Minha lista de blogs

Mostrando postagens com marcador empatia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador empatia. Mostrar todas as postagens

sábado, 4 de janeiro de 2025

Um possível efeito colateral logicamente inesperado da alta empatia: limitação do círculo social/A possible, logically unexpected side effect of high empathy: limitation of social circle

 Mais empático é o indivíduo, mais profundamente simpático ou afetuoso com os outros ele tende a ser. Só que, ao invés disso resultar em uma maior capacidade de se relacionar com os outros, pode acontecer o efeito oposto, de dificultar essa capacidade e acabar limitando a quantidade de pessoas com as quais consegue estabelecer contato permanente e/ou frutífero. Porque a empatia, em seu sentido associado com simpatia ou afetividade, não é apenas sentir carinho, ser respeitoso ou cuidadoso pelo ou com o outro, especialmente se percebe o mínimo de afinidade, mas também de sentir preocupação pelo mesmo, bem como de tomar suas dores. Além disso, outro efeito que também pode ter um papel negativo nessa finalidade, de se fazer amizades, é a percepção de carência do outro em relação ao mais empático, se a alta empatia tende a, pelo menos, tornar o seu "portador" mais aparentemente carente, característica que costuma afastar mais do que atrair pessoas. Pois não bastasse o que já foi comentado, o mais empático também pode desenvolver uma visão mais crítica e, portanto, rabugenta sobre o mundo, particularmente sobre o mundo humano, suas injustiças, crueldades... que também afasta mais do que atrai pessoas para o seu convívio. 


The more empathetic an individual is, the more deeply sympathetic or affectionate he or she tends to be with others. However, instead of resulting in a greater ability to relate to others, the opposite effect may occur, hindering this ability and ending up limiting the number of people with whom one can establish permanent and/or fruitful contact. Because empathy, in its sense associated with sympathy or affection, is not only about feeling affection, being respectful or caring for or with the other, especially if one perceives the slightest affinity, but also about feeling concern for them, as well as empathizing with their pain. Furthermore, another effect that can also have a negative role in this purpose of making friends is the perception of the other's neediness in relation to the more empathetic person, if high empathy tends to, at the very least, make its "bearer" more apparently needy, a characteristic that tends to drive people away rather than attract them. As if what has already been said were not enough, the most empathetic person can also develop a more critical and, therefore, grumpy view of the world, particularly the human world, its injustices, cruelties... which also drives away more people than it attracts to their lives.



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Sobre a perversidade de mentir para não ofender e suas consequências

 O que é ser realmente bom?? 



Tem um filme, "Florence: Quem é Essa Mulher?", de 2016, que eu nunca vi e parece muito interessante. Protagonizado pela lendária atriz Meryl Streep, conta a história real de uma granfina americana de nome Florence Foster Jenkins que, apesar de não ter talento algum para o canto lírico, acreditava no oposto e, justamente por isso, chegou a investir em uma carreira artística e se apresentar publicamente. Ela, inclusive, fez "sucesso" em suas apresentações ou... humilhações gratuitas, já que havia muita gente disposta a pagar para vê-la desafinando ao vivo. Pois essa história pode nos dar uma lição sobre bondade e verdade, se se trata de uma mulher que tinha uma grande ilusão sobre si mesma e cuja crença ainda foi reforçada por outros, não apenas por aqueles que queriam vê-la se humilhando e, talvez, sem qualquer consciência do papel que estava se prestando, mas também pelos que, sentindo pena de sua aparente inocência, apoiaram o seu sonho (e sem deixar de falar sobre a possibilidade de pode ter "molhado a mão" de alguns para ajudá-la em sua empreitada).  

Percebam que, mesmo essa ideia moderna e popular de que a "empatia", como sinônimo de bondade, se expressa particularmente pelo ato de mentir para não ofender ou para agradar, tem os seus limites. Vejam o caso da Florence em que, aqueles que mentiram para ela, apoiando sua carreira, não eram melhores ou mais bondosos que aqueles que sentiam prazer em vê-la se humilhando, se o mais certo é dizer a verdade, principalmente se for necessário, porque existem situações em que a franqueza pode ser facultativa. Mas, se tratando de inteligência, talento ou competência, o melhor é sempre dizer a verdade, por mais dura que possa ser. Aqui, ainda é preciso diferenciar a verdade subjetiva ou o que se pensa e se sente e a verdade objetiva ou o que se percebe objetivamente.

Para piorar, esse hábito de sempre mentir para não ofender definitivamente deixou de se limitar à esfera pessoal, adentrando no mundo da política, por ter sido adotado por partidos ditos "progressistas" ou "de esquerda" e em relação aos seus grupos "politicamente protegidos" ou, "relevantes" aos seus projetos de poder: grupos histórica ou socialmente 'marginalizados". Então, a partir da ditadura do politicamente correto nas principais instituições da maioria dos países ocidentais, com base em um alinhamento de ideologias aparentadas: do igualitarismo ao relativismo cultural, passou-se a condenar qualquer ideia ou pensamento que confirme diferenças potencialmente inatas de desempenho cognitivo e de comportamento entre indivíduos e grupos, ainda mais se for sobre esses grupos "protegidos".. Como resultado, temos vivido em um cenário similar ao da história da Florence, em que a maioria das pessoas tem sido emocionalmente coagidas a acreditar que, por exemplo, as diferenças cognitivas entre homens e mulheres ou entre grupos raciais se deve exclusivamente a fatores culturais e sociais, e não porque, talvez, sejam reflexos das próprias diferenças intrínsecas entre eles: mentir para não "ofender', se parece mais fofo "culpar" o meio do que endossar um pensamento mais determinista e que justifica ao invés de problematizar certas diferenças de representatividade, por exemplo, a desproporção de homens trabalhando no mundo da ciência e da tecnologia. E, além da imposição discursiva, esses grupos ou partidos políticos  também têm criado leis baseadas nessas crenças, tal como o estabelecimento de sistemas de cotas para os seus grupos "politicamente relevantes". Mas, se suas diferenças são mais profundas, se não são apenas produtos de privilégios de um outro grupo sobre outro, então, indivíduos aquém da competência exigida estão sendo contratados, principalmente por serem da raça ou etnia contemplada (ou outra categoria). Portanto, temos uma situação definitivamente anti-meritocrática ou injusta e que ainda pode trazer graves consequências a médio e longo prazo, exatamente por estar atribuindo funções importantes à pessoas menos capazes ou ideais ao cargo...

