecidos também tenham aparecido durante este período histórico, e claro que eu estou falando apenas da Europa, porque em outras regiões, por exemplo, na China, muitos gênios a semi-gênios apareceram durante este mesmo período.

Tentar, mais uma vez, distanciar o fenômeno da genialidade em relação aos transtornos da mente não parece o certo a se fazer e no entanto parece uma medida equivocada bastante popular nos dias de hoje, afinal de contas, muitos de nós desejamos que a criatividade seja compreendida de modo diferenciado das desordens mentais, de maneira ''positiva'', e a priore não há nada de errado nisso. Como sempre, o problema começa quando aquilo que desejamos se sobrepõe à realidade factual ao invés de complementá-la, isto é, quando impomos a versão de como que queremos que os fatos se apresentem do que, em como que os fatos realmente são/estão. Aquilo que falei muitas vezes no velho blogue. Ou a criatividade humana é fruto de uma evolução convergentemente natural do intelecto portentoso e problemático de nossa espécie, ou se consiste basicamente em versões heterogêneas ou menos puras de desordens mentais e com vantagens/e desvantagens culturais de grande peso. 

Charlton apenas repete o mesmo erro que Lewis Terman cometeu, quase um século atrás, quando resolveu ''acabar com o estigma do gênio'', passando como um trator em cima da verdade factual, de que existe sim uma lina tênue entre criatividade e transtornos mentais, que a maioria dos tipos mais criativos apresentam no mínimo algum traço de desordem mental, tal como foi profetizado por Cesare Lombroso em seu ''O homem de gênio'' e que quanto maior é a genialidade maior é o risco para comorbidade com transtornos mentais, e mais, em como que o transtorno influencia na perspectiva existencial do gênio, especialmente os tipos mais literários, artísticos e filosóficos (e possivelmente também entre os tipos mais científicos), como eu falei, sobre a depressão e a melancolia, qualquer desvio da normalidade humana pode ter um papel importante para perceber o mundo de maneira completamente diferente e possivelmente original.

3- A maioria dos gênios são altruístas, gênios ruins são a exceção ou Confusão entre sabedoria e genialidade

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Fonte: educação.globo

Eu já comentei que sabedoria e genialidade não são a mesma coisa, porque apresentam epicentros semânticos/conceituais diferentes. A primeira epicentraliza-se na ''excepcional'' capacidade de raciocínio moral enquanto que a segunda epicentraliza-se na excepcional capacidade de raciocínio divergente, generalizado ou pontual (no caso dos criativos contínuos e descontínuos), e sem critério moral, portanto, amoral, a priore. 

(Eu aspeei o excepcional na parte em que falo sobre sabedoria porque na verdade a mesma, a meu ver, se consiste apenas na idealidade humana, especialmente em termos de comportamento, só que os processos seletivos humanos tem direcionado à ''evolução' de 'nossa' espécie pra outra direção, menos sábia)

Portanto não há nada impedindo que uma desproporcional fração de gênios criativos não sejam de excepcionais altruístas a/ou sábios, e mesmo que muitos se consistam de crápulas, e esta parece se consistir na factualidade.

Eu já escrevi um texto no velho blogue citando alguns exemplos de comportamentos imorais como do gênio literário William Shakespeare, apenas pra começar. E não preciso citar listas de ditadores, em sua maioria, no mínimo, de psicopatas de alto funcionamento (muito inteligentes ''ou' espertos). Gênios criativos imorais ou não-altruístas parecem abundar. 



Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/Relationship_between_Bipolar_Disorders_and_IQ.jpg


3- Não existem gênios hoje em dia/ gênios cientistas são mais propensos a serem extrovertidos

Tudo para compactuar com a teoria geral de sir Charlton, em que, por causa do acúmulo de mutações deletérias, supostamente, a proporção quase sempre ínfima de gênios em potencial diminuiu drasticamente. Será**

Pode ser, mas o assunto parece mais complexo do que Charlton deseja salientar. Na minha opinião, não é apenas o gênio que não está mais aparecendo, mas também porque tem sido marginalizado, e no mais, muitos outros, eu não sei se poderia denominar de ''gênios'', tem dado às caras, nas próprias universidades, no caso de grandes talentos nas áreas das ciências, ou de outros modos. 

Parece haver uma abundância de gênios científicos historicamente reconhecidos que não foram de extrovertidos. E no mais, há sempre de se analisar detalhadamente os termos e as expressões emanadas dos mesmos, enquanto comportamentos, que estamos analisando. Existem vários tipos de extrovertidos, e eu tenho lá as minhas dúvidas se a extroversão de uma pessoa com percepção afiada, pontual ou generalizada, será idêntica ao de um típico extrovertido. 

4- Pessoas realmente inteligentes que pontuam ''abaixo do esperado'' em testes cognitivos apresentam alguma patologia que as impede de pontuar alto

Então o cantor brasileiro Roger Moreira, da famosa banda dos anos 80, Ultraje a Rigor, deve ter alguma patologia mental às avessas porque ''o seu'' QI estratosférico não parece combinar com a ''beleza' de suas músicas ou algumas de suas atitudes moralmente reprováveis tal como ''trollar'' grupos veganos na internet para deixá-lo na santa paz saboreando o holocausto animal.

Usando o critério QI para filtrar a realidade, e concluir a partir disso, não parece o inteligente a ser feito. Hbds parecem ter fobia de ''complexidade'', de nuances, detalhes, comparações mais intimistas, de se ver mais de perto, e sair desta abordagem ''terra plana''. Muitas pontuações altas a muito altas de QI são falso positivo de ''perceptividade'', a verdadeira ''alma'' da inteligência. O mesmo para pontuações ''abaixo do esperado'', o critério para quem estuda inteligência, deveria ser a própria inteligência, e não o QI, que é um meio para se chegar mais perto da mesma, de suas verdadeiras faces, em conclusão, tudo invertido.


