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sábado, 24 de junho de 2023

Um exemplo de "boa lacração" em The Last of Us

 O amor gay é lindu!!

(e tão raro...)

Com spoilers...

The Last of Us é o nome de um jogo de vídeo game que fez um baita sucesso na década de 2010. Sua sinopse se trata de um apocalipse causado pela pandemia de um fungo que teria evoluído para atacar o ser humano, transformando-o em um zumbi vivo e canibal, e dos desafios dos sobreviventes em um mundo pós-apocalíptico. Até aí tudo bem. Já sabemos que terá muito sangue, armas, monstros e testosterona. Mas o vídeo game também tem um casal gay, Frank e Bill, dois sobreviventes da pandemia. Triste é que, no vídeo game, eles não têm um final feliz, já que um deles é infectado pelo fungo, depois de terem vivido uma relação de conflitos e deixando o outro sozinho. Além deles, também tem um casal de lésbicas, que inclui uma das principais protagonistas, Ellie.

Então, no início desse ano de 2023, a HBO passou a primeira temporada da série baseada no vídeo game, com grande sucesso, similar ao do jogo. 

Tem o primeiro episódio, do antes, durante e depois do apocalipse. Tem atriz negra e nepo-baby (filha da Tandie Newton) interpretando a personagem originalmente branca... ok, até que curti a interpretação dela como filha do Joel... 

Tem o segundo episódio, mostrando onde teria começado a pandemia, na Indonésia e não em algum país da América do Sul...

Sim, tem alterações ou adaptações do vídeo game para a série, já que não é estritamente necessário que tenha que copiar tudo dele. Por fim, tem o terceiro episódio em que, paralelo à jornada de Joel e Ellie, passa a estória do casal gay que falei logo no início. Mas, bem diferente do jogo, além de ter sido estendida, a relação dos dois é recontada como um encontro daqueles que acontece uma vez na vida, marcado por muito amor e cumplicidade. Claramente ocorreu uma grande alteração para a série na TV e, sinceramente, foi excelente. Os personagens já existiam, mas, ao invés de um destino sombrio, foi contado uma estória linda, que inclusive poderia ter sido de um casal heterossexual.

Esse é um exemplo evidente de uma "lacração certa", isso se podemos chamar de lacração. De um caso de "representatividade" sem substituição de personagem "branco opressor" por um ator "negro oprimido", sem vitimismos ou narrativas ideológicas e doutrinantes... Um lacre muito do bem feito!! 

Só estou usando esse termo no sentido positivo por causa de sua opacidade conceitual especialmente se for com base em como que os conservadores o tem definido (praticamente como "qualquer coisa 'de esquerda'"). 

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

6 prováveis mitos sobre o Autismo

 1. É apenas um jeito diferente de ser 


O espectro do autismo é uma condição complexa por ser, ao mesmo tempo, uma identidade individual e um transtorno neurológico, similar às síndromes de Down e Williams, ao contrário do que alguns (ou muitos) "autivistas" pregam... 

Outro diferencial de complexidade do autismo em relação à outras condições é a presença de um potencial inato para certos talentos irregularmente distribuído entre os "portadores". 

E isso varia de caso para caso, desde os mais "brandos", em que o autismo tende a ser percebido e/ou vivenciado como uma identidade pessoal do que como um transtorno, até aos mais "severos", em que é percebido e/ou vivenciado como uma grande limitação de adaptação e autonomia.

Até parece que esses ativistas da neurodiversidade têm se inspirado no ativismo LGBT para afirmar que o autismo não é um transtorno. Mas, diferente dele, não é possível traçar qualquer relação de causalidade de sintomas psiquiátricos ou fisiológicos com a diversidade sexual, se a mesma se consiste e se limita conceitualmente à atração pelo mesmo sexo e/ou grande identificação com o sexo oposto.

2. Está causalmente relacionado com uma maior capacidade racional 

Este é, provavelmente, o mito mais popular entre os autistas, de que, por causa de uma tendência de estarem mais desconectados da vida social ou de serem percebidos como menos emotivos, acabariam se tornando mais racionais que os neurotípicos. Bem, se de acordo com as minhas experiências de uma década em debates ou conversas pela internet com indivíduos autistas, eu diria que, a maioria deles não parecia mais racional, para mim, no sentido de estarem excepcionalmente aptos a pensar de maneira imparcial e objetiva. Além do mais, a racionalidade não é produto de uma ausência de emoções durante o processo de raciocínio, mas de controle, compreensão e cooptação das mesmas para que possam contribuir com a geração de pensamentos ou julgamentos mais ponderados, afinal, elas são fundamentais paras as nossas avaliações estética, moral e até objetiva. 

Dificuldade de interação social, sozinha, também não aumenta a racionalidade, porque não é necessário que um indivíduo esteja inserido dentro de um grupo para que possa se [auto]condicionar ideologicamente. 

Pois parece ser uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos que contribui para nos tornar mais ou menos racionais... 

Pode ser verdade que, em média, autistas sejam mais racionais que neurotípicos, por serem comparativamente mais propensos a pensar de maneira lógica, mas duvido que seja uma diferença muito notável. Também pode ser verdade que exista uma desproporção de indivíduos autistas altamente racionais se comparados com os neurotípicos. Mas, por enquanto, não há qualquer evidência disso. Pois, se for me basear nas minhas experiências de interação e percepções sobre o ativismo da neurodiversidade, centralizado no autismo, e do nível médio de doutrinação ideológica da população autista, independente de qual ideologia, que é um bom parâmetro de avaliação de capacidade racional, a minha conclusão, novamente, não será favorável à confirmação desta causalidade proposta...

3. Está causalmente relacionado com genialidade criativa 

Mesmo em relação aos autistas mais academicamente inteligentes, bem como aos que apresentam talentos excepcionais, do tipo "savant", um gênio é essencialmente identificado por suas realizações criativas de grande qualidade ou impacto. 

Por isso que, desempenhos excepcionais ainda não são exatamente o mesmo que manifestações genuínas de genialidade, especialmente quando não há originalidade envolvida. Esta é a diferença entre um violinista muito talentoso e um compositor de música clássica altamente original e que tem bom gosto. Pois esse violinista ainda pode ser um grande compositor ou, pelo menos, excepcional na capacidade de improvisar... mas, se se dedicar "apenas" ao ofício de músico instrumentista, então, não pode ser considerado um "gênio".

De qualquer maneira, uma performance fantástica, sem ser original, não lhe torna menos fantástica por isso... 
 
É verdade que indivíduos geniais e autistas compartilham vários traços, como uma tendência para ter atenção aos detalhes, obsessão por interesses especiais e de não ser muito sociável. Nem por isso, o autismo causa a genialidade, já que a maioria dos autistas não é ou se tornou genial, nem a maioria dos gênios é autista. 

4. Não existem autistas de alto e de baixo funcionamento 

O ativismo da neurodiversidade, por causa de uma pretensa empatia, disfarçada de "ciência", resolveu eliminar a distinção que se fazia entre os autistas. Portanto, desde que essa decisão foi tomada, autistas de alto e de baixo funcionamento deixaram de existir, supostamente... 

Mas não há razão para mentir sobre algo tão evidente. E não, não parece difícil de entender que, o autismo de alto funcionamento não significa plena capacidade de adaptação social, se se consiste em uma comparação entre autistas e não com neurotípicos...

5. Autistas são sempre incompreendidos, que só querem ser aceitos pela sociedade

Pedantismo e arrogância 

Duas tendências de comportamento que parecem ser comuns entre os autistas, especialmente os de alto funcionamento. Nesse sentido, estão muito parecidos com os neurotípicos de alto QI, já que também tendem a ser, se de maneira mais implícita ou não, pedantes e arrogantes, excessivamente confiantes sobre suas capacidades intelectuais.  

Sim, o fato de que a maioria dos autistas só querem ser aceitos ou compreendidos pela sociedade, não significa que não possam agir de maneiras reprováveis.

5.1 Não existem autistas de má índole

Como se todo autista fosse ingênuo, que sempre diz a verdade e que não é capaz de cometer atos cruéis ou ter pontos de vista moralmente errados. Arrogantes e pedantes, eu já sei que podem ser...

6. Não existem ''neurotípicos com mais traços "autistas' do que a média''

Não bastassem negar as diferenças de funcionamento entre autistas, alguns (ou muitos) ativistas da neurodiversidade também parecem negar a existência de neurotípicos com alta intensidade de traços autistas (eu, por exemplo), como se não fosse possível haver uma continuidade entre os espectros do autismo e da neurotipicalidade, porque afirmam que, ou se é autista ou não...