A empatia, o ato de se colocar no lugar do outro, é uma qualidade indiscutível. No entanto, ou parece que tem sido excessivamente valorizada e/ou superficialmente compreendida, tal como eu comentei nesse outro texto: "Altruísmo patológico ou empatia subdesenvolvida??". Porque, mesmo que seja respeitoso evitar dizer certas verdades ou, evitar o sincericídio, não é toda situação em que esse hábito será o mais correto, tal como parece ser o caso da capacidade ou inteligência, já que uma sociedade complexa depende desses filtros de competência profissional para funcionar de maneira minimamente adequada. 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

O que as pessoas se esquecem sobre a empatia

 De que identificar erroneamente um estado emotivo ou intencional falso como verdadeiro não é empatia, mas ingenuidade. Ou que ambas até podem ser consideradas opostas, tal como verdade e mentira.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Uma verdade dura sobre a educação/escolas brasileiras

 É a de que um de seus maiores problemas, essa balbúrdia literal e diária que acontece na maioria das salas de aula, especialmente nas escolas públicas (mas também e relativamente menos nas escolas privadas), é a falta de educação ou respeito básico, isto é, de empatia, inteligência emocional e/ou capacidade racional da maioria dos estudantes entre eles mesmos e em relação aos professores. Não é essencialmente a carência estrutural das escolas ou a educação recebida em casa ou o fato de serem crianças e adolescentes, nem mesmo as capacidades mais limitadas de aprendizado ou as mazelas sociais. 


Um problema que se tornou praticamente "epidêmico" a partir da universalização de um método pedagógico que trata a todos os estudantes como perfeitamente aptos a internalizar regras de convívio e respeito, pelo menos dentro do espaço escolar e que limitou em demasia as punições por mal comportamento. 

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Uma verdade dura sobre a educação/escolas brasileiras

 É a de que um de seus maiores problemas, essa balbúrdia literal e diária que acontece na maioria das salas de aula, especialmente nas escolas públicas (mas também e relativamente menos nas escolas privadas), é a falta de educação ou respeito básico, isto é, de empatia, inteligência emocional e/ou capacidade racional da maioria dos estudantes entre eles mesmos e em relação aos professores. Não é essencialmente a carência estrutural das escolas ou a educação recebida em casa ou o fato de serem crianças e adolescentes, nem mesmo as capacidades mais limitadas de aprendizado ou as mazelas sociais. 


Um problema que se tornou praticamente "epidêmico" a partir da universalização de um método pedagógico que trata a todos os estudantes como perfeitamente aptos a internalizar regras de convívio e respeito, pelo menos dentro do espaço escolar e que limitou em demasia as punições por mal comportamento. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Empatia política performática versus empatia genuína

 "Empatia política performática" seria um tipo específico e induzido de empatia superficial ou aparente e mais propensa a ser adotada por indivíduos ideologicamente fanáticos. É política porque, aquele que a adota se torna extremamente seletivo de, para quem irá expressá-la, geralmente dando grande preferência a indivíduos de grupos politicamente favoritos, por exemplo, no caso da ideologia de esquerda, em direção a indivíduos de grupos histórica ou socialmente oprimidos. E é performática porque é mais aparente ou teatral do que genuína. 


Já a empatia genuína não é politicamente seletiva e nem superficial, além de também se expressar de maneira constante, mesmo nas interações mais triviais ou intimistas, por exemplo, no convívio diário dentro de casa ...

domingo, 31 de julho de 2022

Empatia patológica e empatia ideal ou racional

 Empatia patológica é quando o indivíduo é compulsoriamente simpático e/ou empático mesmo se não existe demonstração minimamente confiável de reciprocidade.


Já a empatia ideal ou racional é justamente quando o indivíduo passa a considerar a reciprocidade para ser simpático e/ou empático. 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Sobre o que racionalidade e empatia mais têm em comum

 Se eu deduzo como você está se sentindo com base no que eu estou pensando ou sentindo sobre você, então, eu não estou sendo empático contigo. Já se eu decido me colocar em sua perspectiva e buscar entender a verdade da sua subjetividade de maneira objetiva, então, estarei sendo empático. 


O mesmo acontece se eu abordar um tópico de maneira racional, porque isso significa que estou buscando entender sua perspectiva, por ele mesmo, do que de acordo com a minha impressão sobre o tópico. 

Uma diferença básica entre empatia e racionalidade é que enquanto a primeira se limita às interações entre indivíduos ou sujeitos, a racionalidade pode abranger todas as áreas, inclusive à da empatia.

terça-feira, 7 de junho de 2022

A diferença entre conivência, indiferença e impotência

 É comum de se apontar para o comportamento colaborativo da maioria do povo alemão ao regime nazista, na década de 1930, como uma evidência de que todos nós estamos igualmente vulneráveis a, pelo menos, nos conformar com governos ou indivíduos mal intencionados. No entanto, olhando mais de perto, podemos perceber que, pessoas diferentes, em situações diferentes, tendem a ter comportamentos diferentes mesmo se, por uma perspectiva mais panorâmica possa parecer que estejam se comportando de maneira parecida. Pois desprezando indivíduos que, dentro da Alemanha, se opuseram com excepcional valentia ao nazismo e que foram vítimas desproporcionais de sua crueldade, e também aqueles que foram colaboradores ativos, chegando a atuar como autores pessoais de crimes contra dissidentes, mesmo a maioria dos alemães que atuaram como colaboradores passivos, existiram diferenças de postura que precisam ser comentadas, e que costumam acontecer em qualquer contexto similar. São elas, a conivência, a indiferença e a impotência. 


A primeira consiste no apoio a algo, no caso, ao regime nazista, quer seja por relativa ignorância ou por conhecimento do que está defendendo. Foram muitos os alemães que apoiaram a máfia hitlerista e nem por isso eles são totalmente perdoáveis ou moralmente justificáveis, já que mesmo no caso de uma "lavagem cerebral", o indivíduo nunca é convencido por uma narrativa sem que concorde com ela em alguma coisa, inclusive com alguns de seus aspectos mais controversos. 

A segunda consiste em se estar indiferente ao que está acontecendo e, portanto, muito mais propenso a seguir o fluxo do que de ir contra a maré. Mas estar conivente ou indiferente não são posturas muito distintas, ainda mais em um contexto hegemônico de crueldade. Pois alguém que está conivente, porém por ignorância predominante, é um pouco mais perdoável, porque a indiferença também tende a significar uma maior compreensão do que está acontecendo ou de se não importar com o que acontece, enquanto que o ignorante ou alienado pode estar bem intencionado.

A terceira é a mais interessante porque é provável que muitos daqueles que detectam um governo cruel e se opõem a ele acabam caindo nessa categoria de postura, de se perceberem impotentes, especialmente quando calculam perdas e ganhos e concluem que, além de estarem muito mais sujeitos a perder do que a ganhar, suas ações individuais de oposição explícita é pouco provável que terão grande repercussão ou influência concreta, "optando" por essa posição que tende a ser externamente cômoda, mas internamente muito incômoda. 

É muito fácil para nós, vivendo em sociedades variável  a parcialmente democráticas, acusar de covardia ou conivência todos aqueles que vivem em ditaduras e que aparentam se conformar com as mesmas. Só que, se estivéssemos na mesma situação, a maioria acabaria se vendo numa posição de impotência e forçada a se conformar, mesmo que isso não seja o mesmo que apoiar ou colaborar ativamente. 

segunda-feira, 6 de junho de 2022

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Não, o povo brasileiro não é mais empático e nem simpático

Empatia é o ato de se colocar em perspectivas alheias, com o objetivo de compreendê-las. 