Um relativamente longo trecho do texto, disponível na internet, ''The Genius Famine'' de Bruce Charlton e Edward Dutton


Both genius artists and scientists in turn combine this kind of personality with extremely high – outlier levels of – intelligence. Outlier intelligence occurs when chance combinations of genes in relatively intelligent parents lead to extreme intelligence in one of the offspring. Most children have intelligence at a similar level to the average of their parents; but it is quite possible for children to be far more – or less – intelligent than their parents, though this is rare. It is even rarer, though still possible, that average or even below average parents could produce a highly intelligent child.
Therefore genius is most frequently found among offspring of the most intelligent people, but can be found almost anywhere, albeit at lower frequencies.
This seems difficult to explain in the way that intelligence is normally considered – in terms of intelligence being a consequence of very large numbers (thousands?) of genes-for-intelligence. With intelligence genes conceptualized as additive in effect, and in such large numbers, it is hard to understand how a very highly intelligent child could emerge by chance from low-intelligence parents. But if a person’s level of intelligence is also determined by the number of deleterious mutations they inherit from their parents, and these mutations are numbered in tens – then it is imaginable that, by chance, a child may be born with very few deleterious mutations, despite his parents having a relatively heavy mutation load.
This notion is perhaps testable, on the basis that a low mutation load should be associated with generally higher fitness, and therefore with traits associated with high fitness – so the high intelligence child of low intelligence parents would be expected to be (on average) taller, healthier, more symmetrical, and more long-lived than his low intelligence parents.
The face and body have evolved to be symmetrical. Thus, facial symmetry shows that relatively few genetic mutations, which are almost always negative, have been inherited. It also shows that a symmetrical phenotype has been maintained in the face of disease, implying a genetically good immune system. Symmetrical people are, therefore, regarded as attractive because their appearance advertises their genetic good health.[42] Studies have actually shown a weak positive correlation between intelligence and facial symmetry.[43]
But, although highly intelligent children of less-intelligent parents have been, by chance, spared from the effects of deleterious mutations on the brain; nonetheless they would be likely to be carrying more deleterious mutations than the highly intelligent children of highly intelligent parents (because not all mutations affect the brain). So among the highly intelligent children of less intelligent parents, there might be evidence of relatively higher levels of other mutation-related dysfunctions – e.g. social maladaptiveness, psychosexual dysfunctions, psychiatric problems, fluctuating asymmetry or physical illnesses with a genetic basis.
It should also be noted that intelligence affects behaviour. High intelligence may act as a counterbalance to a personality type that would otherwise be associated with asocial behaviours characteristic of low General Factor of Personality (GFP). High IQ in a low GFP person provides a strong future orientation and self-control – due to a heightened ability to predict the consequences of their actions and a greater concern with the long-term[44] – that such individuals would otherwise lack from their inherited personality traits.
Whereas with high intelligence a low GFP person may be merely a-social –uninterested by society; low GFP person and  low intelligence might well be anti-social – that is, significantly hostile, or actively socially destructive in their behaviour.

E minha refutação (ou não)

A evolução se dá mais ou menos tal como o movimento de uma onda do mar, e aqueles que estão muito a frente ou muito atrás da média, ou seja, que se consistem em subtipos ex-cêntricos, serão mais prováveis de apresentarem ano[r]malias biológicas, ao invés da ideia, pelo que parece, comum entre os ''hbds'' e demais ''psicólogos evolucionistas'', de que uma maior inteligência esteja sempre relacionada com maior saúde ou ''fitness'', quase que deixando a entender que os menos ''inteligentes''/mais pobres tenham mais mutações e que os mais ''inteligentes''/maior tendência pra serem mais ricos, tenham menos mutações, enfim, uma teoria mais social do que biológica. A evolução se dá do centro, se deslocando, evoluindo para o caminho ''que está a frente''. Duvido que a maioria dos centenários humanos sejam mais ''qi-inteligentes''... não parece o caso.

Melhor fitness = maior inteligência**

Talvez.

Mas não necessariamente em relação à genialidade/criatividade, pois se ''está muito a frente'' então dificilmente não se consistirá por si mesma em um desvio, em um excesso, em um hiper-desenvolvimento e portanto muito provável de ser mais desequilibrado/menos fitness do que mais biologicamente equilibrado.

Eu tento entender como pode ser possível este tipo de situação* 

Já parece estar quase que plenamente entendido, eu espero que para muitos, que a criatividade tende a ser uma espécie de vantagem heterozigota dos transtornos mentais/extremidades mentais, em uma combinação de saúde e desordem mentais, a níveis mais extremos e entanto temos pessoas muito inteligentes apenas reafirmando teorias equivocadas...

 Ok, uma pessoa esquizofrênica, será muito provável de ser bombardeada por seu transtorno e não conseguir fazer uma limonada com esses limões mais azedos, mas percebam que o próprio espectro do autismo, isto é, o transtorno em si mesmo, nos mostra que este pensamento binário ''desordem mental= ruim, 'ordem' mental=bom'', está um pouco longe de ser plenamente verdadeiro. O autismo é uma desordem muito interessante, uma contradição em relação a este espectro forçosamente binário ''desordem mental ruim, 'ordem' mental bom'', porque ao contrário de uma esquizofrenia, que é epicentricamente problemática, o autismo, pelo que parece, não é tanto assim.

Criou-se a conclusão precoce e comum entre os psicólogos evolucionistas que, como a 'inteligência'' (QI) se correlaciona com maior saúde, então por essa lógica pobre em detalhes e nuances, o gênio será dos mais saudáveis, com menor carga de mutações deletérias, mas novamente, a genialidade relaciona-se consideravelmente mais com a criatividade e esta, ao contrário da ''inteligência-qi'', tende a se relacionar com uma maior presença de carga mutacional, ''derivada'' dos transtornos mentais, muito similar à vantagens heterozigotas de outros polimorfismos, a anemia falciforme por exemplo.

Quanto maior a inteligência-qi, maior a saúde ... supostamente... ainda que os seres humanos mais longevos não pareçam com ''candidatos ao MENSA''. 

Mas e quanto à criatividade** (eu já questionei sobre isso antes especialmente no velho blogue)


Eu concordo com Charlton e Dutton que a criatividade possa ser entendida como ''um traço'', que necessariamente não é patológico ou sumariamente desordenado. No entanto, não tem como negar a correlação muito comum entre a mesma e desordens da mente, e eu até, atrevidamente, a denominei de ''trans-ordem''. 

Charlton e Dutton acreditam portanto que, o gênio é uma manifestação extrema porém ''normal'' da espécie humana (despreze injúria cerebral e relação direta [ o próprio gênio padecendo de algum transtorno, explícito a implícito] à indireta [ histórico familiar de desordens, próximo ao gênio] com os transtornos mentais), geralmente é altruísta (não parece ser plenamente verdadeiro) e apresenta elevado fitness, é isso que eu consegui captar na parte final deste trecho*

Judeus asquenazes que parecem produzir muitos gênios, geralmente de menor porte do que em relação aos gênios europeus de maior magnitude, e possivelmente de outras civilizações, também tendem a apresentar elevada presença de indivíduos com faces assimétricas. A população mais inteligente da fauna humana, portanto, exibe uma presença desproporcional de traços ex-cêntricos (transtornos mentais, desvios sexuais, anomalias fisiológicas...). Eu que não sou um ''jewish--IQ-lover'' como a maioria dos hbd's, incluindo sir Charlton e possivelmente, sir Dutton, reconheço a inteligência comparativamente significativa (especialmente a astúcia) dos judeus europeus em comparação às outras populações, mas também reconheço as suas características psico-fisiológicas que tendem a se relacionar com desordens ''mentais'' (biológicas)... só que eles, parece que não. 