Na verdade, também não existe uma divisão nítida entre indivíduos considerados neurotípicos e neuroatípicos, principalmente os que apresentam uma maior mistura de características ou comportamentos associados à "normalidade" e à excentricidade cultural//comportamental. De qualquer maneira, neuroatípicos com mais traços "autistas" que a média e que não são suficientemente autistas para serem considerados como tal, existem.

Com essa pequena lista, não tenho como intenção denegrir a comunidade autista, mas de combater mentiras fabricadas e defendidas por muitos ativistas que dificultam nossa compreensão sobre o tópico, até para abordá-lo da melhor maneira possível. 

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Mais uma vez sobre um dos maiores problemas do ativismo LGBT:

 mais preocupado com a estigmatização do que com a resolução de problemas graves, específicos à "comunidade'.


Exemplo: varíola dos macacos 

Segundo os últimos dados sobre a propagação da varíola dos macacos fora das regiões africanas onde é endêmica, a esmagadora maioria dos contaminados é de homens gays ou bissexuais (98% dos pacientes, 75% de brancos e 41% de soropositivos, com idade média de 38 anos, e número médio de 5 parceiros sexuais nos três meses anteriores à infecção. Cerca de um terço tinha frequentado festas sexuais ou saunas no mês anterior à manifestação da doença. A pesquisa foi liderada por cientistas da Universidade Queen Mary, de Londres, que analisaram 528 infecções confirmadas, em 43 locais de 16 países, entre 27 de abril e 24 de junho de 2022... ).

Alguns cientistas e não-cientistas até começaram a especular se a doença teria evoluído para uma infecção venérea... Mas é pouco provável porque, o que parece ter e continuar acontecendo, é que essa varíola, muito mais branda que aquela varíola que foi erradicada de circulação no início dos anos 80 graças a uma campanha mundial de vacinação, "entrou" para dentro das redes de contatos dos homens gays e bissexuais mais promíscuos, particularmente em eventos no mediterrâneo europeu, resultando num alastramento da doença nessas "comunidades'. E, como a varíola dos macacos é muito contagiosa por contato direto com o contaminado... 

Com certeza que essa é uma notícia preocupante, tanto para o ativismo LGBT quanto para nós, homens gays e bissexuais, de maneira geral, já que existe o risco de que a varíola dos macacos se torne fixa nesse/no nosso grupo, se nada for feito para conter seu alastramento. O padrão está claro e o ativismo LGBT, se fosse realmente sério, já estaria pelo menos fazendo campanhas visando esse objetivo, de eliminar as redes internacionais de contágio, aconselhando homens gays e bissexuais que viajam para outros países para participar de orgias, a adiarem ou não irem a tais eventos, e já com a doença se alastrando dentro dos países, inclusive os que estão mais distantes do epicentro, focar nas redes locais e nos indivíduos mais promíscuos, que já são os maiores vetores de DSTs. Mas parece que, nada disso tem sido feito, porque a maioria dos ativistas estão mais preocupados com o estigma que essa associação pode e já está resultando, do que conter o avanço da varíola dos macacos, diga-se, para o nosso bem estar ou saúde. Claro que, há de se combater manipulações oportunistas e venenosas que tentam nos condenar por serem quem (também) somos. Mas também seria fundamental combater o problema em sua raiz. Porém, o ativismo LGBT parece se basear na ideia de liberdade, como sinônimo de irresponsabilidade, e também em uma "homofilia" excessiva, dificultando que se possa criticar abertamente indivíduos LGBTs, particularmente homens gays e bissexuais que apresentam uma constância de comportamentos sexuais irresponsáveis. 

Pois  se o ativismo não conseguiu e nem tentou eliminar a AIDS de circulação desde o seu surgimento, algo totalmente possível (sem falar das outras ISTs, como a Sífilis), eu temo que o mesmo aconteça com a varíola dos macacos...

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Por que a crença religiosa pode ser considerada um transtorno mental, mas a diversidade sexual não??

 Porque, enquanto a crença religiosa é uma "falsa crença" ou um delírio sobre o que é muito improvável de ser verdade, Deus/vida eterna, a diversidade sexual é a vivência da própria natureza, de algo que existe, especialmente quando não fere os princípios morais mais básicos (portanto, também validando as existências da pedofilia e da bestialidade, mas excluindo-as do status de "moralmente aceitáveis").


Para ser mais preciso, a crença religiosa seria mais como o sintoma de um transtorno maior, que até já dei um nome, "transtorno de personalidade irracional".


A crença religiosa também pode ser considerada uma expressão atávica de uma mente imatura, incapaz de aceitar verdades que não correspondam com as suas expectativas; um desequilíbrio de função, do discernimento intelectual.


Já a diversidade sexual, com relativa exceção da bissexualidade, ainda que também possa ser considerada um desvio de função ideal, segundo a minha avaliação esperançosamente imparcial, cairia numa zona neutra ou cinza de classificação qualitativa, nem de transtorno e nem de equilíbrio plenamente funcional de expressão fenotípica.


A diversidade sexual pode ser posicionada nesse espectro de equilíbrio, distúrbios e doenças, entre deficiências físicas e sensoriais e características/comportamentos primariamente utilitários [heterossexualidade,por exemplo], dentro do mesmo grupo de características/comportamentos qualitativamente neutros [cor dos olhos, por exemplo] ou secundariamente utilitários.


Porque, dos tipos de disfunção: deficiência, transtorno e alteração de função, a crença religiosa, novamente, seria um transtorno da percepção ou um delírio. Já, a diversidade sexual, variavelmente falando, seria uma alteração de função original, de atração pelo sexo oposto para uma atração pelo mesmo sexo ou de disforia de identidade e que, geralmente, prejudica a possibilidade de procriação por vias naturais. No entanto, essa alteração não é causal a qualquer transtorno mental e nem a disfunções orgânicas. Outra diferença é que, enquanto a procriação não é compulsória a todos os seres humanos, se não é absolutamente necessária à sobrevivência, ainda mais hoje em dia, a nossa capacidade perceptiva é muito importante, já que nos ajuda a entender/nos adaptar à realidade e, quanto mais prejudicada/dominada por crenças irracionais ela estiver, maior é o risco de fazermos mal julgamentos que podem comprometer nosso bem estar e, até mesmo, nossa própria existência. (Os comportamentos disfuncionais que são mais comuns em LGBTs não são mais do que correlações e não consequências diretamente causadas pela expressão da diversidade sexual).

Outro tipo "socialmente aceitável" de delírio seria, por exemplo, se um indivíduo de inteligência "limitada" sustentasse uma forte crença sobre ser mais inteligente do que é. Esses tipos de delírios não são considerados como tal, pela psiquiatria, por razões políticas, especialmente porque a maioria das pessoas os apresenta. É quase certo que a psiquiatria compraria uma guerra com as instituições mais historicamente poderosas se resolvesse ser mais coerente com a sua proposta original, de analisar objetiva e imparcialmente os comportamentos humanos. 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Por que a homossexualidade, que não tem função adaptativa aparente, não foi eliminada pela seleção "natural'??

 A minha hipótese é que nossa variação sexual surgiu nos primórdios da espécie humana, como resultado subsequente de uma diversificação primária de tipos psicológicos, cognitivos e físicos (hormonais), vantajosa para a cooperação social (?). Uma possível evidência na qual me baseio é a presença da diversidade sexual na grande maioria das populações humanas, que sugere uma gênese mais antiga da mesma na história evolutiva de nossa espécie. 


Sem considerar aqueles grupos em que, apesar de alguma repressão cultural à diversidade, é provável que também tenham indivíduos, no mínimo, bissexuais; e na possibilidade de já a termos herdado das espécies de primatas pelas quais evoluímos, se também apresentam variação de sexualidade.


Por isso, não é necessário que indivíduos LGBTs procriem para transmitir seus fenótipos sexuais minoritários aos seus descendentes, se os mesmos já estão presentes ou disponíveis, de uma maneira, digamos, mais recessiva, na maioria das/ se não em todas as populações humanas (claro que me refiro especialmente aos héteros). E, o grande aumento demográfico, a partir da sedentarização e do aparecimento de sociedades complexas ou civilizações, graças à invenção da agricultura, também pode ter impulsionado uma segunda onda de diversificação fenotípica humana (mudanças nos padrões seletivos), aumentando tanto a frequência relativa quanto a absoluta de indivíduos LGBTs, isto é, sua visibilidade.


A nível coletivo, a "homossexualidade" pode não apresentar uma utilidade primária, tal como outros traços, por exemplo, a cor dos olhos. Ainda assim, é discutível o pensamento de que a diversidade sexual não tem uma função adaptativa, se a nível individual, pelo menos, tem a mesma função recreativa de todo ato sexual que tem como principal finalidade o prazer.


