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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O dia em que eu fiz a transição do agnosticismo para o ateísmo...

 Foi o dia em que cheguei a uma conclusão muito simples, mas também muito profunda: de que, se não haverá mais continuação depois da morte, então, também não haverá mais dor. 


Esse pensamento me ajudou a abandonar a crença ou a necessidade de acreditar na vida eterna. 

sábado, 10 de dezembro de 2022

Sobre moderação e ponderação: agnosticismo e ateísmo novamente

 A ponderação é uma via geralmente segura ao pensamento e ao julgamento lógico-racional ou imparcial-objetivo, pois consiste no ato de pensar: analisar, refletir e julgar com profundidade ou conhecimento. 


A ponderação tende a resultar em uma opinião mais moderada. 

Pois o ateísmo, a descrença em deus/vida eterna, é uma opinião definitivamente ponderada, em considerável contraste ao seu oposto que é a crença religiosa, por basear-se justamente em uma análise profunda, objetiva, imparcial, cautelosa e completa sobre as possibilidades tomadas como verdades absolutas pela religião. 

No entanto, é comum de se considerar o agnosticismo como mais moderado, também no sentido de mais sensato e coerente, que o ateísmo. Porém, o mesmo parece ser mais como uma conclusão precipitadamente moderada do que com base numa ponderação legítima, pois despreza as diferenças notórias de lógica e sensatez entre a crença e a descrença religiosa, entre acreditar em afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias e nem sequer uma base lógica que possa corroborar indiretamente para a sua possibilidade de existência e de ser muito cauteloso e cético sobre as mesmas. 

De novo sobre ser neutro ''ou'' imparcial 

O agnosticismo parece que consiste em um posicionamento neutro ou um anti-posicionamento já que decreta a crença e a descrença em deus/eternidade como igualmente possíveis, daí a escolha por não tomar um lado. Mas mesmo que se pudesse afirmar que deus/vida eterna fosse minimamente factual (com base no que temos: nada, não é possível), ainda não seria possível afirmar que a crença e a descrença nisso sejam equivalentes em possibilidade. Por comparação, em relação à possibilidade de existência de vidas extraterrestres, é possível tomar um posicionamento, diga-se, verdadeiramente agnóstico. 

O ateísmo, por sua vez, consiste em um posicionamento imparcial pois busca analisar as afirmações extraordinárias das crenças religiosas de maneira objetiva, testando seus níveis de factualidade, em oposição às mesmas, que são extremamente parciais. A imparcialidade é uma tomada de posicionamento, diferente da neutralidade que é um anti posicionamento, que tem como objetivo a verdade objetiva ou a melhor compreensão que se pode ter e com consequências práticas, de julgamento. 

Como conclusão, o agnosticismo aparenta ser mais moderado que o ateísmo. Mas só aparenta. Se seria o mesmo dizer que diminuir bombardeios indiscriminados a uma cidade por razões supérfluas é mais moderado que cessar-fogo. Na verdade, o agnosticismo é uma radicalismo intrínseco, uma precipitação de raciocínio e julgamento, e a moderação não pode ser considerada sem que seja avaliado o contexto. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Argumento(s) contra o agnosticismo

 "Não é possível afirmar que deus, vida eterna e milagres existem ou que não existem, por isso eu sou agnóstico"


Mas além da absoluta ausência de evidência, também não existe qualquer base lógica de fatos da realidade que possam corroborar indiretamente pras suas existências, tal como existe para a possibilidade de vidas extraterrestres, que eu já argumentei em outros textos...

Pois para testar essa hipótese ou, afirmações extraordinárias, primeiro é preciso começar com as narrativas de cada religião, por exemplo, as do cristianismo. Então, e só por esse exemplo, que se aplica às outras narrativas, com exceção para certos aspectos do budismo e religiões orientais aparentadas, como o taoísmo, já é plenamente possível descartar que: mulheres virgens possam receber a visita de anjos (??), serem inseminadas artificialmente por um suposto criador do universo ou Deus e ter filhos semi-divinos que multiplicam peixes e transformam água em vinho; que seres vivos possam literalmente ressuscitar; que o planeta Terra é o centro do universo; que o mundo foi criado por Deus há poucos milhares de anos atrás e que os primeiros habitantes humanos eram um casal chamado Adão e Eva. 

Você poderia dizer que é graças aos avanços das descobertas científicas que podemos descartar a maior parte dessas narrativas. Porém, mesmo se fosse em outra era de um passado distante, ainda seria possível no mínimo duvidar que fossem verdadeiras apenas pela aplicação do pensamento lógico-racional e/ou crítico, buscando por casos reais de ressurreição, por exemplo, ou então de não concordar com afirmações sem evidências ainda mais se forem extraordinárias.

A crença em um Deus que está em tudo e influencia tudo também não tem qualquer base lógica. É sempre preciso comprovar literalmente, mas vezes o pensamento lógico-racional pode ser suficiente...

Resta a essência da crença religiosa: na existência de um criador absoluto e de dimensões metafísicas onde supostamente iremos depois da morte. Porém, o mesmo problema de lógica básica continua porque não existe nada que sustente a ideia de que seja impossível que Deus não exista incluindo uma dimensão além do mundo físico em que estamos. 

Afirmar que toda criação tem um criador é uma argumento extremamente limitado. Aliás, sequer dá para dizer que se trata de um argumento verdadeiro se mais parece ser uma afirmação redundante e sem qualquer base, como já comentado.

Uma questão meramente semântica??

Transformação, evolução, criação ou criador...  

Criar não é exatamente o mesmo que evoluir e que não é exatamente o mesmo que transformar ainda que esses últimos estejam mais próximos. 

A ideia de criação é a de algo que é modificado ou construído a partir de um controle de variáveis. Por isso, não dá para dizer que cada etapa de evolução da vida, por exemplo, foram criações sucessivas, nem mesmo sem supostas intervenções divinas. 

Se nem a criação faz sentido, imagina um criador??

Mas, então, por que a evolução da vida parece tão perfeita?? 

Parece, mas só se for distante e superficialmente falando, porque todo processo evolutivo passa por muitas tentativas de erros e acertos até chegar a um resultado "final" ou de momento; muitas espécies já foram extintas; nenhuma evolução é totalmente "perfeita" até porque toda espécie está sempre precisando sobreviver ou se adaptar...

No início de uma trajetória evolutiva, há uma maior carga de aleatoriedade que tende a diminuir quanto mais uma tendência ou caminho se confirma. Por exemplo, no início da evolução humana, o aumento da inteligência dos nossos ancestrais não era totalmente certo, mas de acordo com que esse caminho foi se fortalecendo por seleção natural (e, depois, cultural), tornou-se mais e mais previsível. Tal como começar enchendo um balão. Quanto mais o enchemos, maior fica. Quanto mais se emprega uma força em uma direção, mais forte, concentrada ou desenvolvida ela se torna. 

Outra explicação para a aparente precisão da evolução é que muito provavelmente as primeiras formas de vida surgiram a partir de uma seleção natural primordial em que apenas as versões mais adaptáveis ao meio primitivo do planeta Terra que sobreviveram ou conseguiram estabelecer um padrão (auto-replicativo) de reprodução assexuada. Então, todas as outras espécies que foram aparecendo, primariamente, apenas explicaram e replicam essa mesma estrutura muito básica de potencial de "encaixe" ou adaptação até porque a vida se originou de elementos do próprio meio (terrestre).

A visão deturpada do "design inteligente" quanto à essa suposta perfeição da evolução parece até que se concentra no início e no "fim" de uma trajetória evolutiva, desprezando totalmente o que acontece durante o seu processo, de erros, acertos, imperfeições e constante necessidade de manutenção. 

Pois se uma espécie está em contínua evolução, isso também pode significar que seus estágios anteriores não foram suficientes para assegurar sua adaptação. Sim, porque quando uma espécie alcança o seu "óptimo adaptativo", se está muito bem adaptada ao seu meio, incluindo circunstâncias favoráveis tal como a ausência de predadores, ela deixa ter a necessidade de continuar evoluindo. Isso explica espécies primitivas em ambientes predominantemente inóspitos que quase não evoluíram por milhões, se não bilhões de anos. Simplesmente, porque atingiram esse "óptimo".

O agnosticismo parece, à primeira vista, para mim, um caso de falácia de falsa simetria em que a crença e a descrença em deus são determinadas como rigorosamente iguais porque nenhuma das duas foi comprovada ainda. Mas, desprezando que o ônus da prova está especialmente para quem afirma a existência de algo, os argumentos a favor do ateísmo são, sem dúvidas, muitos mais sensatos que os argumentos, ou afirmações, a favor da crença religiosa. Porque é basicamente a diferença entre afirmar com absoluta convicção, sem argumentar diretamente a favor, que Jesus existiu, foi morto, sepultado, ressuscitou no terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita de Deus pai todo poderoso... e de afirmar que tudo isso é muitíssimo improvável de ser uma realidade, primariamente por causa de uma ausência absoluta de casos reais de ressurreição e da existência de seres divinos, só para começar... 