E pasmem, Cesare Lombroso, em seu ''O Homem de Gênio'', que eu já comentei várias vezes no velho blogue, disse o mesmo em relação à desproporção de características ''degenerativas' nos gênios europeus até à sua época. 

Os hbd's dizem que ''menos mutação = maior inteligência''. No entanto, os judeus asquenazes, mediante as suas cargas mutacionais acima da média ''não-judia'', parecem nos mostrar uma realidade um pouco distinta, afinal de contas, algumas desordens genéticas comuns entre eles, parece que aumentam a inteligência, especialmente em seus portadores heterozigotos, por exemplo, a doença de Gaucher.

Também sobre a relação entre gênio e classe social, me lembro dos dizeres de Cesare Lombroso, não necessariamente dele, mas que ele acabou citando, de que os gênios tendem a aparecer em famílias que estão em pleno declínio econômico.  

Muitos gênios e dos mais imponentes vieram de famílias humildes...

Afinal de contas, de que tipo de inteligência que estamos falando* Ou melhor, que eles estão falando*

Charlton, que é um cristão devoto e que inclusive dedica boa parte do seu blogue na criação de ideias estapafúrdias, justamente em cima de seu pensamento mágico central, ou seja, o cristianismo, também deve ser analisado, porque muitas se não boa parte de suas teorias ou co-teorias, não estão a nascer de uma mente perfeccionisticamente neutra (artigo bem raro, se não for quase inexistente), mas de uma mente irracionalmente tendenciosa, em que boa parte daquilo que pensa ou raciocina, especialmente se for sobre moralidade, biologia ou evolução, tenderá a ser filtrado, ou puxado para o seu ''buraco negro'' chamado cristianismo. 

Será que sou é que estou meio louco* ou será que eu apenas observo, analiso, critico e julgo/concluo aquilo que os meus grandes olhos estão vendo, aquilo que os meus sentidos captam e compreendem como razoavelmente racional, tentando sempre reduzir o máximo possível a minha carga de preconceitos cognitivos irracionais*

Eu vejo uma desproporcional presença de judeus asquenazes, a ''raça'' humana mais inteligente, assim como também de gênios de outras ''raças'', apresentando muitas das características que sir Charlton do alto de sua perfectibilidade, adjetiviza de ''degenerativas'', e que juntamente com sir Dutton simplesmente endossam a regra pós-moderna de tratar a correlação quase causal entre desordens mentais e criatividade como apenas um excesso de uma era morbidamente romântica.

So modern ‘creatives’ are celebrated for their subversion of (or exposure of the supposed hypocrisy of) traditional, bourgeois and religious values

Mais um trecho do texto, supostamente puramente-científico, de sir Charlton (e Dutton)...

Para bom entendedor, meia palavra basta...

PLUS

O gênio parece ser fruto de mutações que aumentam a inteligência, mas especialmente a criatividade, de sobremaneira, em especial se for comparada ao de seus progenitores ou parentes. De uma maneira ou de outra, o gênio se consiste em uma evolução/melhoria psico-cognitiva da ''piscina genética'' de sua família imediata, em uma variação ex-cêntrica, extrema dos traços que geralmente são invariavelmente encontrados em sua família, mas com uma tendência de redução do fitness biológico.

Charlton e Dutton parecem ter acertado neste ponto, que inclusive encontra-se presente neste trecho maior que separei do documento que produziram. 

E mais, interessante a ideia que produziram, de que as pessoas que saem ''mais inteligentes'' (creio, perceptivamente racionais) que os seus pais e de classes sociais mais baixas, sejam mais propensas a herdarem mutações, menos deletérias, mas existentes ''de seus pais'' ou da piscina genética dos mesmos, por exemplo, flutuações na simetria facial (e corporal), ''desvios' sexuais, etc...

Eles acertaram mas parece que não perceberam alguns detalhes muito importantes. 

Se o gênio também pode ser entendido ou adjetivado como ''turbulento'', ''sempre à procura de algo para fazer, de mente inquieta'', enfim, mais mutante mesmo, então é pouco provável que esta extremidade mental não virá acompanhada com mais comportamentos que complementam este estado excepcional de percepção, e pasmem, eles podem ser até essenciais para a manifestação completa e característica do gênio em um indivíduo com alguma disposição intrínseca pra este fim, porque como eu salientei brevemente acima, a perspectiva existencial de um grande realizador parece que precisa ser única, especial, para ser, a priore, original, e a originalidade é parte extremamente importante da genialidade, ainda que não seja a única. 

Também podemos pensar se, traços psicológicos tendem a variar mais entre os europeus e seus descendentes, do que em outras populações, e que isso possa ser uma possibilidade propícia para o aparecimento ocasional (quase sempre é ocasional) do gênio. 

GÊNIO: ação primária/reação secundária

Ação primária = expressões intrínsecas do organismo. Reação secundária = construção de expressões mescladas das ''ações primárias'' com variáveis ambientais. 

A ação primária do gênio é a hiper-perceptividade, pontual, intermediária generalizada (geralmente é pontual ou intermediária, gênios e pessoas comuns, absolutamente boas em tudo, são raras a inexistentes, auto-iludidas ou exageradas, por si próprias ou pelos demais).

A reação secundária do gênio é aquilo que ele é capaz de prover com base em sua tendência de mergulho perceptivo, de se tornar viciado por certos assuntos e de se buscar escrutiná-los a longo prazo e de maneira praticamente constante, exatamente como mergulhar em um mar desconhecido, ou nem tanto, e ir nadando até às partes mais profundas. Como eu já comentei antes, o gênio é o desbravador abstrato por excelência. 

Finalizando resumidamente...

Charlton e Dutton apenas repetiram só que com termos e perspectivas diferentes, os mesmos erros centrais que foram cometidos por Lewis Terman em seu estudo sobre ''superdotados e genialidade'', que se deu a partir da primeira metade do século XX. 

Confundiu criatividade com inteligência (qi) e romantizou à sua maneira o fenômeno do gênio...


sexta-feira, 10 de junho de 2016

A integração mental do gênio versus a excelência cognitiva/operacional do superdotado

O gênio, e em especial o sábio, pensa com toda a sua mente e portanto direcionado para as prioridades perceptivas/existenciais mais importantes da vida humana enquanto que o superdotado (trivial) demonstra o seu talento via cognição, isto é, usando a mente para realizar atividades técnicas que sustentam as sociedades humanas.

Isso pode nos ajudar a entender um pouco melhor o porquê dos gênios e dos sábios se diferenciarem em suas respectivamente similares abordagens psico-cognitivas, em relação aos superdotados triviais, resultando pelos dois primeiros, na criatividade e pelo ''segundo'', basicamente na cognição.