A pergunta do título também parece demonstrar uma certa ignorância de como funciona a seleção natural pois parte de pressupostos equivocados: de que todo processo seletivo-adaptativo tende a eliminar, ao invés de enxugar, a diversidade de fenótipos. E segundo, de que apenas traços primariamente úteis que são selecionados e/ou mantidos... 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Verdades inconvenientes sobre e para ''Lgbt's''

 1. Não existe comunidade LGBT+++++


Para que haja uma verdadeira comunidade, primeiro, deve haver convívio significativo entre os que se identificam com a diversidade sexual, de preferência, em ambientes específicos, projetados para essa finalidade.


Com o convívio, viria a solidariedade, né??


Talvez, porque, por agora, o que temos são os contatos que fazemos e que, em sua maioria, só servem para marcar encontros casuais.


Amizades???


Existem, mas parecem ser mais raras. Porque eu estou me referindo a este senso de solidariedade, não necessariamente uma sororidade, até, porque, Lgbts de mal caráter nunca deveriam ser aceitos. De, lgbts se ajudando, reconhecendo a luta de cada um para sobreviver nessa selva humana cheia de "primatas" e "dinossauros" que os odeiam por instinto.


Por isso que, por enquanto, ao invés de uma comunidade, o que nós temos mesmo é uma "cúmunidade"...


2. LGBTQIA++???


Tal como "presidenta" é um termo feio e sem razão que tem sido adotado por muitos progressistas brasileiros, recentemente, aconteceu uma mudança "discreta" nessa sigla usada para representar os LGBTs, e que não foi decidida democraticamente, claro.


De LGBT para.. LGBTQIA+++..


(++++ 3,14..., será que ainda vai ter continuidade???)


Supostamente, se não tiver "queer" na sigla, "queers" não se sentirão representados... só que, na verdade, parece que não é bem o que acontece.. De qualquer maneira, aumentá-la, assim, exageradamente, seria como se eu sempre passasse a me apresentar aos outros, em qualquer conversa, usando o meu nome completo. Soa bobo e inútil.


"... porque nós, da 'comunidade' LGBTQIA+++..."


"... eu acho que os LGBTQIA..."


"Uma simples camponesa, de nobre coração, que vai todos os dias ao bosque recolher lenha"..


Acho mais elegante e simples se substituíssemos essa sigla por "diversidade sexual" e fim de papo...


2.1 Pronomes neutros


Parece até que a luta LGBT passou a se resumir à forçação de barra para mudança nos pronomes do que por algo mais importante, além de assassinar a língua portuguesa.


3.  Estereótipos (heteronormativos) e tribalismos ...


... são a regra e não a exceção. Justamente aqueles que pedem tolerância, aceitação e respeito, são os que mais se rotulam e com requinte de crueldade. Porque não há convívio comunitário e busca pela compreensão mútua, picuinhas entre tipos e tribos têm predominado e intoxicado as interações, principalmente nas redes sociais.


4. Bis, gays da terceira idade e lésbicas, foram "esquecidos no churrasco" (vegano, de preferência)


A ignorância em relação a nós, bis, continua forte entre os habitantes do "Vale". Lésbicas e gays idosos nunca são igualmente considerados na mídia Gay.. fala-se sobre "entretenimento LGBT" mas, o que temos, em muitos desses sites, é um predomínio do "gay padrão": geralmente branco, jovem, atlético, bonito e com um sobrenome anglo saxão...  o mesmo em relação aos filmes pornôs. A grande maioria é de "gay padrão" e reforça estereótipos do tipo "gay alto não pode ser passivo/gay baixinho só pode dar o rabicó"...



5. Importantes inconveniências particulares sobre os "trans"


- se baseiam na mentira de que "nasceram no 'corpo errado'". Hora, quem nasce com uma doença crônica é quem nasceu no corpo errado, desculpem;


- não existe real "transição sexual" mas "aproximação ao sexo desejado";


- muitos rejeitam a própria androginia pois a concebem apenas como uma fase transitória;


- muitos, mas especialmente os ativistas, acreditam na existência de "crianças trans", de que elas têm total autonomia para "mudarem" de sexo apesar de serem muito imaturas para poderem decidir sobre algo que impactará suas vidas de maneira significativa, sem falar nos efeitos desconhecidos, por exemplo, de inibidores de puberdade, usados durante o tratamento de "transição";


 - Se baseiam na ideia de que o transexualismo seria uma espécie de intransexualidade biológica ao invés de "apenas" mental, e que as intervenções seriam "reparações' do que estaria errado. A partir daí, criam um terror psicológico em que, supostamente, só é aceitável o conceito de transexualismo como uma condição absolutamente biológica e igual à intransexualidade;


-- Mas, na verdade, o transexualismo é parte inexorável do rol de comportamentos transnaturais tipicamente praticados por seres humanos, tal como a musculação, o uso de roupas, cirurgias plásticas e mudanças estéticas capilares.. e seria muito mais honesto se eles aceitassem o que primariamente são;


- parece que as "agendas" LGB e  T se diferem um bocado, se os primeiros querem ser reconhecidos pelo que (também) são, quanto às suas inclinações sexuais, enquanto que os/as trans, em média, parece que querem ser reconhecidos pelo que não são (absolutamente iguais ao sexo que sentem pertencer);


--ativistas trans radicais querem alterar o conhecimento básico que temos sobre a sexualidade humana, por exemplo, "recomendando" a eliminação de "estorvos" semânticos, tal como as palavras homem e mulher, substituindo-as respectivamente

 por "pessoa com pênis" e "pessoa com vagina". Preciso dizer que eles querem impor isso sem qualquer tentativa de diálogo, né?? ;


6. A homofobia é inaceitável. Mas, ter opiniões críticas sobre a diversidade sexual, não..


Ninguém é obrigado a gostar da "homossexualidade" e ainda pode ter razões bem ponderadas para essa antipatia, por exemplo, pelo "medo" de que seus filhos nasçam assim, quanto ao maior risco de contágio de ISTs; pode citar sobre as correlações positivas entre comportamentos desequilibrados, tal como o alcoolismo e o uso de drogas, e a diversidade sexual... O ideal seria que a crítica fosse a mais educada ou emocionalmente neutra possível. E mais, porque nós precisamos ouvi-las para saber no que não está realmente legal, como podemos tentar melhorar e para nós mesmos.


7. Boa parte da culpa pela elevada incidência de ISTs entre não-heterossexuais é deles mesmos e não da homofobia


Também é culpa dessa ideologia do hedonismo anti-monogâmico, que é tão prevalente entre eles/nós, forçando muitos que gostariam de estar em um relacionamento fixo, a procurarem por relações casuais para sanarem as suas vontades (eu, por exemplo). Mas, ainda tem um monte de "gay" que não se preocupa em tomar nem o mínimo de medidas profiláticas para não acabar contaminado com doença venérea e se tornar um vetor.

sábado, 25 de julho de 2020

Lista de rapidinhas

Pensamentos e aforismos


- O melhor argumento (verdade) é o pior argumento para o idiota;

- Se "ser livre" fosse o mesmo que ''fazer o que quiser'', o estupro seria considerado um ato de liberdade;

- Saber escrever "corretamente' é estética. Compreender o significado e a função das palavras é a essência;

- O irracional não sabe onde que seu mundo de desejos, sentimentos e opiniões termina e o mundo lá fora começa;

- O mercado é o Estado para o capitalismo, assim como o partido é o Estado para o comunismo;

- Em uma verdadeira democracia, o povo é o próprio Estado,

Em uma intelectocracia, o Estado é a Inteligência humana ou razão, administrado pelos melhores representantes do povo,

A democracia é um sistema político baseado na idealização do povo. A intelectocracia é baseada em seu conhecimento;

- A personalidade é uma perspectiva de desejos.. A inteligência é a capacidade de realizá-los;

- O progressista típico é um tolo bem intencionado. E o conservador típico é um tolo mal intencionado,

O progressista típico relativiza a verdade em teoria, mas não na prática. O conservador típico absolutiza a verdade em teoria, mas não na prática,

O progressista típico endeusa "o pobre" e rebaixa a arte, mesmo entendendo mais sobre a sua essência. O conservador típico endeusa "o rico" e é capaz de valorizar a alta cultura, especialmente se for do tipo mais sofisticado. Mas, a compreende apenas superficialmente, como estética de consumo;

- Se povo não é sinônimo de maioria...