Um agnóstico ateísta mais coerente pode afirmar que existe 0,001% de chance de que Deus e vida eterna sejam reais, ao eliminar grande parte das narrativas específicas das religiões por serem ainda mais obviamente improváveis e ausentes. Mas essa chance mínima só é possível de ser mantida por ele porque não existe evidência direta ou comprovação de ausência, e não apenas percepção indireta de ausência, de um criador, vida após à morte, etc... 

A única real diferença entre a crença religiosa e, por exemplo, a crença (inexistente) em unicórnios e dragões é sua enorme popularidade, por ser uma baita chantagem emocional (ser filho de Deus e viver pra sempre depois da morte versus nada disso ser possível ou factual), sua grande influência cultural e histórica e por se relacionar com questões existenciais, que são as mais profundas e pessoais para nós. Não fosse seu poder político, emocional e demográfico (ainda associado à uma maioria que se deixa convencer por suas narrativas por razões provavelmente mais intrínsecas, por predisposição), os argumentos a favor do ateísmo já teriam convencido a grande maioria ou se tornado hegemônicos, no mínimo delegando à crença religiosa uma influência tão inofensiva quanto a astrologia.

Portanto, o agnóstico iguala crença e descrença religiosa enquanto que o ateu reforça suas diferenças qualitativas de argumentos, que o primeiro aparenta ignorar. 

O agnosticismo até parece uma versão mal estruturada do ateísmo...

E o ateísmo não tem que ser uma afirmação de absoluta certeza quanto à inexistência de deus e plano metafísico, não tem que ser uma crença na descrença, no sentido de fé, até porque está muito bem embasado, enquanto que a crença religiosa é o seu exato oposto e, portanto, inevitavelmente se baseia na fé. Mas justamente por fazer tanto sentido e a crença tão pouco que é perfeitamente possível afirmar com convicção que deus e metafísica são muito, muito improváveis de serem realidades, sem ter que considerá-las como igualmente possíveis de serem factuais. 

O agnosticismo, portanto, é um ceticismo exagerado, em contraste ao ateísmo que é um ceticismo adequado.

sábado, 3 de dezembro de 2022

A pobreza causa a crença religiosa e a riqueza a descrença? Correlação interseccional ou causalidade?

 É certo que existe uma correlação positiva entre nível de escolaridade e descrença religiosa (ateísmo e agnosticismo) em que, quanto maior esse nível, maior a propensão a não acreditar em deus, vida eterna... e o oposto para o nível mais baixo. Também existe uma correlação entre renda e crença religiosa em que, novamente, maior a renda, menor a propensão ao fanatismo religioso. Lembrando que, escolaridade e renda também se relacionam. Ainda assim, são correlações e, portanto, não significa necessariamente que uma coisa esteja causando a outra, de que a pobreza, por si mesma, aumente a propensão à crença religiosa ou que a riqueza aumente a propensão ao ateísmo//agnosticismo. Também não significa que não existam ricos religiosos e pobres ateus ou agnósticos, ou religiosos com doutorado e descrentes com apenas o ensino fundamental. O que acontece é que tendem a ser menos comuns, especialmente em termos relativos, se em termos absolutos existem mais religiosos: fundamentalistas, moderados, sem filiação fixa ou oficial e outros tipos (espiritualistas), que descrentes. Mas também depende. Por exemplo, a correlação entre fervor religioso e baixo nível de escolaridade parece ser maior que entre ateísmo e renda alta. De qualquer maneira, apesar de ser um pensamento comum entre ateus e agnósticos, eu não acredito que a condição social de uma pessoa, por si mesma, aumenta ou diminui sua propensão à crença ou descrença religiosa. Eu acredito que pode ser um fator, mas que não é o único e nem o mais importante, porque o que mais importa é a própria propensão, resultado de uma combinação primária de traços intrínsecos de personalidade e cognição (incluindo uma tendência para baixa capacidade racional) que pode se manifestar para um lado ou outro desse espectro, e independente do contexto. 


O que temos, na verdade, é uma correlação entre pobreza e baixa escolaridade que também se correlacionam com médias baixas de capacidades cognitivas e que se correlacionam com baixa capacidade racional. O padrão relativamente oposto para os que estão nos extratos sociais mais altos. Dessas correlações, as que mais se relacionam com o ateísmo, inclusive uma que tem uma relação praticamente causal (a última) são: alta escolaridade, altas capacidades cognitivas e de racionalidade. É até possível especular se aqueles com maior renda, porém com capacidade cognitiva global mais baixa que a média do seu grupo social, sejam mais propensos a serem de religiosos e até de fundamentalistas. E se aqueles que pertencem às classes trabalhadoras, mas com capacidade cognitiva global mais alta, sejam mais propensos a serem de religiosos moderados, ou não-praticantes, a descrentes. 

Pois quando buscamos por essas correlações por continente e país, enquanto é possível traçarmos uma clara relação entre renda per capita e proporção de ateus e agnósticos, dentro de cada país essa relação se torna mais complexa, inclusive com exceções interessantes. Por exemplo, a Alemanha, em que as regiões com mais indivíduos sem filiação religiosa, incluindo ateus e agnósticos, outrora partes da ex Alemanha Oriental, apresentam os piores indicadores socioeconômicos do país, enquanto que as regiões católicas do sul apresentam os melhores indicadores. Mas também é notório que as maiores cidades do país que são, sem dúvidas, as mais ricas, tenham uma maior proporção de ateus e agnósticos do que cidades de menor porte. De qualquer maneira, as correlações mais fortes com a descrença religiosa continuam sendo: o nível de escolaridade, de capacidades cognitivas e de racionalidade (esta última praticamente uma relação causal). 

domingo, 12 de junho de 2022

Ainda sobre o problema de estender o termo "sem religião" para sincretistas religiosos

Seria o mesmo dizer que uma pessoa de raça mista "não tem raça". Mas não ter raça ou etnia "definida' não é o mesmo que "não ter raça" (que nesse caso seria impossível). Nessa metáfora ou comparação, uma pessoa que participa de mais de uma congregação religiosa seria equivalente a uma pessoa mestiça. Reiterando que, "não ter religião" literalmente significa não ter (qualquer) crença religiosa. 

O problema do termo "sem religião"

 ''Jovens 'sem religião' superam católicos e evangélicos em SP e Rio''


Esse é o título de uma reportagem da BBC Brasil


''"Eu não tenho religião, sempre fui totalmente pura a isso. Eu acredito em tudo, primeiramente em Jesus, o único Deus todo poderoso. Também acredito em entidades, que me ajudaram muito e sempre que puderem vão me ajudar... Acredito em energias, no universo...'

Assim Mariana Oliveira Viana, de 21 anos e moradora do Rio de Janeiro, definiu em uma rede social suas crenças.''

E esse é um trecho logo no início da reportagem que mostra que tem havido um aumento considerável de brasileiros das novas gerações que, oficialmente, não declaram afiliação religiosa. Mas o exemplo de Mariana é representativo da maioria desse grupo, se segundo o censo de 2010, dos 15,3 milhões de brasileiros "sem religião", apenas 615 mil (4%) se declararam como ateus e 124 mil como agnósticos (0,8%).

Pois eu sempre achei que fossem termos intercambiáveis, mas parece que, pelo menos segundo o IBGE, é possível "não ter religião" e ainda acreditar em deus... Só que essa maneira de definir, com base na afiliação e não na crença religiosa, é confusa e, por isso, talvez fosse melhor se o "sem religião" voltasse a ser sinônimo de ateu ou agnóstico, porque "não ter 'religião'" (de acordo com que tem sido denominada) literalmente significa não ter uma crença religiosa. Portanto, ao invés de "sem religião", esse grupo deveria ser denominado de "religioso moderado/sincretista", "crente variavelmente praticante" ou "religioso/crente sem afiliação definida" e ainda fazer uma divisão quanto àqueles que são "religiosos não-praticantes".

Essa é uma maneira mais lógica de buscar entender esses grupos, suas correlações ou tendências: psicológicas, cognitivas, culturais, morais... 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

''Estudo'' autobiográfico: Por que eu me tornei agnóstico??


Fatores adicionais ou endossantes: Homossexualidade, circunstâncias sócio-econômicas abaixo do esperado [Deus onde está você*], 

viver no Brasil [se Deus existisse, o Brasil não seria isso] ;),

Fatores primários: Pensamento literal, 
hiper-coerente [pretensões de hiper-coerência] 

[Se Deus é onisciente cadê ele* Se Deus nos ama então por que tem pobreza* (só pra comecinho de conversa) Se Deus é amor então por que ''os seus devotos'' de vez em quando trucidam uns aos outros* Deus não pertence ao mundo dos reais e portanto da física],

 sabedoria [pretensões, geralmente atrelada ao bom e hiper-coerente pensamento literal, senso de proporcionalidade ou justiça e busca pelo conhecimento ou compreensão factual + harmonia ou consciência estética generalizada] 

[''Eu acredito em um homem cabeludo que nasceu de uma mulher virgem que mesmo depois de ter lhe dado à luz, nunca fez sexo com o seu marido... que fazia milagres como transformar água em vinho, que propositalmente deixou ser morto para salvar a humanidade, que ressuscitou e foi pro céu pra viver do lado do seu pai que por acaso é o universo/Deus*'' ... vale pra qualquer ideologia, religião ou cultura]

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Propensão religiosa ou ideológica é genética??