Simpatia é o ato de sentir afeição, ter respeito ou educação pelos outros.

Quanto mais empático é o indivíduo, maior a tendência para ser simpático.

A simpatia facilita a ter empatia que, por sua vez, facilita a ter compaixão. 

Porém, é comum que se confunda simpatia com extroversão ou sociabilidade. Pode ser porque uma pessoa extrovertida precisa ser simpática mais vezes por interagir mais com os outros. Mas quantidade não é o mesmo que qualidade e, neste caso, nem com regularidade, já que, da mesma maneira que uma maior frequência de interações aumenta a necessidade ou chance de ser simpático, o mesmo acontece com o risco de ser antipático. Uma pessoa mais introvertida também pode ser mais simpática, se ela for mais frequentemente educada ou afetuosa em suas interações mesmo que interaja menos. Inclusive, me parece que os mais tímidos, que tendem a ser de introvertidos, além de serem mais empáticos que a média, também são mais simpáticos: afetuosos, respeitosos, educados...

Justamente por causa dessas diferenças que, os povos mais extrovertidos do mundo, tal como o brasileiro, não são, a priori, mais empáticos e nem simpáticos, ainda que possam aparentar uma maior simpatia por causa da extroversão. 

"Podemos' ser, em média, mais alegres/extrovertidos, mas definitivamente não parece que "somos' mais honestos, solidários, educados e/ou afetuosos que a maioria dos outros povos. 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

O caso Genivaldo e por que a empatia não é universalmente "ensinável"?

 Genilvado de Jesus Santos foi parado por policiais porque estava andando de moto e sem capacete. Ele ficou nervoso e não obedeceu à ordem de colocar as mãos na cabeça. Seu sobrinho avisou aos policiais que ele tomava remédios controlados. Ele teve os pés amarrados, foi preso dentro do porta-malas do carro da polícia e asfixiado com spray de pimenta e gás lacrimogêneo. 


Eu sei que, cometer esse ato bárbaro, ainda mais se foi por motivação torpe, não pode ter sido cometido por pessoas com o básico do discernimento moral. Então, eu poderia concluir que esses policiais que o assassinaram devem ser, no mínimo, de sociopatas: de indivíduos sádicos, com uma capacidade limitada de ter empatia pelo outro.

Existem alguns estudos mostrando que, em várias profissões, há uma desproporção de psicopatas e sociopatas e que, uma delas é a de policial, também por causa do empoderamento intrínseco à função de "agente da segurança pública" que acaba atraindo esses tipos.

No entanto, nas ciências humanas parece quase consenso que o principal problema da violência policial é a institucionalização de práticas excessivamente violentas, especialmente contra indivíduos da classe trabalhadora. Pois se é lógico que o incentivo à truculência na polícia aumenta a sua frequência, também é lógico que indivíduos de má índole estarão mais propensos a praticá-la e com maior gravidade... 

Por isso, não adianta apenas "ensinar" policiais a serem menos brutos, se o mais importante seria, primeiro, punir com rigor, expulsar ou não selecionar sujeitos em que se perceba uma tendência ao comportamento desproporcionalmente violento para trabalhar ou que trabalham nessa área, claro, uma medida muito mais difícil de ser colocada em prática mediante o seu potencial de mudança estrutural, porém menos superficial do que limitar-se a culpar instituições e defender pelo investimento em "programas educativos". 

Só cortando o mal pela raiz para que casos inaceitáveis como o de Genivaldo nunca mais aconteçam. 

Esclarecendo que não estou afirmando que preparar policiais para lidar com situações como essa seja inútil, mas que será muito mais difícil educar aqueles que mostram-se cronicamente incapazes de aprender sobre empatia e compaixão. Por isso, não vale esse risco de deixar a população civil nas mãos de um número invulgarmente alto de sujeitos que, na verdade, deveriam estar presos ou isolados do convívio social. 

quinta-feira, 3 de março de 2022

Por que ter um Q.I alto não é suficiente para promover a verdadeira meritocracia??

 Os processos seletivos, especialmente para o acesso ao ensino superior e para cargos públicos, selecionam os concorrentes que tiram as pontuações mais altas nas provas. Implicitamente, eles estão avaliando, não apenas a dedicação e empenho para estudar, mas também o nível de suas capacidades cognitivas, que podem ser relativamente capturadas por testes de QI (o mesmo na maioria das escolas). Para muitos, estes são métodos meritocráticos porque buscam avaliar a todos, igualmente. No entanto, existem uma série de questões que tornam essa crença bem menos verdadeira do que aparenta. Primeiro, se a inteligência humana tem uma carga genética ou biológica predominante ao seu componente ambiental, então, aqueles com as maiores médias de QI também serão consideravelmente mais propensos a tirar as notas mais altas em vestibular ou concurso público. Pois, ao aceitarmos essa verdade, tais métodos se revelam como "faz-de-conta", em que a maioria acredita que basta apenas o empenho nos estudos para conseguir tirar boas pontuações, desprezando que também é importante ter a sorte de nascer com um maior potencial cognitivo, incluindo de memorização. Segundo, além da variação nos níveis quantitativos, também apresentamos variação de desempenho em nossos níveis qualitativos, nos "tipos" de inteligência, como a criatividade. Só que ambas não são consideradas nessas avaliações porque está enraizado a crença de que nos diferimos apenas na motivação para estudar e aprender. Terceiro, as provas aplicadas são sobre conhecimentos gerais. Porém, o ideal, no sentido de mais objetivo, seria que fossem enfatizados os conhecimentos específicos à área pretendida, se todas as profissões são especializações e, portanto, não é lógico usar provas generalistas. Quarto e, o mais importante, de não haver qualquer seleção por capacidade de discernimento moral, que reprovaria  candidatos irresponsáveis, desonestos ou injustos, provavelmente porque também existe a crença de que somos todos iguais em nossas capacidades de livre arbítrio ou de racionalidade... Como resultado, parece que o setor público, incluindo as universidades federais, têm "produzido" uma grande leva de maus profissionais, incompetentes técnica e/ou moralmente, que não trabalham para cooperar com a sociedade em que vivem, mas visando principalmente por benefícios pessoais (vale ressaltar que o setor privado também parece sofrer do mesmo mal e por razões parecidas). Por isso, o mais certo seria: a aplicação de provas específicas para a disputa por vagas em especializações/profissões e uma análise profunda ou precisa das capacidades emocional e moral dos concorrentes. Só assim para começar a haver uma verdadeira seleção de qualidade de, pelo menos, uma maioria de "bons profissionais", que são tecnicamente competentes e dotados de caráter.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Altruísmo patológico ou empatia subdesenvolvida??

 Vejamos a situação da África em que, segundo projeções da ONU, sua população dobrará de 1 para 2 bilhões até 2050 e para 4 bilhões até o final do século XXI. Pois se os países africanos, especialmente os da África subsaariana, em média, já não conseguem prover o básico para os seus habitantes, imagine quando tiverem se multiplicado?? Além de não existir nenhum padrão consistente de que estejam, em sua maioria, se desenvolvendo, social e economicamente, essa explosão demográfica pode acelerar a destruição do meio ambiente no continente onde mais tem sido preservado. 