Então, o ideal é dizer, quando for se questionar: "O brasileiro MÉDIO é bom ou ruim??" do que "O POVO brasileiro é bom ou ruim??";

- A arte em sua base (autoexpressão), não é a arte em seu potencial máximo;

- O filósofo está verdadeiramente preocupado com a evolução ou destino da humanidade. Os outros têm a si mesmos e/ou espelhados em suas ideologias como finalidade ...;

- Toda ideologia não-filosófica combate sua própria autocrítica, a priori, em prol de sua coerência e, por fim, conformidade;

- O autoconhecimento é o conhecimento mais importante. É parte essencial da racionalidade. Aquele que melhor se conhece, super-aproveita seu potencial e tem suas fraquezas sob controle. Por isso, se torna muito inteligente, independente da envergadura de suas habilidades acadêmicas,

 Com o autoconhecimento aprofundado, o indivíduo compreende sua própria complexidade. Reconhece que pode ser egoísta e altruísta, bondoso e cruel, tolo e inteligente, ingênuo e esperto. Ao invés de continuar a viver impulsivamente, se torna vigilante do próprio comportamento;

- A metáfora é o meio mais objetivo e eficiente de explicar o que é complexo, profundo ou distante de uma perspectiva individual. A exemplificação é outra maneira de simplificar uma explicação sem que perca seu valor intrínseco;

- Compreender que apresenta contradições não é o mesmo que justificá-las, se o essencial sobre a inteligência é a precisão aos fatos ou realidade, e se a realidade, por ser lógica, é inerentemente coerente às suas leis;

- Quando os cientistas observam as habilidades adaptativas dos seres vivos não-humanos, eles descrevem suas realizações em seus cotidianos de sobrevivência. Quando os psicometristas observam as capacidades intelectuais de seres humanos, eles medem seus potenciais,

Tudo o que fazemos é uma realização. O mendigo que sobrevive por anos, apesar do abandono social e da fome, tem uma coleção de façanhas,

Para a filosofia, em sua essência, todo ato é moral, ainda que não seja político, se a política é sempre sobre o que é compartilhado ou vivenciado coletivamente e a moral é, em seu princípio, sobre compreensão e razão para os atos a partir da perspectiva individual;

- Sobre uma suposta neutralidade política da ciência:

É errado dizer que toda verdade é política. Mas, é correto concluir que tudo se torna político quando adentra à sociedade, se a política é o modo como é organizada. Portanto, quando o cientista descobre uma verdade, ela não é política. Mas, quando essa verdade se torna disponível dentro de uma sociedade, ela se torna política,

Os meios usados pela ciência, por exemplo, experimentos em seres vivos, também são políticos, porque são morais, mas não no sentido ético e sim por sua ausência;

- Odiar a humanidade quanto ao seu estado desprezível até os dias de hoje é o mesmo que amá-la profundamente,

O fanatismo não é o amor ao outro por ele mesmo, mas de si projetado no outro;

- O maior mito sobre a genialidade é a de que todo gênio é um polímata;

- Corrupção é a prática da mentira com finalidades malignas. Honestidade é a prática da verdade com finalidades benignas;


- Racionalidade (excelência ou ideal possível da inteligência humana),
Sabedoria (ideal inalcançável da inteligência humana);

- Complexidade versus profundidade

O profundo é o cerne de qualquer tópico. Mas, é comum de se acreditar que, para ser profundo, há de se ser complexo;

- Ética e etiqueta separadas é alienação.

Consciência moral dissociada de bons modos/delicadeza/respeito.

Unidas, é razão;

- Se você não é capaz de analisar corretamente a inteligência e o caráter das pessoas (e a si mesmo)...

.... quer dizer que tem algo de errado com a sua racionalidade (sanidade intelectual);

-A subjetividade adaptativa ou o conhecimento exclusivamente como um meio para um fim é a sanidade dos seres vivos de outras espécies mas, a racionalidade ou o conhecimento como meio e fim em si mesmo, é a sanidade ou ideal dos seres humanos;

- A maioria dos mais intuitivos está demasiado interessada em si mesma. Raro e especial quando se dedica à realidades além da sua;

- A criatividade é a disciplina da imaginação;

- Justiça social não é escolher grupo ou causa/pauta que lhe convém. Isso é conservadorismo. Justiça social é escolher por todas as causas/pautas-relevantes, por estarem essencialmente certas a partir da moralidade universal;

- O verdadeiro filósofo é principalmente aquele que diz o que os outros não querem ouvir, mas é verdadeiro e importante de ser ouvido e compreendido;

- O homófobo extremo, em contraste ao moderado, tende a ser o bissexual ou o gay enrustido, que investe pesado em sua performance de antipatia excessiva à diversidade não-heterossexual, para que os outros não duvidem de sua suposta heterossexualidade. O preconceito ou o ódio exacerbado, geralmente, esconde uma repressão intensa e interna de atração,

Algo bem parecido acontece com aqueles que se denominam "cidadãos de bem", pois demonizam a maldade, baseados em suas concepções morais pouco desenvolvidas, enquanto a praticam de muitas maneiras;

- Justiça/Harmonia social e ''Conservadorismo'' é uma falsa equivalência, apesar de ser praxe na política ocidental...

... pois é o mesmo que equivaler uma promessa de Paraíso com uma realidade de Purgatório [quando não desce para o nível de ''inferno''];

- Déficit de atenção e hiperatividade, na verdade, seria uma personalidade instintiva ou maior expressão de instintividade;

- A Inteligência é a capacidade de se adaptar.
A Inteligência humana é a capacidade consciente de se readaptar,

 A inteligência humana é produto do desaprendizado instintivo pelo potencial de aprendizado consciente;

- A verdadeira bondade não é o egoísmo de se sentir bem consigo mesmo, nem o narcisismo de se passar como moralmente superior perante os outros..

A verdadeira  bondade (pela filosofia) também é praticada pela prisão (castração e esterilização) ou mesmo assassinato de seres humanos de má índole, se já com histórico de crueldades mas, idealmente, antes de começar a cometê-las. A suposta bondade de quem "perdoa" a crueldade é o egoísmo de se sentir bem consigo mesmo e o narcisismo de se passar como moralmente superior aos outros.. "perdoa" para se sentir bem, enquanto eles se preparam para colecionar vítimas.. também é a irresponsabilidade de deixá-los soltos e a conivência com os seus crimes;

- Normal é o mesmo que comum, não que melhor;

- Por que fenótipos como a homossexualidade continuam existindo apesar de não estarem sob pressão seletiva??

Porque traços também emergem por combinação genética e não apenas ou exclusivamente por seleção positiva, ainda mais se já existe uma diversidade genotípica que os predispõem..

.. Sem falar que parece existir uma intersecção entre a diversidade psicológica e a sexual...

... Por exemplo, a existência de ''metrossexuais'' ou homens muito vaidosos e que não são homossexuais. Se eles procriam, pode ser que carreguem em seus genótipos uma maior chance de, em combinação, terem filhos não-heterossexuais.

Também existe a possibilidade de existirem indivíduos "seguramente" heterossexuais que conseguem apresentar, mesmo que, minimamente, atração pelo mesmo sexo, deduzindo que existe alguma inclinação genética ou biológica. E, justamente por ser uma atração perceptível porém branda ou controlável, não sentem qualquer necessidade de se engajar em relações românticas ou sexuais homo-afetivas ou de exporem essa faceta às outras pessoas.

domingo, 5 de abril de 2020

Uma entrevista e uma des-homenagem a Roger Scruton parte I

Uma entrevista e uma des-homenagem a Roger Scruton parte I

Um filósofo conservador??

ROGER SCRUTON

Idealmente falando, nenhum filósofo deveria se enquadrar à ideologias e sim, sempre buscar entendê-las e, se possível, superá-las, por serem distorções da realidade em prol de perspectivas particulares. Mas, o exato oposto tem acontecido, até por serem eles os maiores responsáveis pela diversificação ideológica ou, de uma maneira mais crua de falar, pelo esquartejamento contínuo do corpo da verdadeira e única filosofia. Enfim, aqui, vou demonstrar como que pensamentos equivocados de alguém que viveu uma vida com o broche especial de ''intelectual'', podem ser identificados em apenas uma entrevista. Se ele não estava passando bem quando se prestou à ela, se foi a idade ou se é isso mesmo que pensa... Para quem o admira, deseja comentar embaixo e ver seu comentário mantido, que busque fazê-lo com educação, apesar de admitir que pretendo ser ácido, como de costume. Outro alerta, de pré-julgamento, já que nunca li suas obras e duvido que não tenham nada de interessante ou útil nelas. Me basearei totalmente no que disse aí [se foi uma entrevista editada ou encurtada, também não posso dizer].