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Fonte: Sete Antigos Heptá

Os seres humanos já nascem ateus, agnósticos ou religiosos??
 
Quer dizer, se existem correlatos neurológicos que estão relacionados com este espectro de ''crença e descrença'', então eles já nascem com esta fiação desde o nascimento?? 

Eles já nascem com uma disposição neurológica para abraçar o pensamento mágico ou o pensamento proto-literal?? E é possível ver essas tendências para o ateísmo ou para o teísmo no cérebro?? Assim como também através dos seus genes?? 


E se um ateu adulto se converter sinceramente à uma crença esta transformação poderá ser observada em sua fiação neural ou na fisiologia do seu cérebro

Ateísmo e autismo


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Fonte: Psychological Today


Mas nem todo autista é ateu e nem todo ateu é autista. 

Eu não duvido que existam sobreposições entre o espectro do autismo e da ''descrença'',  tanto a ''nível genético'', esboçado por genes correlacionados a ambos, quanto a nível fisiológico, esboçado por padrões neurais ou qualquer outra particularidade neurológica, e consequentemente a nível comportamental. 

Não estamos falando de religiões ou descrenças, que são reações secundárias ou produtos bio-culturais, invenções humanas, da biologia e do ambiente ... mas de modos mentais de operacionalidade ou de pensamento. Em outras palavras, estamos falando de ações primárias, em que a crença ou a descrença serão apenas produtos desta diversidade de operacionalidade intrinsecamente disposta. Isso significa que a maioria das pessoas que apresentam operacionalidade ou modo mental prevalentemente lógico ainda poderão apresentar algum buraco negro ou vulnerabilidade/tolerância para abraçar crenças religiosas/ideológicas, porque afinal de contas nós estamos falando de um espectro de intensidade, variação ou suscetibilidade.


 Crenças religiosas e ideológicas tendem a expressar uma maior tendência para confusão mental/psicose por parte dos (de muitos) seres humanos só que dependendo do contexto elas estarão intrinsecamente sutis ou mesmo imperceptíveis, porque estarão socialmente populares e portanto normalizadas. 

Universalização do tipo matoide 

Eu já comentei sobre o matoide, uma denominação comum no final do século XIX, que descreve uma pessoa que apresenta tendências psicóticas menos evidentes, se forem comparadas com pacientes esquizofrênicos ou com qualquer outro transtorno similar que causa dissociação da realidade, porém existentes e combinadas com comportamentos ''normais'' para o padrão das sociedades ''civilizadas''. Isso significa que o típico matoide se apresenta como uma pessoa ''normal'', ou seria melhor, lógica, aos olhos dos demais, só que ela apresentará distorções mentais de natureza psicótica que poderão ser expressadas por meio de crenças religiosas INCOMUNS ou mesmo nas universidades, por exemplo na produção acadêmica de trabalhos baseados em factoides bem construídos porém pseudo-científicos.

Percebe-se que eu destaquei o adjetivo ''incomum'' justamente para enfatizar que, quando uma cultureba religiosa ganha popularidade e PODER, então tende a se tornar aceitável e ''normal''. Portanto o que separa uma crença demograficamente minúscula que alega ter encontrado o santo Graal em um grupo de plantas da Amazônia e o cristianismo é justamente o número de fieis e do potencial de poder social que estão envolvidos. Como eu gosto de dizer, a metáfora da ''nova roupa do imperador ou do rei'', encontra-se presente em quase tudo aquilo que for popular e portanto que for grosseiramente determinado como ''de qualidade'', mas que, no mundo dos reais e dos ideais, não for de fato ''de qualidade''. 

No entanto, nós podemos, racionalmente falando, colocar todos eles, religiosos ou portadores de transtornos mentais dissociativos, na mesma categoria. O cristão, então neste caso, seria uma espécie de esquizotípico que acoplou a sua confusão mental inata, generalizada ou pontual, no cristianismo, resultando em uma espécie de camuflagem de sub-idealidade. 

Distorções da realidade-lógica estão fatalmente relacionadas com distorções da realidade moral.   

No entanto ainda vamos ter o ''lógico naturalista'' ou ''pseudo-matoide'' que ao tratar as questões éticas ou morais de modo depreciável, como ''sentimentalismo barato'', acabará se enviesando em tipos de pensamentos hipo-moralmente corretos, emulando as leis subconscientes que regem as interações no mundo natural, enfim, literalizar a ideia de ''ser humano é um animal'', e portanto tem que agir como um. Sim isso é verdade, somos animais, mas são todos os animais que são ''psicopáticos''** 

Então por um lado nós temos a exuberância daqueles que enxergam demais, até mesmo aquilo que não existe, os matoides típicos, e por outro lado, nós temos aqueles que enxergam pouco, especialmente no âmbito moral, os pseudo-matoides. É muito comum que os pseudo-matoides apresentem níveis variavelmente altos de idiotice moral assim como também acontece com os clássicos matoides.

No final das contas ''regredir'' (não para os pseudo-matoides) para o estado moral que é comumente encontrado na cadeia alimentar, nas outras formas de vida, é uma atitude ou ideia quase tão louca do que acreditar em milagres ou em seres mágicos. 

Voltando ao assunto principal do texto...


A religião não é herdável, nem hereditária, mas sim o modo de operacionalidade mental ou nível individual de suscetibilidade/vulnerabilidade para a confusão/coerência mental ou de compreensão factual.



O diferencial, que é transmitido geneticamente, é o quão lógico//racional/realista a sua mente pode ser ou não ser. E quanto mais intelectualmente inteligente você for, e portanto mais próximo do ideal sábio, mais eficiente será a sua mente na labuta diária de compreender o mundo, não em seu todo é claro, de modo factualmente correto, mas de maneira consistente e em relação aos macro-fatores mais prioritários pra vida. 


Realismo 'versus' empatia, de novo
Como parece ser muito comum de acontecer, a maioria dos mais realistas tendem a ser menos empáticos se boa parte da empatia tende a se consistir na formulação de mentiras brancas, que eu também gosto de pensar enquanto uma ''ênfase analítica de simetrização'', isto é, na tentativa de cessar conflitos e desavenças, busca-se reduzir de modo pretensamente balanceado os contrastes de valores ou qualidades pessoais que são percebidos entre os indivíduos, e aqueles que estão mais propensos a exibir este modo de operacionalidade mental serão também mais propensos a acreditar nas próprias mentiras brancas. Logo, por exemplo, se uma pessoa te chamar de feia, eu posso, a partir de uma abordagem ''empática'', me colocar no seu lugar, sentir a sua frustração ou tristeza e buscar sanar este sentimento ruim, negando que esta afronta seja factual e buscando balancear/simetrizar/neutralizar esta possível realidade, e posso fazê-lo com base em mentiras brancas, ou se for mais esperto, buscando por qualidades diretamente relacionadas ao ''elogio'' que lhe foi endereçado, ou por qualidades secundárias (ainda que, ao buscar por outras qualidades, fictícias, exageradas ou reais, e deixar explícito o meu recuo, é provável que acabarei deixando implícito que eu concordei com a opinião pouco polida e realista).


 Isso não significa necessariamente que menor empatia e maior senso de realismo se consistam em características praticamente gêmeas pois o mais provável de estar acontecendo aqui é um caso de correlação parcial, parcial porque reside aí certa verdade ou causalidade e portanto não se consiste apenas em uma convergência ilógica de características, ainda que, como eu já comentei, a empatia está longe de ser ilógica e muito menos irracional, a priore

Muitos dos ''mais'' realistas tendem a ser menos empáticos, ao menos no que diz respeito à maneira com que tendem a falar sobre todos os assuntos com os quais eles estiverem lidando, mesmo os mais sensíveis, e em relação aos outros indivíduos. Mas os mais realistas, isto é, em termos absolutos, serão os sábios, até mesmo por causa de suas progressivas constituições perceptivo-existenciais quase que totalmente desnudas de preconceitos cognitivos equivocados, negativos (ideias ou pensamentos que são mais propensos a serem rejeitados) ou positivos ( ideias ou pensamentos que são mais naturalmente propensos a serem internalizados). Como eu já comentei, ''a lógica --- naturalista'' não é o fim desta purificação de pré-concepções factualmente incompletas, ainda que possa ser descrita como parte do processo, porque é bem óbvio que a grande maioria daqueles que estão mais naturalmente propensos a segui-la também apresentarão filtros unilateralmente tendenciosos que os impedirão de ver todas as perspectivas, todos os lados das informações ou fenômenos que estão interagindo, em especial aqueles que habitualmente tendem a chamar de ''sentimentalismo barato''. O lógico seria mais parecido com um psicopata por apresentar grande assimetria entre a sua empatia afetiva e cognitiva. Só que o lógico não apresentaria a motivação intrínseca imoral a níveis alarmantes ou, como também pode ser vislumbrado, praticamente inexistente empatia afetiva, pois ele tenderá a ser do tipo hipo-afetivo. O sábio 'ou'' racional, ao contrário do psicopata ou do lógico, não precisara reduzir dramaticamente a sua disponibilidade afetiva, para entender a macro-realidade, que não está a nível atômico, pois pelo contrário, a empatia afetiva é justamente uma das ferramentas mais importantes para a sabedoria. 