Bem, eu estou me colocando na situação de todos os que estão diretamente envolvidos, dos africanos e das espécies não-humanas locais, prevendo que, se essa tendência de crescimento populacional não for interrompida ocorrerá uma tragédia humanitária e ecológica de grandes proporções.  


Já um indivíduo que se define como humanista, do tipo que tem uma fé inabalável pela humanidade, geralmente considerado como mais empático, é possível que problematize esse discurso intervencionista, acusando quem o defende de neocolonialismo ou racismo, argumentando que, apenas os africanos que podem decidir sobre si mesmos, que não podemos interferir na quantidade de filhos que eles almejam ter, mesmo se for para ajudá-los. 


Eu até poderia pensar que se trata de um caso de altruísmo patológico, quando o indivíduo sacrifica ou pensa em sacrificar o seu próprio bem estar em prol dos outros. Mas, agora, vendo por outro ângulo, mais parece ser uma espécie de empatia subdesenvolvida, porque despreza o contexto, e as possíveis consequências dos seus desdobramentos, a médio e longo prazo, enfatizando apenas a perspectiva pessoal, pelo respeito máximo à autonomia dos indivíduos humanos (excluindo os animais, claro...), ao invés de considerar ambos. 


Além do subdesenvolvimento, esse tipo de abordagem empática também parece ser um produto do medo do indivíduo de ser visto como racista ou insensível perante os outros, especialmente por aqueles com os quais compartilha os mesmos valores; do seu narcisismo de querer ser reconhecido como um "bien pensant" e/ou de sua ignorância ao acreditar que está defendendo o mais certo, de estar com a "consciência tranquila". O altruísmo patológico existe, mas esse não é o caso, pelo menos não em um sentido intelectual.


Portanto, esse exemplo mostra que, para ser verdadeiramente empático é sempre preciso levar em consideração todas as perspectivas do contexto que está em análise, do contrário, pode até ser com boa intenção, mas terá lugar cativo no "inferno", se não for baseada no conhecimento sobre a situação, aumentando o risco de causar mais problemas, e sofrimento, do que de atenuar ou eliminar os existentes. 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Paradoxo da empatia e um equívoco sobre o mesmo assunto

 1. Porque alguns (ou talvez muitos) dos indivíduos mais empáticos acabam se tornando mais críticos, cínicos e mal humorados?? (Falo por experiência própria) 


Se eu me coloco no lugar ou na situação de: crianças palestinas, assassinadas por mísseis israelenses na faixa de Gaza; vítimas da covid-19*; vítimas do frio, da fome, do abandono, do ódio irracional; no lugar de animais mortos por mais um ''incêndio ilegal'' na Amazônia ou no Pantanal; de animais assassinados aos bilhões e, com extrema crueldade, para alimentar nossa espécie parasita, alienada e/ou estúpida, mas, especialmente para engordar os bolsos de indivíduos inescrupulosos (muitos deles que estão no poder, aliás); de ''animais'' domésticos que são torturados pelos seus supostos tutores; enfim, de todo tipo de sofrimento, a maioria deles desnecessários, então, não tem como eu permanecer indiferente à todas essas situações sem que reaja da maneira mais apropriada, com irritação, tristeza, desesperança, medo, raiva e, sim, também com cinismo, deboche, especialmente em relação à propaganda positiva, que visa esconder o quão podre é o mundo humano, aos ''idiotas úteis'' que o defendem e aos "demônios" que o controlam. 


* culpa do governo chinês mas também dos "empresários de bem", de turistas irresponsáveis, de partidários e de políticos, principalmente os de direita  (irresponsáveis/egoístas/cruéis)... 


II. Ter empatia é o mesmo que mentir para agradar?? 


Ter empatia é o mesmo que se colocar em outras perspectivas, seja situacional, cognitiva e/ou emotiva. A partir daí, o que a pessoa fará não pode ser considerado como empatia, porque, ainda que costume aumentar nossa simpatia ou compaixão pelo outro, nada impede que tenhamos reações diferentes. Sim, porque empatia não é o mesmo que compaixão.


Das empatias (sim, existe mais de um tipo), a emotiva é a mais provável de resultar em sensibilização pela situação alheia.


Junto a essa ideia de que empatia é o mesmo que compaixão, também é comum pensar que se manifeste a partir de "mentiras brancas". Por exemplo, é empático, supostamente, elogiar a maneira que certa pessoa está vestida mesmo se não estiver de acordo, enquanto que, seria falta de educação e, portanto, de empatia ou sensibilidade, dizer o que está realmente pensando, mesmo com polidez. Mas, a empatia é nada mais nada menos do que se colocar no lugar do outro e não necessariamente de mentir para agradá-lo. No meu caso, eu sempre prefiro que a pessoa seja mais honesta sobre o que está sentindo ou pensando sobre mim do que falsa. Claro que, também prefiro ser elogiado do que ofendido, mas, especialmente se for baseado em critérios objetivos. Porque eu tenho uma espécie de ímpeto natural para ser honesto com o outro porque eu gostaria de ouvir dele verdades, e não mentiras, ainda mais se forem óbvias. Prefiro ouvir que estou "mal vestido" ou de dizer isso à pessoa, se for mesmo o caso, com o intuito de ajudá-la a se "vestir melhor", se isso estiver atraindo comentários maldosos mas o mais importante, se estiver lhe/me causando mal estar. 


Pois parece que, para a maioria das pessoas, elogios, mesmo que falsos, são mais desejáveis do que ouvir dos demais o que realmente estão pensando (verdade subjetiva) ou a partir de critérios objetivos. 


Para mim e para muitos iguais a mim, é organicamente difícil mentir (mas não é impossível e depende da situação). Por isso que, quando eu minto, visando o bem estar alheio, eu preciso me esforçar para ser convincente na minha atuação. De qualquer maneira, isso não significa que eu seja menos empático, justamente porque quando me coloco no lugar do outro, eu estou pensando em como gostaria de ser tratado, preferencialmente com respeito mas sem ''mentiras brancas'' descaradamente óbvias. 

domingo, 28 de julho de 2019

Estratégia para a esquerda... iluminista

A esquerda iluminista precisa criar uma rede de solidariedade e troca ideológica, um estado paralelo, semelhante à organização de uma ''religião''. Dentro do capitalismo, começar a praticar o esquerdismo, os ideais iluministas, mostrar para as pessoas menos políticas que a solidariedade [a pureza conceitual do iluminismo] funciona..

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Ame-o ou deixe-o

Conhecer também é, ou, fundamentalmente é, a empatia, tanto pelo processo quanto pelas implicações morais.

Por exemplo:

Quem apenas conhece os defeitos de um povo, o odeia. 

