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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Moralidade: predador, indiferente/egoísta hipoativo, parasita, mutualista...

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fonte:slideplayer.com.br

Modos de vida também são tipos de moralidade que estão presentes na natureza. Bondade, maldade, exploração, compaixão, tudo aquilo que apregoávamos apenas a nós, ''divinos'' seres humanos, está mais do que presente em todas as demais relações entre seres vivos de outras espécies, só que geralmente se manifestarão de maneiras menos vívidas (menos vívidas pra nós).

A evolução da moralidade parece seguir este espectro, do lobo solitário porém sedento de sangue, passando pelo tipo indiferente ou egoísta hipoativo, que cuida apenas de sua vida, mas sem exibir  grande agressividade em relação ao próximo, ainda que o faça de modo mais discreto ou mais logicamente justificado (que não é o mesmo que ''racionalmente justificado''), o tipo parasita, dos mais evoluídos em termos cognitivos, e no entanto, também é dos mais imorais, por subtrair seus esforços sinestésicos, concentrando suas estratégias no âmbito mentalista, enganando, hipnotizando e explorando as suas vítimas, uma espécie de predador sofisticado, até ao tipo mais evoluído, de mutualista, em que a relação entre hospedeiro e hóspede se dará de modo consideravelmente mais balanceado, com o compartilhamento de vantagens entre os dois, a literal e natural união entre o útil e o agradável, pois adota a mesma estratégia parasita de fazer o mínimo esforço físico bem como também evitando ameaças diretas à sua integridade biológica (que é muito esperto) mas sem a desvantagem da exploração desmedida em relação ao hospedeiro que inevitavelmente acabará provocando conflitos e posteriormente a capitulação do mesmo.

Eu já comentei que o parasita poderia ser entendido como o psicopata ''ou'' de personalidade anti-social de alto funcionamento, e que o mutualista poderia ser entendido como racional ou/a sábio.
O predador seria o típico ou primário anti-social a psicopata enquanto que o egoísta hipoativo seria como a maioria dos seres humanos, o tipo ''inocente/culpado - ignorante/preguiço'', que não é: puro predador, puro mutualista, puro parasita, ainda que exiba características de todos e que possa variar em demasia nessas composições, tal como um ''mestiço'' em estratégias evolutivas, novamente, a minha ideia da colcha de retalhos para explicar os tipos psicológicos/biológicos normais (não apenas dos seres humanos) ou normativos.

Em termos de estratégia evolutiva a sabedoria portanto seria a mais evoluída, por combinar com perfeccionismo o ying e o yang em si mesma, a maldade do esforço físico (trabalho) subtraído e a bondade de contribuir à sua maneira (mais mental, cerebral) em relação ao seu hospedeiro, se talvez a imensa maioria dos sábios sejam incapazes de proverem pra si mesmos os seus ambientes, por terem um ''desequilíbrio' considerável entre as suas forças físicas, físico-mentais (técnico-cognitivas) e puramente psicológicas (mentalistas).

Ainda que se possa debater e até mesmo estabelecer perspectivas neutras de julgamento, em que não haverá rankings das estratégias mais ou menos evoluídas, por meio do critério ''resguardo biológico'' o modo predador será sem dúvida dos piores tipos, justamente por causa de sua natureza definitivamente imoral. No entanto eu acredito que o pior tipo ainda será o indiferente, justamente por ser indiferente ou ignorante à dinâmica na qual se encontra preso. 

Também podemos mensurar o grau de egoísmo dessas estratégias e inevitavelmente o mutualismo se encontrará na última posição entre os mais egoístas enquanto que o ''predadorismo'' será o primeiro colocado. O tipo indiferente ou de egoísta hipoativo se localizaria na penúltima posição, ainda que se encontre muito distante do ideal mutualista/social ou sabedoria, enquanto que, por razões que parecem bem óbvias, o parasitismo se localizaria na segunda colocação deste ranking macabro.

Já em termos de inteligência, o tipo mutualista novamente ocuparia posição privilegiada, como dito acima, por mesclar o que há de melhor em termos de maximização da própria sobrevivência e sem precisar de ser uma víbora, a união do útil e do agradável. O tipo parasitário ocuparia a segunda colocação e em termos puramente cognitivos ainda poderíamos vê-lo como a estratégia mais inteligente mediante as suas estratégias calculistas e sofisticadas (frivolidade perceptiva, diga-se, ao concluirmos deste modo, mas não há mal algum em fazê-lo de modo não-determinativo ou unilateralmente determinativo), mas como sempre, não existe inteligência, verdadeira inteligência, sem a moralidade, pois esta se consiste em sua expansão perceptiva natural, isto é, ao expandirmos nossas capacidades, inevitavelmente caminharíamos ou caminharemos para tornar prioritário também as relações entre os seres vivos e o único e correto julgamento que se pode fazer é o de, ostracizar, neutralizar a eliminar os tipos mais corrosivos ou definitivamente perigosos, claro, dentro de um mundo ideal, melhorar em qualidades aqueles em sua jurisdição, se possível aumentando a proporção de mutualistas. O aumento da percepção tem como claro caminho a maximização da própria sobrevivência, e também em relação aos demais seres de interação, ao vermos cada poro perceptivo nosso se tornando mais reativo, mais intenso. O pensar profundo, filosófico ou meta-analítico, que nos faz perceber o quão monstruosa é nossa ignorância em relação ao significado da existência, serve quase que idealmente como um excelente argumento para a continuidade da evolução moral e tal como eu já falei, a moralidade seria uma espécie de campo de força, tem como evolução natural a contínua expansão deste campo, novamente, maximizando também a própria sobrevivência, ao invés de deixar-se a mercê de combates corpo a corpo. 

Sem a maior parte das ilusões humanas e sem a primária manifestação do estado mescladamente feral da psicopatia (bem como das personalidades anti-sociais), o caminho natural do ser humano é a sabedoria e a filosofia existencial, que inevitavelmente nos torna muito mais empáticos.

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