Metafórico versus literal

Um dos grandes desafios do ser humano no que diz respeito à compreensão da verdade/realidade subjetiva/abstrata é o de conseguir prover os melhores julgamentos, literalizando e metaforizando as informações que captam, nos momentos mais oportunos/corretos. Por isso que é muito comum esta confusão mental entre o mundo dos reais e o mundo dos imaginados em que as suas fronteiras estão muito mais borradas do que o ideal, bem expressado pelas crenças religiosas.


Novamente, o sábio é o melhor para prover uma constante ''auto-atualização' e de grande qualidade. Em outras palavras, enquanto que o ser humano comum tende a ser mais vagaroso, impreciso e teimoso para mudar os seus pontos de vista, primeiro, identificando falhas e segundo, de fato, modificando a sua maneira de pensar, porque provavelmente dá pouca importância, tem pouco esmero por este ''pormenor'', o sábio tende a ser ou a se tornar mais ágil neste predicado, reduzindo ao máximo o tempo de imersão na ignorância ou estupidez e lutando continuamente para melhorar os seus pontos de vista, enriquecendo com fatos, especialmente de fatos morais, os mais significativos, especialmente a partir de uma perspectiva pessoal, intimista, aquilo que podemos fazer por nós mesmos, a partir de nós mesmos, e claro, tornando a maioria de suas ideias e pensamentos e ações subsequentemente coerentes.

Por que eu não acredito em Jesus cristo? Mas por que eu acredito ou eu quero acreditar em Deus?

A história de Jesus é claramente sem pé nem cabeça e alguns ateus /agnósticos são muito bons para escrutinar cada contradição e ilógica cristã/ou de qualquer outra crença que esteja divorciada das leis da física e do bom senso. Eu não precisei ler a bíblia toda, aja paciência, para constatar o quão improvável que pode ser a veracidade de sua história, ou seria melhor, estória. No entanto milhões de pessoas, e muitas que são "mais' inteligentes, acreditam em estórias religiosas e pasmem, muitos dos maiores gênios historicamente reconhecidos do passado como Isaac Newton e Charles Darwin. A única explicação decente para esta situação é a de que a maioria das pessoas, ao menos nos países ocidentais, nasçam com vulnerabilidade/suscetibilidade individualmente variável para este tipo de confusão mental sutil porém prevalente e muitas vezes dominante. E a explicação específica para os gênios religiosos é a de que genialidade não é sabedoria, como eu já falei, porque apresentam diferentes epicentros semânticos/característicos, de operacionalidade característica, ainda que possam e de fato se sobreponham com relativa frequência.

Não existe intrinsicabilidade ou biologicidade (quão dominante é a biologia no comportamento/expressão) para o ateísmo, o agnosticismo ou para qualquer religião ou ideologia, porque como já foi dito acima, estes se consistem em reações secundárias, em produtos combinantes entre as variáveis intrínsecas/biológicas e ambientais/culturais/extrínsecas, em ''tecnologias verbais'' criadas pelo homem. O que nós temos mesmo é um espectro de modo de pensamento ou de operacionalidade mental, que vai desde o lógico, convergente, minimamente coerente, realista ou claustrofílico ( enfatizado no entendimento físico/literal da realidade, e portanto, admitindo que o conhecimento humano é muito estreito, sem poder dar ''saltos quânticos de entendimento e que portanto deve se dar a partir de uma progressiva convergência, leia-se, humilde) até ao ilógico, divergente, predominantemente incoerente/contraditório, irrealista ou claustrofóbico (''meta-física''), aqueles que dão passos muito largos pra fora de sua zona/zona humana de conhecimento, por exemplo, a ênfase na ideia de Deus, ''o criador'' de tudo, exatamente como dar passos muito largos, pulando várias etapas ainda desconhecidas pelo homem, quanto à realidade, entre Deus e nós existe um grandioso hiato que por agora parece impossível de expandir, da maneira com que a grande maioria das crenças religiosas humanas tem demonstrado.

sábado, 5 de novembro de 2016

''Efeito Flynn'' em termos intelectuais** A secularização do Ocidente tem feito as pessoas artificialmente mais inteligentes, em termos intelectuais/culturais*




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Fonte: pinterest


As pessoas são intelectualmente preguiçosas ou demasiadamente comodistas. Ao invés de procurarem, via curiosidade, pelas melhores análises e julgamentos da realidade, internalizando-as em seu cotidiano, elas tendem a esperar, tal como bebês de colo, que as informações e/ou ordens sejam trituradas e passadas pra elas, independente de suas qualidades, tal como papinha dada à criança recém nascida. 

Percebe-se que a maioria dos seres humanos não são nem de intelectualmente interessados, nem de intelectualmente obcecados.

 O nível de motivação intrínseca e dedicação quase que diária ao conhecimento, em especial aquele que for mais concreto, mais relacionado com o mundo real, encontra-se abruptamente reduzido em uns bons rincões de humanidade, enquanto que a obsessão intelectual, que se consiste em uma manifestação consideravelmente característica da inteligência, em seus níveis mais desenvolvidos, encontra-se praticamente reduzida à uma minoria de seres humanos. E entre o torpor intelectual das ''massas'' e a curiosidade insaciável de uma minoria, nós temos uma classe-tampão de ''intelectualmente interessados'', que combinam parte da psicologia do primeiro com a do segundo grupo, geralmente as massas ''de'' QI razoavelmente alto (a muito alto) que povoam as universidades.

 Portanto, sem mudanças culturais, a partir da base, a maioria das pessoas serão fortemente propensas a se conformarem, e mesmo com as mudanças, dependendo do grau de vantagem que a nova onda de conformidade poderá propiciar à elas, uma maioria em potencial se adaptará à nova roupa do rei, sem qualquer substancial escrutínio, este que tende a se dar via introspecção, quando debatemos com nós mesmos sobre as crenças que internalizamos, isto é, que se consistem em diálogos internos.

Temos visto grande transformação na cultura e nos pontos de vista do ''senso comum'' em especial no Ocidente em que no início do século XIX, a maioria das pessoas, especificamente na Europa e na América Anglo-saxônica, tinham como ''fonte de conhecimento'' a religião cristã. Com a secularização progressiva houve uma redução dramática do domínio da narrativa cristã sob o senso comum das massas. A partir do momento em que um conjunto de ideias baseadas em uma mistura vulgar de pensamento mágico e pensamento naturalista (religião) foram sendo substituídas por um conjunto de ideias mais enraizadas no mundo real, e portanto mais ''científicas'', as pessoas em média foram se tornando em receptadoras e agentes de ideias menos fantasiosas, em outras palavras, de mais intelectualmente inteligentes. Claro que esta mudança não foi completamente direcionada para um sentido ideal, e que, é provável que não tenha se traduzido em melhorias orgânicas/mentais entre os seres humanos expostos a essas mudanças. 

Por exemplo, o percentual de pessoas, menores de 25 anos, que ''não acreditam em Deus'', na Islândia, segundo pesquisas recentes, atingiu um valor bastante significativo. Isso significa que os islandeses se tornaram mais intelectualmente inteligentes**

 Artificialmente falando, pelo que parece, sim, porque pelo fato de ''terem'' substituído o besteirol cristão por algo menos fantasioso, pôde-se constatar que eles tem se tornado mais intelectualmente inteligentes ou que as novas gerações tem se tornado mais intelectualmente/filosoficamente (culturalmente) inteligentes. No entanto, essas macro-comparações vagas dizem pouco em termos de idealidade assim como também de mudanças intrínsecas, isto é, o aumento de uma maior precisão intelectual/moral pode não ter tido como resultado um igual aumento na qualidade psico-cognitiva intrínseca ou genotípica, em outras palavras, que a secularização nesta sociedade não foi acompanhada por um salto qualitativo de inteligência genotípica, que as pessoas tenham se tornado organicamente mais inteligentes, mas aparentemente. 

As pessoas nascem dentro de um certo ambiente, bastante secularizado, e não são inculcadas desde cedo a seguirem qualquer religião. No entanto, tal processo de secularização tem acontecido em todo Ocidente e eu acho que é comum que os jovens sejam mais propensos a serem descrentes e que ao longo do tempo o torpor típico das pessoas médias acabe assentando esta euforia e cinismo juvenis. Eu acredito que as pessoas médias, justamente por serem médias, encontram-se mais adaptáveis a essas mudanças culturais, enquanto que é claro que aquelas que estiverem sendo mais favorecidas por essas novas ondas de conformidade/senso comum, é provável que exibirão características intrínsecas (intrinsicabilidade) mais naturalmente/biologicamente dispostas pra este caminho, por exemplo, no caso de se ser mais intensamente ateu e/ou agnóstico em relação à secularidade da ''modernidade''.

Isso significa que precisamos pensar o quão plásticos estamos em relação às nossas crenças religiosas e eu acredito que esta particularidade obedecerá à regra geral dos comportamentos, isto é, que todos nós teremos uma plasticidade individualmente limitada de comportamento, que variarão individualmente em termos de intensidade, e que será mediado por interações com o ambiente, baseado na maneira com que o mesmo se apresenta e em que como respondemos a ele.

