É certo que existe uma correlação positiva entre nível de escolaridade e descrença religiosa (ateísmo e agnosticismo) em que, quanto maior esse nível, maior a propensão a não acreditar em deus, vida eterna... e o oposto para o nível mais baixo. Também existe uma correlação entre renda e crença religiosa em que, novamente, maior a renda, menor a propensão ao fanatismo religioso. Lembrando que, escolaridade e renda também se relacionam. Ainda assim, são correlações e, portanto, não significa necessariamente que uma coisa esteja causando a outra, de que a pobreza, por si mesma, aumente a propensão à crença religiosa ou que a riqueza aumente a propensão ao ateísmo//agnosticismo. Também não significa que não existam ricos religiosos e pobres ateus ou agnósticos, ou religiosos com doutorado e descrentes com apenas o ensino fundamental. O que acontece é que tendem a ser menos comuns, especialmente em termos relativos, se em termos absolutos existem mais religiosos: fundamentalistas, moderados, sem filiação fixa ou oficial e outros tipos (espiritualistas), que descrentes. Mas também depende. Por exemplo, a correlação entre fervor religioso e baixo nível de escolaridade parece ser maior que entre ateísmo e renda alta. De qualquer maneira, apesar de ser um pensamento comum entre ateus e agnósticos, eu não acredito que a condição social de uma pessoa, por si mesma, aumenta ou diminui sua propensão à crença ou descrença religiosa. Eu acredito que pode ser um fator, mas que não é o único e nem o mais importante, porque o que mais importa é a própria propensão, resultado de uma combinação primária de traços intrínsecos de personalidade e cognição (incluindo uma tendência para baixa capacidade racional) que pode se manifestar para um lado ou outro desse espectro, e independente do contexto.
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sábado, 3 de dezembro de 2022
A pobreza causa a crença religiosa e a riqueza a descrença? Correlação interseccional ou causalidade?
O que temos, na verdade, é uma correlação entre pobreza e baixa escolaridade que também se correlacionam com médias baixas de capacidades cognitivas e que se correlacionam com baixa capacidade racional. O padrão relativamente oposto para os que estão nos extratos sociais mais altos. Dessas correlações, as que mais se relacionam com o ateísmo, inclusive uma que tem uma relação praticamente causal (a última) são: alta escolaridade, altas capacidades cognitivas e de racionalidade. É até possível especular se aqueles com maior renda, porém com capacidade cognitiva global mais baixa que a média do seu grupo social, sejam mais propensos a serem de religiosos e até de fundamentalistas. E se aqueles que pertencem às classes trabalhadoras, mas com capacidade cognitiva global mais alta, sejam mais propensos a serem de religiosos moderados, ou não-praticantes, a descrentes.
Pois quando buscamos por essas correlações por continente e país, enquanto é possível traçarmos uma clara relação entre renda per capita e proporção de ateus e agnósticos, dentro de cada país essa relação se torna mais complexa, inclusive com exceções interessantes. Por exemplo, a Alemanha, em que as regiões com mais indivíduos sem filiação religiosa, incluindo ateus e agnósticos, outrora partes da ex Alemanha Oriental, apresentam os piores indicadores socioeconômicos do país, enquanto que as regiões católicas do sul apresentam os melhores indicadores. Mas também é notório que as maiores cidades do país que são, sem dúvidas, as mais ricas, tenham uma maior proporção de ateus e agnósticos do que cidades de menor porte. De qualquer maneira, as correlações mais fortes com a descrença religiosa continuam sendo: o nível de escolaridade, de capacidades cognitivas e de racionalidade (esta última praticamente uma relação causal).