Quem apenas se interessa pelas qualidades de um povo, não o ama o suficiente, aliás, ama a idealização que construiu sobre esse povo (como a maioria dos tribais)

Quem conhece defeitos e qualidades pode de fato ajudar uma população e portanto ama-la no sentido mais completo..

sexta-feira, 6 de julho de 2018

''Altruísmo'' patológico

Imagine duas pessoas, hipotéticas, mas sejamos francos aqui, bem reais também. Elas estão em um debate, a primeira defende que os africanos precisam parar de ter muitos filhos e de imigrarem para outros países. A segunda defende o contrário, que não nos compete controlar a fertilidade alheia, que os europeus também procriaram bastante no passado e que portanto outras populações também podem ter o mesmo direito de auto-escolha, e que o mesmo vale no caso da imigração. Superficialmente você pode ter ficado mais simpático ao segundo debatedor, porque ele, supostamente, está demonstrando maior altruísmo. No entanto os efeitos tanto da fertilidade não-controlada dos africanos, bem como também dos seus fluxos imigratórios, é muito provável que serão terríveis a longo prazo. O aumento desgovernado de fecundidade dos africanos está inflando as populações de nações que já não conseguem se sustentar social, econômica e ecologicamente com os valores demográficos que apresentam agora. E isso significa que, continuando por esse caminho, e catástrofes acontecerão, desde crises consideráveis de fome, passando por degradação do meio ambiente até conflitos sangrentos. No entanto, para a maioria das pessoas que, parece, não são capazes de: pensarem a longo prazo, por si mesmas, e de modo factualmente correto; e de desobedecerem as ordens sociais vigentes quando é necessário, o segundo debatedor será o mais elogiado por sua bondade ou altruísmo. A curto prazo, parece que tudo irá ocorrer bem, e pra sermos sinceros, até que os argumentos usados, não estão de todo errados. Mas a longo prazo, as coisas muito provavelmente se complicarão, àquilo que já falei acima, e também quanto à imigração, diga-se, em massa, para outros países. Altruísmo deriva da empatia, e a empatia equivale sempre a se colocar no lugar, e se possível, também na ''pele'' alheios. Portanto, o carinha mais esquerdista, de ''coração sangrando'' e gramática impecável, que advoga pelos ''direitos humanos'' ''dos'' africanos, não está sendo decididamente empático, nem mesmo com estes, porque não está pensando nas consequências graves de uma explosão demográfica africana, nem nas razões do porquê de emigrar, de deixar o país onde nasceu. A maioria das pessoas emigram porque os países onde estão não mais lhes são suficientes ou são cronicamente insuficientes. O fator insatisfação é fundamental para explicar o porquê de se deixar voluntariamente a terra onde nasceu ou onde tem vivido e escolher por outra, geralmente diferente em clima, cultura... Bem, aí temos outro grupo que não está sendo agraciado por esse suposto altruísmo, que são aqueles que receberão, querendo ou não, esses imigrantes, e para contextualizarmos melhor, os europeus. Novamente, não há empatia real por parte do debatedor hipotético em relação a esse grupo, afinal, se estamos em uma democracia então é o povo que deve decidir o que é melhor pra ele, ainda que isso possa ser mais complexo do que uma democracia absolutamente direta, porque não é sempre que o povo saberá o que é melhor para si. Mas neste sentido, já existem fatores anteriores à Europa, na África, que condenam essa aceitação generalizada e forçada pela imigração em massa de africanos, novamente, a explosão demográfica e suas consequências sociais, ecológicas e econômicas, que a curto prazo, já não são boas, em sua maioria, a razão do porquê de se imigrar, isto é, a infra-estrutura básica e comprometida desses países, especialmente quanto à distribuição de renda e qualidade de vida, e a simples questão do porquê que isso deveria acontecer, e qual seria a diferença se fosse possível evitar a imigração... Usando a sabedoria, tudo isso deveria ser analisado, de maneira inteligente e sim, realmente empática, resultando em: estancamento da explosão demográfica africana; resolução dos problemas mais crônicos desta região, indo direto em suas origens; repensamento sobre a introdução de um modelo industrial como se fosse a única via para o desenvolvimento e/ou pensando é claro na ecologia. Além desses problemas é inevitável que o racismo irá aumentar quando os nativos europeus, especialmente os mais jovens e atentos ou realistas, se perceberem envoltos por essa situação de genocídio, sem falar que, ao contrário do que os amigos de nosso segundo debatedor acreditam, existem razões para se discriminar certas populações. O que também seria ser sempre feito é o de diferenciar os elementos 'podres'' das mesmas de seus tipos distintos, e com isso evitar a injustiça.

Ser empático e altruísta a priore significaria buscar ser o mais cuidadoso possível com pessoas [e outros seres], mas primeiro de tudo com fatos, já que são eles que determinam as nossas interações, e se nós, também os somos. E a partir disso, com os resultados obtidos, advogar por eles, independente se a maioria das pessoas são favoráveis ou não, isto é, sendo capaz de enfrentar a conformidade, esta onda sempre gigante e serena, aparentemente, que está sempre nos ameaçando com a sua massa. E isso é sacrifício, ser xingado, mal compreendido, acusado injustamente e até mesmo a ponto de ser ameaçado por vias ''legais'', mas de continuar firme ao lado da verdade e também do uso dessa verdade tendo como finalidade o verdadeiro altruísmo. Dizer aquilo que parece bonitinho, lindo e bondoso, sem conhecimento, e com muito prováveis consequências nefastas, acabar reconhecendo o que está fazendo, e perseverar no erro, não é sinal de altruísmo coisa alguma, mas de conveniência pessoal e conformidade.

Se entre: ficar impopular mas correto com a verdade moral, e popular mas incorreto, você sempre preferir pelo segundo, então me desculpe amiguinho mas você não está sendo altruísta assim ouviu* 

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Preconceito cognitivo ou emotivo

Será que só existem os preconceitos cognitivos?? Vou especular sobre isso. 

Primeiro, o que é preconceito cognitivo?

Como quase sempre faço, e de metido ou presunçoso, o conceituarei sem a ajuda de cartas, universitários ou dicionários online, já que o farei ao meu modo, pretensamente mais preciso. 


Preconceito, como eu tenho comentado, ou não, para dizer a verdade eu nem me lembro direito, seria o pensamento indutivo usado no cotidiano, em que, ao invés de buscarmos compreender uma dada situação, via observação, análise e crítica, possivelmente neutras, "deduzimos' via indução, produzindo linhas de achismo com base no conhecimento que temos [ou mesmo, e o mais provável, com base em nossos próprios instintos, com os conhecimentos que herdamos].

 Até posso pensar nisso por outros dois modos: instinto e simpatia

Os instintos são os comportamentos com os quais nascemos. Por exemplo, se eu sou mais emotivo desde que me conheço por gente, então isso se consistirá em um instinto ou pré-disposição para agir/ser desta maneira. Não é algo que aprendemos, que conseguimos controlar com facilidade, e que dependendo dos traços, definirá parte significativa de nossas personalidades

Simpatia: Talvez, se houver um outro blogue, falarei bastante dela, e de sua nova cara a partir do meu conceito. Esta seria, portanto, de acordo "comigo", em um mecanismo de sensibilidade, à priore, a contrastes, e claro, a partir de nossas perspectivas, que são avaliados subjetivamente. Tal sensibilidade, então, nos ajudaria a diferenciar os elementos que são mais favoráveis para a nossa sobrevivência, daqueles que não são

A simpatia é esse mecanismo. 