O aumento do número de filhos que nascem de pais mais velhos, presume-se, mais mutantes,  pode ter um efeito real/biológico em larga escala nessas mudanças culturais. Aumento no tamanho do cérebro** Conjecturas... 

O que sabemos por agora é que, quando os centros de inculcação cultural mudam as suas narrativas, a maioria das pessoas tendem a mudar também, para acompanhar os seus rebanhos. Ateus e agnósticos verdadeiros são raros. No entanto, eu acredito que a inculcação cultural anti-religiosa desde cedo e generalizada pode fazer um monte de gente normal (que segue normas) e média internalizar narrativas mais científicas e ou corretamente filosóficas, ainda que tendam a fazê-lo de modo superficial. O que também é bastante perceptível é o processo de esquerdização das narrativas culturais mais proeminentes, que em outras palavras significa: ''troca de pele'' cultural, da religião para a ideologia. A ideologia geralmente se passa como mais científica ou como mais filosoficamente correta, do que a religião, que já se consiste em sua metamorfose final, em sua imposição generalizada. Em outras palavras, toda religião nasce como ciência ou filosofia, se transforma em ideologia por um tempo e termina exatamente como religião, isto é, o nível de força de sua imposição cresce de acordo com que perde o seu brilho/encanto inicial e mentiroso. 

Portanto pode-se dizer que a maioria dos jovens islandeses não são ou se tornaram exatamente em pensadores racionais até mesmo porque é provável que sejam ou que se tornem ''progressistas'', ''globalistas'' ou ''esquerdistas''. Eles estão mais racionais, é verdade, mas não são, pelo que parece, por definitivo racionais, em constância, qualidade ou precisão de julgamentos equilibrados e factualmente corretos. Percebe-se que muitos deles simplesmente estão sendo inculcados na ideologia globalista/esquerdista. 

Se perguntarmos às pessoas que nasceram no início do século XX sobre uma série de questões morais/filosóficas, é provável que a maioria nos dará respostas moralmente questionáveis, que foram embasadas em pontos de vistas religiosos, enquanto que se fizermos o mesmo experimento, e de preferência com uma farta amostra representativa, só que com jovens, é provável de termos uma maior proporção de respostas mais moralmente corretas, que foram baseadas em algum conhecimento científico ou filosoficamente/moralmente correto -- preciso. Por exemplo, a homossexualidade é pecado condenado por Deus versus a homossexualidade encontra-se presente em várias outras espécies além da humana e portanto é um comportamento natural.

Por outro lado todo o conhecimento naturalista, muitos que foram embasados e expressados em/como pré-conceitos minimamente corretos, porém vulgarmente generalistas, que era a regra, juntamente com a metafísica bondade cristã, nos tempos de nossos bisavós, tem sido perdido, justamente para o incremento na parte da moralidade objetiva. Tira-se de um lado, coloca-se em outro. Por exemplo, as raças humanas existem e [todos] os negros são menos inteligentes que os brancos versus as raças humanas não existem especialmente por causa do legado moralmente equivocado deste termo em relação aos seres humanos e aos seus direitos ... e ... os negros não são menos inteligentes que os brancos porque as causas para essas disparidades são as diferenças ambientais e o racismo do grupo mais forte/opressor, isto é, dos brancos.

Enquanto que o sábio genotípico ou intrínseco tenderá a aceitar os dois conjuntos de concepções, naturalista e moral, e os melhorará em demasia, ou ao menos tentará fazê-lo, o ser humano comum, normal, que segue normas, e médio, tenderá a ser persuadido de maneira subconsciente a seguir um dos modelos parciais e superficialmente corretos de entendimento e de interação com o mundo, resultando em algumas dessas vampiras que já tanto falei: cultura, religião ou ideologia. Uma menor compreensão sobre os próprios mecanismos de operacionalidade ou comportamento também quer indicar uma maior vulnerabilidade para acatar as necessidades irreflexivas do próprio ego, e de acordo com a profusão de ideias, pensamentos e diretrizes que estão sendo constantemente despejadas dentro das sociedades humanas, especialmente das mais complexas, produzindo, e a nível individual, aquilo que chamamos de co-evolução cultura e genética/biologia. Isto é, as pessoas vão sendo selecionadas para certa cultura, se houver reciprocidade ''benigna' entre ambas as partes. 

Portanto como conclusão, por agora, percebe-se claramente uma melhoria a nível superficial do ''senso comum'' no que se refere à moralidade objetiva/proporcionalidade comportamental, mas por outro lado, percebe-se uma perda cultural de todo o conhecimento naturalista acumulado, expressado por meio de ''pré-conceitos'' ou seria melhor, generalizações sobre as diferentes nuances do comportamento humano, ainda que generalistas e minimamente corretos. 

Vamos ficar todos bonzinhos e super-mega-ultra compreensivos. 
...

Isto quer indicar que com o deslocamento da narrativa oficial, a partir de um epicentro religioso/cristão, para um epicentro científico/secular, houve uma melhoria relativa na qualidade das informações, ideias, pensamentos e diretrizes que são socializadas, e com isso podemos concluir previamente que as novas gerações foram se tornando mais intelectualmente inteligentes, em comparação às gerações mais antigas, mais inculcadas com pensamento religioso, ainda que tal melhoria foi apenas a nível muito superficial, porque ao invés de uma completude no pensar e agir, que faria com que melhorássemos os pontos válidos, predominantemente de natureza naturalista, que eram parte do senso comum há 80, 90 anos atrás, o sistema sócio-cultural ocidental tem apenas deslocado o seu epicentro, da religião para a ideologia, e com segundas intenções, pois embutido à religião, ao velho epicentro cultural, encontra-se o conhecimento naturalista, e este tem sido ostensivamente atacado, sendo tratado erroneamente (e propositalmente))))) como o oposto da moralidade objetiva, que também tem sido superficialmente trabalhada, e novamente, com segundas, terceiras, quartas intenções maquiavélicas. 


Resultado de imagem para cobertor curto

Fonte: Equilíbrio e Família

Puxou para um lado, mas tirou do outro lado. 

''(d)Efeito Flynn'' = melhorou superficialmente no quesito intelectual/moral, piorou no quesito naturalista.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Refutação (ou não) de um argumento teísta





Maurício de Sousa é um ser humano que inventou uma personagem de gibi chamado Cebolinha, que dizem as más línguas, nasceu na China.

Deus é um ALGO, que eu gosto de chamar ''fator g da existência'', que ''inventou'' o ser humano, isto é, se consistem em dois pares que estão intra-relacionados, se o Cebolinha derivou da mente talentosa de seu criador, Maurício de Sousa, e se o ser humano ''é criação'' deste ALGO, que não sabemos o que é (e muito provavelmente não é uma entidade sobre-física antropomórfica), se o ser humano também deriva de sua criação, e no entanto, ambos estão em níveis absolutamente discrepantes, isto é, o criador e a criação, de tal modo que podemos nos entender também como personagens criados pelo autor Deus. Somos combinações de elementos originalmente presentes em ''DEUS'', da mesma maneira que Cebolinha também se consiste em uma combinação de elementos originalmente presentes na mente de Maurício de Sousa. 

O ser humano, assim como a vida em geral, é a imagem e semelhança de Deus, por compartilhar com ''ELE'' algo que é de extrema necessidade para a (sua) própria existência: integridade nuclear, isto é, a integridade de seu ''núcleo'', de seu centro, de seu próprio fator g existencial, do contrário, não teria sequer um princípio para que pudesse continuar a existir, isto é, se sustentar de maneira integral, primeiramente em si mesmo.

Da mesma maneira que a ideia da personagem Cebolinha se deu de maneira única, isto é, Maurício muito provavelmente teve esta ideia criativa, ao acaso, de maneira intuitiva, o mesmo aconteceu com o ser humano, que evoluiu por acaso, de maneira intuitiva, da mesma maneira que aconteceu e acontece com todas as espécies terrestres. Eu já falei que uma das forças mais intensas da existência é a TEIMOSIA. Não, não ''estava escrito'', 

foi sendo escrito.

O ser humano, um produto da criação ou do fenômeno da existência, é interpretado por mentes mais (biologicamente/comportamentalmente/ideologicamente) conservadoras de uma maneira tão histriônica que acreditam que 
''o ser humano estava escrito para 'surgir' e portanto só pode ter sido obra de um criador consciente, calculista, empiricista, científico... humano''

O aparecimento do ser humano é obra, do acaso e da teimosia, duas peças fundamentais para a evolução, em seu estado mais natural ou menos artificialmente antropomórfico. ''Do acaso'' porque não estava destinado a aparecer antes de ''aparecer'', e teimosia, porque foi justamente a teimosia de se enfatizar por um caminho, para resguardar a vida, para sobreviver, que o ser humano foi ''se construindo'', foi se tornando caracteristicamente humano. Basicamente, algumas ou uma única espécie intermediária, o elo perdido, passou a valorizar a criatividade para a invenção/confecção de armas, ''ferramentas'' ou qualquer outra coisa, para sobreviver, e a partir do momento em que este caminho passou a funcionar, a dar certo para a sobrevivência do grupo, então passou-se a enfatizá-lo. Da manipulação da pedra lascada, até à ''manipulação/curiosidade e necessidade'' em relação à vários aspectos/pedaços da realidade, os seres humanos foram expandindo o seu alcance perceptivo até o dado momento, em que estamos. 

domingo, 14 de agosto de 2016

O ser humano precisa de uma macro-organização sócio-comportamental E NÃO de pseudo-religiões ou cultos (cultura)

O que está subjacente à religião é a cultura que por sua vez encontra-se uma camada acima da base que sustenta qualquer sociedade, a organização social/comportamental e econômica.