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segunda-feira, 28 de outubro de 2019
As origens do ''pobre''
As origens do ''pobre''
A Finlândia já foi terra pobre, de emigração. Tem um punhado de finlandeses e descendentes vivendo na Suécia, pra você ver. Então, investiram no povo, na educação, e o resultado tem sido espetacular. Mas, ainda continua tendo gente que ganha menos, que está em profissões que exigem mais do esforço manual do que do intelectual. Como explicar a persistência de desigualdades em uma sociedade tão igualitária?? Se eu falar "genética", levarei umas boas pedradas. Mas é basicamente isso. As escolas são quase todas públicas. As condições são iguais. A esmagadora maioria dos finlandeses se beneficiaram com esse desenvolvimento que o país vivenciou. Mas, continua tendo gente que não é capaz de cursar ensino superior, pensar mais densamente, trabalhar em profissões intelectualmente exigentes, por mais que o currículo escolar seja o mesmo e os professores se esforcem em não deixar ninguém pra trás.
Parece necessário dizer isso: não somos absolutamente iguais. Nos diferimos em personalidade e também na inteligência. É verdade, que num ambiente muito pobre ou precário, o potencial de desenvolvimento do indivíduo se encontrará seriamente afetado. Mas isso não mais acontece na Finlândia. E, como podemos perceber com facilidade, esse potencial de desenvolvimento intelectual varia. Não é crime ou pecado, ser mediano, ou ter capacidades cognitivas mais simples. Sou contra chamar quem é assim de ''burro'' ou ''estúpido''. É um processo difícil reaprender a pensar sem usar ofensas, já que são tão úteis em momentos de raiva ou confrontação com pessoas que pensam muito diferente e vezes mais errado que a gente.
A história humana, das comunidades primárias até às sociedades complexas, nos ajuda a entender porque, mesmo em paraísos igualitários como a Finlândia, ainda continuarão a existir pessoas com capacidade mais simples trabalhando em profissões equivalentes, ou, uma diversidade mais natural de intelectos, tanto no tipo quanto no tamanho de complexidade que consegue armazenar, reproduzir e criar.
Cognitivamente simples ou mais adaptados a ambientes humanos primários [ comunidades tradicionais/caçadores-coletores e agriculturalistas]
O Brasil, por exemplo, em relação ao êxodo rural que tem vivenciado, especialmente a partir dos anos 50. Muitos moradores das áreas rurais foram sendo expulsos para as margens das médias e grandes cidades. Têm os que se adaptaram à roupagem cultural moderna e diversa da cidade. Outros permaneceram fiéis aos velhos modos. Existem fortes ligações entre o campo e as periferias. Mesmo assim, muitos desses humildes, das classes trabalhadoras, inclusive os importados da Europa e outras regiões, são, cognitivamente falando, criaturas do campo, que se adaptaram à profissões urbanas, mais parecidas com os afazeres rurais tradicionais.
Quando a humanidade, ou parte dela, começou a se sedentarizar, com a descoberta da agricultura e/ou domesticação de plantas e animais não-humanos, as antigas comunidades primárias, parcamente povoadas, foram se aglomerando, dando lugar à cidades. Novas profissões ou especializações foram aparecendo para atender às novas demandas. É ingenuidade ou ignorância pensar que essas mudanças não foram acompanhadas por alterações na genética da população. O aparecimento das civilizações também foi marcado por uma guinada na hierarquização social e/ou das desigualdades sociais.. Um dos mecanismos fundadores dessas desigualdades é o surgimento gradual de castas de profissão e/ou classe social, parecido com o que tem na Índia. Pessoas das mesmas castas de profissões se casando mais entre si ou homogamia social, criando novos nichos ocupacionais e fenotípicos e acumulando heranças familiares desiguais. As populações basais humanas, dos primeiros núcleos comunitários, foram mantidas, segregadas, ''úteis'' no trabalho pesado ou servil, e recebendo menos por causa do valor ''calculado'' pras suas profissões, sem falar dos escravizados.
O "pobre" veio daí.
Pense num índio recém-saído de sua tribo quase-intocada que é colocado no meio de uma cidade grande. Como que ele se adaptaria a esse novo ambiente??