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2019/06/roger-scruton-os-conservadores-dizem-o-que-as-pessoas-querem-ouvir-cjxg4z6yr03pv01o9m9sfbqfs.html

CONTRAPONTOS

REPÓRTER PERGUNTA: ''Um de seus principais livros chama-se Como Ser Um Conservador. Afinal, o que significa ser um conservador?''

ROGER SCRUTON: ''O conservadorismo significa uma constante consciência da sua herança e da história da sua nação. Esse é o desejo do conservador. Afinal, tudo no mundo está sob ameaça. Tudo pode mudar, mas todos sabemos as coisas boas que queremos manter – e as coisas ruins que queremos mudar. O conservador acredita na ênfase às coisas boas. E trabalha duro para conservá-las.''

O que é ter uma CONSTANTE CONSCIÊNCIA DA HISTÓRIA DE SUA NAÇÃO?? É  O MESMO QUE BUSCAR COMPREENDE-LA??

É o mesmo que buscar por soluções para os seus problemas? Com quais critérios?? De harmonia social ou crescimento econômico?? De não repetir os mesmos erros, aprendendo com eles??

E quanto à herança...herdar dívidas [pobreza, violência, preconceitos, destruição do meio ambiente] também conta como ''herança''??

TODOS SABEMOS AS COISAS BOAS QUE QUEREMOS MANTER

Mas o que Zezinho acha bom, eu posso achar ruim. Por isso que deve haver um intermediador universal para se chegar a um consenso verdadeiramente harmônico e baseado em fatos [ou verdades.. e já comentei sobre elas, sua diversidade e hierarquia de importância].

Como definir ''coisas boas''?? E que ''coisas ruins'' queremos mudar??

Todos quem??
A maioria??
E com base em qual critério de identificação: cultural, sócio-econômico..??

O ''CONSERVADOR'' ACREDITA NA ÊNFASE ÀS COISAS ''BOAS''... E O TRABALHO DURO DE CONSERVÁ-LAS

Primeiro: não acho que seja tão ''duro'' assim conservar boas ações. De fato, tem sido uma ''dureza'' manter nações, mas isso acontece porque pessoas têm sido exploradas por outras para tal, e não que se consista em uma inevitabilidade. E também quando persiste a existência de ''sabotadores congênitos'' de boas ações [eu poderia pensar na grande maioria dos políticos, especialmente os de ''direita''].

Segundo que, sobre qual conservador que o ''filósofo'' está se referindo???

Porque o que eu percebo é que a maioria dos autodeclarados conservadores não parecem estar preocupados em manter ou favorecer ''coisas boas'' ou então as definem de maneira excessivamente subjetiva, baseados naquilo que sempre os favorece e/ou que desfavorece ''desafetos de instinto''..

"TUDO NO MUNDO ESTÁ SOB AMEAÇA"

Concordo, desde sempre. Mas seria interessante identificar precisamente quais seriam essas ameaças. Dica preciosa: parasitismo (exploração) e predação (opressão) são algumas das piores ameaças para nós. Quem será que mais as pratica, os ambientalistas, por acaso??

''REPÓRTER PERGUNTA: O que seriam essas “coisas boas”?

ROGER SCRUTON: Isso varia conforme cada país. O Brasil, por exemplo, é um caso especial. Já no Reino Unido, temos leis e um sistema de governo milenar que são preciosos aos britânicos. Isso é o que queremos manter. Além de um belo meio ambiente. Temos um processo político e uma religião que queremos manter. Em resumo, todas essas coisas relacionadas à herança nacional. O conservador é simplesmente alguém que diz: “Essas são as coisas boas e elas nos pertencem. Então, vamos mantê-las”

OK, não explicou o que seriam essas ''coisas boas'' no Brasil... conhecimento mínimo sobre a segunda nação em importância das Américas?? Também vi, em outro trecho da entrevista, que não fez o trabalho de casa para tentar entender o fenômeno  Bolsonaro... Será que todos os britânicos acham seu governo milenar [monarquia parlamentarista?], precioso?? E por quais motivos?? Validamente racionais ou instintivos??

Scruton diz, mais na frente, que não gosta do termo ''POPULISMO'', provavelmente porque aposta na ideia de que ''o povo'' tem quer ter TOTAL direito de determinação sobre o seu país. Eu já fiz um texto aqui problematizando sobre um excesso que chamei de DEMOCRACISMO. Parece que a maioria dos ''britânicos'' [não sei se, escoceses, galeses.. ou especialmente os ingleses] apoia a continuidade da existência da monarquia como parte do sistema político... e cultural do país. Ok. Mas, ainda assim, eu tenho que saber, se eu busco pela sabedoria, quais são os motivos ou razões verdadeiros para que apoiem a monarquia, baseados em quê?? Se eu encontrar um paralelo entre gostar de assistir Big Brother ou outro ''Reality Show'' e de gostar das fofocas da família ''real'', não ficarei surpreso. A maioria dos britânicos pensa que sua identidade nacional é forjada FUNDAMENTALMENTE pela existência de uma família ''real''?? Algo para se pensar, ah, mas o genial Scruton foi humilde o suficiente para deixar isso para nós..

O filósofo, se busca pela sabedoria, também ou especialmente, busca por verdades essenciais, e de compreender a natureza diversa e hierárquica das verdades. Ao dar o veredito ''queremos manter ''nossa' religião'', ele demonstra que não está preocupado em, primeiro, compreender a natureza essencial da religião, que eu gosto de denominar mais apropriadamente de mitologia, e a religião como um termo que resgatei e redirecionei para o âmago da filosofia (busca, compreensão e vivência a partir das verdades absolutas).

Scruton só quer manter as ''coisas boas''.. de acordo com uma visão conservadora.

O ''conservador'', segundo Scruton, aponta para as coisas boas, mas com base em quais critérios de ''bom'' ou ''ruim'', provavelmente subjetivos.. e diz que é preciso ''preservá-las''. Preservar a ''família real'', então, deve ser uma dessas ''coisas boas''. Desprezar o papel central e histórico desta família quanto às mazelas sociais do povo britânico, não parece elementar em sua análise. A ''herança nacional'' é o que importa, não interessa a qualidade dessa herança ou melhor, dessas heranças, porque não estamos falando de um bloco monolítico de ideias, ideais e perspectivas, mas de uma variedade muito mais particular de ''coisas boas e ruins' que cada indivíduo ''herda'' ou tem herdado de acordo com as suas posições/identidades na sociedade..

REPÓRTER PERGUNTA: ''Nos últimos anos, o mundo assistiu ao Brexit e às eleições de Donald Trump, Jair Bolsonaro e do húngaro Viktor Orbán, entre outros. O senhor concorda que vivemos uma onda conservadora?''

ROGER SCRUTON: ''Bom, se eles são conservadores, isso é outra pergunta. Eu não gosto dessa palavra ... de populismo. Um novo sentido às pessoas que querem recapturar a sua identidade. Trata-se disso. A identidade é o que faz com que as pessoas permaneçam juntas, como uma comunidade. Isso está ameaçado por uma série de motivos: migração, dificuldades econômicas, perda da religião, colapso da educação e assim por diante.''

Primeiro que, como eu já falei várias vezes nos meus textos com versos e em prosa, nós, individualmente,  não temos apenas uma, mas várias identidades. Segundo que, a ideia de resgate de identidades é uma premissa importante para o progressismo cultural, só que baseado no âmbito individual, que é ainda mais concreto ou verdadeiro, já que o indivíduo é mais verdadeiro que as comunidades ou grupos aos quais se insere [ou é inserido]. Do indivíduo resgatar suas identidades, ao invés de ser espremido dentro de apenas uma "identidade nacional" compacta, parece o mais correto.. até por não força-lo a ser quem ele não é.