Será pela auto-expressão (fusão psico-cognitiva) que se produzirá qualquer trabalho criativo ou sábio, enquanto que os trabalhos de sustentação técnica das sociedades humanas, tenderão a ocorrer de maneira mais impessoal, como eu já falei muitas vezes e em relação a outros aspectos desta diferenciação entre cognição e inteligência.

Resumindo, mais ou menos,

gênios, criativos e sábios ''usam toda a mente'' para produzirem os seus trabalhos ou mesmo para pensar,

enquanto que os superdotados triviais exibem uma menor conexão entre os seus respectivos ''eu'' ou personalidade e ''cognição'' e portanto são mais propensos a abordarem o mundo desta maneira, isto é, ''incompleta', podendo separar uma coisa da outra, mas tendo pouca capacidade de uni-las que poderia resultar em genialidade,

o superdotado trivial, especialmente, para expressar o seu talento, geralmente de natureza técnica, usa o esqueleto da inteligência, isto é, a cognição, e portanto, de maneira mais impessoal, fria e potencialmente contraditória, quando precisa ''pensar integralmente'' sobre a realidade.


''estudar'', ''trabalhar'', significa se concentrar cognitivamente, deixando de lado a personalidade, e esta fusão parece ser essencial entre os mais criativos e sábios enquanto que por outro lado parece ser fundamental para a cognição aplicada às tarefas técnicas do cotidiano social.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Intelectualmente inteligentes versus cognitivamente inteligentes



Outsiders versus alfas

ou 'neuróticos' brilhantes versus trabalhadores eficientes


Eu já comentei diversas vezes no velho e neste blogue sobre esta dicotomia que a meu ver tem sido pouco explorada pela psicologia ou pela filosofia. As diferenças entre aqueles que são mais intelectualmente dotados daqueles que são mais cognitivamente inteligentes parece se consistir em uma realidade latente e com reverberações bastante pronunciadas em nossas vidas porque afinal de contas, a maior parte das pessoas dependem daqueles que são colocados em posições de poder bem como de suas decisões. Os respectivos ápices dos dois tipos seriam o gênio filosófico e o gênio científico-''utilitário'. E eu interpretei de bom tom usar a minha classificação hierárquica de sociotipos, trabalhadores, manipuladores e observadores.

O intelectualmente talentoso é um pensador primordialmente holístico que sempre parte da imagem maior, se questionando sobre tudo aquilo que é forçado a crer e que dizem se consistir na verdade. O intelectualmente inteligente é um potencial criador de novas sociedades, ideologias ou ''religiões'' ( em outras palavras, também temos o céu e o inferno como produto-potencial para este grupo).

O cognitivamente talentoso, por sua vez, é um pensador técnico-específico que parte de suas micro-perspectivas perceptivas e/ou cognitivas e  geralmente não perpassará as fronteiras das verdades artificiais que 'é'' condicionado a acreditar, isto é, internalizará com grande naturalidade todas as meias verdades ou factoides, assim como também muitos fatos óbvios. E os mais intelectualmente capacitados deste grupo tenderão a entender o lado de seus pseudo-algozes dicotômicos que eu propus, mas terão fraca resistência psicológica e motivação intrínseca (que muito comumente terá fatores adicionais extrínsecos ou ambientais) para seguir pelo caminho filosófico, quase sempre mais árduo, solitário e complexo.

O filme Família Addams 2, que está ilustrando este texto, é um exemplo muito interessante de embate entre esses dois tipos, em que nós temos Wednesday Addams ( Christina Ricci) como uma jovem neuroticamente brilhante e do outro lado a loirinha burguesa Amanda Buckman (Mercedes McNab), representando a trabalhadora eficiente que pertence às ''elites'' (de mierda, ;) ).

O filme também nos mostra o embate de dois mundos quase que completamente opostos em que nós temos a moralidade forçada e artificial da ''burguesia tecnicamente inteligente'' versus o existencialismo fatalisticamente filosófico dos ''outsiders'' brilhantes e de lambuja, ainda mostrará que para o segundo grupo, haverão correlações significativas com uma diversidade de comportamentos moralmente reprováveis e com problemas de saúde como a alergia do personagem judeu que se apaixona por Wednesday ou a própria psicopatia da garota.

Em relação à triarquia dos sociotipos, os cognitivamente inteligentes se encaixariam especialmente no grupo de manipuladores-trabalhadores enquanto que os outsiders, especificamente aqueles que foram representados no filme, seriam de manipuladores-observadores.

terça-feira, 15 de março de 2016

Precisão semântica: Um (sempre) breve estudo da palavra "mito"

"O mito da relação entre gênio e transtornos mentais"

Eu já destrocei o mito-do-mito da relação gênio e transtornos mentais. Não é um mito e é sempre importante ensinar aos estúpidos que frases vagas atrapalham muito mais do que ajudam. 

Mito é uma completa mentira, geralmente fantasiosa ou pra lá de metafísica, tomada enquanto uma crença conclusivamente "factual", ''eu nunca vi, não tem como provar, mas aconteceu, porque o meu meio sócio-cultural diz que aconteceu''.

O mito dos deuses gregos do Olimpo,
O mito de jesus cristo,

O mito da diversidade etno-cultural como uma força,
...
O mito que o homem pode voar apenas com o bater de seus braços,
O mito que a raça branca é totalmente superior às outras.



Agora, existe uma clara relação entre transtornos mentais, sem falar do seu espectro maior, mais heterozigótico e leve, e a criatividade. A relação entre a expressão total dos transtornos e criatividade já é positiva. A relação entre todo o espectro maior da diversidade cognitiva extrema que também engloba as variações mais leves dos transtornos, organicidades implícitas e a criatividade não é apenas alta mas muito provavelmente causal e portanto próxima de 100% de causalidade e não "apenas" uma correlação positiva. Eu posso estar sendo muito precipitado, acredito que não, mas é esta a impressão de que tenho sobre este assunto. Isto é, mais do que se correlacionar, o estilo de mente mais intensa é causal à própria criatividade da mesma maneira que é para a panaceia de transtornos da mente.

Agora nós temos um novo desfavor para o claro entendimento da criatividade. A nova frase aforística do momento  é "o mito do criativo neurótico".

A maioria das pessoas vão interpretar literalmente esta frase e elas não estão erradas porque não é a função delas de entender mas a do comunicador de ser claro e portanto preciso. É claro que existem muitos criativos e gênios neuróticos. É claro que existirão fenótipos em que a relação entre criatividade e neuroticismo será alta e em outros fenótipos em que a relação será menos significativa. É burro ou mal intencionado meu filho?? 




Não é um mito, é ''apenas'' ou bastante correlativo.