Para os ''xaropes'' que adoram dizer que ''sem a 'religião' a sociedade não sobrevive'' compreendam de uma vez por todas que a sua ''fé'' e nem mesmo a cultura por si mesma que sustentam uma sociedade, desde à sua base, mas a sua própria organização, a sua estrutura.

Os europeus (dentre outros) mais seculares não estão tendo mais o mesmo número de filhos que os seus avós e bisavós especialmente por causa das transformações sociais e econômicas e sim, é possível que uma nação de ''ateus'', mas creio eu, especialmente de ''agnósticos'', possa sobreviver demograficamente sem a necessidade de um culto esquizofrênico dizendo que papai do céu fica feliz em vê-los procriando como coelhos. 

A ''religião'' tem algum papel ao alavancar a fertilidade mas não é esta relação intrínseca, absolutamente causal que claro, os ''xaropes'' 'religiosos' adoram usar como proto-argumento.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Será que eu ''sou psicopata''** ou que ao menos esteja dentro do jardim secreto dos ''anti-sociais'**

O epicentro semântico ou puramente/essencialmente descritivo da psicopatia se consiste na: incapacidade de ter empatia interpessoal geralmente relacionada com a desinibição moral, narcisismo e capacidade de manipulação ou astúcia/esperteza. Isso significa que muitas pessoas apresentarão ao menos um destes atributos. Alguns terão baixa empatia interpessoal, mas não serão narcisistas, manipuladores nem moralmente desinibidos. Outros serão "apenas" narcisistas. Mas apesar desta diversidade de (micro) epicentros, todo aquele que estiver dentro deste jardim de variedades sociopáticas, tenderá a ser acima da média em relação a esses outros atributos que estão correlacionados, isto é, o narcisista 'puro', por exemplo, ainda tenderá a ser mais manipulativo do que alguém com menor narcisismo. 

Bons em manipulação também costumam ser bons para compreender parte da realidade, em seu corpo, esqueleto, isto é, de modo operacional ou sistêmico. Por exemplo, uma pessoa comum pode atribuir a causa dos estados emocionais a eles mesmos enquanto que na verdade são expressões ou finalidades. Quando analisam o efeito como se também fosse a causa. Alguém que consegue analisar a emoção sob um ponto de vista não-emotivo pode vê-la sob um ângulo mais sistêmico e portanto mais próximo de sua origem, de sua primeva intencionalidade. Em outras palavras pode ver o processo e prever como que se expressará enquanto que muitos outros se concentrarão "involuntariamente" aos resultados ou produtos concluindo que ''a causa é o efeito''. O produto é analisado e o processo é desprezado. Mas se o processo for conhecido então se poderá de fato chegar à sua origem/causa e entender plenamente como que se dá o seu comportamento completo, do nascimento à finalidade. 

Quem manipula e de maneira mais coesa compreende melhor sobre o processo, além do próprio produto/efeito, pois pode prover modificações sobre o processo e portanto o próprio produto. 

É um tipo de técnica muito usada na política por meio da propaganda, mas também em tudo aquilo que se relaciona com a política como a "religião" e a cultura. 

O caráter cognitivo da psicopatia parece se consistir em parte essencial para a sabedoria pois também é de fundamental importância entender e mesmo de ter certa familiaridade com o mal, ao menos, a nível ideacional, para que se possa com isso prover o mais completo ou perfeccionista julgamento moral.  Eu tenho me visto desta maneira, enquanto um proto ou mesmo um pós psicopata, em termos cognitivos, por ser ou por acreditar que seja muito bom na arte da manipulação. No entanto eu não estou plenamente desprovido de intenção/motivação empática, o cerne fundamental que distingue psicopatas de não-psicopatas. Eu sou narcisista mas não ao ponto da megalomania inconscientemente percebida ou simplesmente não-percebida, ainda megalomaníaco eu tenho consciência crítica em relação a essas minhas tendências. Eu tenho maior desinibição moral em especial em relação à moralidade subjetiva, mas eu sou o completo oposto em relação à moralidade objetiva. 


A moralidade subjetiva se consiste no produto sócio-cultural da ignorância e estupidez impostas como norma-padrão para as pessoas comuns ou comumente medíocres. Por exemplo, eu posso olhar com desprezo para a devoção religiosa em relação aos seus símbolos, santos católicos ou Maomé. E isso pode ser interpretado por muitos como "coisa de psicopata". Um manifestante lgbt pode enfiar a estátua da "nossa senhora" no ânus que eu não irei achar esta atitude instantaneamente imoral porque pra mim não há qualquer simbolismo literal que o valha. Eu posso refletir e pensar no desrespeito em relação à crença cristã. No entanto como julgamento final eu posso e tenho concluído que rir deste tipo tão comum de imbecilidade humana, que é a de tomar a fantasia grosseira como verdade absoluta ou factual, mais do que uma possibilidade completamente correta de ser efetuada também se consiste muitas vezes numa necessidade. Rir de todos os ídolos. Aquilo que tem restado aos pensadores honestos e filosoficamente inteligentes. 

Eu também posso olhar para o valor que a mentira pode ter. Neste caso eu posso vê-la como um meio que, geralmente errado, pode ser funcional se a finalidade for correta. O problema nesses casos não é a mentira por si mesma mas os efeitos que pode resultar.

Eu posso ver valor em quase tudo. O problema sempre é a estupidez. Quando algo está sendo feito de modo equivocado, conflituoso, o valor ou se perde ou se definha. 

O psicopata consegue compreender  fraquezas e forças alheias, assim como as de si mesmo, e o seu cérebro ainda é capaz de lhe prover as melhores cartas para jogar de acordo com a sua estratégia mental do momento. Ao entender melhor as pessoas do que elas mesmas poderiam, o psicopata, em especial o de alto funcionamento, se torna capaz de antever aos gostos ou predileções de cada um. Em outras palavras, aquilo que a maioria das pessoas deveriam ser naturalmente atentas ou capazes de prover e pra si mesmas, o autoconhecimento, o psicopata ''faz'' por elas. Uma outra possibilidade complementar de explicação quanto a esta situação pode se dar pelo fato da psicopatia resultar no desligamento constante de atribuições neurológicas que se expressam com base no julgamento moral e que geralmente serão falhas a operacionalmente insuficientes para uma boa parcela dos seres humanos. Esta anormalidade da mente psicopática então parece abrir outras janelas de compreensão ou análise do comportamento que alguns estudos tem sugerido tende a ser feita de modo predominantemente lógico pelo psicopata, e emocional pelo empata, isto é, ao analisar uma situação que envolve emoções, o mesmo tende a fazê-la de modo lógico. Enquanto que, é o que parece, para a maioria dos seres humanos, existe ao mesmo tempo uma fronteira que delimita e separa emoção de razão, se misturam equivocadamente, em especial para o raciocínio que não for totalmente voltado para o autoconhecimento, ''comprovando'' a minha ideia de que o ser humano médio seja ''mentalmente estrábico'', e situação diferente parece acontecer, em especial com psicopatas e sábios. Emoção e razão, para os dois, me parece que estarão usualmente conectadas, a priore ou a nível ideacional, mas que vão se tornando progressivamente separadas a partir do momento em que serão acessadas para a produção do raciocínio, do pensar. No caso do psicopata, existe a quase inexistência de emoções genuínas, estas que o acusariam de ter alta empatia afetiva, restando para si apenas a lógica. O psicopata então, faz tudo aquilo que a maioria dos seres humanos também tendem a fazer só que parcialmente, e cada subgrupo ao seu nível de proximidade proporcional em relação ao comportamento típico do psicopata: extremamente egoísta, impulsivo/calculista e moralmente desafiador. No caso do sábio, por causa da necessidade de se conhecer muito bem a bondade e maldade, parece ser preciso este ''mergulho'' ou ''incursões'' dentro do submundo emocional da psicopatia, como eu já falei, não basta saber apenas sobre o epicentro da bondade (capital), também é importante conhecer os seus limites (fronteiras). Apenas deste modo que de fato conheceremos a bondade, ao conhecermos a maldade, da mesma maneira que, dualisticamente falando, não existe (o conhecimento da) sombra sem (o conhecimento da) luz.