Os instintos seriam os comportamentos que, quando em ação conjunta, e sempre estão, usariam a simpatia para dividir ou diferenciar o mundo em "us and them". E talvez também em ''unknown''

E o preconceito?? 

O instinto é o comportamento inato. ok. 

A simpatia é parte (importante) do seu mecanismo [mas também da razão, quando à ela se acopla, e sempre faz]. ok. 

E o preconceito é o resultado dos dois e claro, mais intimamente da simpatia. 

Não a confundamos com empatia, outro tópico que me é de interesse e que também comentarei, bastante, no próximo e tão prometido novo blogue [aliás, algo que já fiz por aqui, de outras, e menos precisas maneiras].  Apesar desta se consistir em uma evolução da simpatia, ainda não são a mesma coisa, claro, pois seria como dizer que, pelo calor ser uma evolução do frio, por serem ambos temperaturas, então seriam os mesmos.

Cognição: faz um tempo que tenho tentado e acho que não tenho conseguido, compreender as diferenças entre a cognição e a emoção, ou o tenho feito de modo disperso e desorganizado. Se pudéssemos nos ver como uma máquina, com um coração, então, parece óbvio que a cognição seria a primeira e a emoção o segundo.


 Mas prefiro me aprofundar razoavelmente de outra maneira, pelas ideias de ação e reação. 

A emoção é sempre uma reação, uma resposta, do que uma deliberação, ainda que também possa se manifestar durante o processo de raciocínio e/ou a partir de uma ação mais elaborada [ainda assim, agindo sempre desta maneira, como julgamento/reação qualificativa aos padrões sentidos e/ou percebidos]. 

A emoção portanto parece ser mais instintiva do que a cognição, especialmente a humana. A cognição por sua vez seria tudo aquilo que se relaciona ao raciocínio: à memória e para diferentes tópicos (informações pessoais, interpessoais e impessoais); aos estilos de pensamento, que inevitavelmente induzem a comportamentos, por exemplo, se é mais lógico ou mais divergente, e aos tipos de pensamento ou melhor, especializações: verbal, espacial, etc... 

É elementar de se constatar que a emoção atuará junto à cognição. A cognição é a percepção, e a emoção é o julgamento daquilo [interações exteriores//fatos] que foi percebido, pelos sentidos, e também aos nossos próprios estados biológicos, aliás, emoção e simpatia, por esta via de observação e análise, estariam excepcionalmente próximas em significados, com dois diferenciais possíveis

- de pertencerem a diferentes espectros, a simpatia ao espectro da consciência (com senciência, empatia e autoconsciência) e a emoção ao espectro do raciocínio (com a cognição); 

- e da emoção vir primeiro que a simpatia, por ser uma reação qualificativa e a simpatia, mais atrelada ao contexto, como um produto da emoção

''Eu tenho simpatia por ti'' é o mesmo que ''eu estou emocionado''??

Eu não sei realmente, acho que a simpatia seria uma ação, propriamente dita, enquanto que a emoção sempre seria uma reação, e/ou, a simpatia como uma emoção direcionada ou deliberada.

A emoção especificamente como julgamento de padrões, e a simpatia, como percepção ou reconhecimento e julgamento de padrões, ambas diretamente relacionadas com a sobrevivência, se são mecanismos absolutos aos nossos comportamentos, se as 'usamos' a todo momento, inclusive nos de inércia relativa.

A emoção, talvez, como a combustão que gera o fogo, e a simpatia como a maneira com quê o fogo reage ao estado atmosférico em que está 'interagindo'. Ou, finalmente eu tenha que admitir que sejam quase a mesma coisa [praticamente o mesmo nível de similaridade que felicidade e alegria], a partir de minhas reinterpretações



(O -_- o)
Pois é....

Portanto agora vamos buscar especular quanto à uma possível existência do preconceito emotivo e diferenças com o cognitivo. 

Pensar versus reagir 

Se eu nasci e/ou demonstro desde cedo uma maior tendência de reatividade ou emotividade, então eu devo ser mais instintivo neste aspecto. Falamos preconceito porque é anterior à presença da linguagem e/ou do processo de conceituação, isto é, o pensamento[raciocínio] que é essencialmente não-verbal [instintivo].

Se eu nasci ou demonstro desde cedo aptidão verbal e déficit na área de matemática, então, este será o meu perfil cognitivo, que também é um preconceito, porque veio antes da linguagem. Isto é, não foi, absolutamente falando, apenas a educação de baixa qualidade ou mesmo a minha desmotivação, que me fez ser desequilibrado em minhas aptidões mas, primeiro de tudo, os meus preconceitos cognitivos [bases inatas de comportamento cognitivo]

Portanto, todos nós temos preconceitos, e sem um contexto, eles farão nem bem e nem mal, porque quase toda palavra abstrata assim o é, ao menos no princípio, de antes de ser aplicada e misturada à circunstâncias, e de adquirir atribuições ou qualidades a partir delas.

Preconceito como sinônimo imperfeito para a ignorância

Por que as pessoas usam tanto essa palavra?? E tendenciosamente, de maneira tão vaga??

Primeiro, porque "as pessoas", em média, assim o fazem com a maioria das palavras de maneira geral e em especial quando são socialmente persuadidas

Segundo, porque o preconceito pode ser aplicado como sinônimo imperfeito de ignorância, acusando outrem de atribuir valores por si mesmos, por seus instintos, e não por "conhecimento'. No entanto... eu já devo ter comentado, e com certeza o farei novamente, que os nossos instintos também são conhecimentos, só que são transmitidos geneticamente, ao invés de apreendidos, e mais crus ou primários, e mesmo no caso dos conhecimentos tradicionalmente adquiridos, já apresentam pré-condições para que essa apreensão possa ocorrer, de novo o exemplo das capacidades verbais. Se eu não nasci com tais capacidades, diga-se, em alto nível, então é muitíssimo pouco provável que conseguirei apreender, durante a minha vida, um vocabulário robusto e ''correto', e/ou que também conseguirei ser um articulista verbal prodigioso, pelo menos quanto à escrita, porque em termos orais ou diretamente sociais, de interação, não é incomum encontrarmos tais tipos oralmente talentosos, e desprovidos dessas capacidades verbais mais abstratas, a esses níveis, e eu especulo que sejam produtos de uma evolução maior da inteligência verbal oral, anterior à escrita ou abstrata.

Faz algum tempo eu "culpei" a simpatia como causa fundamental para o preconceito e não estou errado. Agora percebi por meio desse texto o quão próximo do instinto ele [e ela] se encontram. 

Pois então, parece que existem os dois tipos, isto é, que também existe o preconceito emotivo, até por razões óbvias, por se consistir em um produto da simpatia, que por sua vez, é um dos produtos do instinto ou um tipo de instinto em si mesma, mas dotada de um termo que salienta essas diferenças sutis de "etapas", tal como dar nomes às ruas que são mutuamente subsequentes mas tendo em mente que são construções semânticas possivelmente mais artificiais do que representações reais ou de realidades absolutamente diferenciadas ou atomizadas em si mesmas.