A ciência tenta ''racionalizar'' pseudo-paradoxos como a da correlação significativa entre o espectro da diversidade neurológica (proxy para transtornos da mente e parentes talentosos ou ''heterozigóticos'') e a criatividade. 

A filosofia tenta entendê-la, ;) 

E a melhor maneira será por meio da precisão semântica


Ensinando precisão semântica: a correlação exponencialmente positiva entre espectro da diversidade neurológica e criatividade


Mesmo quando a correlação é negativa, o valor qualitativo também deve ser avaliado e os fatores ''meritocracia'' e visualização/reconhecimento



As pessoas com grande reconhecimento popular são indubitavelmente, as mais criativas** Ou será que muitos gênios não apresentam  traços que são fundamentais para uma carreira de grande sucesso* (conformidade, baixa empatia, alta simpatia, etc)

Eu continuo com a ingrata e persistente impressão de que não existe apreço pela precisão semanticamente investigativa na psicologia. Para que uma pessoa possa afirmar que a correlação entre neurose e criatividade se consiste em um mito, e afirmar isso para o grande público, ou ela precisa estar totalmente alienada dos termos que está usando ou foi a impressão que ela teve a partir dos últimos estudos. 




Até a pedra lascada foi produzida por causa da ênfase em relação aos problemas, às falhas, naquilo que estava faltando. Estar é um pouco diferente de ser. Estar é um estado temporário, ser é um estado constante, de longa vida. Todas as nossas atividades que visam na resolução de problemas precisam se dar com base na ênfase pelo negativo, se o positivo tende a significar satisfação. Se está satisfeito então não vai tentar melhorar. Quem não sente falta de algo não fará nada para tentar resolver este vazio de momento ou de longo prazo porque ele simplesmente não existirá.

Uma das principais estruturas da criatividade É a neurose, momentânea, relativa ou significativa.

Qualquer trabalho criativo precisa deste sentimento de que ''poderia ser assim ou poderia ser assado'' e se poderia, mas não é, então se consiste numa falta, num problema e uma pessoa que não estiver consciente desta realidade e portanto, neurótica, não fará nada para melhorar.

Neuroticismo puro nos levará ao ódio dos problemas, mas sem buscar solucioná-los, e isto é uma coisa claramente ruim.

No entanto, os estados neuróticos são essenciais para a produção criativa, mesmo quando não aparentamos qualquer distúrbio emocional explícito. Estar ansioso para solucionar um problema, ficar momentaneamente ''depressivo'' ou cabisbaixo ao se deparar com uma cadeia desarmônica de eventos e/ou situações acopladas à certa realidade (ou com raiva), tudo isso nos fará pensar, novamente, a diferença entre ter impressão e e ter consciência.

Vejam só, eu fiquei com tanta raiva deste moço aí da foto acima, que resolvi escrever este texto. Se eu tivesse ficado satisfeito com o que disse, eu não teria escrito nem uma frase de agradecimento, até porque não é do meu feitio.

Se nos tornamos conscientes, ao menos nós iremos pensar em tomar alguma decisão. Tendo apenas uma leve impressão (nem toda impressão é leve e ruim, na verdade ela é essencial para que um montante de informações nebulosas tome corpo e curvas para se tornar um conhecimento e apto para desdobramentos futuros), não nos sentiremos sequer motivados o suficiente para fazer alguma coisa a respeito. Nem a nível ideacional.

O idiota empático está cheio de boas intenções e péssimas ideias.

O sábio tem boas intenções só que serão baseadas em ótimas ideias.

Portanto, não existe tal coisa como ''o mito do criativo neurótico'', pegue um dicionário e aprenda a entender as palavras de uma maneira mais profunda e portanto precisa.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Intuições criativas dos gênios e outros vícios de virtudes



A intuição dos gênios criativos é um processo de internalização profunda de certa informação ou conhecimento (como eu já mostrei de outro ângulo neste texto) em que ocorre a mistura de identidades do ser e da coisa que está sendo escrutinada. É um processo simultâneo de coisificação e humanização que produz o estado mental apto para explodir em uma grande densidade de ideias criativas. De fato, o gênio se apaixona por seu objeto de interesse e o mesmo passa a fazer parte de sua identidade essencial.

Ao falar e pensar sobre as suas ideias o gênio está a pensar sobre si mesmo.

O neuro-típico tende a internalizar de maneira (mais) rasa as informações que lhe chama a atenção, mantendo bem demarcadas as fronteiras entre a sua identidade, do ser, em relação ao fenômeno de maior interesse momentâneo ou de longo prazo. 

O conhecimento preferido passa a fazer parte da identidade do gênio e de outros virtuosos. Mas não é o bastante porque algo parecido costuma acontecer com muitos monomaníacos. O que diferencia esta mistura de identidades de talentosos, monomaníacos sem potencial de talento e os gênios é que os últimos são capazes de expandir as áreas de seu conhecimento, isto é, eles não se tornam fãs devotos, mas em parte do conhecimento de melhor estima, no nível mais alto de empatia, isto é, colocar-se no lugar ''da coisa'' a ser observada, de sê-la, e pensar em novos meios de se vê-la. 


Portanto, em ordem crescente de virtuosidade criativa, nós temos os fãs comuns, no nível mais baixo desta cadeia hierárquica intelectual, os monomaníacos com interesses de natureza intelectual (filosofia, ideologia, religião ou artes) ou cognitiva (matemática, biologia), os monomaníacos com motivação intrínseca para manipular os seus objetos/coisas de interesse, isto é, os tipos mais talentosos, neste nível, a adoração começa a ser substituída pela empatia completa, isto é, se ver como o objeto, sem fronteiras entre o ser e a coisa. Por último nós vamos ter obviamente os gênios criativos, que perpassam o limite da adoração (proxy para fanatismo), ou 'empatia parcial' (no sentido empático), e a partir do momento em que caem de amores por um objeto de interesse em particular, passam a criar laços consistentes e permanentes de constantes internalizações, uma espécie de cognitofagia.


Qualidade (sábio) versus quantidade (polímata)


O acúmulo de conhecimento do sábio não se dá especialmente a nível quantitativo, que resultaria em um polímata, mas a nível qualitativo e como acontece com o gênio, esta relação que é profundamente impactante, passa a exigir do sábio a melhoria constante de sua abordagem em relação ao mundo, isto é, que sempre se auto-ajuste em prol da sabedoria, em busca do caminho da iluminação, do sentido e do valor da vida.



A intuição é o estado completamente oposto da ansiedade

A extrema auto-sincronia intelectualmente produtiva

Quando nos tornamos ansiosos seja na procura por um certo objeto ou para que algo aconteça, geralmente, por causa desta tentativa de dominar o tempo, o que mais desejamos simplesmente não se expressará, seja para encontrar uma caneta ou para esperar, por exemplo, por um grande amor.