O psicopata parece ser provido de elevada inteligência emocional (empatia cognitiva*), operacional ou puramente cognitiva, justamente por ser pouco emotivo, ele pode, ao invés de ser escravizado por sua emotividade, que é quase inexistente, usar esta potencial fraqueza que é comum aos outros, pra si mesmo, em seu próprio benefício. Observa-se mais uma vez o hiato que costuma existir entre o ser e o fazer. Uma maior inteligência emocional (puramente) cognitiva sem empatia afetiva, tende a ter como resultado se não a psicopatia algum outro tipo de ''desordem' mental de natureza moral. O que no entanto é bem notável é a desconexão entre o potencial e a realização no mundo literal, das ações.


O psicopata neste sentido encontra-se quase que totalmente desprovido de ''consciência estética'', por ser incapaz de compreender o valor da beleza/harmonia/simetria em todos os seus poros. Ele é capaz de percebe-la e mesmo de busca-la em sua superfície mas sem toda completude emocional que é necessária para torná-lo sábio, que ou aquele que, ao contrário do psicopata, encontra-se totalmente embebido pela consciência estética. 

Interpretar analiticamente a realidade social humana é meio passo para se agir de modo calculado e muitas vezes buscando pela própria vantagem gritantemente egoísta. A moralidade sentida funciona como um freio para as nossas ações e sem esses limites agiremos sem refletir ou mesmo refletindo, como eu acredito que muitos psicopatas fazem, sem chegar a uma conclusão moral ardentemente contundente e influente, que resultaria no repelimento de ações histrionicamente egoístas.

Mesmo a minha estratégia filosófica que parece impossível por agora não esta e nunca esteve totalmente rendida pelas paixões que a emoção nos avassala. Mesmo a minha purificação moral tem um quê narcisista, uma maneira de mostrar-me, primeiramente pra mim mesmo de modo superior aos outros. Mesmo a razão e a busca incessante por seu aperfeiçoamento, característica comum a pensadores profundos, também tem doses pouco homeopáticas de narcisismo. 


Minha desinibição moral se consiste em um convite para a adaptação que no entanto encontra forte resistência por parte do meu próprio narcisismo. Mesmo tudo aquilo que tenho escrito sobre sabedoria tem um quê de autobiográfico. E mesmo a minha humildade invariavelmente revelada também é produto de uma reinterpretação do meu narcisismo. Uma mistura útil e agradável. Me agrada fazer o bem e ainda é útil para acalentar o meu narcisismo. No entanto novamente esta tendência pode ser universal e eu sou apenas honesto demais para admiti-la.

Eu sou melancólico e que, a modo apropriado, em específico pra este texto, pode ser transladado para quase-depressivo. Eu combino um olhar profundamente realista extraído de minha melancolia juntamente com um olhar de matiz psico-cognitiva "psicopática", isto é, moralmente desinibida, a Priore, e manipulativa. 

Defino-me como um pós psicopata, que reconhece as vantagens desta desordem, que tem consciência de si mesma, branda porém característica. Eu vejo o psicopata como um dos tipos mais realistas de seres humanos, ao contrário de muitas ideias dentro da psicologia que visam atenuar ou mesmo desmerecer esta verdade, dolorosa mas genuína.

Talvez em mim a jovem razão que para a maioria permanece presa em seu calabouço frontal assistindo as artimanhas de sua madrasta mais velha, encontra-se a ponto de libertar-se por seu caminho dourado em direção ao solo de pedra e medievalidades.

Eu vejo-me como um pós-parasita que evoluiu para o mutualismo e que vê nesta estratégia de vida o valor da sabedoria, em especial dentro de organizações sociais ou pluri-individuais. Enquanto que a maioria dos psicopatas de alto funcionamento são como típicos parasitas e os mais primários são como predadores. Pequeno, frágil, porém perspicaz e conselheiro. Eis o sábio.





sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Inteligencia ( organica) e inteligencia ( abordagem, ideias e conclusões corretas)



O ateísmo, e eu sempre gosto de enfatizar mais em relação ao agnosticismo, são duas conclusões ou atitudes inteligentes de serem feitas ao longo da vida. Isso se dá porque todas as religiões humanas nada mais são do que sobreviventes culturais milenares de épocas em que o pensamento mágico não era apenas popular, como ainda é hoje em dia, mas predominante, oficial, imposto como uma verdade absoluta. 

Crer em Jesus, Buda, Maomé ou qualquer outro, não é muito diferente do que acreditar numa força sobrenatural advinda do vento ou da chuva, como os ameríndios tem feito desde a muito tempo

Isso não previne que ''ainda'' tenhamos pessoas muito inteligentes continuando a crer nessas fantasias. Mas por que**

Se eles ''são' mais inteligentes então deveriam construir sistemas de fatos ou ao menos tentar o seu máximo possível, que resultasse numa certa homogeneidade de bons a excelentes julgamentos. No entanto, não surpreendentemente, nos deparamos com muitas pessoas inteligentes (se não, a maioria delas) que caem de amores por alguma forma de pensamento mágico, religião 'ou' ideologia. Isso me fez concluir que a inteligencia organicamente operacional ou fisicamente literal (enquanto um potencial), que se expressa por uma diversidade de expressões, entre os seres humanos, não é 100% causal ou refletida em relação as ideias inteligentes que temos acumulado desde ''que começamos'' a pensar reflexivamente.

Portanto, nós podemos ter (e teremos) muitas pessoas altamente inteligentes, mediante critérios organicamente operacionais ou psicométricos, que serão crentes devotos de uma fantasia ou de pensamento mágico, os tais sobreviventes metafóricos milenares. 

As razões exteriores e as razões pessoais, são muitas. Mas eu gosto de ir sempre na raiz dos problemas e ou fenomenos porque é de lá que se desdobrarão todas as outras sub-tendencias, tal como a raiz de uma árvore está para os seus galhos. E a raiz do comportamento de qualquer ser principia-se por sua forma ou organismo, e no caso humano, mais especificamente pelo ''rei-cérebro'' e desdobra-se enquanto comportamento das mais diversas naturezas operacionais, desde as ideias até as ações. 

Sabemos que certos tipos de cérebros estão mais suscetíveis, ou muito suscetíveis de abraçarem o pensamento mágico ao invés do racional (ou mesmo, lógico-pragmático). Sabe-se que existe uma grande sobreposição entre o autismo e o ateísmo, porque os autistas apresentam um padrão ou tendencia de pensamento tipicamente literal

A literalidade do pensamento é fundamental para a construção coesa e enfaticamente física da realidade, ou ao menos para o seu início. (Isto também não prevenirá que muitos autistas terminem se engajando em formas altamente sofisticadas de pensamento mágico, como a maioria das pessoas inteligentes parecem ser fortemente suscetíveis)

Portanto, pode-se concluir, ainda que apressadamente, que uma maior inteligencia operacional ou organicamente literal, não será um salvo conduto para se expressar a partir de uma enfase exponencialmente qualitativa de internalizações de fatos (sabedoria), seja de maneira independente, espontanea ou quando nos apropriamos das ideias de terceiros, e as internalizamos. 

Ideias inteligentes estão soltas por aí, a negação da importancia da religião enquanto uma suposta detentora da verdade absoluta, é uma delas e a maioria das pessoas inteligentes, como dito logo acima, parecem que estão sempre abraçando pensamentos mágicos altamente sofisticados, que parecem científicos ou realmente filosóficos, mas  não são.

E nós podemos ter uma população altamente inteligente procriando em maiores números e resultando num falso positivo ''inteligentes são mais religiosos'', por exemplo, os mórmons americanos, e a partir disto buscar por explicações lógicas para veracidar esta realidade de momento.

Existem muitos seres humanos operacional ou ''organicamente'' inteligentes que acreditam nos deuses de suas religiões oficiais. Mesmo, muitos genios da humanidade foram assim. Newton* O próprio Darwin** Suas ideias rejeitaram a narrativa oficial e imposta da igreja e buscaram por explicações tipicamente científicas ou impessoais, mecanicas, fenomenológicas. Mas isso não parece ter mudado as suas crenças pessoais quanto ao cristianismo. Parece absurdo sugerir que muitos se não a maioria dos grandes genios da humanidade não foram absolutamente inteligentes, mas algumas ou muitas vezes, a inteligencia precisará de grandes flutuações qualitativas de internalizações para que possa resultar em teorias brilhantes assim como também em deficiencias praticamente incontornáveis, situação que é praticamente impossível de acontecer aos mais sábios, que tendem a desenvolver ao longo de suas vidas uma grande simetria de qualidade entre todas as suas perspectivas de percepção e raciocínio, especialmente no aspecto moral. 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Breve estudo auto-bio-gráfico sobre hereditariedade



O que eu herdei? 

Altura, gênero, características físicas e psicológicas

Eu sou o mais baixo de 3 filhos homens tendo a mesma altura que o meu pai. O fator idade pode ter um papel porque eu também sou o mais novo além de ser/estar predominantemente homossexual.

Eu "herdei' a condição bio-masculina do meu pai, em outras palavras, eu nasci biologicamente homem como ele, ;)

Tenho mais pêlos no corpo do que todos os integrantes do sexo masculino de minha familia imediata.

Herdei a pele mais clara de minha mãe mas que parece ser uma mistura de tons com a pele do meu pai (mais moreno).

Sou o único com os lóbulos das orelhas grudados e como "desgraça" nunca vem desacompanhada eles não estão identicamente grudados. O fenótipo de um pensador a la "Bernard Marx"??