Seria mais interessante buscarmos saber se, apesar dos dois preconceitos se diferenciarem, como parece ser, quase sempre colaborarem entre si para resultar no mesmo produto, isto é, que não seja possível de diferenciar as suas influências...


No entanto, talvez, a melhor maneira de diferenciação [em que um terá maior influência de causa do que o outro] se dará entre os tipos mais emocionalmente frios e em relação aos mais emocionalmente quentes, pois os primeiros, ao invés de sofrerem maior influência de suas emoções/sistemas instintivo-avaliativos, o fariam a partir de suas cognições/sistemas instintivo-perceptivos.

Se conseguiu chegar até aqui depois desta nova confusão, parabéns, você é um vencedor!!

terça-feira, 12 de junho de 2018

Que me perdoem os "futebolistas", mas inteligência é fundamental...

Eu tentei explicar de maneira sofrível sobre a natureza ignóbil de muitos gamers brasileiros, suas péssimas famas no exterior e/ou suas naturezas empáticas/racionais embotadas. Agora volto um pouco para falar sobre outra turminha do barulho, esta, não sei se mais como produto da bio-cultura brasileira, mas tão desagradável quanto os gamers, claro, em média, pois não são todos que são qualitativamente ruins.

Falo, não sei se, em média típica, muito provável, e quando falamos sobre médias, não é apenas ~50% porque isso dependerá do grau de diversificação de subtipos e diferenciação do subtipo mais comum em relação aos demais, e, portanto podemos ter um grupo muito diverso cuja média, ou o subgrupo mais saliente, pode não ser maior que 30%, até àquele em que a média consistir em 80% ou mais. Em outras palavras, a média pode ser um quase totalidade, ou mesmo uma totalidade, até uma minoria volumosa em meio a muitas outras frações com tamanhos similares.

Eu já comentei em um texto agora longínquo sobre a intratável possibilidade de correlação positiva entre sabedoria e ter uma paixão desmedida ou mesmo constante em relação ao futebol. Adorar esportes de maneira geral, e claro, desprezando os assuntos mais importantes, já pode ser definido como algo absolutamente equivocado, se os mesmos nada mais são do que parte do mundo do entretenimento, da distração, inventado por "nós". E ainda adiciono a este péssimo hábito o excesso de zelo pelas artes, em que também se despreza por sua faceta existencialista ou se equivoca quanto ao seu poder social transformador. O mundo do entretenimento não deveria se sobrepor às prioridades mais importantes como o autoconhecimento, ou sempre melhor, o auto-entendimento, ao modo mais ideal de compreender, lidar e/ou julgar os nossos elementos de interação. Mas para uma massiva maioria, parece claro que a maneira com quê interagem com aquilo que denominei de "espinha dorsal da macro realidade", os fatos mais importantes para o indivíduo, revelam modos distorcidos que com frequência ou absoluta característica torna a distração o centro de suas vidas e como subsequência transformando-a em ilusão. 

Um próximo campeonato mundial de futebol está por vir e não deveria trata-lo de modo tão pessimista ou crítico, afinal, também "somos filhos de deus" e merecemos nos distrair. O problema é quando a distração não apenas nos abstrai do mundo doloroso em que vivemos mas também nos absorve a ponto de nos tornarmos iludidos. E quando isso acontece fica fácil para "raposas" astutas de nos manipular fracionando nossas esperanças de um ''mundo'' verdadeiramente melhor, comumente sem percebemos as suas ações sempre conspiratórias. No livro 1984, foi mostrado logo em seu início como que aquela sociedade hiper-distópica se distribuía hierarquicamente. Além dos membros do partido interno, os do partido externo, também haveriam os proles, isto é, as massas de pessoas pobres, que não pertencem às elites política e administrativa. Caracterizados como acríticos aos desmandos do governo, como massas de manobra facilmente distraídas com entretenimento de baixa qualidade. Pois bem, voltemos ao mundo real e nos perguntemos o quão parecido aquela realidade fictícia está em relação à nossa..

Por que especialmente o futebol??

O futebol é de longe o esporte mais rentável "da" humanidade, por ser o mais popular. No entanto este não é o único motivo para coloca-lo no centro da idiocracia em que [sempre] vivemos/temos vivido. Por exemplo, a ginástica artística, por também ser um esporte, não escapa do mesmo olhar crítico, especialmente quando passa a servir como arma de ilusão, de alienação. E olha que tenho na manga muitas cartas decisivas que a condenariam. Mas o fator popularidade pesa muito porque o seu poder de influência é muito maior. O futebol apresenta uma natureza comum, auto-evidente, em que homens se dividem em grupos e disputam territórios, nada mais masculinamente clichê. E novamente, se as pessoas conseguissem se distrair sem se alienarem.. ainda poderíamos ter ou manter outros problemas, por exemplo, os salários surreais que esses poucos homens ganham apenas para "jogarem bolinha". Se um extraterrestre hiper evoluído caísse na Terra e passasse a nos analisar, constataria rapidamente que somos uma espécie inferior, irracional e na melhor das hipóteses mais ignorante do que consciente de "nossas' más ações. Isso, claro, vale igualmente para qualquer ser humano que, abençoado pelo capitalismo, consegue acumular uma fortuna que poderia ser usada para salvar vidas humanas e não-humanas, mas que é usada para super maximizar o seu conforto, e especialmente quando é para quem pouco fez ou faz pela humanidade. Existem algumas funções mais úteis para o esporte, por exemplo, como atividade física e para a socialização. Tirando isso, transformar esportistas em heróis abonados nunca fará qualquer sentido hiper real, apenas se for dentro de nossas fazendas humanas onde a verdade nunca é um franco olhar para a realidade, e melhor, para a hiper realidade, mas um produto de ''nossos' delírios. 

Enquanto o país anfitrião se prepara para se passar de "higienizado" aos "olhos do mundo", especialmente se for uma autocracia intratável de segundo ou terceiro mundo, como o país da "bola da vez", medidas absolutamente cruéis podem estar sendo tomadas, e um exemplo que parece ter se tornado "de praxe" é o de "limpar" as ruas das cidades que receberão os jogos ou quando é a tal "olimpíada", retirando moradores de ruas, humanos e não humanos, e não se assuste se souber de matança indiscriminada de "animais" urbanos e/ou de ''realocamento'' mal-feito daqueles que antes ''enfeiavam'' os centros.. Ainda neste caso também podemos ter os verdadeiros direitos ao básico da dignidade humana corriqueiramente desrespeitados por exemplo, ter nascido "diferente" e ser tolhido de poder agir de acordo com a própria natureza, principalmente se, a priore, não for algo decididamente imoral/cruel. Perguntemos se os "futebolistas" [típicos] estão muito preocupados com isso... 

Quem são eles??