A fluidez da vida é um dos grandes mistérios da existência, e a intuição aparece como a inteligência/pensamento que está conectada neste ritmo sereno e constante, um processo extremamente poderoso que tem sido essencial para a humanidade, para o seu bem ou para o seu mal. 

Ao nos vermos destituídos de uma constância instintiva de comportamento, ao mesmo tempo em que abrimos espaço para o pensar reflexivo, paradoxalmente, parece que também fechamos a válvula que nos possibilidade criar por meio do instinto, algo que poucos seres humanos são capazes de fazer a um nível impressionantemente novo e de qualidade.

O ser humano parece ter percebido o valor dos defeitos e é isso que nos faz tão distintos.


sexta-feira, 4 de março de 2016

Conformidade não é estupidez em termos evolutivos e a continuação dos 3 tipos fundamentais de inteligência



A universidade ''nos faz mais burros'' *** Ou é ela que seleciona certos sociotipos humanos em detrimento de outros**

Menos de observadores, mais de trabalhadores...

E o conflito transcendental entre evolução (percepção progressivamente expandida e geneticamente compartilhada) e 'adaptação'' (conformidade e manutenção do status quo evolutivo)

Os trabalhadores nascem predestinados para atenderem ao chamado de suas formas, bio-variáveis ou arquiteturas cognitivas específicas, assim como acontece com os outros sociotipos. Eles são melhores, em média, para memorizar informações não-pessoais e de utilizá-las em suas especificidades enquanto mantenedores sociais. Um sociotipo trabalhador que tiver aptidão para a memorização de informações de natureza verbal, será mais propenso a se ''especializar' em alguns dos departamentos acadêmicos das ciências humanas. O trabalhador é um ser paradoxal porque ao mesmo tempo em que tende a dissociar o pessoal com o profissional, a sua psicologia e portanto, a sua ''filosofia específica'' ou transcendência, encontrar-se-á substancialmente relacionada com a sua função social. Ele não nutre uma paixão interna, introspectiva, em relação às funções que lhes são mais cognitivamente íntimas, mas o seu trabalho será um critério central de como que entende, que percebe o mundo

Os gênios podem ser de trabalhadores (geralmente de cientistas altamente talentosos), de manipuladores (geralmente de políticos ou líderes sociais) e de observadores (filósofos e líderes sociais genuinamente empáticos), assim como também serão obviamente propensos a se expressarem a partir de combinações de um dos 3 sociotipos propostos.

As universidades estão desproporcionalmente abarrotadas de sociotipos trabalhadores, não apenas porque tem preferência por este tipo, mas também porque em todas as sociedades humanas escasseiam uma grande proporção de manipuladores e de observadores, e especialmente aqueles que forem muito talentosos.

A função do trabalhador não é apenas a de memorizar informações não-pessoais e replicá-las em escalas geralmente pequenas de impacto (e que farão toda a diferença em larga escala ou a nível coletivo), mas também a de socializar as diretrizes culturais por meio da conformidade, isto é, quem é bom apenas ou especialmente para memorizar, geralmente, não será bom nem para manipular nem para observar. Se não pode entender profundamente a realidade então será fortemente propenso a ser ou a se tornar um consumidor de transcendências, especialmente aquelas que melhor se adequarem às suas carapaças existenciais. O consumidor é dependente do criador. A relação de dependência é assimétrica porque o criador, ao produzir os produtos de consumo, se tornará mais dominante e imprescindível para alimentar aquele que lhe for mais dependente.

Portanto não é paradoxal termos uma gorda fração de estudantes e professores universitários, portadores ''de'' ''altos qi's'', comprando toda a sorte de bobagens ideológicas, de todo o espectro político, porque afinal de contas, a maioria deles não serão de observadores ou de manipuladores, ainda que tais características coexistam em todos nós, com o diferencial da proporção individual de cada uma delas. Aqueles que correspondem reciprocamente às diretrizes e tarefas que são produzidas pelo sistema educacional (hierárquico) serão em sua maioria de trabalhadores de alto funcionamento. 


A relativa redenção da conformidade


Para maioria dos sociotipos de observadores e de manipuladores, a conformidade se consiste em uma clara fraqueza de caráter que encontra-se perene/aderente às massas de trabalhadores. Apesar de estarem consistentemente corretos sobre esta máxima, há de se buscar também pelo valor evolutivo de certas atitudes que são menos nobres e intelectualmente corretas. E uma delas é justamente a conformidade. 

Em termos evolutivos gerais, isto é, não apenas em termos biologicamente evolutivos, mas também em termos culturais, transcendentais, a conformidade encontrar-se-á nos últimos degraus da decência e inteligência humanas. No entanto, esta é uma constatação advinda de uma perspectiva especial, isto é, de observadores, mas também de manipuladores astutos, que diga-se de passagem, tendem a comungar astutamente os dois extremos de perspectivas, do observador e do trabalhador e se aproveitarem das fraquezas dos seus ''subalternos naturais''. Se nos colocarmos nas perspectivas existenciais e perceptivas dos trabalhadores, nós perceberemos que se conformar, muitas vezes, será muito mais vantajoso e especificamente inteligente do que fazer o exato oposto. A conformidade aumenta as chances de sucesso reprodutivo, enquanto que a inconformidade reduz o ciclo social de amizades e também de possíveis relacionamentos com potencial para a fertilidade. Quem está a favor da maré, mesmo se for baseada em uma cultura suicida ou auto-destrutiva, ainda assim, colherá muitas vantagens das mais diversas ordens. A partir deste pensamento que eu volto à minha constatação sobre o valor da reprodução e da sobrevivência. O ser humano, acima de qualquer outra razão, está fundamentalmente favorável à manutenção da própria vida, com ou sem descendência. Portanto, independente de uma cultura proporcionar vantagens reprodutivas ou não, o que mais importa para o ser humano é a sua sobrevivência. E a conformidade é uma ''escolha' muito inteligente ainda que a maioria o faça com base em raquítico talento perceptivo ou ''ignorância''.

Ser uma prostituta do sistema tem muitas vantagens.


O conflito transcendental entre a evolução e a adaptação


Todos os visionários da espécie humana e especialmente aqueles que forem constituídos de um temperamento mais filosófico ou uber-holístico, muitas vezes, nos mostrarão com maior ou menor qualidade, o caminho evolutivo que deve ou que pode ser tomado, com a finalidade de melhorar os nossos estilos de vida. Eles estão sempre pensando no amanhã, no futuro, porque o vivenciam dentro de si mesmos. O observador está provido de uma grande resistência psicológica interna e é pouco propenso a se tornar distraído em relação à sua transcendência, enquanto um engenheiro de novas percepções e de vivências. O trabalhador, por outro lado, é justamente aquele que se encontrará mais distraído ou disperso em relação à hiper-realidade, àquilo que realmente importa, por causa de sua constituição naturalmente amalgamada, simples, objetivam porém rasa e evolutivamente eficiente. Metaforicamente falando é como se os tipos ''mais especiais' da espécie humana fossem justamente como os seres vivos altamente complexos enquanto que os sociotipos de trabalhadores seriam como as formas de vida mais simples, e portanto, que são mais fáceis de se auto-replicarem mas também de serem dominadas.