Concordo parcialmente com ele que, mudanças abruptas e massivas nas sociedades ocidentais, que podem ou têm contribuído para aumentar obscurantismos, bem como conflitos interculturais, causados pela imigração em massa. Só se esqueceu de completar que esses conflitos são efeitos colaterais das muitas besteiras colossais do colonialismo europeu [branco--''americano''], né? No entanto, também é perceptível o forjar de novas comunidades baseadas em outros conceitos, além dos ''conservadores'' [racial, sócio-econômico ou religioso]. As dificuldades econômicas são provocadas, em sua grande maioria, por [autodeclarados] conservadores e, baseados em uma ideologia que talvez o ''filósofo' rejeite como parte da 'herança conservadora', o capitalismo. Eu sou da opinião pedante que a essência do capitalismo é o materialismo, que é a ênfase no acúmulo de capital/bens como medida universal de relação social, de julgamento de competência, poder e até de caráter. Nada mais conservador do que o preconceito com base em classe social (classismo). Claro que tem ocorrido mudanças no tipo de elite hegemônica, ao menos no mundo ocidental, de ''aristocratas' herdeiros de posses e bens para burgueses: empresários e multimilionários, ''self-made men''. O que também mudou é que se passou a enfatizar o "capital" sobre o bem material. De qualquer maneira, as semelhanças essenciais/são bastante significativas. As estruturas do conservadorismo são basicamente materialistas. O capitalismo seria apenas um tipo diferente de materialismo.
O ''colapso da educação'' é um argumento comum entre os conservadores, especialmente porque assim, podem culpar a adoção de medidas progressistas nas escolas. Claro, mas, o nível de inovação acadêmica continua alto, né?? O percentual de analfabetos, na maioria dos países ocidentais, é muito mais baixo do que durante o longo passado dourado, quando o mundo ocidental estava mergulhado no "tradicionalismo". E, dizer que existe um colapso corrente na educação dos ou de todos os países ocidentais parece um pouco exagerado... Um colapso mesmo seria o equivalente à retração significativa de habilidades adquiridas nas escolas, algo que não parece ser a realidade. É verdade que tem havido um aumento de obscurantismos, em sua maioria, adotados por... autodeclarados conservadores.. O principal deles é a "religião".
Um filósofo, de verdade, se busca pela sabedoria ou por verdades e seus melhores usos, deve ser crítico à ''religião'', até porque, se qualquer um seguir o único caminho que leva ao seu conhecimento essencial e, neste caso, existencial, chegará ao ateísmo e à condenação histórica, moral e intelectual das mitologias. O filósofo verdadeiro se difere de um pensador comum porque ele não está em condições de negar fatos. Em um mundo ideal, todo filósofo deve ser um cientista e todo cientista deve ser um filósofo, se diferindo em que o cientista é mais especializado e o filósofo é mais holístico.

REPÓRTER PERGUNTA: ''Então, o senhor não os classifica como conservadores?''

ROGER SCRUTON: ''É muito difícil descrever Trump como conservador. Ele tem – e todo mundo tem – elementos conservadores. Para colocar em palavras, ele é um personagem excêntrico. Não é uma pessoa que você pensaria espontaneamente como um líder ou como um exemplo. Ele é um homem de negócios que age da maneira mais ultrajante possível. Mas algo dele sensibilizou as pessoas comuns. E esse é o ponto, certo?''

O ''conservador'', segundo a visão do Roger Scruton, é um ser angelical, perfeitamente cético e extremamente racional. Esse tipo ''ideal'', ''verdadeiro'' ou ''puro'' de conservador, que ele e outros procuram, ou é muito raro, ou não existe, ou está neste exato momento escrevendo um texto o refutando mas sem se referir a si mesmo como tal, por falta de identificação. O conservadorismo, na prática histórica, tem se configurado como um conjunto de ideologias de natureza animalista, rigidamente hierárquica, patriarcal, e eu acrescentaria ou detalharia mais: parasitária, frívola, obscurantista/falaciosa e predatória.. A maioria dos conservadores, em especial, cairão ou expressarão ao menos uma dessas características.
 ''MAS ALGO DELE SENSIBILIZOU AS PESSOAS COMUNS. E ESSE É O PONTO, CERTO?''
Uma ode ao democracismo, como sempre. Esse é o ponto para se indagar o porquê, antes de chegar à conclusões que reafirmam convicções pessoais não-analisadas. E, sensibilizar não parece o termo mais adequado e sim, dessensibilizar. Bem, Hitler e Mussolini também dessensibilizaram pessoas comuns... E aí? Enganar também pode ser outro termo, mais adequado que sensibilizar.
No mais, não é injusto concluir que opiniões de pessoas comuns não podem ser sempre tomadas de maneira absoluta como vereditos precisos sobre o que é mais verdadeiro/correto ou não, por serem mais ingênuas ou manipuláveis, socialmente conformistas e menos reflexivas sobre suas próprias ações e, portanto, também sobre a realidade [os problemas do mundo]. Mas, é conveniente para o sábio Scruton, já que são, em média, mais conservadoras e porque têm sido cooptadas pela mídia digital de direita, também por culpa do seu abandono pelas esquerdas (ou o fato dessas terem chegado muito atrasadas nos espaços das mídias digitais).

REPÓRTER PERGUNTA: ''No Brasil, o senhor tornou-se uma referência para a nova direita. É possível aplicar suas ideias conservadoras em um país tão diferente do Reino Unido?''

ROGER SCRUTON: ''O erro do Brasil foi ter sido colonizado pelos portugueses. O Brasil deveria ter sido colonizado pelos ingleses. Isso tornaria as coisas muito mais simples. Vocês querem a tradição política britânica, e é por isso que sou popular – eu represento essa tradição. Em meio a essas constantes tempestades tropicais, vocês querem uma injeção desse senso britânico de calma. É lógico que meu conservadorismo é sobre o Reino Unido e está baseado no nível desse país, mas ele contém ideias que são relevantes para o mundo. Sou um filósofo que está sempre tentando expressar as suas visões de modo emocional, literal e intelectual, tentando ir ao encontro do coração do pensamento conservador. Isso é particularmente relevante para o Brasil, onde as pessoas são, como todos sabem, calorosas e afetivas.''

A primeira parte deve ser ''coisa de entrevista''. Se fosse ele, teria sido comedido ao afirmar que é popular no Brasil. O quão popular no Br
asil ele deve ser?? Será que leem os seus livros?? E/ou o seguem como um outro guru?
E de que a maioria dos brasileiros deseja uma república parlamentarista. Como se isso fosse resolver o problema da corrupção aqui.

O apelo POPULISTA dele é uma constante inequívoca.

''CALMA BRITÂNICA'' para governar. Bem, países africanos e o subcontinente indiano têm ''ótimas recomendações'' sobre a invasão e o domínio britânicos. Mas, ''calma'' ou fleuma para quê, no intuito de agir de que modo?? Caudilhos políticos são causados por quem? Por abstrações como o tipo de governo, ''tempestades tropicais'' ou por pessoas com [certas] convicções psico-ideológicas e [certas] superestruturas acobertadoras (conservadoras)??

O conservadorismo tem um coração?? Séculos de exploração, escravidão e preconceitos nos dizem que, se tem, deve ser do tipo bem gelado.

Excessos de frases vagas e charmosas que cativam tias do zap e pessoas que acham que filosofia é aquilo que suas subjetividades determinam como certo e errado.

Um filósofo que expressa apenas as SUAS visões ou verdades subjetivas sem criticá-las [analisá-las ou revisá-las], sem buscar ampliar sua compreensão de mundo, pode até ser, por diploma e/ou popularidade, mas não por vocação.

Sim, meu caro, calorosas e ''afetivas'' e isso já é um combo. Simpáticas eu diria, mas, muitas aqui não são exatamente EMPÁTICAS. Uma dica, a maioria das menos empáticas se declaram como ''conservadoras''.. Será que no Reino Unido é assim também??

REPÓRTER PERGUNTA: ''No Brasil, também ressurgiu nos últimos anos a defesa do liberalismo econômico. Para o senhor, o capitalismo necessita de controle?''

ROGER SCRUTON: ''Os clássicos filósofos liberais que as pessoas adoram, como Adam Smith e John Stuart Mill, sempre defenderam que o necessário é uma economia baseada nos princípios liberais e nada mais. Isso foi estabelecido, mas também significa controle, e que limites que não podem ser ultrapassados. Nós ultrapassamos essas barreiras ao permitir corporações nacionais fora da jurisdição de qualquer país. Chegamos a uma nova situação ao deixarmos isso acontecer sem perceber o quão imenso é o crescimento dessas corporações para além do poder de qualquer Estado-nação. Basta olhar para o Google, por exemplo. É uma corporação aterrorizante que pode controlar todos nós.''

Eu já comentei, no texto recente, sobre o conceito mais coeso [provável e lógico] de liberdade e que, a partir dele, a ideia de liberdade econômica adquire uma outra imagem, bem mais ''progressista', eu diria.. No final, parece que apela pelo controle estatal da internet. Foi exatamente isso que eu li?? (A priori, o controle estatal da internet não é algo intrinsecamente ruim nem bom, em teoria... O problema é quem a controlaria, com quais métodos e critérios).

'É UMA CORPORAÇÃO ATERRORIZANTE QUE PODE CONTROLAR TODOS NÓS'

Historicamente, o estado-nação tem agido assim, a partir de instituições culturais conservadoras..


''REPÓRTER PERGUNTA: A esquerda costuma dizer que os conservadores ignoram pautas sociais e identitárias. o senhor concorda?