Vale dizer que não é todo aquele que nasce numa classe social trabalhadora que apresentará uma inteligência restritamente adaptada a ambientes [atividades] cognitivamente simples, que demandam mais força física, porque mutações que ampliam a complexidade da mente, quanto às capacidades de abstração, têm aparecido em todas as classes, mais em umas do que em outras.
Não tenho com isso a intenção de decretar um fatalismo, que, então, devemos esquecer todas as medidas sociais que pedimos inutilmente aos pseudo-governos do nosso pobre e rico país, ou justificar desigualdades, mas sim, de entendê-las, antes de buscarmos pelos antídotos mais eficazes em seu combate. É sempre bom, pela sabedoria, não nos deixarmos engolfar por nobres sentimentos mal alocados no processo de raciocínio, pois resultam no abraço de factoides que, apesar de bem intencionados, podem gerar
sábado, 1 de junho de 2019
Armamento ou planejamento familiar* A solução derradeira para o problema da violência no Brasil
O armamento da população não irá diminuir a violência nem a curto nem a longo prazo. Esse é um problema grave do Brasil varonil. Nem sei precisar quando foi que os índices de criminalidade estouraram por aqui, acho que desde as capitanias hereditárias... No mais, na história recente do país, o fim da ditadura militar e o início da democracia foi o período em que, os dados sobre violência urbana se tornaram mais robustos, assim como também a percepção popular de insegurança, especialmente nas médias e grandes cidades. Coincidência?? Já falei num texto que foram as medidas desenvolvimentistas adotadas pelos militares que contribuíram para impulsionar a escalada da criminalidade, porque foram eles que apressaram o êxodo rural ou a urbanização, sem o estabelecimento de um planejamento que recebesse esse fluxo de gente vindo dos campos feudais empobrecidos, enfim, trazer milhões de pessoas para inchar as periferias das médias e grandes cidades, como mão de obra barata, vivendo em condições características de pobreza, e ao lado de uma classe média alta e elite cada vez mais ricas. Não bastasse tudo isso, não se preocuparam sequer com o estabelecimento de planejamento familiar como uma das medidas para a redução da pobreza possivelmente porque, segundo a lógica do capitalismo selvagem, se os pobres dão mais lucro, se trabalham mais e ganham menos, então, ter mais deles é uma boa pedida. Agora, a mesma velha e podre elite brasileira, supostamente acredita, tal como o seu gado de direita, que o aumento da circulação de armas no país irá reduzir a criminalidade enquanto que a maioria dos homicídios tem armas de fogo como elemento de violência preferido. As explicações dos mínions, das pessoas de baixo qi que votaram no palhaço, deixam a entender que o país, famoso por seu jeitinho e desleixo para com as leis, apenas eles, os cidadões DE bens, que poderão portar armas e apenas em domicílio. Ah, e cuidado quando for debater com um deles, pois pode sobrar xingamentos e muita raiva por parte desses idiotas úteis de direita.