Portanto, nós temos dois tipos diametralmente opostos entre si que são a seus modos, fundamentais para a manutenção e evolução das sociedades humanas e que graças aos manipuladores, encontram-se decididamente atomizados um em relação ao outro e especialmente o trabalhador em relação ao observador.

A evolução quer dar novos e certeiros passos enquanto que a adaptação quer sempre se manter, se conformar, prefere a segurança da mediocridade do que a grandeza de um amanhã mais correto. Dar passos muito longos pode trazer consequências muito negativas. Mas se manter no mesmo lugar, também será muito negativo. Esta caminhada é sempre complicada e ainda mais quando estamos a falar da humanidade. 








quinta-feira, 3 de março de 2016

"Quero ser grande" referência sobre criatividade no cinema



Um cérebro infantil em um corpo adulto?? 

As crianças são realmente mais criativas??



O fator "vivacidade" como possível confusão parcial entre "psicologia infantil" e "criatividade".



O que parece se consistir em mais um mito popular e sofisticado da psicologia é a de que as crianças sejam naturalmente mais criativas do que os adultos.

Faria sentido se tivéssemos uma profusão de gênios criativos com menos de 10 anos de idade.  Pode-se dizer que cérebros imaturos sejam mais propensos a produzir maiores variações em seus padrões comportamentais e que esta ligeira plasticidade ou "movimento" ocasionado pelas fases de desenvolvimento cerebral possam resplandecer em uma maior variação ou liberdade de comportamento. As constantes descobertas existenciais de quem não tem nem uma década de existência assim como também o maior relaxamento social nesta fase da vida também podem ser muito influentes para produzir essas fortes tendências de comportamentos.

Nota-se que muitas das particularidades psicológicas das crianças tendem a sobreviver em mentes criativas em uma maior proporção do que em relação àqueles que exibem menor intensidade destes traços/elementos. 

Maior espontaneidade e sinceridade (que por sua vez tende a se relacionar com honestidade ) e menor preocupação em relação às opiniões dos outros tendem a marcar a primeira infância. De acordo com que o ser humano se desenvolve, esta naturalidade vai sendo substituída pela conformidade ou adaptação progressiva via inculcação cultural (hierárquica) e subsequente reciprocidade/vulnerabilidade/suscetibilidade. 

As crianças tendem a se engajar em eventos recreativos coletivos, isto é, que são efetuados na companhia de outros pares da mesma faixa etária. 

A recreação é terreno fértil para a invenção ou a criatividade. Quando estamos no ócio e estamos com vontade de nos distrair da vida, geralmente seca e dura, nos engajamos em experimentações, matéria prima para a criatividade.  

Ai aparecerá um fator muito importante que diferenciará a mera recreação como as brincadeiras infantis, de uma real criatividade, duas características sintetizadoras que a define de maneira conceitualmente precisa, a qualidade estética (ou de valor) e utilitária.



'Adultos infantis'' são mais criativos??



Em termos de criatividade meramente recreativa a retenção desta comportamentos infantis na vida adulta pode ser fortemente correlativo ou mesmo causal/orgânico. Mas como já sabemos que a criatividade se diversifica naturalmente para acompanhar a multitude de necessidades humanas que se desdobram pelo espaço/tempo laborais e que se mostram naturalmente dispostas para diferentes tipos de mentes, então a relação entre as duas variáveis é provável de concentrar-se em maior proporção em campos intelectuais fundamentalmente recreativos como as artes, em geral. A criatividade tende a ter o seu epicentro e/ou manifestação mais densa e pura, nas artes, mas isso não significa que essas características psicologicamente neotênicas não possam ser complementares em relação às respectivas arquiteturas de outros tipos de criatividade, como por exemplo, àquela que está direcionada para as ciências. 

Afirmar literal e categoricamente que as crianças, por causa de suas condições biológicas temporárias, são mais criativas que os adultos e que com o passar dos anos esta criatividade vai sendo substituída pela conformidade a fim de atender as necessidades evolutivas, pode não estar totalmente errado mas isso também não significa que resplandecerá perfeitamente a realidade desta situação.

A característica mais marcante da criatividade em sua estrutura ou  padrão cognitivo essencial é a ''intuição''. São as crianças mais intuitivas que os adultos??? 


As crianças não são mais criativas que os adultos mas são mais socialmente relaxadas e ser mais inconformista neste aspecto será um forte preditor para uma maior experimentação comportamental. 

São os adultos mais criativos que parecem de fato mais infantis do que a média neuro-típica e em algumas ou muitas dimensões do comportamento "cronologicamente correto". 

As pessoas mais criativas, assim como as crianças, são em média mais espontâneas, vívidas, ingênuas (que variará imensamente, dependendo, novamente, da perspectiva/dimensão que estiver sendo enfatizada).


Mas o fator cognitivo que separa os mais dos menos criativos é a intuição ou a produção de novos pensamentos e/ou ideias, a definição conceitual mais pura da criatividade. Portanto, refaço a pergunta: as crianças são mais intuitivas do que os adultos**

E novamente, as crianças produzem mais ideias que são originais e potencialmente úteis do que os adultos**


A imagem que ilustra este texto é a de um filme muito querido/popular dos anos 80, ''Quero ser grande'', um dos primeiros trabalhos do ator americano Tom Hanks. Segundo a sinopse do filme, a personagem de Tom Hanks é um pré-adolescente que deseja muito ser grande, para ser mais independente e não ter que prestar satisfações para a sua mãe. Então ele decide ir a um parque de diversões, e em uma espécie de ''fliperama dos desejos'', faz um pedido ao ''gênio da máquina''. Ele volta pra casa, dorme e no dia seguinte acorda em um corpo de ''adulto'. O seu desejo foi atendido. Porém, a sua mente permaneceu infantil. Esta estória parece ter sido baseada no mito popular e parcial de que (todas) as crianças sejam naturalmente mais criativas do que os adultos. Apesar da caricatura ou exagero, em partes, nós temos a impressão de que os mais criativos sejam mesmo mais parecidos com as crianças e como eu falei, muitas dessas semelhanças parecem se relacionar com o fator ''vivacidade'', que ambos compartilham. As crianças estão descobrindo o mundo em que vivem e quanto mais se desenvolvem, menos curiosas elas se tornam, menos espontâneas e vívidas. Em compensação, os mais criativos ou gênios criativos, parecem estar sempre descobrindo novas realidades, isto é, a curiosidade infantil permanece por longa data nessas pessoas especiais e raras.