ROGER SCRUTON: ''É algo bastante minoritário. Em geral, a esquerda é uma coleção de minorias quietas e educadas que querem dominar a maioria. A maioria das pessoas não têm problemas de identidade sobre gênero sexual e aspectos raciais, elas estão interessadas naquilo que compartilham com as outras – o seu país e a ordem política. A esquerda está sempre brava com os conservadores porque os conservadores dizem o que as pessoas realmente querem ouvir e o que realmente as une. E não essas pautas que são relevantes apenas para pequenas minorias de grandes cidades.''

A primeira parte da resposta não parece ser uma resposta à pergunta.
Os conservadores ignoram pautas sociais//identitárias, sim ou não??
''É algo bastante minoritário...'' e então seu conceito sobre o que são as esquerdas.

Resposta correta de alguém com honestidade intelectual:
Sim, a maioria desdenha, diz que é 'mimimi', vitimismo e, se espremidos um pouco mais, admitem que não estão nem aí, que são egoístas mesmo.

Mas, e  a maioria sócio-econômica, de classes trabalhadora e média??
Maioria preta e parda, em países como o Brasil??

Claro que a maioria das pessoas são ultra bem resolvidas sobre questões centrais em suas vidas como raça [''muita imigração pro Reino Unido'', Scruton, Roger] e sexo...

Essas questões por serem centrais, no entanto, são irresolvíveis, no máximo controláveis. Dentro da heterossexualidade, já existe um bocado de complexidade,  por exemplo.

 No mais, a maioria das pessoas que buscam apenas serem respeitadas quanto às suas inclinações sexuais incomuns não têm problemas de identidade.. É justamente pela não-repressão que elas almejam consertar preconceitos internalizados sobre si mesmas e expressar aquilo que sentem e o que são, quanto a essa faceta de suas individualidades...

Troque '' a[s] esquerda[s] sempre brava[s]s com conservadores'' por PESSOAS SENSATAS, PONDERADAS OU RACIONAIS [muitas que não são partidariamente esquerdistas] sempre bravas com..

 "Minorias que querem controlar MAIORIAS"

Que maioria, a elite??

Pobres e pessoas comuns, excluídas pelas elites, em sua maioria, conservadoras, são, supostamente, minorias. Indivíduos são minorias mas também a maior maioria... Enfim... ele aponta para a ponta do iceberg e eu vou mais fundo.

Compartilhamos muito mais identidades do que o oposto. Exemplos: todo mundo é filho, a maioria tem irmãos, amigos. Todo mundo é ser humano e toda vida é vida. Não entendo. Se as pessoas estão mais interessadas naquilo que compartilham umas com as outras, então, por que supostamente não estariam em relação a conceitos universais como respeito, amizade e/ou amor?? Mais uma falácia, de tantas que esta entrevista contém: uma falsa dicotomia. Um cérebro, acho eu, e, especialmente um cérebro inteligente, consegue dar importância tanto à ORDEM POLÍTICA quanto às pautas identitárias. No mais, o identitarismo de minorias historicamente excluídas e oprimidas FAZ PARTE DA ORDEM POLÍTICA, ou melhor, da HARMONIA POLÍTICA. Como sempre, sir Scruton, que supostamente ama ou amava 'as'' classes trabalhadoras britânicas, de longe, provavelmente, as usa como escudo argumentativo, apelando ao democracismo. ''O que a maioria pensa é o certo e/ou o mais importante''. Parece até com um projeto de gente que, desgraçadamente, ''governa'' este país sombrio de 2019 e, agora, 2020 DC. Se a maioria, segundo a visão dele, pensasse diferente, então encontraria uma outra desculpa para mudar de tática.

Se as pessoas tivessem como identidade elementar a nação, não apenas no sentido superficial ou abstrato de nacionalidade, então não teríamos desigualdades sociais, para começo de conversa. Dizer que compartilhamos nossa nação depende do nível de equidade/qualidade desse compartilhamento.

OS CONSERVADORES DIZEM O QUE AS PESSOAS QUEREM OUVIR

Muita calma nessa hora. Mais racionalidade, ponderação. Ah, me esqueci! Um homem genial como ele não precisa disso... ambos, conservadores e progressistas, têm coisas importantes a falar que ''as pessoas'' querem ouvir. No mais, é difícil tentar dar mais detalhes à frases tão opacas como essa.

Outro problema mas, a mesma constância de argumentos populistas: também é muito importante dizer às pessoas o que elas NÃO QUEREM OUVIR, um papel importante para quem se diz ''filósofo''. Não por implicância mas por ser seu papel expor todas as verdades, organizando-as de acordo com suas importâncias: localizações ou significâncias.

''O QUE REALMENTE AS UNE''

O fato de sentir maior conexão com certos grupos não significa que eu tenha que desprezar ou desejar o ódio absoluto a outros grupos.. dependendo do grupo, claro.

São frases vagas que eu sempre pensei serem pragas de alguns ou muitos intelectuais de esquerda e coaches, mas percebo aqui que são as preferidas pelo ''filósofo'' de direita.

Quando fala "o que realmente une as pessoas", parece que está excluindo de "pessoas", as minorias. Enfim, ele idealiza o conservadorismo de maneira tão profunda que pensa que antes, as pessoas, de maneira geral, eram harmoniosamente unidas em torno de uma identidade nacional digna de orgulho inquestionável. Tão distante da realidade...

As pautas identitárias evidentemente que são muito mais relevantes para as minorias sexuais urbanizadas, desprezando que existem outras pautas, como a feminina, que não é minoritária. No entanto, elas não foram levantadas a troco de nada. LGBTs são minoria, mas estão presentes em praticamente todas as famílias [árvores genealógicas]. Ensinar às pessoas o mínimo de conhecimento do tipo ''ser gay [LGBT] não é pecado, porque não define caráter'', para que, nas interações ''da maioria com as minorias'', prevaleça o máximo possível de respeito mútuo, apesar de achar bem difícil que isso aconteça sempre, quando temos uma horda de ''racionais'' conservadores incapazes de sublimar seus instintos primitivo-agressivos. No mais, é interessante ele não citar as ELITES, que são uma minoria mas que, historicamente e GRAÇAS AO CONSERVADORISMO CULTURAL, têm pautado, autoritariamente, boa parte das diretrizes culturais e morais das sociedades humanas. Tão conveniente...

''REPÓRTER PERGUNTA: Essas pautas são irrelevantes para a sociedade em geral?

ROGER SCRUTON: ''Depende de quais pautas, porque todas as pautas se tornam relevantes para a sociedade se você responder a elas. A questão é como você responde a elas. A maioria das pessoas não está agitada com a agenda LGBT. Para a maioria, essa questão é minoritária e pode ser acomodada na mesma solução que serve a todas as outras coisas – a bondade humana. Isso é o que os conservadores sempre recomendam.''

Primeiro... ele cita fontes sobre isso?? Seria muito bom se a maioria das pessoas, especialmente políticos/líderes ''religiosos" de direita, não estivessem ''AGITADOS'' com a ''agenda'' LGBT, que a diversidade sexual fosse considerada ''algo menor'' ou ''sem importância'' por essa ''maioria'', pois é justamente o oposto que acontece. Especialmente para uma minoria não muito pequena, ''educada e inteligente'' de autodeclarados conservadores ortodoxos, que desde os tempos bíblicos têm implicância com a diversidade natural da espécie, aliás, com a própria realidade. A "agenda" LGBT é justamente pensando em reduzir  todo esse agito milenar conservador em relação à intimidade sexual alheia.

Independente disso, desde quando o termômetro do bom senso precisa obedecer ao termômetro das massas [senso comum]?? A todo momento, ele faz um apelo escancarado ao populismo, claro, de grupos largos de pessoas manipuladas por ''conservadores que sempre recomendam a bondade 'humana' ''.

Conservador é um termo MUITO VAGO, pois não é uma denominação específica, com um único conceito. Quando isso acontece, é sempre melhor conceituar o termo com base em sua expressão histórica e concreta ou corrente. Baseados assim, percebemos que, a última coisa que conservadores típicos recomendam, é a bondade humana ou, baseados em seus conceitos de bondade a partir de inteligências emocionais não muito desenvolvidas...

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

''Gosto não se discute''.. Julgo de valor ou mais uma cacofonia delirante


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Existe o melhor e o pior

E o certo e o errado

Porque existem critérios.

Mas, também existem expectativas irrealistas.

Quando um comportamento é comparado a um critério que, originalmente, não lhe apetece. Um exemplo muito óbvio. Dizer que peixes podem voar. O critério ''capacidade de voar'' não é possível para espécies adaptadas aos ambientes aquáticos.