Quem acompanha meu blog, desde o outro, o santoculto, sabe que além das circunstâncias às quais estamos submetidos, a genética também tem um papel muito importante para as nossas tendências de comportamento. Não adianta sair prendendo ou matando enquanto a fonte de criminosos urbanos, desprezando os de colarinho Branco, não for interrompida. Em uma sociedade cujas taxas de mortalidade caíram muito, desde às primeiras fases da transição demográfica, a tendência é que os mais pobres, de onde saem a maioria dos criminosos urbanos, continuem a procriar, aumentando a sua % na população. É sabido que a pobreza se consiste basicamente na deficiência de recursos de um indivíduo ou um grupo deles, geralmente a família, para se sustentar, isto é, mais gente com menos recursos financeiros à sua disposição. Uma das maneiras mais eficientes para reduzir a pobreza, em conjunto às políticas públicas, é o planejamento familiar, e não sejamos hipócritas pois o praticamos quase que intuitivamente, por causa dos custos de vida alto nas cidades. As classes mais educadas e também as mais ricas do país geralmente têm taxas de natalidade mais baixas do que em relação às outras classes, especialmente as mais pobres. A fórmula de maximização dos nossos recursos se dá pela redução da natalidade, do tamanho da família que desejamos ter. Infelizmente, por razões, mesmo de carácter biológico [psicológico], muitos dos mais pobres não apresentam essa mesma capacidade de raciocínio especialmente no início da vida adulta, quando constituem suas famílias. Se já compreendemos a natureza da pobreza, ou parte de suas origens, ao menos nos âmbitos individual e familiar, então temos a obrigação de ensinar àqueles que não são capazes o caminho que trilhamos ou que nossos pais trilharam para garantir o mínimo de estabilidade financeira. Seria excelente se fosse possível promover a esterilização de indivíduos com histórico de crimes, no entanto, ainda não temos dados suficientes para obter o máximo de precisão nessa medida. Infelizmente, aqueles que supostamente defendem os mais pobres, sequer concordarão com o planejamento familiar, quiçá com essa segunda possibilidade... Parece que estão mais preocupados em se passarem de altruístas aos olhos da sociedade e especialmente aos seus pares ideológicos do que de fato buscar solucionar problemas que causam tanto sofrimento. Nem os culpo tanto assim já que a maioria tem sentimentos genuínos mas assim como muitos tipos altruístas, não são capazes de ir fundo nas questões do mundo, e isso também significa, pensar de modo frio, analítico, algo que até denominei de ''falsa transcendência'' em que não há verdadeira superação de um estágio ou nível inferior de compreensão descritiva e prática da realidade, especificamente no sentido moral, que é tão importante quanto o intelectual.
Enfim, é isso. Não adianta armar a população, que aliás, é o mesmo que transferir responsabilidades, do estado para a mesma [e pensando pra onde que os impostos específicos à segurança pública irão parar]. Não adianta conter uma enchente com mais água ou apagar o fogo com mais fogo. Os riscos abundam e, no mais, sabemos que existe uma ''indústria nascente'' de olho no mercado brasileiro. Mais uma vez, você, como um trouxa, enriquecendo filhos da puta, enquanto supostamente ''se protege'' com uma arma, ao invés de poder viver num lugar onde a raiz do problema da criminalidade é extraída e pode caminhar tranquilamente na sua rua...
Basta reduzir a fecundidade dos mais pobres, ajudando-os a ter o mínimo, reduzir a desigualdade social que, talvez a médio prazo, os efeitos comecem a aparecer.
Agora, no caso de marginais das outras classes sociais, onde as razões supostas para o cometimento de crimes são reduzidas, só mesmo, de maneira direta, a esterilização, a castração e/ou o ostracismo social.
Enfim, é isso. Não adianta armar a população, que aliás, é o mesmo que transferir responsabilidades, do estado para a mesma [e pensando pra onde que os impostos específicos à segurança pública irão parar]. Não adianta conter uma enchente com mais água ou apagar o fogo com mais fogo. Os riscos abundam e, no mais, sabemos que existe uma ''indústria nascente'' de olho no mercado brasileiro. Mais uma vez, você, como um trouxa, enriquecendo filhos da puta, enquanto supostamente ''se protege'' com uma arma, ao invés de poder viver num lugar onde a raiz do problema da criminalidade é extraída e pode caminhar tranquilamente na sua rua...
Basta reduzir a fecundidade dos mais pobres, ajudando-os a ter o mínimo, reduzir a desigualdade social que, talvez a médio prazo, os efeitos comecem a aparecer.
Agora, no caso de marginais das outras classes sociais, onde as razões supostas para o cometimento de crimes são reduzidas, só mesmo, de maneira direta, a esterilização, a castração e/ou o ostracismo social.
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