As pessoas mais criativas retém mais características infantis do cérebro do que as que são menos criativas ou apenas neuro-típicas**

Quais são as características que marcam a infância de um cérebro humano*

As crianças tem menor inibição latente que os adultos**

A criatividade é uma regressão ou uma evolução biológica** Ou as duas coisas*


Baixa inibição latente, TDAH e neotenia 


Parece ter sido comprovado que as pessoas que são portadoras da TDAH (eu acho que tenho leve TDAH e vou escrever um texto sobre este assunto) amadurecem mais lentamente do que a maioria dos neuro-típicos. 

Se o caminho da evolução humana é a neotenia então a TDAH seria a alvorada da humanidade** Claro que não, até porque a maioria dos portadores desta condição tendem a padecer de muitos problemas de adaptação, não apenas em relação à sociedade onde vivem mas também em relação a si mesmos, como parece ser muito recorrente em todas as condições mentais extremas,  e a combinação hiperatividade e déficit de atenção (generalizado) não parece ser uma boa combinação evolutiva. 

No entanto, como acontece com o autismo, a TDAH poderia ser mais como uma ''condição-estirão'', como eu já expliquei em outros textos no velho blogue do Santoculto. Semelhante à analogia que eu fiz entre autismo/albinismo e inteligência/despigmentação neste texto, as características positivas da TDAH tendem a se relacionar com vários elementos psicológicos que compõe muitos dos excepcionalmente inteligentes e/ou criativos.

Refaço todas as perguntas deste texto para produzir a sua conclusão

1- As crianças são realmente mais criativas do que os adultos**

As crianças tendem a apresentar uma série de características psicológicas que são encontradas em muitas mentes criativas de maior idade. Semelhanças no entanto não significam organicidades, o ser, a roupa conceitual, o reflexo perfeito, infância não é sinônimo de criatividade e os critérios mais importantes para a segunda não parecem estar plenamente presentes na maioria delas. Pelo fato de estarem vivenciando o mundo a muito pouco tempo, em conluio com uma curiosidade logicamente complementar, de sofrerem menor pressão social para se conformarem e de não terem plena consciência ou conhecimento desta (suposta) necessidade de conformidade, as crianças tendem a exibir muitas características que se assemelham aos mais criativos.

2- 'Adultos infantis'' são mais criativos??

Depende de como que determinaremos o conceito de infantilidade entre os adultos, eu sou da opinião que em relação aos adultos mais criativos ou gênios criativos, haverá uma combinação tanto de características psicológicas infantis quanto de características psicológicas contrastantemente maduras. Em comparação ao típico neurotípico eu tenho a impressão de que os criativos, em geral, serão ou parecerão mais infantis, em termos subjetivos, isto é, que dependerá do valor de julgamento, ou em termos absolutos, isto é, que a partir de todas as perspectivas, tal comportamento resplandecerá perfeitamente um traço psicológico ou atitude infantil. E vale ressaltar que em termos de maturidade mental, a maioria dos seres humanos apresentarão características mistas tanto de amadurecimento, especialmente o moral, e de infantilidade.


3- São as crianças mais intuitivas que os adultos???


Também resiste a ideia de que as mulheres sejam em média mais intuitivas. Um exemplo muito popular constantemente usado para provar esta máxima é a ligação muitas vezes para-normal entre mães e filhos, como quando uma mãe prevê que algo de ruim possa acontecer com o seu filho se ele resolver desobedecê-la e de fato se comprova a sua previsão horas depois de dar o alerta. Até onde que isto se consiste na verdade eu não sei. Mas parece se assemelhar à relação ''psíquica'' entre irmãos gêmeos idênticos em que muitos deles tendem a ter as mesmas sensações em muitas situações, mesmo quando não estão no mesmo lugar. Esta similaridade genética, tanto entre os irmãos gêmeos, quanto entre mães e (alguns ou certos) filhos, pode nos ajudar a entender melhor este fenômeno interessante. No mais, até agora, os maiores gênios criativos da humanidade tem sido desproporcionalmente de homens, sem falar na grande necessidade de que certos traços psicológicos ''masculinos'' como a ousadia, a coragem ou a inconformidade natural ''tenham de estar' presentes no indivíduo para que ele possa se enveredar em projetos criativos de grande alcance assim como também de suportar a pressão social consequente. A criatividade vem no embalo de contrastes emocionais marcantes e se faz efetiva quando se é mais objetivo. Outra possível explicação para a relação entre a genialidade e a biologia masculina pode ser o papel do testosterona no produção de uma maior diversidade fenotípica psicológica entre os homens resultando tanto no gênio como no criminoso. Se as crianças são mesmo mais intuitivas que os adultos mas não levam a sério as suas supostas ideias geniais, resultando em uma não-aparente comprovação, eu realmente não sei. Mas muitas pistas parece que nos levarão à negação parcial porém contundente desta pergunta pretensamente conclusiva.


4- As crianças produzem mais ideias que são originais e potencialmente úteis do que os adultos**


Em termos de utilidade, um enfático não.


5- As pessoas mais criativas retém mais características infantis do cérebro do que as que são menos criativas ou apenas neuro-típicas**


Não posso responder com certeza absoluta porque não sou neurocientista. Mas de acordo com a teoria da neotenia humana, em que apresentamos desenvolvimento biológico muito mais lento do que em relação aos nossos parentes evolutivos mais próximos e que isso se dá por causa do amadurecimento de nossos cérebros, que são, em média, muito grandes, nós poderíamos pensar sobre isso com maior cautela, ou melhor, os especialistas da área. 



6- As crianças tem menor inibição latente que os adultos**


Desprezando a pergunta posterior à de número 5, no texto acima, porque também se relaciona com a neurociência, e continuando em frente com esta aqui. Eu tenho a impressão de que as crianças sejam mesmo mais 'distraídas'' do que os adultos e/ou que exibam menor inibição latente e que com o desenvolvimento do cérebro humano, em condições típicas, este ''neuro-padrão cronológico'' se desenvolva ou seja substituído por uma melhor capacidade de filtro sensorial. 

7- A criatividade é uma regressão ou uma evolução biológica** Ou as duas coisas*


Em termos puramente evolutivos a criatividade por si mesma é um grande avanço cognitivo. Dentro da complexidade da vida humana, a criatividade encontra-se presente e indispensável em cada novo pensar deste bípede atrapalhado. No aspecto puramente biológico a criatividade parece se consistir em um bio-produto invariavelmente recorrente em que as suas manifestações mais intensas tenderão a se consistir em uma potencial redução do fitness reprodutivo direto ou individual, ainda que seja fundamental para o fitness reprodutivo indireto.