Um outro exemplo, este que exige mais nuances no raciocínio: dizer que a homossexualidade está errada porque não atende ao critério reprodutivo, já que seres humanos do mesmo sexo não podem gerar vida juntos. E quem disse que eles são capazes disso??

Ainda assim, indivíduos homossexuais são, em sua maioria, perfeitamente aptos de se reproduzirem, desde que o façam ao modo hétero. Isso que eu nem estou falando dos bissexuais..

A prática homossexual e, especialmente a bissexual, não impossibilita de maneira absoluta a procriação, como se ser gay fosse o mesmo que ser estéril... fim de papo?

Não.

Mas e a sua utilidade??

Com certeza que a utilidade é o critério mais usado para julgar o nível de naturalidade ou verdade das coisas, comportamentos e fenômenos. No entanto, antes de um fato ter utilidade ou existir colaborativamente para um certo sistema ao qual se encontra, ele existe ou é útil para si mesmo, pois tudo o que existe na realidade, tem como principal função sua autoexpressão.  Exemplo, árvores. Muito antes das árvores ou plantas, de modo geral, serem úteis para as outras formas de vida, elas existem única e exclusivamente para si mesmas. O mesmo acontece em relação aos fenômenos como os atmosféricos. E também para os comportamentos ou expressões derivados de fenômenos herméticos como os organismos vivos.

Certo e errado são conceitos se referem a  níveis universais de match e unmatch.. usando o jargão dos aplicativos de relacionamento. Na realidade mesmo,  certo e errado são correspondentes e dissonantes, quando um critério ou pré-condição não é possível de ser atendido.

 Certo e errado, sem nos referirmos às construções morais particularistas ou perceptivamente restritivas do ser humano, são limites para as pré-condições, ou de correspondências, isto é, se deu match, um pouco ou definitivamente unmatch. Melhor e pior se encontram dentro desses limites absolutos de certo e errado, ou, ainda podem ser definidos como suas versões relativas.

É errado para o peixe viver fora d'água, e claro, o certo é o oposto. Em compensação, é melhor o peixe viver em um ambiente com poucos predadores e o pior é o contrário.

Continuando com o exemplo da sexualidade humana...

 A heterossexualidade (e também a bissexualidade) é melhor que a homossexualidade como comportamento útil para a reprodução da espécie humana [critério utilitário (direto) de reprodução]. Este fato só é negável por alguns ativistas LGBTs, excessivamente atomizados na ideologia que alimenta os seus ativismos, chegando ao ponto de demonizarem a heterossexualidade, uma espécie de reação, diga-se recíproca, a séculos de demonização da prática não-heterossexual.

Atribuições utilitárias primárias são tão importantes quanto à mais usada para definir utilidade. Primeiro, a autoexpressão ou, a básica necessidade de que algo exista para ter sua existência validada. Segundo, seu nível de equilíbrio. Terceiro, se sua autoexpressão pode ter alguma serventia além de servir à si mesma. A pele preta se auto-expressa. Se não apresenta grande restrição ou sensibilidade, passa no crivo ou critério de equilíbrio, sem cair na categoria de desordem (como o albinismo e o vitiligo) e tampouco de doença. Por fim, se apresenta utilidade além de si mesma, e sim, apresenta, pois é mais adaptável em zonas intertropicais. Neste sentido, partindo do fato que regiões quentes são mais geograficamente extensas que as mais frias, uma pele bem escura parece ser melhor do que uma pele muito branca.

Ainda menos diretamente utilitário em relação aos traços físicos é a cor dos olhos. Por mais que o azul seja uma cor mais apreciável que o castanho escuro, sua utilidade ou função real é auto-expressiva. A priori, nada de errado aí.

Desordem e doença

Seres humanos binários são os mais propensos a definir ou a compreender a realidade por critérios excessivamente abruptos, justamente por apresentarem níveis simples de sofisticação intelectual, de capacidade de julgamento. Daí é comum o alargamento dos conceitos de errado e pior e, consequentemente os de antinatural e/ou mórbido, já que a dimensão de aceitável pra eles é mais limitada, em acordo com o alcance de suas consciências.

Vejamos novamente a homossexualidade.

Primeiro, como definir doença ou diferencia-la de uma desordem?

Simples, por seu nível de desordem, sempre tendo em mente o critério mais importante de todos, o equilíbrio de sua expressão, baseado nas leis onipresentes da lógica.

Tudo aquilo que causa grande avaria no nível de bem-estar, estabilidade ou equilíbrio do indivíduo, podendo levá-lo a óbito, é muito provável de ser denominado como doença.

Toda doença é uma desordem por ser um nível mais desequilibrado de um estado de desordem. Mas, nem toda desordem é uma doença.

Gripe e Mal de Parkinson são exemplos de doenças características. Mesmo que a gripe não seja originalmente letal, ela causa grande desconforto ao indivíduo e apresenta uma natureza decididamente derivada, por ser a intrusão momentânea de um microrganismo dentro de um maior.  O Mal de Parkinson também causa grande desconforto, desequilíbrio ou perda de autonomia do indivíduo ainda que sua causa possa ser menos ''derivada'' que a da gripe. O fator fundamental que os une é o nível de desequilíbrio orgânico [com progressão potencial] inteiramente causal, em que o vírus da gripe causa a reação do organismo que, por sua vez, debilita as forças do indivíduo, e uma possível tendência genética que, se fatalista ou amplificada por certos gatilhos, resultam nos sintomas que se caracterizam como Mal de Parkinson.

A esquizofrenia se encontraria no limite máximo, entre a desordem com baixo a inexistente nível causal de morbidade, e a doença, porque apresenta vários critérios em que pode ser classificada em ambas.

A síndrome de Down, apesar de sua expressão fenotípica generalizada e, portanto, reconhecível já pela aparência do seu portador, também apresenta uma complexidade que a previne de ser plenamente classificada como doença.

 Tá. E a Homossexualidade??

Muitos dos problemas emocionais de indivíduos homossexuais têm origens extrínsecas. Pergunte para qualquer um que foi ou que é sadicamente perseguido, diária a semanalmente hostilizado, se é fácil viver neste estado de sítio, inclusive com riscos reais à própria integridade física??

Aposto que os ''afeminados'', que são os mais visíveis ao ódio irracional dos ''elos perdidos'' [conservadores], são os mais propensos a padecerem desses efeitos traumáticos.

Quem passa por isso a vida toda e consegue chegar ao final dela, sem cometer suicídio ou perder, por definitivo, a sua estabilidade emocional, com certeza é um sobrevivente. Se aproxima do estado de pós-trauma que aflige milhões de ex-combatentes de guerras.

Levando-se em conta que construímos nossas memórias muito pelo que vivemos; traumas e autoestimas debilitadas, mais uma possível sensibilidade intrínseca, por exemplo, pré-disposições para estados emocionais de ansiedade, explicam parte, talvez significativa, dos problemas psicológicos enfrentados por muitos mas não por todos os homossexuais de ambos os sexos, e/ou LGBTS de maneira geral. O simples fato de existirem gays e dykes plenamente saudáveis, já seria suficiente para classificar a homossexualidade como uma variação natural do comportamento sexual humano, muito provavelmente na fronteira entre a ordem plena [quando uma expressão preenche todos os requisitos ou critérios para ser definida como tal] e a desordem não-mórbida [que não é causalmente letal]. Os outros comportamentos estatisticamente mais comuns neste segmento populacional não são mais do que correlações.

Com a autoconsciência humana, o indivíduo se torna mais consciente sobre o significado da vida, que está em seu próprio ato, de viver, e, então, se torna mais hedonista, passando a buscar pelo prazer, tendo-o como finalidade ou utilidade auto-expressiva, isto é, auto-sensitiva. E isso também é observável para os outros tipos de comportamentos, por exemplo, a crueldade, que também tem um apelo auto-expressivo ou auto-sensitivo em ''alguns' de nós, pelo prazer de se cometê-la, sem ter uma utilidade secundária, isto é, do comportamento x resultando em y. E, o que está subjacente em todo comportamento que busca gratificação é o desejo pela sensação de certo equilíbrio, se tudo em excesso sempre acaba fracionando a sensação de prazer. Para os seres humanos, portanto, até mais do que para as outras espécies, o sentido de utilidade adaptativa, de um traço servindo como um meio para uma finalidade e não em si mesmo, passa a dividir seu monopólio pelo critério autoexpressivo, justamente o primeiro de todos os critérios que validam a veracidade de uma realidade: elemento, fenômeno ou comportamento.

Gosto não se discute??

Sim e não. Depende...