O homem heterossexual médio tende a adorar esportes, especialmente os coletivos, porque eles são basicamente simulações de cenários de guerras, em que temos grupos competindo entre si para ver quem será o vencedor. Esta é uma "tendência", ou melhor, uma realidade trans-cultural e portanto que perpassa as diferenças culturais, revelando algo que está biologicamente enraizado na psique masculina. O que também é democraticamente presente na humanidade é a sua natureza "auto"-domesticada, e vinculada à uma condição evolutivamente transcendental híbrida, em que somos os únicos capazes de esboçar níveis altos de empatia, que eu redefini e já comentei em muitos textos aqui e que o farei novamente no próximo/novo Blog, mas que em média considerável resulta em níveis insuficientes de eficiência ideal ou filosófica. O homem heterossexual médio é menos empático principalmente em termos afetivos colocando-o mais perto do espectro da personalidade anti social, geralmente caracterizada justamente por essa deficiência em termos psicologicamente ideais. Não é que a maioria dos homens sejam de proto-psicopatas ou sociopatas mas que, por apresentarem essa semelhança, a esboçam tal como ela é, porém, sem todo o pacote embutido, que os tornariam mais difíceis de lidar. Em alguns aspectos psicológicos fundamentais o homem médio  chega a ser melhor que a mulher mas não de maneira absoluta, por exemplo, em honestidade, sinceridade e coragem. Seriam absolutas se o fizessem vinculadas ao conhecimento e entendimento pleno de suas ações... isto é, de modo sábio, tendo as empatias corretamente integradas para uma finalidade idealmente trabalhada.


Para o típico futebolista, assistir a um grupo de marmanjos absolutamente enriquecidos correndo atrás de uma bola, oblitera boa parte das prioridades mais importantes que todo ser humano intelectualmente decente deveria ter "no sangue". Tente comentar com eles sobre as notícias higienizadas, para debaixo do tapete, como as exemplificadas, sobre o país anfitrião do próximo campeonato mundial?? Na maioria dos casos haverá desprezo ou tentativas tolas de justificar o que é injustificável para o verdadeiramente são, o mais sábio.

O homem médio excede na empatia cognitiva, claro, em média, mas no aspecto afetivo mostra-se muito mais debilitado do que a mulher, e esta exibe o padrão oposto. Existe uma evidente complementaridade mas esta relação geralmente está longe de ser perfeita ou de resultar em ações ideais entre os sexos. 

O futebolista (médio) parece ter metade do seu cérebro ou mais, transformado em torcida organizada do seu time de coração. Ele não parece se preocupar com quase nada ou tendo a taça da copa como principal prioridade ou importância em sua vida. Mas e quando não é tão alienado/ou não tão típico?? 

Aí pode acontecer dele se dividir em mais de um tipo de alienação ou ignorância, por exemplo, continuar como um futebolista acriticamente torcedor e também adotar pontos de vistas, menos rasos ou indiferentes, mas equivocados, quando não compra o pacote inteiro de sistemas de pontos vistas ou ideologias em que se equivocar é característica ou ato inescapável, de uma maneira ou de outra, cedo ou tarde.


O que era péssimo piora ainda mais, se é possível disto acontecer..

Em termos qualitativos o futebol parece ser como um tipo de ''roupa do rei'' que apenas a evolução convergente com base no dimorfismo sexual pode explicar ou justificar. Se comparado a outros esportes o futebol parece muito mais chato, por exemplo, o seu grau de competitividade em relação ao voleibol ou basquete, também coletivos... Não é nada incomum jogos maçantes com empates sem gols, enquanto que é impossível esperar o mesmo para qualquer partida de voleibol ou basquete. Percebam que a natureza masculina heterossexual média parece mudar pouco de costa à costa, mas o futebol não reina absoluto em todos os lugares. Se no Brasil o outro futebol, o americano, fosse transformado em ''esporte oficial'' dos homens héteros, não se assuste [novamente] se o ''nosso'' futebol ''inglês'' fosse ''jogado para escanteio'' e perdesse a sua a coroa de popularidade. Isso parece mostrar que para o ser humano médio a conformidade social é um preço que se paga com a vida, e em especial quando tem cérebros mais comuns e/ou menos complexos. Ao menos para nós isso parecerá com um sacrifício, mas para eles não será nada mais do que ''vestir o uniforme do time preferido'', isto é, em uma ação banal do cotidiano. 

Em termos de plasticidade, estética ou beleza, desprezando coxas bem torneadas, o futebol é um esporte bruto, e é desaconselhável sempre compará-lo com aqueles que se mesclam ao mundo das artes como a ginástica, como eu deixei no link acima. Portanto se pudéssemos pensar na ideia de ''gráfico'' aqui, enquanto ''beleza ou estética'', o ''video game'' futebol novamente perderia para outros jogos. 

Aqui eu reitero como conclusão aquilo que fui polvilhando desde o início do texto, que gostar de futebol, a priore, não é um pecado intelectual. Os maiores problemas começam quando, vinculado ao futebol, passa-se a desprezar outros e melhor, aspectos ou questões mais importantes, e neste caso ainda estamos falando a partir de uma perspectiva individual, porque por uma perspectiva coletiva, os esportes de maneira geral, já se transformaram ou talvez sempre foram armas para a alienação, tal como a religião ou a ideologia. E claro, só se torna alienado quem ''quer' ou já apresenta uma natureza acoplável a esse modo não-perdoável de existir, de viver. Temos apenas uma vida, assim como muitos outros e se levássemos a sério o poder que o povo tem não estaríamos neste momento chafurdando na lama de sempre de injustiças, desigualdades agudas e ignorâncias. Se fôssemos esperar por nossos ''heróis futebolistas de fim semana'', em sua esmagadora maioria [muito provavelmente], antes teríamos de esperar pelo término da partida... 

Um adendo

Futebolistas e ''homofobia''

Eu já comentei [e tentei encontrar o texto mas nada por enquanto] que a masculinidade ou a cultura masculina mais do que ter a si mesma como epicentro de sua expressão comportamental, parece ter aquilo que rejeita como foco principal. Ser ''homem'' não seria uma adição de características mas na eliminação ou negação de outras. Não é a toa que quase todo masculinista, análogo às feministas, sejam homofóbicos quase incuráveis, incapazes de auto-atualizarem quanto a este assunto, de mudarem as suas considerações quanto aos homossexuais, ou ao menos quanto ao indivíduo homossexual, se a demografia LGBT não costuma contribuir muito para passar uma ''boa' imagem para a sociedade em geral, que quase sempre mais conservadora. Ódio espumosamente instintivo/generalizado contra homossexuais parece ser a regra para o homem hétero médio e especialmente quando gosta de futebol ou esporte coletivo, [especificamente se for o mais popular de sua região], o mesmo que é usado como demarcador e sinalizador de sua suposta masculinidade purificada. Quando temos o futebol como alvo, pelo menos nos países em que é o esporte mais popular, não se chateie se acertar em: homofóbicos, carnistas, enfim, em homens que louvam a [sua] masculinidade acima de qualquer outra ''coisa'', especialmente acima das mais relevantes, que aliás, costumam estar em tensão constante com esse excesso indisputável que se consiste o masculinismo. 

É isso...