Resumindo este pseudo dramalhão por agora, eu tenho uma série de irregularidades fenotípicas.

Eu herdei as mesmas tendências que o meu irmão mais velho, a pele com a tonalidade mais rósea ou branca, como a de minha mãe, e como é prolífico em sua família, tendências para personalidades extremas ou ao menos para a manifestação mais moderada dessas condições como ter uma disposição para irregularidades de  humor e tendências anti sociais. Assim como ele eu também sou canhoto, nos parecemos de maneira bastante relativa, mas muitas pessoas acham que nos assemelhamos em demasia. Eu discordo mas é verdade que há certa similaridade, se não ninguém repararia.

Em termos de mentalidade nos assemelhamos em alguns aspectos e especialmente se comparado ao meu irmão do meio, que diga-se de passagem é o mais fenotipicamente divergente em comparação a nós dois. Não parecem restar dúvidas que os genes da minha família paterna prevaleceram nele, formato de rosto, tonalidade de pele, e talvez o perfil cognitivo (mais técnico/memória utilitario-pragmática do que intelectual/reflexivo) e o tipo de mentalidade conformista/'passivamente" oportunista, extrovertido. Ele também tem alguns problemas moderados a quase severos de memória, do tipo que vive sempre esquecendo das coisas.

Eu sou o mais introvertido de toda a minha família direta. Herdei o caráter honesto do meu pai e poderia inclusive dizer que sou mais evoluído neste aspecto do que ele. Herdei a maior sensibilidade de minha mãe. Eu  sou como uma mistura dos meus progenitores e com pitadas intrusivamente significativas de parentes próximos como o meu tio.

Eu sou uma mistura fenotípica do meu pai e da minha mãe enquanto que o meu irmão mais velho é marcadamente parecido com a minha mãe e o meu irmão do meio por sua vez "puxou" mais o meu pai e sua herança familiar conjunta.

Curiosidades

Assim como o meu irmão mais velho, eu não sei andar de bicicleta.
Assim como a minha tia materna, falecida, eu adoro pessego.
Eu não consigo dobrar a língua e parece que a maioria dos meus parentes diretos podem.
Meu pai é sangue O negativo, assim como o meu irmão do meio, enquanto que o meu irmão mais velho e eu, somos A, eu sou A positivo.
Meus dois tios maternos sempre tiveram fobia social e raramente saíam de casa. Eu puxei esta hipersensibilidade deles.

Nenhum de nós tem problemas com vício de álcool mas isso não impede que outros hábitos potencialmente ruins não possam nos afetar. Os meus dois irmãos se tornaram amantes moderados do uso de maconha. Menos mal, poderia ser pior. Meu pai é fumante desde os 12 anos de idade. Minha mãe tem mania de limpeza e se preocupa muito com as aparências. Eu já fui mais como ela quando era mais jovem mas me vejo cada mais distante desta perda de tempo.

Eu sou agnóstico, meu irmão mais velho, muito parecido comigo, é ateu. Meus pais são religiosos mas de uma maneira não fanática ainda que desagradável especialmente para espécimes mais sensíveis como este que vos escreve. Meu irmão do meio é mais neutro neste aspecto ainda que esteja apresentando tendências para religiões espiritualistas, especialmente que puxem para uma vibe mais hippie... mais de esquerda.

Em termos políticos e sociais, meus pais são socialmente conservadores PARA eles mas neutros ou moderadamente opinativos em relação aos outros. Em termos econômicos o meu pai se destaca por sua mentalidade tipicamente capitalista e portanto mais puxada para o liberalismo economico. Meu irmão mais velho tem demonstrado inclinações libertárias, e socialmente conservadoras para alguns aspectos mas ainda é difícil de definir com precisão. Sobre certos assuntos "politicamente corretos" ele demonstra tendência para ter pouca tolerância, do tipo que diz coisas desagradáveis como por exemplo, "as crianças com down são idiotas" sem se preocupar se passou ou não do limite. Em compensação o meu outro irmão é um típico papagaio esquerdista que repete os moralismos que estão na moda, mas em casa, ele não parece muito consciente quando destila o seu veneno sobre grupos que são menos "defendidos' pela ortodoxia pos moderna, como por exemplo as pessoas que estão acima do peso.

Em termos culturais, eu sou novamente, o mais outlier por gostar muito de músicas instrumentais. Meu irmão esquerdista dá grande importância a cena musical que os seus iguais de casta ideológica tende a  preferir. Meu irmão mais velho apresenta assim como o outro, algumas similaridades para gosto musical para comigo, que são fracas, porque eu puxo muito mais para músicas instrumentais, por exemplo, de bandas como Sigur Ros. O meu irmão ''POLITICAMENTE correto'', de esquerda, certa vez ''acusou-me'' de ser louco por apreciar as belíssimas músicas da banda islandesa Sigur Ros. Esta veia mais puramente artística e existencialista (filosófica), todos os meus parentes diretos estão desprovidos.

Meus pais tendem a apresentar gostos muito populares neste sentido, também em relação aos programas de tv e filmes enquanto que o meu irmão do meio ou esquerdista ainda tende a apresentar certa tolerância para alguns dos gostos culturais (bio transcendentais) dos meus pais enquanto que o meu irmão mais velho e eu somos alérgicos e esta percepção de diferença apenas cresceu nos últimos anos. Ainda assim, o ''esquerdotado'' tem certo bom gosto para o cinema, mas é difícil dizer se ele realmente gosta do que procura ver, ou se é apenas mais uma tentativa de construir uma imagem superficialmente impecável de ''intelectual'', que ele não é.

Em termos de cognição ou aspecto contextualmente quantitativo de capacidade cognitiva eu aposto que o meu irmão mais velho apresentará as pontuações mais altas de qi, inteligência geral e outras. Aposto que a minha mãe aparecerá em segundo lugar e com uma tendência para a inteligência verbal mais elevada, o meu pai em terceiro com um perfil relativamente inverso ao da minha mãe, o meu irmão do meio em quarto lugar e eu por último com grande discrepância entre o ''meu'' qi performance ou inteligência geral e o ''meu'' qi ou inteligência verbal.

Eu sou o mais autista (também) neste aspecto de perfil cognitivo e tenho demonstrado o porquê por meio deste e do velho blogue, pelos meus textos.

Em termos de criatividade, tanto o meu pai quanto a minha mãe apresentam talento para apreensão de detalhes, que os outros não percebem, alguns poderiam sugerir a palavra ''capricho'' para ambos. No entanto, estas habilidades inatas parecem ser de natureza específica ao invés de produzir uma abordagem holisticamente necessária ou filosófica, o tipo de abordagem do qual eu sou dotado ou sempre tive potencial.  

Meus pais puxaram a aparencia de suas respectivas mães, minhas respectivas avós. A família do meu pai é marcada por alguns traços como a extroversão, a disposição para o trabalho duro, honestidade (claro que nem todos e com ampla variação quantitativa e qualitativa), certa religiosidade e conservadorismo e possível média familiar alta de cognição (contextualizada ao mundo ''moderno'' ou tecnológico), inclusive com muitos dos meus primos de alta capacidade cognitiva.

Eu tenho pouco conhecimento sobre a família da minha mãe e portanto tenho pouco a falar sobre ela, com alguns parentes que conheci, que conheço ou que houvi (OUVI) relatos. Por exemplo, minha mãe diz que o seu pai era muito inteligente, ainda que relativamente alcoolatra, do tipo que ao invés de ''dar vexame'' ou ''ficar violento'', fica apenas ''alto'' e geralmente com deteriorações organicamente internas mais severas. E também acho que foi um fumante incurável. Minha avó parecia ser uma mulher normal, sem ser dotada por grande capacidade cognitiva, e isso necessariamente não significa menos sobre ela ou mesmo sobre a maioria das pessoas, mediante a perspectiva de singularidade que todos os indivíduos estão providos.

Meu irmão do meio é o mais fenotipicamente discrepante em termos de constituição fisiológica, tinha relativo excesso de peso quando era criança e passou a fazer exercícios físicos a partir da adolescência adquirindo o corpo mais musculoso da minha família direta.

Eu pareço ter puxado a tendência de barriga do meu pai so que sem ser aquele tipo clássico de saliência visceral.


Muitos dos meus traços eu pareço ter herdado do meu tio materno, uma disposição para personalidade extrema (amalgamada), problemas com sudorese ou hiperidrose bem como também o cheiro forte ou desagradável que disto resulta. Por via materna também parece ser o "local" de onde herdei minhas disposições andrógenas visto que uma tia minha era lesbica. interessante que uma outra tia materna nasceu com ''útero infantil'' e portanto, naturalmente estéril, tendo que adotar aquela que é a minha prima de primeiro grau. 

Eu não apenas tenho muitos traços psicológicos do meu tio, amalgamados e portanto melhorados, mas também eu tenho percebido grande semelhança facial em relação a ele, com a diferença no tom de pele, dentre outras exuberancias físicas.

Por ser um outlier eu percebo em mim grande diferença de comportamento e internalizações (rotineirizações ideacionais e ou ativas) em comparação aos meus parentes próximos.